sexta-feira, 29 de maio de 2015

EU NÃO QUERO SABER POR QUÊ


Lendo as notícias diárias, assistindo aos vídeos nas mídias sociais, uma mania parece ser comum a todos os leitores: o hábito de explicar, ou pior, de justificar as coisas.

Os pais mataram a filha? Ah, faltou Deus no coração. O bandido adolescente executou o idoso? Foi por causa da injustiça social. O filho vai mal na escola? Culpa da família que não dá apoio.

Vivemos uma época onde TUDO tem explicação, por mais patética, ridícula ou implausível que seja. Talvez, ao emitir uma explicação sobre o fato analisado, a pessoa demonstra que possui algum conhecimento, ainda que absurdo, sobre o assunto. E, ao mesmo tempo, meio que se protege, porque, ao explicar, coloca-se em outro nível, geralmente superior, àqueles indivíduos analisados.

Querem um exemplo? Basta morrer um fumante que, na mesma hora, na rua, no velório e no whatsapp, alguém vai comentar “com certeza foi câncer”. Como se as outras pessoas, por não fumarem, estivessem automaticamente protegidas da doença. Houve um tempo (recente) em que qualquer homossexual que morria era imediatamente diagnosticado: aids, coitado!

Esse “coitado” aí é inevitável, pois o comentarista se coloca como se ele próprio pertencesse a algum tipo de classe superior, imune a doenças, desvios, vícios e pecados. Não por acaso, pessoas absolutamente infelizes no casamento adoram dar conselhos conjugais.

Outra prática lamentável é a justificativa. Num programa de TV nesta semana, o filósofo Mário Sérgio Cortella lembrou que a palavra “justificar” significa “tornar justo”. Sendo assim, como justificar os crimes bárbaros, a corrupção desenfreada, a falta de respeito com velhos e crianças, o descaso com a natureza e o ódio?

Mais fácil seria reconhecer que vivemos numa sociedade por vezes bárbara, corrupta, agressiva, violenta e odiosa. Muitos afirmam: essas pessoas são desumanas! Puro engano: é justamente porque são humanas que agem dessa maneira. E sinto informá-los que cada um de nós tem também a semente dessas características indesejadas plantadinhas em nosso âmago.

Nem anjos nem demônios. Santo Agostinho, ao fazer um retiro no deserto, foi visitado por ambos os tipos de seres fantásticos. Segundo ele, conheceu muitos demônios que pareciam anjos e, naturalmente, anjos que se assemelhavam a demônios. Perguntado pela diferença, o grande teólogo afirmou que só podia afirmar, com certeza, depois que as criaturas iam embora. Se ele ficasse meio bolado, era um demônio; mas, se a sensação fosse de leveza, era um anjo.

Talvez ao explicar tudo e justificar todos, queremos fazer crer que só temos contato com anjos.

Crônica: Jorge Marin
Foto     : Alessandro Laporta, disponível em https://www.flickr.com/photos/alessandrolaporta/

quarta-feira, 27 de maio de 2015

E O TEMPO FOI LEVANDO


Eu estava com uma postagem prontinha pra esta quarta, mas, ao receber esta relíquia de foto de minha cunhada Cléa, não tive como deixar de comentar. Imagino que, pelo ângulo, essa foto teria sido tirada de uma das janelas do Hotel Central.

Mas, o que teria chamado de imediato minha atenção foi esse belo e amplo espaço urbano para pedestres. Um local superaplausível, que, num passado não muito distante, existiu bem ali no coração de nossa terrinha. Por sinal, espaço que foi sendo aos poucos ocupado, em função dos automotores.

O cuidado com o verde foi outro detalhe que não poderia passar despercebido, além, é claro, da qualidade e beleza do piso e dos famosos assentos com encostos, que, além de aconchegarem ainda mais aquelas agradáveis prosas de final de semana (tão típicas do interior), serviam também para os que desejavam se aquecer nos primeiros raios de sol das frias manhãs de inverno da Garbosa.

