sexta-feira, 30 de março de 2012

RELEITURAS: EU SEI QUE VOCÊS EXPLODIRAM SÃO JOÃO NO PASSADO!

Foto publicada em 2bp.blogspot.com

É sabido que, desde os tempos imemoriais, pessoas se reúnem em torno de fogueiras, para as mais diversas finalidades: para conversar, contar casos de fantasmas, tocar viola e cantar, ou simplesmente para se aquecer do frio. As fogueiras foram utilizadas como forma de comunicação, como ocorreu no nascimento de São João Batista, fato que é celebrado nas festas juninas. Mas o que pouca gente conhece é a FOGUEIRA RUSSA. Esta modalidade de fogueira foi criada justamente pelos elementos do Pytomba para desafiar o medo, provar a masculinidade, ou sei lá que outro motivo louco. Mas, o que é a fogueira russa? É nesta definição que começa a nossa nova aventura.
Trata-se, na verdade, de uma pequena e verdadeira história, que teve início no terreiro da casa de Silvio Heleno Picorone, na beirada do córrego, entre 1972 e 1974. Na época, Sílvio e seus amigos inseparáveis praticavam um tipo de brincadeira infantil (segundo eles): jogar balas de revólver na fogueira!
A loucura era feita, simplesmente, para escutar o estampido dos projetis e adivinhar para que lado eles iriam. Não é preciso nem dizer, pois basta contar o número de seguidores, que os rapazes sempre tiveram muito sorte, já que nenhuma daquelas balas foi em direção a eles.
Embora a fogueira ficasse dentro do lavador do sr. Anginho, este ato de pura irresponsabilidade não teria a princípio nenhuma utilidade, mas acabou por engendrar, naqueles cérebros vazios, uma certeza e uma nova obsessão: A CONSTRUÇÃO DE UMA PEQUENA BOMBA.
Antes de prosseguir, vamos fazer algumas considerações técnicas para aqueles que não entendem de construção de bombas. Quem já sabe como fazê-las, pode passar diretamente para o parágrafo seguinte. A unidade de energia usada para avaliar o poder de uma bomba de hidrogênio é o megaton de TNT, que equivale à força de um milhão de toneladas de dinamite. E o que são tons? Como todo músico sabe, tons são intervalos entre duas notas que se sucedem diatonicamente. Ora, como as melodias são compostas de vários tons e notas, temos, de acordo com as pesquisas pytombenses efetuadas na época, aquilo que é uma das maiores contribuições do grupo para a Física moderna (ainda não escrutinada pelo comitê do Prêmio Nobel): a Bomba de Megamelodias, muito mais poderosa que a constituída apenas por Megatons, além de muito mais harmônica.
Após algumas reuniões secretas, ficou decidido que o projeto em questão iria se chamar “XB3/4”. Outra decisão, também crucial, foi que a experiência sísmica seria realizada em três diferentes versões, em dias, locais e horas ainda a definir.
A primeira versão seria uma bomba de médio efeito caseiro, na característica solo. A potência escolhida foi a de três Melodias que, na escala pytombense, correspondia a três Megatons.
A segunda bomba, também de médio efeito caseiro e potência de três Melodias, apenas se diferenciaria da primeira por ter características subaquáticas.
Finalmente, a terceira bomba seria um pouco mais violenta e consistiria numa bomba de efeito quarteirão, também com característica solo, porém com 36 Melodias.
NÃO PERCAM, NA PRÓXIMA SEMANA, a contagem regressiva, a emoção, e uma tremenda dor de barriga. Bloguem-se aqui e sintonizem XB3/4. Até lá...

(Crônica original: Serjão Missiaggia / Adaptação e releitura: Jorge Marin)

quarta-feira, 28 de março de 2012

NA CHUVA, NATURALMENTE...

