sexta-feira, 29 de junho de 2012

(DES)APERTEM OS CINTOS QUE O VASO SUMIU - Capítulo 2


Arte digital por Nowand4ever

NO CAPÍTULO ANTERIOR, após uma caprichada FEIJOADA na casa da sogra, e de uns suspeitos TIRAGOSTOS no Bar do Tchan, estava eu com meus cólons ascendente, transverso e descendente um tanto quanto, digamos, DENSAMENTE populosos quando acordei para viajar até Belo Horizonte.
Nesta época, tinha o doentio costume, principalmente em dias de viagem, de fumar um cigarrinho básico pela manhã e me dirigir AO BANHEIRO.  Mas, desta vez, devido ao atraso em me levantar, passei EM BRANCO (Ô DÓ!).  Desta forma, sem mesmo me despedir da família, saí correndo em direção à rodoviária, que, para minha sorte, ficava  bem pertinho aqui de casa. Alguns roncos estranhos e uma suave COLICAzinha na barriga começavam a me deixar grilado e eu, já sentado dentro do ônibus, via o motorista dar a partida.   O veiculo começou a andar e, enquanto, eu fazia o Nome do Pai, fui olhando minha casa passar pela janela com seu aconchegante banheiro. E que vontade de abortar a viagem, pedir pra descer e fazer aquela visitinha amigável à minha JÁ SAUDOSA instalação sanitária para higiene pessoal!  Nunca pensei em ter saudade de um toalete, mas neste dia, eu tive.
Desço! Não desço! Desço! Não desço. Era agora ou nunca. Teria que me decidir em segundos qual rumo a tomar. Ainda próximo ao Bar Central, uma nova colicazinha, desta vez bem mais AGUDA, chega de repente me fazendo levantar da poltrona e seguir em direção ao motorista.  TÔ SARTANDO FORA é agora, pensei!
Nisso, um FLATO prolongado e silencioso, queimando as extremidades opostas, trouxe certo alivio e coragem de seguir em frente. E foi o que aconteceu. 
Voltei, como se nada tivesse acontecido, e sentei novamente em meu lugar. Procurei  me relaxar, ir praticando a tal respiração abdominal, enquanto me distraÍa fazendo palavras cruzadas de pernas cruzadas.  Nessa hora, comecei a contar os preciosos quilômetros que faltariam para chegar a Bicas. E o ônibus nem havia ultrapassado o trevo de Roça Grande. Meu Deus! TÕ NÁGUA!  Senti que, para chegar a Bicas, seria o mesmo que ir a pé ao Japão. Mas, não haveria alternativa, pois somente lá é que aconteciam as famosas baldeações, lembram?  Assim gritava o motorista logo que o ônibus parava: - DEZ MINUTOS!  E eram dez minutos MESMO, ou seja: tempo suficiente pra TENTAR ir ao banheiro, fazer um lanche relâmpago e esticar as pernas.
Mas, voltando ao começo da viagem, lembro-me bem que fui sentado numa das poltronas do corredor, tendo como vizinha ao lado uma senhora com uma criança de colo de mais ou menos um a dois anos de idade.  Do outro lado do corredor, estava sentado uma pessoa inesquecível e divertida, na época proprietário da loteria esportiva.  Pessoa extremamente amiga, grande caráter, exemplar pai de família, muitíssimo bem humorado e BOTAFOGUENSE nato. Coincidentemente também músico.
E lá íamos nós, tranquilamente, até que, naquela descida próxima a Rochedo, a barriga estufou de vez e uma vontade danada de PULAR PELA JANELA e sentir, de perto, o contato direto com aquele capim gordura envolvido em  gotas de orvalho, me deixou ALUCINADO. Comecei a não encontrar posição na poltrona e, no desespero, resolvi brincar com a criança que estava próxima a mim.  Qualquer artifício para me distrair naquele dramático momento seria bem vindo.  Aí, pensei novamente com meu butão, ou melhor, com meus botões: “Com baldeação ou não será aqui  mesmo em Rochedo que irei parar.” MAS, ALGO ACONTECEU...  Vejam, na semana que vem, AS GUERRAS INTESTINAS (ELES SÃO DOIS!!!)