Enfim, resta-nos apenas o lamento de termos perdido tão significativa e necessária área de convivência. Espaços como esse, por sua importância social, são facilmente encontrados e preservados nas mais diversas cidades do planeta.

“As rodas vieram depois dos pés e, mesmo assim, damos mais importância para as primeiras. Todos os planejamentos urbanos são pensados para os veículos. No entanto, somos pedestres em qualquer deslocamento que fazemos” (Philip Gold).

Crônica: Serjão Missiaggia
Foto     : acervo Cléa Pessoa

segunda-feira, 25 de maio de 2015

BELEZAS DA TERRINHA


MATRIZ... 200 ANOS DE SÃO JOÃO

Foto: Serjão Missiaggia

CASOS CASARÕES & seus detalhes misteriosos ???


QUEM SABE ALGUMA COISA SOBRE ESSA CASA ???

Foto: Serjão Missiaggia

CASOS CASAS & mistério ???


QUE LOCAL É ESSE ???

Foto: Serjão Missiaggia

sexta-feira, 22 de maio de 2015

A ESPERANÇA NÃO É UMA COISA SÓLIDA


Tentamos imprimir uma grandiosidade nas coisas que sabemos e falamos (falamos pra caramba!), mas, na realidade, as coisas que importam na vida são reveladas em momentos simples, em conversas infantis e na hora em que o nosso pensamento está distante.

A passagem bíblica do pré-adolescente Jesus ensinando aos doutores no templo é um instante iluminador, não pelas palavras que aquele menino disse, mas, principalmente, pela disposição daqueles homens, tidos como “sábios, em ouvi-lo.

Quem sabe ouvir, pode aprender. E quem aprende, dizia Paulo Freire, ensina a aprender. Caminhando com o meu filho para a escola, somos abordados pela exibição de alguns panfletos e revistas de determinada religião, onde o destaque é a palavra ESPERANÇA.

- Que será que estão dizendo sobre a palavra “esperança” – pergunta ele.
- Provavelmente, que a esperança é a última que morre – brinco.
- A esperança nunca morre, pai.
- Por que, meu filho?
- Não morre porque a esperança não é uma coisa sólida! Só coisas sólidas morrem.

Escutando aquela declaração assim tão erudita, fiquei pensando se talvez não fosse melhor deixá-lo em casa filosofando (e, naturalmente, jogando videogames) do que levá-lo à escola.

Sei que, numa situação parecida, o evangelista Lucas teria muito a escrever. Eu, no entanto, do alto dos meus quase sessenta anos de pura e renovada ignorância, fico pensando assim: se a esperança não é uma coisa sólida, e não é mesmo, por que é que passamos os minutos, as horas, a vida inteira achando que as pessoas, e o mundo, vão mudar para melhor?

E o que seria esse “melhor” senão um comportamento ideal que está apenas na minha cabeça? Se, para mim, um mundo melhor seria um lugar onde as pessoas não se metessem na vida alheia, para minha vizinha de porta um mundo ideal seria um lugar onde as pessoas fossem mais fraternas. Mas, com certeza, há aqueles que pensam que o melhor lugar para viver é aquele onde as pessoas são bocós, reclamam o tempo todo, mas continuam os elegendo para governá-los.

Já estou muito velho para me iludir de cara limpa. Sei que a tendência do ser humano não é jamais ser bonzinho e corromper-se com a sociedade. Não, cada ser humano é tanto mais maldoso quanto o seu desejo se diferencia do meu desejo. Ceder ao desejo do próximo é sinal de fraqueza (alguns dizem que é amor); impor o meu desejo ao outro é prepotência, ou, numa versão mais aceitável, marketing.

Pelo menos, perder a esperança já não me pesa tanto, agora que sei que ela não é uma coisa sólida, como aprendi com meu filho.