Foto por Shamsa Rachid

Como uma das propostas do blog é relembrar, criamos a série “Releituras”, que acaba sendo a relembrança da relembrança, e cujo propósito é reapresentar velhas estórias já contadas aos novos visitantes, mas também lembrar detalhes não contados na época da relembrança original.
Bom, mas o assunto aqui não é a relembrança em si, o déjà vu, mas aquele dilema da “vida imita a arte”. Alguns dizem que a vida limita a arte, isso sim! Pois bem, agora há pouco, depois de deixar meu filho na escola, volto a pé para casa e começa a chover. Como nesta cidade de Juiz de Fora, como em muitas outras, os táxis somem nessas horas, vou caminhando pela chuva mesmo. Penso: engraçado, parece que já passei por isso antes. Chego em casa, ensopado, vou ao computador, abro os arquivos do Blog e, há dois anos atrás, no mesmo mês de março, lá está:
Acontece de chover quando acabo de deixar meu filho na escola. A pé, só me resta abrir o surrado guarda-chuva e fazer o caminho de volta para casa, debaixo daquilo que nossos pais chamavam de “toró”.
Eis que a história se repete. Com algumas diferenças: o guarda-chuva, aquele mesmo, estava tão ruinzinho, com umas emendas de arame que eu, bom obsessivo, fiz nele, que preferi deixá-lo em casa, com vergonha de exibi-lo na rua. Comprei um novo, é verdade, mas esqueci no táxi, também num dia de chuva.
Andando tranquilamente debaixo da chuva, com o boné protegendo as lentes dos óculos, penso que andar na chuva, afinal de contas, é uma coisa bem natural. No caminho, vou cruzando com pessoas com sombrinhas quebradas, estudantes com aquelas enormes pastas sobre as cabeças e ônibus lotados jogando água pra todo lado.
Fossem quinhentos e doze anos antes, possivelmente eu estaria caminhando sob a chuva, do mesmo jeito, talvez sem boné e sem óculos, porém junto a uma multidão de pelados, sem lenço nem documento, ou, como diria meu pai, sem lenço e mostrando os documentos. Mas, todos vivendo uma vida natural e bem menos estressados.
Quando eu falo em vida natural, não quero dizer, como se pensa hoje, comer granola e quinua, praticar rapel e fazer ecoturismo. Parece que até o ato de “ser natural” vem perdendo a naturalidade. Ao sentir-me natural, não me refiro ao fato de caminhar com umas gotas de água caindo sobre a cabeça. Se assim fosse, bastaria contratar um cara mais alto pra andar do lado, com um regador na mão, jogando água na gente: um personal rainer!
Não. Como cria dos anos 60, sou essencialmente “paz e amor” e acredito que natural é ser como o criador, seja qual for, nos criou: felizes, sociáveis e pacíficos. Por mais que insistam que, para sobreviver, temos que ser competitivos, acredito que a nossa essência, aquela centelha que nos anima, ou seja, aquilo que somos de verdade, é plena. A coisa só complica quando começamos a comparar isso QUE É com o que pensamos que seja, ou, pior, com o que queremos que os outros pensem que seja. Aí, já era...
Fica aí, então, o conselho: não me ouçam!
A chuva parou, mas o sol não veio. E a vida, ainda mais agora sem o Chico e o Millôr, está definitivamente um pouco mais triste...

(Crônica: Jorge Marin)

sexta-feira, 23 de março de 2012

RELEITURAS: O MASSACRE DA FÁBRICA DE MACARRÃO VIII - CAPÍTULO FINAL

Foto publicada no blog tudiabetes.org

NO CAPÍTULO ANTERIOR, dúvidas, dúvidas e dúvidas. Na operação para assustar os amigos, o que teria dado errado? De onde veio aquela explosão não planejada? Onde foi parar o fantasma? No dia seguinte, depois de uma noite mal dormida, e ainda cheirando a churrasco, ficaram sabendo, finalmente, a verdadeira história.

