Encarte do disco Close to the Edge, do YeS
LADO A: 1972... O ANO EM QUE FIZEMOS BARULHO!
1972 foi um ano muito louco para todos nós. Nós quem, cara pálida? Ora, pra quem gosta de festa e música e tal.
Pra começo de conversa, quem aí já ouviu falar no Sesquicentenário da Independência? Pois é: dia e noite, ficavam martelando na cabeça da gente aquela musiquinha ridícula: “fato extraordinário / sesquicentenário / da Independêeeeencia...
Mas aconteceram coisas legais, e tristes também (foi o ano em que morreu Leila Diniz e também do incêndio do Edifício Andraus em São Paulo). Mas, enquanto isso, no mundo da música:
- o tal do João Ricardo começa a ensaiar com uma nova formação para sua antiga banda – os Secos & Molhados – agora com um cantor novato chamado Ney Matogrosso;
- o Deep Purple gravou Machine Head, com a música Smoke on the Water;
- o Yes grava Fragile e, o meu preferido, Close do the Edge;
- Jethro Tull grava Thick as a Brick;
-Black Sabbath grava Vol. 4 com a música Changes;
- ah, mas tem uma nota triste também, porque, nesse ano, acabou o Creedence.
Bom, mas nada disso tinha importância pra nós, porque, todo sábado, a gente se encontrava e assistia Sábado Som, e depois ficava tentando “tirar” as músicas, os solos e até os trejeitos dos caras.
À noite, estávamos todos no Operário, num baile do conjunto N-5, os antigos Cobrinhas, e a Nely Gonçalves tinha dito pra gente que, qualquer hora dessa, vou chamar vocês prum pega. Dar um pega é o mesmo que dar uma canja, isto é, durante a apresentação de um conjunto (o que chamamos de banda hoje), outro conjunto/banda é chamado ao palco pra tocar algumas músicas.
- Será que ela tem coragem de fazer isso? – alguém perguntou.
Todos riram:
- Ah, é sacanagem da Nely. Só se ela fosse louca ou estivesse bêbada.
Só que a gente se esqueceu é que aquela mulher era louca (acho que é até hoje) e, principalmente, tinha tomado todas. Aí pegou o microfone e falou:
- GENTE! Quero anunciar, com muita alegria, a chegada de um novo grupo musical na cidade. Apresento a vocês... o GRUPO PYTOMBAAAAAA!!!
Como a garotada diz hoje: E AÍ VÉI????
(Crônica: Serjão Missiaggia / Adaptação: Jorge Marin
E nós todos estávamos lá tiuetando o pytomba.Muito legal lembrar de tudo.Abraços.Rosane
ResponderExcluirE foi um auê dos grandes. A Nely era doidona mesmo e vocês mais ainda.
ResponderExcluirMika
Nessa hora a cueca fica doida prá cair de tanta tremedeira.kkkkk
ResponderExcluirMAZOLA