Crônica: Jorge Marin
Foto     : AnilTamer Yilmazz, disponível em http://www.deviantart.com/art/Hope-Leaves-185453043

quarta-feira, 20 de maio de 2015

NOSSA CIDADE, NOSSO LUGAR


Andando pelas ruas da Garbosa e observando o belo trato em uma parcela de sua paisagem urbana em consequência dos festejos de seu bicentenário de fundação, ao contrário de muitos, sempre achei esse procedimento bastante significativo.

A cidade é nossa casa e por que não prepará-la sempre com carinho para seu aniversário ou mesmo em outras ocasiões especiais? Por sinal, uma prática simples e barata, que, além de produzir em nós uma sensação de limpeza e bem estar, traz também, juntamente para aqueles que nos visitam, um sentimento de leveza e aconchego.

Interessante lembrar que sempre foi uma conduta rotineira e que acontecia, ora no carnaval, ora na semana do município, onde nossas ruas e praças eram sistematicamente varridas, árvores podadas e meio fios das calçadas pintados a cal, trazendo com isso no decorrer de todo o ano, um aspecto bem mais afável aos nossos olhos.

Sou consciente de que a cidade cresceu muito, assim como os seus problemas e suas necessidades essenciais, mas quero acreditar e assim espero, que toda e qualquer intervenção pendente chegará muito em breve a cada canto e lugar.

Enquanto isso, é muito bom poder estar vendo nossa terrinha mais bonita assim.

Crônica e foto: Serjão Missiaggia

segunda-feira, 18 de maio de 2015

BELEZAS DA TERRINHA


SÃO JOÃO: TERRA E CÉU.

Foto: Serjão Missiaggia

CASOS CASARÕES & seus detalhes misteriosos


QUEM CONSEGUE SE ESQUECER DA VIDA VIVIDA AÍ NESSES CASARÕES DE SÃO JOÃO???

CASARÃO DA SEMANA PASSADA - a casa do Largo da Matriz, lugar por onde transitou Dom Pedro II, foi imediatamente reconhecida pela Dona Renée Cruz: "minhas filhas foram criadas aí na casa da Marisa Pulier (antes do sr. Eduardo Pulier e da dona Maria), correndo pelos imensos cômodos e onde eram acobertadas quando algum castigo estava pra acontecer! Era a continuação da casa delas!".

Também reconheceram a casa: Mika Missiaggia Velasco, Antônio José Capanga (que se lembrou do Nicola e do Julinho), Sonira Moraes de Araújo Laroca, Luiz Carlos Moura, Eliane Fajardo, Rita Knop Messias, Eleomar dos Santos Antunes, João Alberto Bovoy, Silvana Picorone, Raquel Bertolini, Rubem Santos Mendonça, Sônia Maria Itaborahy, Sueli Medina, Lucimar Soares de Mendonça, Jussara Magalhães Kobayashi, Jorge Vitor Honório, Tânia Bezerra, Jacqueline Girardi Reis, Maria Emília Vitoi, Zoraida Sachetto (que está na foto), Camilo Pontes (vizinho do casarão de frente), Dodora Barbosa Curcio e Miryam Itaborahy (neta do sr. Eduardo e da dona Itália).

Foto: Serjão Missiaggia

CASOS CASAS & mistérios ???


HOJE NÃO TEM MISTÉRIO - É São João Nepomuceno, 200 anos! Publicamos essa foto no Facebook, mostrando a chegada do santo padroeiro na Igreja Matriz, na comemoração do nosso bicentenário de fundação. Pela repercussão obtida, resolvemos colocá-la também no BLOG.

ACERTADORES DA SEMANA PASSADA - praticamente todas as pessoas que viram, acertaram a cena da chegada do trem à estação ferroviária. Publicada mais como uma forma de homenagem ao aniversário do município. A construção da estrada de ferro, que levava o nome da Princesa Leopoldina, foi um empreendimento do imperador Dom Pedro II, que esteve em São João para "conferir" a sua obra, visitando, como era seu costume, uma igreja, depois uma escola.