O irmão do Serjão, Antônio Dárcio, que na ocasião passava alguns dias em São João, ao ver toda aquela movimentação e tomando conhecimento das más intenções, mandou alguém comprar um foguete. No exato momento em que todos chegavam ao último salão, ele abriu a porta e simplesmente, num ato de extremo perigo, jogou o foguete lá dentro. Imaginem o estampido de um foguete, em um espaço fechado, de alguns metros quadrados, com cinco pessoas dentro? (Momento Bin-Laden de Antônio Dárcio)
Para felicidade de todos, o foguete não se direcionou para ninguém. Possivelmente, tenha até caído num daqueles buracos. Quem sabe até debaixo do Dalminho!
Ficou também esclarecido o destino do Marcelo, o fantasma, que, após ouvir o estouro, pensou que o Fernando tivesse mandando bala na assombração, e, apavorado, despencou do telhado em direção à rua. Mas, para sua infelicidade e na ânsia de fugir, ao pular o portão, seu braço ficou agarrado numa das pontas, fazendo assim um corte que sangrava muito. Moradores do prédio que ficava ao lado, também assustados com aquele estouro, saíram depressa para a calçada. Foi neste exato momento que algumas pessoas, ao verem o Marcelo passar correndo, machucado e com sangue escorrendo pelo corpo, resolveram telefonar imediatamente para o senhor Gabí, pai do Marcelo.
A notícia que chegou é que seu filho havia sido baleado!
Até então, ninguém sabia o que havia acontecido com Marcelo, e assim sendo, cada um foi para sua casa.
Horas depois, quando Serjão já estava em casa, no banheiro tentando retirar os resíduos de pólvora dos cabelos, eis que, de repente, chega o tio Gabi. Numa fúria sem fim, prestes a invadir privacidade do sobrinho, esmurrava a porta e queria porque queria saber o que tinha acontecido com o Marcelinho.
Para sorte do Sérgio, antes que ele arrombasse a porta, alguém teve a feliz iniciativa de começar a contar-lhe toda a verdade. Serjão observava ofegante, de dentro do banheiro, que o tio, aos poucos, foi se acalmando. Começou, até mesmo, a achar graça da história. Seu filho, orgulhosamente, teria sido um dos protagonistas de uma aventura.
Serjão viu que também seu pai, não menos assustado, começava também a dar algumas tímidas risadas.
Perguntou então, para si mesmo: E eu?... Quem diria!... Terminar esta historia, acuado, dentro de um simples banheiro.
Pensou então numa última cena, na qual faria uma fuga espetacular pela janela, mas nem isto pôde fazer, pois, afinal, só havia um pequeno basculante!
Que fique para próxima! – pensou...
Foi, mais tarde, divulgada na cidade a notícia de que teria sido realizada em Bicas, alguns dias depois dos fatos aqui narrados, uma sessão de descarrego, com a participação de algumas pessoas que haviam visitado A Fábrica. Mas nada disso foi oficialmente confirmado.
Hoje, mais tranquilo, e um sossegado pai de família, o outrora fazedor de sustos, e autor desta história curiosa, Serjão Missiaggia relata o destino d’A Fábrica:
- Enfim... a ironia do destino me reservou, neste mesmo lugar, um pequenino grande espaço que, longe de ser um cemitério do século passado, é o local no qual sobrevivo humildemente, na paz de Deus, ganhando meu pão de cada dia...

(Crônica original: Serjão Missiaggia / Adaptação e releitura: Jorge Marin)

PARABÉNS, MÁRCIO VELASCO!