(Crônica: Serjão Missiaggia / Adaptação: Jorge Marin)

quarta-feira, 27 de junho de 2012

PALCO DOS POETAS

Frame do filme O Mundo Imaginário do Doutor Parnassus

Canta, ainda canta lá fora um realejo,
Nas calçadas mudas, cidades, vilas, lugarejos.
Pulsando a magia, que envolve e fascina,
Resto de luz que ainda ilumina,
O pedaço de chão que um dia, foi palco moradia,
De seresteiros, cantadores,
Sonhadores do silêncio, dos devaneios, das emoções e dos amores.

Assim, ao som das cordas de um pequeno bandolim,
Errante sou, das chegadas sem fim,
Caminheiro incessante,
Simplesmente companheiro de mim.

Enquanto se abraçar o braço de um violão,
O poeta sonhar, sem desfazer a solidão,
Enquanto alguém sentir, ser eterna a madrugada,
E não deixar calada, a voz que canta,
Haverá um lugar, um luar uma canção,
Poesia... Um pescador de ilusão

Haverá... Sempre haverá,
Um lugar, um luar, uma canção,
Um poeta pescador de ilusão.

Letra: Serjão Missiaggia, 1998

A canção Palco dos Poetas tem, como essência maior, a de procurar através de seus versos, mostrar uma madrugada fiel e companheira. Palco eterno das ilusões. Mesmo solitária e bela, fica a esperar por seus poetas e sonhadores, que, ao brilho das estrelas, puderam um dia, com suas canções e poesias, caminhar, viver e sonhar.  Defendida no Festival de Goianá por Ronaldo Magg e Sérgio Pavanelli.

                                     

segunda-feira, 25 de junho de 2012

CASOS CASAS & detalhes


















Quando iniciamos a publicação dessas fotos de São João, não tínhamos a noção da carga emocional que a paisagem provoca.  Talvez pela nossa tendência a ligar o cenário a algum episódio agradável ocorrido ou mesmo pela simples apreciação estética, o fato é que os sanjoanenses sentimo-nos orgulhosos da nossa cidade.  Numa das postagens anteriores, houve um pedido para que publicássemos a foto desse casarão.  E é curioso como essas casas trazem consigo, além do emocional, também o apelo histórico.  Esse casarão remete a um dos "pais" de São João: José Antônio Furtado de Mendonça, o Guarda-Mor Furtado.  Entre os seus descendentes, netos do seu neto Narciso Furtado de Mendonça, estão os patriarcas da Família Leite: Arlindo e Carlos (que depois se mudaram para Juiz de Fora onde o Dr. Arlindo foi Vice-Prefeito); o sr. Narciso, agricultor e Delegado de Polícia e o José Carlos, o sr. Zé Leite, dono da Casa Leite.  Como se vê, o Largo da Matriz, além de muita coisa para se ver, tem muita história para contar.


(Fotos: Serjão Missiaggia / Texto: Jorge Marin)

domingo, 24 de junho de 2012

OS CAÇADORES DA ARTE PERDIDA!


BOMBA! BOMBA! BOMBA! BOMBA!

Quem acompanha as aventuras do Pitomba aqui no Blog, sabe que sempre foi nosso desejo SECRETO explodir mais uma BOMBA DE MELODIAS!
AGORA, OS NOSSOS (E OS SEUS) PROBLEMAS ACABARAM!
Depois de uma INCRÍVEL busca arqueológica, o nosso herói, Indiana Sílvio, conseguiu recuperar digitalmente alguns dos mais fantásticos TRABALHOS MUSICAIS DO PITOMBA!