Um detalhe, lembrado por Wagner Guedes, nos chamou a atenção: o valor inestimável dos tijolinhos da estação, "marcados com o símbolo da Coroa Inglesa da época em que ainda era The Leopoldina Railway Company".

Finalmente, o depoimento da Maria Graças F. Ribeiro: "a estação, o SAMDU - Serviço de Assistência Médica Domiciliar e de Urgência, a velha Maria Fumaça sobre os trilhos, lugar de onde nunca deveria ter saído... Saudades demais. Lembranças que cheiram... Cheirinho de fumaça, do mato entre os trilhos, dos dormentes empilhados à esquerda, em frente ao prédio do Senhor Vestim Barbosa, do jardim em frente ao Fórum, Praça dos Expedicionários, da leiteria mais atrás e, lá na frente, a Fábrica Dragão. Essa foto é uma verdadeira viagem".

Foto: Serjão Missiaggia

sexta-feira, 15 de maio de 2015

UM PRÍNCIPE EM NOSSAS VIDAS


Receberemos amanhã, em nossa terrinha, a visita de Sua Alteza Imperial e Real, o Príncipe Dom Antônio de Orléans e Bragança e sua esposa Dona Cristina Maria Isabel, na comemoração do nosso bicentenário de fundação.

A presença de um membro da Casa Imperial do Brasil é um momento de intensa reflexão e revisão de valores históricos e políticos. Por quê? – dirão alguns; ou “essa história de monarquia é uma coisa ultrapassada”.

No entanto, dentro do pingue-pongue de lama, no qual se transformou a cena política brasileira, rever alguns valores tão caros e tão raros atualmente, como honra, nobreza e patriotismo, é uma oportunidade de mostrarmos aos nossos filhos o que isso significa, pois certamente não irão encontrar tais conceitos, nem na TV, nem no Facebook, nem no Whatsapp.

Muitas vezes, pensamos que somos moderninhos porque somos uma república. Na verdade, o que percebemos, e nos últimos meses mais do que nunca, é que ser republicano não é nenhum motivo para se orgulhar. A realidade mostra que as monarquias do planeta têm se revelado bases fortes e confiáveis para sistemas políticos estáveis, instituições sólidas e nações desenvolvidas.

Não por acaso, o IDH, índice da ONU que mede o grau de “desenvolvimento humano” entre os países, tem, entre os 12 países melhores colocados no ranking, nada menos do que 8 monarquias: Noruega, Austrália, Nova Zelândia, Liechtenstein, Holanda, Canadá, Suécia e Japão.

Não se trata de fazer apologia rasgada da monarquia, mas lembrar alguns fatos que, muitas vezes, são ignorados, ou escamoteados durante nosso processo de educação formal. Por exemplo, sempre dos disseram, desde bem jovenzinhos, que ocorreu uma Proclamação da República no Brasil. No entanto, o ocorreu foi um golpe militar, apoiado por barões do café ressentidos pela recente libertação dos escravos, pelos órgãos de imprensa e pela igreja católica, magoada com a interferência de Dom Pedro II na questão da perseguição aos membros da Maçonaria, na qual o nosso Imperador, mais popular do que qualquer Presidente da República já foi, reafirmou a condição de supremacia do Estado sobre a Igreja. Qualquer semelhança com a situação atual NÃO é mera coincidência!

Outra bobagem que falam sobre a monarquia é que, no regime monárquico, nós, o povo, teríamos que sustentar uma família real. A esse respeito, podemos lembrar que, no nosso sistema republicano atual, temos que sustentar a família da presidenta, do vice-presidente, dos ex-presidentes, dos 81 senadores, dos 513 deputados federais e dos 10 Ministros do Supremo Tribunal Federal. Isso oficialmente falando, porque petrobrasmente falando, há muitas bocas, bocarras e bocões para alimentar.

O decoro dos representantes da monarquia é tamanho que, conforme um amigo comum aqui de Juiz de Fora, ligado ao cerimonial do nosso príncipe visitante, este, ao saber que nossa cidade tinha um orçamento modesto, decidiu bancar, do próprio bolso, as despesas de deslocamento.