Era um garoto, esse cara aí de cima, que, como nós, amava os Beatles, os Rolling Stones, o Carlos Santana, o Pink Floyd. Ah, e tinha, e ainda tem, um coração enorme.
Pois esse senhor, nosso amigo Márcio, foi protagonista de dois eventos nesta semana, ambos que mexem muito com o coração: CASOU-SE E ANIVERSARIOU!
Um abraço da Família Pytomba e votos de plenitude e paz.

quarta-feira, 21 de março de 2012

O QUE HÁ DE NOVO NO DIVÃ - VII

Arte digital por Sally Burtnick

A “veia” chegou, penso. Que coisa horrível de se falar, ainda mais de uma paciente, mas, na verdade, ela deve ter uns setenta e cinco anos, baixinha, meio gordinha e com o cabelo todo branco e muito bem penteado e armado a laquê. Aliás, a própria palavra laquê aqui é meio que pleonasmo.
- Eu quero dizer, doutor, que eu não estou vindo aqui por causa de mim. Eu estou bem, tenho uma saúde de ferro, e não tenho nenhum problema psicológico porque tenho a minha bíblia sagrada e é com ela que eu pego. O problema é o meu filho. Ele não consegue parar empregado em lugar algum. E tem me dado um trabalho danado. Agora, a irmã dele, a minha filha mais velha, tem me proibido de emprestar meu cartão para ele fazer compras lá no supermercado. Mas ele tem mulher pra sustentar. O senhor sabe como é, né?
- Não, dona Florisbela, não sei – a cartilha até manda não tratar os pacientes por “dona” ou “senhor”, mas acho que, se não a trato por “dona”, aí é que ela vai embora mesmo.
- O senhor não tem filhos? Não sabe como eles dão trabalho e como a gente é obrigada a sacrificar tudo por eles?
- A senhora não falou a idade desses filhos pelos quais a senhora tem sacrificado tudo...
- Ah, meu filho (pronto, já me adotou!), eu esqueci mas é que, depois dos setentas, a cabeça já não funciona tão bem. O Murilinho tem 47 e a Elizabete, a mais velha, tem 49. Vai fazer cinquenta no final do ano. Mas ela é muito egoísta, vive dizendo que eu tenho que parar de tratar o irmão dela igual criança, que ele precisa crescer. Mas filho, a gente sofre por eles é a vida toda, né doutor? A Elizabete ficou assim, dura, depois que o marido dela deixou ela por uma lambisgoia lá do trabalho dele. Olha, e cá pra nós, além de tudo, ela é cabrocha.
(Pra quem não entendeu esses vocábulos, lambisgoia é a atual piriguete, e cabrocha é a mulata, ou a autodeclarada negra para o vestibular.)
- E tem mais (a mulher não para de falar), a Elizabete está assim porque eu não quis (não quis não, não pude!) pagar o curso de Chinês para a Alessandra, a minha netinha. Mas é que eu já pago o balé e o Inglês.
E faz uma afirmação assustadora (pensei que a mulher era rica):
- Com os quatro salários que o falecido me deixou que é a pensão do Iapetec (aí já foi longe demais, até mesmo para mim), eu já estou passando dificuldades, pois, além desses cursos todos que eu pago, mais o dízimo, mais minha contribuição para os vicentinos, além da lista de supermercado do Murilinho, ainda tem uma coisa terrível, que eu não posso contar pra ninguém, nem mesmo para o senhor.
Como sei que isso é sinal de que ela está louca para contar, só falo:
- A senhora fique à vontade para contar o que quiser, ou não.
- Mas eu vou falar (como se eu tivesse alguma dúvida): estou com uma prestação de consórcio de quinhentos reais e deve aumentar mês que vem porque aumenta quando o carro aumenta, como o senhor deve saber.
- E a senhora não pode parar de pagar o consórcio?
- Não, porque é o carro da Suellen que já foi sorteado e ela até já bateu com ele.
- Perdão, mas eu não me lembro de quem é a Suellen.
- Não falei não? Ela é a lambisgoia, amante do Osvaldo, ex-marido da minha filha. Ele me pediu pra fazer o consórcio no meu nome. E o pior é que está sem me pagar há oito meses.
Gente, sabem que eu queria muito ter sido lutador de UFC? Queria mesmo...