AGUARDEM, pois vocês, que já leem as histórias, vão curtir o SOM DO PITOMBA!
NÃO PERCAM!!!

sexta-feira, 22 de junho de 2012

(DES)APERTEM OS CINTOS QUE O VASO SUMIU! - Capítulo 1


Foto publicada no site www.naturalremedies.org

Tudo começou numa noite de dezembro de 1978, quando, após sair da casa de minha namorada, fui mais do que depressa dar umas voltinhas na rua pra tentar encontrar alguns amigos.  Pra variar segui direto para o Bar do Tchan, que, na época, funcionava bem ali em frente à casa do Dr. Nagib.  Com certeza, neste lugar estaria a galera.  E não deu outra, ou seja, por lá fiquei pra tomar aquele Gim Tônica geladinho, saborear aquele tira gosto e jogar uma partidinha de sinuca.  Confesso que, ao contrário de meu parceiro Jorge, minhas idas ao Tchan não eram assim tão assíduas.  Talvez o fato de estar namorando nos fins de semana tenha sido o motivo de ter me afastado algumas vezes desses divertidos encontros.  Mas bons momentos ficariam guardados para sempre juntamente com a lembrança dos amigos: Nilson Magno, Marquinho e Luiz Augusto Dadalti, Geraldo e Júlio Lima, Heleno Porquinho, Jorge Marin, Veroaldo, Té e nossos saudosos Tony Cabral e Júlio Dadalti.  Naquela noite, pra variar, a turma estava comemorando: uns disseram que bebiam pela morte da Golda Meir, e estavam bem alegres.  Outros diziam que estavam celebrando um ano da morte da Clarice Lispector, e estavam tristes.  Como se vê, o pessoal era bem politizado, e tudo era motivo para uma comemoração.
Mas hoje a história é outra e, numa breve oportunidade, vamos, com certeza, fazer uma postagem toda especial, contando somente as histórias desta inesquecível galera.
Voltando então ao CAUSO, minha intenção era aproveitar o máximo possível aquela noite, pois, no outro dia, teria que ir a Belo Horizonte e ficar por lá quase um mês. Imaginem vocês o que é estar no auge da juventude, namoro, turma, Pitomba e ficar praticamente três a quatro semanas dentro de um apartamento?
Coincidentemente, antes desta minha parada no Tchan, já havia saboreado na casa de minha sogra uma incrível feijoada completa, por sinal bastante apimentada e com tudo de direito.  E como comi naquela tarde! Começamos a feijoada na hora da Sucessora (novela 6) e só terminamos bem depois da Dancin’ Days!  Também não estava muito acostumado com cerveja, mas, para não dar uma de genro mal educado, bebi algumas.  Aí veio a sobremesa, mais um pouco de feijoada e coisa e tal.  Depois, gim-tônica e torresmo no Bar do Tchan... A BOMBA RELÓGIO estava armada, esperando apenas o melhor momento pra detonar, ou melhor, me “arrebentar”.
Alguns flatos e eructações começam a me avisar que coisa não muito boa poderia, EM BREVE, acontecer, mas, como todo bom recém-saído da adolescência que se preze, fui para casa e dormi como um anjinho.  Se bem que achei muito estranho, quando acordei de madrugada e vi que o Tio Zeca, que dormia em meu quarto naquela noite, havia DEBANDADO da cama e nem o travesseiro havia levado. Coisa tipo assim, abandono de incapaz, ou seja: incapaz de suportar o inevitável.  Confesso que, realmente, algo MUITO estranho ficou PAIRANDO (gasosamente) no ar aquela noite. Fui reencontrar o Tio Zeca, somente no outro dia, pouco antes de ir pra BH, e com um pregador de roupas no nariz. Fiquei sabendo depois que ele fôra dormir na sala. Enfim...
A coisa já começava a FEDER...  Mas você, felizmente, ainda não sentiram nada do que vem por aí.  AGUARDEM!

