E não é
que estou, juntamente com uma boa parcela da nação brasileira, me tornando um expert em assuntos políticos? Se
pensarmos bem, estamos diante de um verdadeiro bombardeio de informações repetitivas
que nos é repassada a todo instante, seja no café da manhã, diante dos jornais
televisivos, à tarde, à noite, além é claro dos jornais impressos, revistas,
rádios, internet e por aí vai. Verdadeira lavagem de dinheiro, digo cerebral,
nos atropelando como tromba d’água em riacho de montanha.
Jamais imaginaria
adquirir tamanha e especializada cultura em tão pouco tempo, onde termos como DELAÇÕES
PREMIADAS, MANDADOS DE CONDUÇÃO COERCITIVA, FORO PRIVILEGIADO e tantos outros começariam a fazer
parte do cotidiano, enriquecendo um pouco mais nosso vocabulário. Na verdade, uma avalanche de acusações bilaterais, mais parecidas com o noticiário policial, e que, com certeza, não estariam entre
palavras e termos de leitura de interesses preferenciais no futuro.
Até mesmo a dupla futebol e novelas ficou meio
que em segundo plano ante a força da LAVA-JATO, OPERAÇÃO ZELOTES e afins. Por
sinal, reconheço que todo e qualquer tipo de conhecimento, principalmente num
momento delicado da nação como este, nunca é demais, e que ter um povo
politizado é ainda melhor, mas, mesmo sabendo, que todo esse processo, para
alguns, advém em função de uma causa justa, enquanto para outros, de uma
simples perseguição, confesso estar meio cansado de tudo isso. E, como bem diz um velho amigo, “A coisa tá mais comprida que suspiro em velório”.
Sinceramente,
não vejo a hora em que se possa condenar logo os culpados, absolver os possíveis
inocentes e LEVAR, A JATO, este assunto pra bem longe! O País parou de vez, e
assim ficará até que se possa sobrar novamente em nossas cabeças e,
principalmente nas cabeças de nossos representantes, espaço e tempo suficientes
para pensar um pouco mais em coisinhas “banais” tipo EDUCAÇÃO, SAÚDE SEGURANÇA.
Enquanto
isso, nossa meninada vai dando aquele show no ENEM, sapecando respostas como: “Os dois movimentos da Terra são
latitude e longitude”, “Os
portugueses, depois que descobriram Fernandes de Noronha, assinaram o Tratado
de Tortas Ilhas”, “Cada vez mais as pessoas querem conhecer sua família através
da árvore ginecológica”, e por aí vai.
Isso pra não falar que tem cantor profissional mais perdido que Adão no dia das mães, no momento de cantar
o Hino Nacional.
Enfim, tô achando que o melhor mesmo é amarrar
minha mula na cerca, e esperar a tempestade passar.
Crônica: Serjão Missiaggia
Foto : Bruno Lecambel,
disponível em https://www.flickr.com/photos/brunow_sc/2695701601