(Crônica: Jorge Marin)

sexta-feira, 16 de março de 2012

RELEITURAS: O MASSACRE DA FÁBRICA DE MACARRÃO VII (RELÍQUIAS DA MORTE - PARTE I)

Arte digital por Cristi Pintilie


NO CAPÍTULO ANTERIOR DE “MASSACRE”, encontramos mais uma vez, na porta da malfadada fábrica, os amigos Serjão, Nenê, Sílvio Heleno, Dalminho e Fernando, desta vez TODOS muito assustados, cabelos arrepiados, cheirando a queimado e sem realmente entender o que havia acontecido naquela noite.
Mas, antes, vamos fazer algumas considerações sobre ele, o principal personagem desta história, o MEDO. Segundo o Dicionário de Psicologia, esta emoção é desencadeada por uma estimulação que tem o valor de perigo para o organismo. Manifesta-se, no animal e no homem, por diversas reações observáveis, dependendo das espécies e de acordo com a intensidade da emoção: eriçamento dos pelos, abaixamento dos supercílios e das pálpebras, tremor, etc., cuja função pode ser buscada num retraimento em relação ao estímulo perigoso e/ou na redução dos estímulos que assinalam o sujeito em perigo para o seu predador. Ou seja, o medo faz o sujeito fugir ou imobiliza. 
Nesta história, assim como em várias ocasiões da vida dos componentes do Pytomba, o que se viu é que o medo estava presente. No entanto, mesmo com medo, todos foram em frente; é o que se chama de coragem, ou agir conforme o coração. Assim ocorreu antes dos shows e até mesmo na concepção deste blog: quando o Serjão expressou a ideia de contar a história do Pytomba na rede, pintou aquele medão, mas fomos em frente. E como tem valido a pena!
Num comentário dos episódios anteriores, um participante da aventura – o Sílvio Heleno – afirmou que, se ele sequer pensasse que poderia existir realmente um fantasma dentro da fábrica, jamais teria entrado lá. Ou seja, o medo às vezes move. E, quem pensa que não, vai mudar de ideia quando ler “A Bomba”, a próxima e mais assustadora releitura!
Ah, e voltando à história, existe ainda aquele medo inteligente. Uma pessoa escondida num telhado de uma casa, a ponto de assustar um grupo de pessoas, entre as quais existe um cara armado, exerce aquela outra opção do medo: a fuga. Marcelo, sabendo que poderia ser um dos precursores de vítima da bala perdida, fez o que hoje chamamos de “rapou fora”, desapareceu feito gato no escuro. Deixando para trás o Serjão e o Nenê, sem nada entender o que teria de fato acontecido.
Nenê e Serjão se entreolhavam assustados sem compreender o que realmente se passou. Se fosse possível um ler a mente do outro, ainda assim nada encontrariam, pois nenhum dos dois entendia o que havia ocorrido.
Teria aquilo tudo sido programado? Mas, por quem? E quando?
Pior de tudo foi a dúvida: será que saiu tudo errado? Ou tudo teria dado certo demais?
E, mergulhados em dúvidas, e ainda meio apavorados, todos foram para casa tentar dormir.
NA PRÓXIMA SEMANA: a resposta a todas as perguntas. O que, de fato, ocorreu? Como foi que tudo saiu de controle? Como é que um time, ganhando de 3x0 até os 30 do segundo tempo, deixa o time paraguaio empatar? Não percam O ÚLTIMO (E INTRIGANTE) CAPÍTULO...

(Crônica original: Serjão Missiaggia / Adaptação e releitura: Jorge Marin)

quarta-feira, 14 de março de 2012

EXPLODINDO A EX - final

Foto publicada no blog www.sparkpeople.com/mypage_public_journal_individual.asp?blog_id=1296279

NA POSTAGEM ANTERIOR: Uma vez que ela se foi / E já não é mais criança / Não preciso de lembranças / É o que diz nosso herói / Fecha a caixa e por vingança / Bota junto a aliança / E manda por motoboy.