O último imperador do Brasil D. Pedro II, depois de banido do país, recusou uma indenização do novo governo brasileiro (por entender que o erário público não se destinava a esse fim), levando em seu poder apenas um pacote com terra de todas as províncias brasileiras, que foi colocada em seu caixão, em Paris, no dia 5 de dezembro de 1891, um sábado triste para o povo brasileiro.

Crônica: Jorge Marin

quarta-feira, 13 de maio de 2015

O BEVERLY VERMELHO


Fazendo minhas caminhadas, deparei-me, num cantinho da calçada, com um maço de cigarros vazio de nome bem estranho. Para não dizer, hilário, mas, diante de um impulso infantil ainda enraizado e meio que no instinto, quase mergulhei sobre ele. Por sinal, um lindo maço, que me fez viajar no tempo e a lembrar de como gostávamos de fazer coleção desses exemplares. O raríssimo maço de Beverly Vermelho era um deles, sendo que somente meu amigo Bete possuía em sua coleção. Fui descobrir mais tarde que aquele tal Beverly Vermelho era o maior blefe e que era conseguido simplesmente com a fricção de sabão em sua embalagem.     

Gostávamos de acondicionar os referidos maços em caixinhas de fósforos, e tínhamos extrema habilidade nos momentos das barganhas, principalmente ao posicioná-los na mão, e, assim como recontando dinheiro, manuseava-os com extrema técnica e rapidez.

Passávamos quase todo o dia olhando para o chão, na esperança de que pudéssemos deparar com alguma marca famosa, mas confesso certa decepção por nunca ter encontrado os célebres Everest e Beduíno.

Assim, enquanto caminhava, não tive como deixar de ir lembrando também das coleções de chaveiros, dos álbuns de figurinhas, dos adesivos (interessante como ainda me recordo do cheirinho desses adesivos plásticos!), das flâmulas, miniaturas de carrinhos, dos ovinhos coloridos de gude, gibis, alem é claro, das românticas embaixadas.

Falando em embaixadas, cheguei a enviar, de uma só vez, quase cinquenta cartas pelo correios, sendo que todas elas com o mesmo texto, mudando apenas o endereço e o nome do país.  E como era emocionante escutar os imensos envelopes sendo jogados pelos carteiros na varanda!

Os indiozinhos e os soldadinhos que vinham nos achocolatados da Toddy eram peças de outra coleção muito disputada pela garotada, e minha esperança era conseguir a qualquer momento encontrar o tal apache com seu arco e flecha. E isso me custou muitos pirirís em função de ficar tomando quase cinco copos de uma só vez, apenas pra que se pudesse comprar mais rapidamente outro vidro. Um belo dia, eu o encontrei!

Tive também uma bela coleção de selos que havia sido herdada de um de meus manos. Entre eles, constava o raríssimo centenário do olho de boi, que, inocentemente, presenteei a uma amiga juntamente com toda coleção. Dancei feio nessa!

E assim, subtraindo valor em tudo aquilo que de mais simples existia, seguíamos livres brincando pelas esquinas, interagindo com o mundo, felizes da vida.

Crônica: Serjão Missiaggia

segunda-feira, 11 de maio de 2015

BELEZAS DA TERRINHA


MAIS UMA DA SÉRIE "IGREJAS DE SÃO JOÃO".

Foto: Serjão Missiaggia

CASOS CASARÕES & seus detalhes misteriosos


QUEM SABE ALGUMA HISTÓRIA DESSE CASARÃO POR ONDE JÁ PASSOU UM IMPERADOR ???

CASARÃO DA SEMANA PASSADA - a casa da semana passada foi reconhecida por Renée Cruz, Regina Célia Ribeiro Sampaio, Rita Gouvêa Knop, Luiz Carlos Moura, Graça Lima, Rená Noronha: casa onde reside a Marlene Assafin. Segundo nossos "experts", a casa pertenceu ao Dr. Braz Mendonça, sendo posteriormente comprada pelo Dr. Moysés.