(Crônica: Serjão Missiaggia / Adaptação: Jorge Marin)

quinta-feira, 21 de junho de 2012

REALITY SHOW DA VIDA


Arte digital publicada no blog laprovitera.blogspot.com.br

Você é aquele tipo de ser humano que diz: “eu não me iludo”?  Parece que estamos cercados de pessoas que se consideram muito “pé no chão”, realista, conectado, essas coisas.  No entanto, pergunto para você, meu amigo, minha amiga centrado(a): o que é a realidade?  Afinal de contas, o que é o real?
- Ah, real é o que eu posso ver, tocar, cheirar...  enfim, o que posso perceber com meus cinco sentidos.  Real é o que é objetivo.
- Como aquele dragão que dá um pulo no filme do Harry Potter?
- Estou falando de realidade, não de filme.  Filme não é real!
- Aquele filme, que não real, faturou, até o final do ano um bilhão e trezentos milhões de dólares.
- Não é o que eu quis dizer: quero dizer que o real é aquilo que nos afeta.
- Como aquela prova de Cálculo, na semana que vem, que está fazendo com que você não durma?
- Sim, isto é real.
- OK, então real é uma coisa que ainda não aconteceu?
- Você está me confundindo...
- Só estou querendo saber se você sabe o que é real.

A verdade, gente, é que definir o real é uma coisa meio mandrake, e o “Mandrake” era um personagem de gibi, justamente, um ilusionista.  Senão, vejamos: no início desta semana, uma notícia (real) do assassinato de sua irmã, colocou uma participante (real) de um REALITY show (real?) numa dúvida (real): ela sairia do programa para acompanhar o luto (real) da família e enterrar o corpo (real) da irmã assassinada ou ficaria para disputar um prêmio (real) de dois milhões de... REAIS?  Na realidade, ela preferiu ficar.
Dias depois, um ex-presidente (real) teve que se aliar a um político corrupto (real) para assegurar seu apoio político a um candidato (real) à prefeitura de uma grande cidade brasileira.  O curioso desse episódio é que um bando de gente foi para o Facebook cobrar coerência do ex-presidente como se postura política e ideologia, atualmente, fossem coisas reais.
Então, pessoal, como dizia Platão aos caras que viviam na caverna curtindo as sombras passarem na parede: as pessoas se apegam às suas ilusões, e fazem de tudo, mas TUDO mesmo, para convencer TODO MUNDO de que elas são reais.
Do meu lado, e para não sair assim, mineiramente, digo que REAL, para mim, é poder respirar bem, poder se alimentar de forma saudável (ou seja, comer aquilo que te faz salivar), usar o tempo da forma que quiser, inclusive para curtir algumas ilusões, que, vamos combinar, são maravilhosas!
O resto são apenas coisas que os OUTROS querem que você acredite.  Até mesmo esta crônica.

(Crônica: Jorge Marin)

segunda-feira, 18 de junho de 2012

CASOS CASAS & detalhes


Como dizia meu padrinho, que era sacristão do Padre Trajano, vira e mexe, lá vamos nós de novo pro Largo da Matriz.  Não foi por acaso que foi justamente ali, daquele ladinho esquerdo de quem sobe, que ficou hospedado um governante, que fez o seguinte comentário sobre a nossa Igreja Matriz: "O interior da Igreja não me desagradou.  Tem bastante espaço e está limpa."  Era, nada mais nada menos, que o então Imperador Dom Pedro II, que chegou aqui de trem, em 27 de abril de 1881.  Como se vê, essa magia, que encantou o imperador e os nossos fundadores, continua viva, pois é a primeira vez no blog que os comentários atingem um nível tão alto de emoção, saudade e reconhecimento.  Aproveito para homenagear também a minha professora primária, D. Reneé Cruz, uma das moradoras mais apaixonadas pela paisagem do Largo.