Avisa para a cunhada
Não quer que nada se esconda
Fala sério, não faz onda
Mas a ex-mulher é tapada
Ao ver ao caixa: caramba!
Acho que isso é uma bomba
E a confusão tá formada.

Sabem como é confusão
É igual a um fogo que atiça
Lá na vila tem um polícia
Que ao ouvir a discussão
Vem logo ver a notícia
E sem nenhuma malícia
Notifica o batalhão.

O atendimento é à altura
Logo o bairro tá cercado
Polícia pra todo lado
Umas oito viaturas
Mais de trinta cabras armados
E um tenente articulado
Comandando a bravura

No auge daquele rolo
Chega o irmão de Roberto
Tentando fazer o certo
O tenente não dá bola
Não venha dar de esperto
Pois o B.O. foi aberto
Vamos cumprir o protocolo!

Tirem daqui este chato
Diz o tenente altaneiro
Enquadrem o motoqueiro
Não suporto desacato
E assim dessa maneira
Solta a ordem derradeira:
Explodam o artefato!

O fogo sobe pro céu
E explode a geringonça
Juliette chega mansa
Vê a chuva de papel
Mais a ração (uma lambança)
E uma calcinha de onça
Que usou na lua de mel.

Assim termina a aposta
Entre o casal inimigo
O tenente sai batido
Do errado o povo gosta
Roberto não é mais bandido
Mas ganhou um apelido:
Bin Laden do Olavo Costa!

(Cordel urbano: Jorge Marin)

sexta-feira, 9 de março de 2012

RELEITURAS: O MASSACRE DA FÁBRICA DE MACARRÃO VI (RELOADED)


PREVIAMENTE, EM MASSACRE: Mais uma vez, nossos bravos amigos voltariam à fábrica assombrada: os “assombradores” Renê e Serjão, desta vez com a ajuda do “fantasma” Marcelo, e os “assombrados” Dalminho e Sílvio Heleno. BUT, desta vez, com um reforço: Fernando... pronto para matar!

Da mesma forma que da primeira vez, as coisas iam saindo perfeitamente dentro do previsto e tudo acontecia naturalmente.
Renezinho e Serjão ficaram, desta vez, na retaguarda, para conferir se as cobaias estavam mesmo assustadas ou apenas fingindo. E, com grande ansiedade, aguardavam que o Marcelo se manifestasse logo, pois seria a prova definitiva da autenticidade dos fenômenos.
Tudo ia transcorrendo absolutamente como previsto, até que... algo muito inesperado aconteceu. Antes da aparição do Marcelo, outra ocorreu: era a irmã do Serjão, Mika, que, do nada, e também sem saber de nada, apareceu no alto da escadaria, trajando um velho camisolão branco. Imaginem o que aconteceu quando viram aquele vulto branco lá em cima da escada! Foi um Deus nos acuda! Teve gente querendo até pular a janela e fugir pelos fundos da Casa Leite.
Mas, o pior ainda estaria por vir, pois, quando passaram pelo último salão, um grande estrondo ribombou pegando a todos desprevenidos. A coisa se virou contra a gente, pensou Serjão, enquanto puxava as última linhas e aí parou, apavorado: viu, com horror, o que de fato tinha acontecido. No exato momento da explosão, subiu debaixo do Dalminho uma tremenda labareda de fogo e o pobre magrelo desapareceu, no meio da escuridão e da fumaça, deixando para trás o eco de seus gemidos e apelos de socorro.
Foi inútil tentar localizá-lo com o fraco foco da lanterninha, pois parecia que estavam todos envoltos numa espessa neblina. Apesar do pânico, e do desespero geral, foram seguindo os gemidos até que... caído num canto, com as pernas pra cima, e a calça toda chamuscada de fogo... ele, o Dalminho, fez um débil aceno de dentro daqueles terríveis buracos do salão, num estado lastimável, de olhos arregalados e totalmente mudo. Sim, era ele, só podia ser mesmo o Dalminho. Juntaram-se todos, retiraram a vítima do buraco, e, enfim, conseguiram chegar, sãos e salvos (isto é, mais ou menos) ao terreiro.
A esta altura, estavam – TODOS – com os ouvidos zumbindo, fedendo a queimado e, pior, intoxicados pela fumaça. Além de aterrorizados.
O que aconteceu? De alguma forma estranha, a fábrica se vingou daqueles profanadores que usavam suas instalações com propósitos condenáveis? E o Marcelo? Estaria ainda vivo? Ou teria sido vítima de mais uma sacada rápida de Fernando Diesel?
Não percam as respostas, destas e outras inquietantes questões, inclusive com projeções para o signo de Peixes, nos capítulos finais da saga que mais injeta emoção no universo virtual: a Fábrica, Relíquias da Morte. A verdade finalmente revelada.