Foto: Facebook

CASOS CASAS & mistérios???


QUE CENA É ESSA QUE O IMPERADOR D. PEDRO II JÁ VIU ???

ACERTADORES DA SEMANA PASSADA - a paisagem da semana passada enganou muita gente, mas a melhor resposta foi a do Márcio Velasco que, como ele próprio diz, arriscou-se a errar com estilo, como bom pitombense: "essa é a casa do sr. Expedito Ferraz na rua Dr. Gouvêa (rua do PS) em frente à rua Maurício Velasco. A foto foi tirada a partir do átrio da Igreja Matriz ao lado direito de quem sobre as escadas". Concordaram com ele, e também acertaram: Cláudia Campos Itaborahy, Maria Graças F. Ribeiro, Jorge Vítor Honório, Maninho Sanábio, Wagner Guedes (que se lembrou do Danilo, Jujuca e dr. Antônio José/Coxinha), Luiz Carlos Moura (que disse que a outra casa é do Nenem Knop) e João Bosco Torres (que lembrou da casa do seu avô, sr. Alberto Torres, um pouco mais afastada à direita).

Foto: Facebook

sexta-feira, 8 de maio de 2015

SOM AUTOMOTIVO, DURMAM COM UM BARULHO DESSE!


Quando estou em São João, como ocorreu no aniversário do BLOG na semana passada, é inevitável não cair naquela armadilha de fazer comparações entre a vida em nossa cidade e a vida em outros locais.

Por diversas vezes, já comentamos aqui sobre a dificuldade de ter que se adaptar a outras metrópoles, pois, seja onde for, sempre bate aquela baita saudade e só conseguimos dizer, numa mistura de Dorothy (do Mágico de Oz) e do saudoso Zé Lobão ao voltar da Europa: “não há lugar melhor no mundo do que aquela curvinha antes do trevo de São João”.  

Experimentei muitas vezes essa saudade de São João quando, ainda jovem, ia até Juiz de Fora visitar meus amigos Nilson Baptista, Camilo Pontes, Veroaldinho do Couto, Júlio e Geraldo Lima, e Marcos e Luís Augusto Dadalti que moravam em uma república estudantil. A princípio, tudo era uma maravilha: diversão, bares, balada e agitação. Mas, meus amigos, na hora de dormir, eu não conseguia pregar o olho de jeito nenhum. A barulhada dos carros, buzinas, motos e sirenes não me deixava dormir. A ponto de correr à janela e gritar: “socorro, quero voltar pra São João!”

Mas o mundo, como dizem, é mesmo uma caixinha de surpresas. Depois de encontros agradabilíssimos com ex-companheiros no sábado passado, fui dormir embalado em doces lembranças da nossa terrinha. MAS, eis que... de repente, passou pela rua um carro com uma música ALTA, mas muito ALTA mesmo! De imediato, pelo deslocamento de ar, os alarmes de TODOS os carros estacionados dispararam ao mesmo tempo, gerando uma balbúrdia infernal.

Cessado inferno, tentei voltar ao sono, quando uma moto com escapamento totalmente aberto passou “voando” e espalhando seu rugido louco pelas ruas, e logo depois retornou da mesma maneira escandalosamente ruidosa.

E assim foi a noite inteira. Quase corri à janela e, a exemplo do que fazia há quase quarenta anos, gritei: “socorro, quero voltar pra Juiz de Fora!”. No café da manhã, com aquela cara de maracujá de gaveta, lembrei-me de um detalhe curioso do dia anterior. Ao visitarmos Roça Grande, deparamo-nos com uma faixa na rua, informando que o som automotivo é proibido naquele local por força da Lei Complementar nº 14/2010. Uai, questionei, será que Roça Grande se emancipou de São João?