(Fotos: Serjão Missiaggia/ Texto: Jorge Marin)

sexta-feira, 15 de junho de 2012

O DISCO VOADOR VII - a revelação (FINAL)


Foto do blog unconventionalspace.blogspot.com.br

No último episódio, a EMOÇÃO era incontrolável. Os corações batiam acelerados e a Vemaguete, também acelerada, partia resfolegante em direção À COISA. Provavelmente muitos de nós devemos ter passado por este tipo de situação-limite. Um momento no qual parece que a nossa vida vai se dividir em duas partes: antes daquele momento e depois daquele momento.
Assim era na cabeça daqueles jovens. E mesmo o velho professor e seu filho ficavam se indagando como uma emoção daquele tipo poderia ocorrer tão longe dos laboratórios e das lunetas e telescópios que lhes eram familiares. No fundo, estavam mesmo gostando de toda aquela movimentação. Embora, acostumados às silenciosas observações dos astros, tudo lhes parecesse estranhamente louco e caótico.
Até que aquela voz quebrou o silêncio, fazendo a mais inesperada das observações:
- HIII, NÃO É POSSÍVEL, MEU DEUS, AQUILO, NA VERDADE... 
- O QUE? O QUE??? – todos perguntaram.
- Tem placa.
- TEM O QUÊ??? – gritou o velho Marcos.
- É... Placa... E acaba com nove!
Alguém desconversou:
- Desculpe, doutor, mas acho que foi ilusão de ótica, sabe?
- COM PLACA OU SEM PLACA, não sou eu quem vai voltar pra ver – gritou nosso Capitão Kirk, Sílvio Heleno, e RAPOU FORA, e poderíamos dizer: a uns CENTO E VINTE POR HORA, não fosse a Vemaguete.
O resto da aventura não é difícil de imaginar.
Diante de uma decepcionante, mas aliviada, surpresa, o que aconteceu realmente, é que o encontro imediato de terceiro grau se deu, frente a frente, com uma kombi. Isto mesmo: UMA KOMBI!!!
Pois não é que estava a danada, há mais de duas horas, estacionada naquele lugar. E com as luzes acesas!!! Provavelmente, um casal de namorados que, alheios e indiferentes a tudo e a todos, amavam-se tranquilamente, da forma pacífica e calma como era comum num tempo em que não havia motel, nem violência urbana.
O imperturbável Professor Marcos, todo salpicado de poeira, tossindo sem parar, conseguia não mexer um fio de cabelo que fosse. Mantendo uma fleuma digna do Sr. Spock, olhava estático para a frente, com a cabeleira branca meio amarelada, enquanto resmungava baixinho, como numa súplica:
- Me deixem em casa, por favor!
Quando chegou em casa, o sentimento, ao ver o mestre assim todo empoeirado, foi um misto de pena e vergonha. Quando tirou os óculos para limpar, havia até um círculo branco em volta de seus olhos.  Sem dar uma única palavra, e nem mesmo olhar para trás, foi rapidamente entrando pelo portão, amparado pelo filho Jesse.
Mais tarde, todos descobriram, aliviados, que o professor, de fato, tinha achado tudo o maior barato e considerado aquela como uma das noites mais divertidas de sua vida. Segundo ele, “meu objetivo foi alcançado, pois fui encontrar alienígenas, e encontrei um bando de rapazes que NÃO FAZ PARTE DESTE MUNDO!”.

(Crônica original – Serjão Missiaggia. Adaptação/releitura: Jorge Marin) 

quarta-feira, 13 de junho de 2012

SONHOS & CANÇÕES

Arte digital por Paula Llantén

Ah!... Se eu fosse um poeta e pudesse viajar na ilusão,
E nos acordes de uma melodia, poder vagar com a imaginação,
Então... Como uma luz no abandono ao relento, tentaria voar com o vento,
Libertar o sentimento, fazer capaz o pensamento, alcançar de novo a paz,
Só assim... Solidão ficaria um instante,
Quem sabe esquecida o bastante... Ou voltasse jamais,
Ao ver enfim a poesia, abraçar a fantasia,
Na mais linda sinfonia, que o tempo não desfaz.