(Crônica original: Serjão Missiaggia / Adaptação e releitura: Jorge Marin)
Foto: Frame do filme Ghost Busters disponível em http://www.brutalashell.com/2010/12/the-lucky-13-week-five-happy-hanukkah/

quinta-feira, 8 de março de 2012

EXPLODINDO A EX - parte II

Foto publicada no blog politicalhumor.about.com

NA POSTAGEM ANTERIOR: Pois foi assim que Roberto / Separou-se de Juliette / E saiu pintando o sete / Se achando muito esperto / Sem saber que a piriguete / Suas loucuras repete / E achando tudo certo...

O padrasto dessa eva,
Pastor Carvalho, de truz,
Condena o que seduz:
“Do mundo nada se leva
Conforme ensina Jesus
E você, que é uma luz,
Jamais se junte com a treva".

Mas Jezebel não é Rute
(Juliette não é devota)
Portanto não se comporta
Quer se entregar ao desfrute
E num ato bem escroto
Resolve postar uma foto
De calcinha no Orkut.

Roberto no seu trabalho
Tem que aguentar zoação
A mulher tá um tamborzão
Uma baleia em frangalhos
E ele toma a decisão
De esquecer a assombração
Lá na casa do Carvalho.

Pega umas roupas da cobra
Que ela deixou lá no morro
Uns trapos velhos sem forro
E uma ração que é sobra
Já que ela levou o cachorro
Antes de dar um esporro
Quando se foi lá pra sogra.

Uma vez que ela se foi
E já não é mais criança
Não preciso de lembranças
É o que diz nosso herói
Fecha a caixa e por vingança
Bota junto a aliança
E manda por motoboy.

(Cordel urbano: Jorge Marin)

sexta-feira, 2 de março de 2012

RELEITURAS: O MASSACRE DA FÁBRICA DE MACARRÃO V (RELOADED)