Voltando para minha casa, corri para a Internet e constatei que a tal lei é o nosso Código de Posturas Municipais, que teve o seu Artigo 51 alterado em 2012, para incluir, ESPECIFICAMENTE, entre os ruídos que causam desconforto acústico e são, portanto, EXPRESSAMENTE PROIBIDOS: “aqueles provenientes de carros de som que estejam circulando, parados ou estacionados na via pública, entre 22 horas e 7 horas”. As multas variam de 50 a 1.000 reais.

Ufa, que bom, temos leis! Quando voltar a São João, poderei dormir tranquilo. Por via das dúvidas, acho que irei pernoitar em Roça Grande.

Crônica: Jorge Marin

quarta-feira, 6 de maio de 2015

NOSSAS TRADIÇÕES


Agradecendo, primeiramente, ao convite para a reunião na Câmara dos Vereadores na qual seria discutido o controvertido assunto sobre o DIA DE FUNDAÇÃO DO MUNICIPIO, gostaria de expressar meu modesto parecer.

Antes de qualquer coisa, não podemos esquecer que esses trabalhos de pesquisas realizados recentemente sobre o início de nosso município foram feitos por pessoas altamente capazes e bem-intencionadas.  Polêmica à parte, acredito que, na verdade, quem mais ganhou com tudo isso, foi a própria história de nossa terra. Todo trabalho de pesquisa sério, feito por pessoas sérias, havendo impasse ou não, serão sempre relevantes, pois toda e qualquer informação irá acrescentar e enriquecer ainda mais a nossa história. Para isso existem os livros, eternos guardiões do passado, que nas prateleiras estarão, com seus preciosos conteúdos, aguardando nossos futuros pesquisadores.

Mas, sou um amante das TRADIÇÕES, independente das conclusões.                         Pessoalmente, jamais abriria mão de nosso DEZESSEIS DE MAIO. Aquele mesmo dezesseis de maio que, por tantos anos, belos e inesquecíveis momentos nos trouxe.

E, por falar em tradição, vida longa ao badalar dos sinos com a bela queima de fogos na chegada em cortejo de nosso padroeiro à igreja. Das ruas limpas com suas calçadas em toda sua totalidade de meios fios pintados a cal, nos preparativos de mais uma semana do município e sua exposição agropecuária. Do barulho das fanfarras pelas ruas da garbosa, das bandas de música, dos inesquecíveis desfiles militares e escolares e de tantos outros atos cívicos e festejos espalhados pela cidade.

Fica apenas o lamento de não sermos mais despertados pelas famosas alvoradas musicais, que sempre aconteciam naquelas gélidas madrugadas de dezesseis de maio.

Enfim, vida longa às TRADIÇÕES de um povo!

Crônica: Serjão Missiaggia
Foto     : Face do Hélio Roberto Barroso Silva

segunda-feira, 4 de maio de 2015

BELEZAS DA TERRINHA


GRUPO CORONEL JOSÉ BRAZ E MORRO DO HOSPITAL

Foto: Serjão Missiaggia

CASOS CASARÕES & seus detalhes misteriosos


QUEM SABE ALGUMA HISTÓRIA SOBRE ESSE CASARÃO ???

CASARÃO DA SEMANA PASSADA - o casarão da semana passada foi publicada mais como uma homenagem, que fizemos na semana do nosso aniversário, a uma pessoa que, toda semana, é a primeira a responder (e acertar) os desafios dos casarões: a D. Renée Cruz.

Logicamente, sua casa foi reconhecida por muita gente: Sônia Maria Barbosa Mendonça, Camilo Pontes, Tânia Bezerra, Maria Graças F. Ribeiro, Milla Gomes, Cidinha Souza (que se lembrou da Copa de 1986 lá), Maria Emília Vitoi e Rubem Santos de Mendonça.

A Dione Paes resumiu a casa, a dona da casa e a alegria da casa: "Nossa! Quantos bons momentos vivemos na casa do Sérgio e da Renée! Festas e mais festas! Muita alegria! Aniversário das filhas, casamentos, reveillons, carnavais, churrascos, etc. etc. Pena que a D. Renée já não tem mais tanta animação! E nem tempo, pois trabalha o dia inteiro no facebook. kkkkkkkk".