Canções, brinquedo de um sonhador,
Faz do tempo quase nada, sem ver calada a voz de um cantor.

Ao contemplar o universo, refaço meus versos, razão do cantar,
Meu violão um amigo, meu refugio abrigo, num eterno luar.
Vem... Vem conter o meu pranto e me envolvendo em cantos,
Faz-me capaz de sonhar.

Letra: Serjão Missiaggia

Essa música, interpretada por Betinho e Vinícius Nallon, chegou à final do Festival de Goianá .

segunda-feira, 11 de junho de 2012

CASOS CASAS & detalhes


Quando atualizamos a nossa foto de capa no Facebook, percebemos como a paisagem urbana afeta as pessoas.  Um dos nossos mais queridos parceiros - o Nilson Baptista - pediu para ver "o outro lado", pois, em frente à imagem das duas casas fotografadas, ficava a sua antiga residência.  Ou seja, embora mostrado o reverso, ele conseguiu enxergar com os olhos do coração, ou com o ponto de vista da alma.  Hoje, estamos mostrando o "lado de cá".  Mais do que as construções em si, é importante perceber o investimento sentimental com a arquitetura, como se a visão daqueles locais onde vivemos tantos momentos marcantes disparasse, de repente, o mecanismo das emoções, e abrisse o baú das boas memórias.
Deixamos, agora, o espaço para os comentários.  Quem viveu, ou vive, em São João, sabe da emoção de descer o Largo da Matriz num domingo ensolarado.

(Fotos: Serjão)

sexta-feira, 8 de junho de 2012

O DISCO VOADOR VI - guerra intergalática (vemaguete x ovni)