Frame do filme Matrix Reloaded


NO CAPÍTULO ANTERIOR DE “MASSACRE”, como bem recordam, se o Carnaval não obnubilou suas memórias, encontramos nossos amigos, do lado de fora, naquela que seria uma noite inesquecível, para uns a noite mais aterradora de suas vidas, e para outros, a mais divertida. E a noite não foi realmente fácil: uns não dormiram de tanto rir, já outros, bem, não dormiram porque não conseguiram mesmo.
(Gente, olha só! Consegui usar o verbo “obnubilar”. Que coisa chique...)
No dia seguinte, bem cedo, lá estavam novamente, na fábrica, Nenê e Serjão, na montagem febril de um novo cenário. Esticavam linhas e mais linhas para todos os lados, já antevendo o que seria uma nova aventura.
Mas, de repente, algo inesperado aconteceu: surgindo do nada, e sem que fosse esperado, aparece, nada mais nada menos, quem? Quem? Pois é, o Silvio Heleno em pessoa, que, entrando fábrica a dentro, deparou-se, naturalmente, com aquela linharada que cruzava sua cabeça. Estranhamente, ele não disse uma palavra sequer, ficando ali por alguns minutos e retirando-se em seguida.
Foi a vez dos “assustantes” ficarem preocupados. Teria o Sílvio desconfiado de alguma coisa? Talvez sim, talvez não. De qualquer forma, ficaram temerosos de que suas identidades secretas fossem reveladas de repente e aí eles é que passariam a pagar mico. Na dúvida, resolveram mudar totalmente a estratégia e, após uma reunião de emergência, chegaram a uma conclusão espantosa: por uma questão de segurança a solução era... CONTRATAR UM FANTASMA!
Fantasma não é uma coisa que se encontra nas Páginas Amarelas (numa mesa branca, quem sabe?) Então, onde encontrar um fantasma irreal? Isto é, uma pessoa disposta a ajudar e que, ao mesmo tempo, preenchesse todos os requisitos de um fantasma de verdade? A princípio, pensaram, teria de ser uma pessoa com grande senso de humor e com total conhecimento do local, principalmente à noite – e no escuro. Depois de muito pensar, chegaram ao consenso de que não haveria pessoa melhor do que o Marcelo, primo do Serjão. Na infância, tinham brincado juntos várias vezes naquela fábrica. O passatempo favorito de ambos era andar no telhado, como gatos, e até de olhos fechados. O convite foi feito e, para alegria geral, ele aceitou de cara, e já no outro dia, bem cedo, estavam os três no telhado, para ensaiar um novo roteiro.
No entanto, nesta segunda aventura, os três amigos estavam um tanto apreensivos: é que o Sílvio Heleno havia convidado mais um participante, seu primo Fernando, que tinha a fama de andar armado. Conta-se que este tinha um curioso hábito: qualquer coisa que pintasse na sua frente, fosse gambá, marreco, galinha, gato, outro gambá, ele não queria nem saber... mandava bala! Este fato faria com que o Marcelo se tornasse, com certeza, um alvo em potencial, pois tudo dependeria do bom humor ou do medo do Fernando, ou de ambas emoções.
Pois foi assim, neste clima de muita tensão, que Serjão, Nenê, Dalminho, Silvio Heleno, Fernando e, já com muito medo, o Marcelo, começaram a segunda jornada.
O QUE ACONTECERÁ? MEDO? OU SIMPLES PAVOR? Conseguirão os amigos assustar as novas cobaias? Ou serão, simplesmente, abatidos, um a um, a tiros de espingarda? Não percam, na próxima semana, capítulo inédito (se vocês não olharem nos arquivos do Blog), do MASSACRE RELOADED.

(Crônica original: Serjão Missiaggia / Adaptação e releitura: Jorge Marin).

quinta-feira, 1 de março de 2012

EXPLODINDO A EX - parte I

Foto publicada no site www.chongas.com.br

O que eu vou contar agora
Não é uma briga qualquer
Entre marido e mulher
Dessas que a gente adora
É um caso a debater
Porque fez até tremer
Um bairro de Juiz de Fora.

Isto é um fato real
Que aconteceu na cidade
E mostrou que a inimizade
Vivida por um casal
Pode até na verdade
Levar a comunidade
À página policial.

O casal se separou
Até aí nada demais
Ela voltou para os pais
E ele descabeçou
Quis voltar a ser rapaz
Mas ela ainda corre atrás
Do marido que a deixou.

Por mais que seja moderno
O divórcio é um trem chatinho
E quem quer ficar sozinho
E pirar num gozo eterno
Saiba então que a ex-gatinha
Vai transformar sua vidinha
Num verdadeiro inferno.

Pois foi assim que Roberto
Separou-se de Juliette
E saiu pintando o sete
Se achando muito esperto
Sem saber que a piriguete
Suas loucuras repete
E achando tudo certo

(Cordel urbano: Jorge Marin)

BRIGADU, GENTE!

BRIGADU, GENTE!
VOLTEM SEMPRE, ESTAMOS ESPERANDO... NO MURINHO DO ADIL