Nós, do Pitomba Blog, publicamos a zoação da Dione, mas fazemos questão de afirmar que consideramos a D. Renée superanimada e corajosa, haja vista a sua manifestação brilhante e emocionada na sessão da Câmara dos Vereadores que tratou da mudança do Dia do Município.

Foto: Serjão Missiaggia


CASOS CASAS & mistérios ???


QUEM EXPLICA ESSA FOTO ???

ACERTADORES DA SEMANA PASSADA - A Serra dos Coquinhos, atrás da Exposição, foi reconhecida por Marcelo Oliveira e Maninho Sanábio. Como no local está sendo feito um loteamento, Wilson Soares Gomes e Graça Lima comentaram: "estão loteando as nossas infâncias".

Foto: Serjão Missiaggia

sexta-feira, 1 de maio de 2015

MEU PAI (ANTI) HERÓI

Hércules, Maciste, Aquiles e Super-Homem... nos meus dias que, costumeiramente, as pessoas chamam de “felizes” da minha infância, eu viajava o tempo todo por reinos encantados e encantadores. Monte Olimpo, Fortaleza da Solidão, Asgard e outros tantos destinos maravilhosos embalavam as minhas aventuras.

Ao lado desse universo de fantasias, só uma coisa me preocupava: o meu pai. Franzino, com seus óculos de aro preto, sentadinho no sofá e assistindo a um programa na TV com a imagem toda “chuviscada”, ele não me parecia uma pessoa capaz de salvar o planeta, ou derrotar um dragão ou, até mesmo, de ler um livro.

Operário, o sô Irenio era uma pessoa que posso classificar, hoje, como totalmente previsível: católico, congregado mariano, vicentino e profundamente cordato. Jamais o vi brigando, nem mesmo com a minha mãe. Sua voz era calma, seu olhar distante e seu abraço, economicamente discreto.

Saíamos da missa de domingo e, ao invés de descer o Beco dos Ranna, caminho natural para nossa casa na Cônego Reis, costumávamos descer todo o largo, e ir comprar uma rosca doce na Padaria do Popó. Minha mãe, de mãos dadas comigo, ia falando sobre os nomes das ruas, mas meu pai parecia extremamente incomodado com toda aquela modernidade, talvez excessiva para uma pessoa que se orgulhava de sua origem humilde em São José dos Cabritos (Ituí).

A uma da tarde em ponto, tínhamos um compromisso com a Conferência de Santa Rita de Cássia e, após a reunião, a visita aos pobres perto da Igrejinha de Santa Rita e também na Rua dos Velhos. Em todos esses momentos, eu, que tanto queria ser herói, cada vez mais me aproximava do comportamento simples, bem-humorado e calmo do meu pai. Paradoxalmente, ele parecia me admirar mais a cada dia, mesmo eu sendo cético, teimoso e anarquista.

Num dia 1º de maio, há exatos vinte anos, o trabalhador Irenio morreu. A cada ano que passa, me pego copiando os seus trejeitos, a sua fala mansa e repetindo as suas piadas. Meu filho, nascido dez anos após a morte do avô, sempre que “apronta” uma arte aqui em casa, livra-se da bronca da mãe, dizendo uma coisa engraçada e justificando: “o meu vô Irenio falava assim”.

Hoje, quando vejo algum herói novo, uma nova tendência, a última moda ou o melhor livro de autoajuda, sinto imensa saudade do meu querido pai. Imitá-lo é motivo de orgulho para mim, buscar a sua simplicidade, extrema sabedoria.

Crônica: Jorge Marin
Foto     : acervo do autor 

BRIGADU, GENTE!

BRIGADU, GENTE!
VOLTEM SEMPRE, ESTAMOS ESPERANDO... NO MURINHO DO ADIL