Foto de Scoty Filip Radosta

NO EPISÓDIO ANTERIOR, não dá para esquecer, encontramos, não mais um bando de rapazes desocupados, mas uma VERDADEIRA expedição científica. Em meio a um aparato de equipamentos capazes de registrar o menor movimento e o mais tênue espectro de luz, todos miravam... a COISA. Imóvel, refletindo o brilho fraco dos faróis da resistente Vemaguete, mas, ao mesmo tempo, catalisando a energia dos ocupantes, absorvendo toda a força vital dos aprendizes de ufologia e, na verdade, como se não estivesse NEM AÍ com toda aquela agitação.
Numa total escuridão, dentro de um sepulcral silêncio, e entre MEDOS & ARREPIOS, tudo o que se ouvia era o clicar contínuo da máquina fotográfica de Jesse Marcel que, a cada segundo, era disparada freneticamente.
A brisa suave da noite trazia aos rostos inquietos um breve alívio, mas, a cada metro que avançavam, era como caminhar em direção à cratera de um vulcão, e o medo, consequentemente, aumentava, sempre mais e mais...
O Professor Marcos... coitado!!! Já estava prestes a ter que se virar sozinho pois, dada a tensão acumulada, um simples espirro bastaria para a tripulação sair voada pelo asfalto, deixando o cientista abandonado dentro do carro, a mercê dos possíveis ETS... Ou seja lá o que fosse. 
FOI NESSA HORA que o Silvio Heleno, articulando, intimamente, a possibilidade de uma retirada de emergência, pediu que TODOS entrassem novamente dentro da Vemaguette.  O Velho Marcos, definitivamente, não gostou nada da ideia. Ficava resmungando, insatisfeito, dizendo que estava muito abafado, e que não caberia tanta gente dentro do carro. Enquanto resmungava, era sumariamente espremido e sufocado num canto do banco traseiro da Vemaguete.
Após a entrada de todos, Sílvio Heleno, como era de se esperar, afundou o pé no acelerador. Mas, desta vez, para surpresa e desespero geral da tripulação, lançou a nave, digo, o veículo, a toda velocidade, EM DIREÇÃO AO TAL OVNI! 
INSANIDADE! – todos pensaram, mas o Sílvio parecia querer, de uma vez por todas, acabar com aquela angustiante e interminável tortura e ansiedade. 
A GRITARIA foi geral e os olhos de todos, cada vez mais fixos e arregalados, viam, LOGO À FRENTE, aquele estranho objeto se aproximar cada vez mais.
A Vemaguete começou a cheirar queimado. De tanto peso e velocidade, chegou até a tremer. Um verdadeiro ônibus espacial reentrando na atmosfera terrestre! 
Mas... A COISA, aos poucos, ia SE revelando...  Faltando uns 20 metros para o final do campo de aviação, Sílvio Heleno ACELEROU ainda mais. 
Agora era tudo ou nada! 
Uns gritavam... Outros tapavam os olhos... Alguns até cantavam...
Teve gente até se abraçando, só para não chorar. 
Faltando ainda uns 10 METROS, fizeram uma curva superperigosa à direita e, passando feito um foguete pelo local, tiveram apenas alguns breves segundos de observação.  Como um AIRBUS taxiando, a velocidade era tanta que, enquanto iam, já estavam voltando. O tempo de observação foi o mínimo possível, mas suficiente para COMEÇAR A REVELAR o tão esperado mistério.
Alguém cujo nome se perdeu no tempo, mas que vinha sentado no banco traseiro, conseguiu se fazer ouvir em meio àquela confusão, fazendo a mais inesperada das observações:
- HIII, NÃO É POSSÍVEL, MEU DEUS, AQUILO, NA VERDADE... 
É O QUÊÊÊÊ? Um pássaro? Um avião? Seria a Enterprise (a espaçonave, não a danceteria!) numa dobra do tempo? Não deixem de ler, NA PRÓXIMA SEMANA,  A REVELAÇÃO FINAL. O segredo mais incrível, que jamais algum autor de ficção, por mais visionário que fosse, teria sequer imaginado. Um caso que, por seu ineditismo, não consta nem nos arquivos mais SECRETOS do Exército americano, ou nos anais criptografados da NASA. Nem a Voz de São João publicou!

(Crônica original: Serjão Missiaggia . Adaptação/releitura: Jorge Marin)

quarta-feira, 6 de junho de 2012

CORPOS: ENTRE A DELÍCIA E O DELITO

Foto por Bryan Ness

Na semana passada, eu falava aqui sobre os corpões das gatas do reality show.  Corpões significando grandes e fortes; parrudos, conforme se dizia antigamente.  Conversando com algumas pessoas, falamos sobre a moda de manipular livremente o corpo, cortando-o e modificando-o com todo o tipo de alterações imagináveis.  Relegado a dispositivo móvel descartável, o corpo pode ser claramente rejeitado pelo seu dono e condenado a ser enchido de alimento e, em seguida, esvaziado rapidamente, tudo em nome de uma assimetria entre a forma que o corpo deve ter hoje (favor pesquisar no Google) e aquela que vemos no espelho.
Impossível não nos lembrarmos, aqueles que viveram a época, dos idos dos anos 60, quando o corpo deveria ser esquecido, renegado e até, segundo alguns religiosos, mortificado.  Eu me lembro que, preparando-me para minha primeira comunhão, fui alertado pelo pároco da época a ter cuidado com minha iniciação sexual (eu tinha sete anos!) pois, segundo ele, meu corpo era o “templo de Nossa Senhora”.  Sem saber o que significava aquela palavra (um termo chulo) que ele me perguntou se eu praticava, imaginem a responsabilidade e o medo de saber o que o meu corpo poderia causar!
Quase cinquenta anos depois, no badalado século XXI, parece que o uso intensivo do corpo passou a ser compulsório.  Ou compulsivo: todos temos que ser saudáveis, sarados, jovens, magros, atléticos e energizados.  Não há espaço, nem paciência, para tristeza, baixo astral, relaxamento ou qualquer deslize que possa ser confundido com alguma coisa diferente de boa forma física.  As mulheres, então, coitadas, após sua estafante jornada dupla – e às vezes tripla – de trabalho, têm que se submeter a uma bateria de cremes rejuvenescedores, ceras depilatórias, esfoliantes, suplementos alimentares, pílulas antigordura e outros feitiços para modificar o corpo.  Não se assustem com a palavra feitiço pois, quem assistiu algum filme do Harry Potter sabe muito bem o que a palavra inglesa “charm” significa.
A Guerra Fria foi substituída pela guerra corporal.  Mas essa é uma guerra inglória pois todas as vezes, repito, TODAS as vezes em que lutamos com o nosso corpo, perdemos.  Não dá para ganhar!  Porque, se derrotarmos o corpo, ele morre.  E aí, pra onde vai a Inês?
A dessacralização do corpo, e o pior é que falo isso justamente na véspera do feriado de Corpus Christi, causou um esvaziamento metafísico das entranhas.  Hoje, o corpo humano virou uma espécie de carro que deve ser levado diariamente para manutenção, ou, se cometemos o pecado de ter nascido há mais de cinquenta anos, uma lata velha, para usar o jargão televisivo.
Não falo essas coisas buscando uma volta aos padrões moralistas e intimidatórios do Padre Oswaldo.  Afinal, o corpo nos foi dado por Deus para ser utilizado e para que nele vivamos nossa experiência terrestre.  Mas, mesmo quem não queira reconhecer nas suas vísceras nenhum tipo de santidade, TEM que admitir um mínimo de dignidade.  Se o corpo não é um templo, pelo menos deve ser  a casa da minha consciência e, só pelo fato de ser casa, moradia, tem que ser, OBRIGATORIAMENTE, respeitado, cuidado e dignificado.
Dois crimes, na última semana, um namorado que ateou fogo à ex-namorada e o esquartejamento de um empresário pela esposa supostamente traída, são claros sinais de alerta sobre esse caráter descartável do corpo.  Que saibamos ouvir além do sensacionalismo dos noticiários.  E pensar...

(Crônica: Jorge Marin)  

segunda-feira, 4 de junho de 2012

CASAS & CASOS



Aproveitando um pedido do Nilson Baptista, no Facebook (que será atendido!), estamos iniciando uma série de imagens, de casas e paisagens, que evocam algum tipo de lembrança, e até mesmo emoções, aos leitores do Blog e da Página Pitomba.
A proposta é que o espaço funcione de maneira INTERATIVA: postaremos as fotos das casas e os leitores, seguidores e curtidores poderão contar algum caso lá ocorrido.

Por exemplo: a primeira postagem é do antigo casarão do Sr. Milu, na descida da Igreja Matriz.  Embora as meninas (Mariáurea e Dorinha) apresentem a mesmo aparência hoje, a foto é antiga e traz lembranças daquele local e também das pessoas que habitaram a casa: o sr. Milu (Ricardo Soares Pontes), sua esposa, e o seu filho: o Camilo, nosso Elvis Presley.  Muitas vezes, saímos juntos para fazer serenatas e quem CURTIA, curtia ao vivo, na janela, deixava um cafezinho e uns biscoitos, principalmente se a música fosse LOVE ME TENDER, o grande hit do Camilo.  Moravam também na casa a filha do sr. Milu, Aparecida e o seu esposo, o Valdir (soldado).

(Foto: Serjão)

sexta-feira, 1 de junho de 2012

O DISCO VOADOR V - o (mal) contato imediato

Foto publicada no blog recantodacronica.blogspot.com.br

NA SEMANA PASSADA, UM DISCO VOADOR ESPERAVA, NO TREVO, PARA SER ANALISADO!  E cientificamente, tá?
ENQUANTO ISSO, NO LARGO DA MATRIZ, o Jesse entupia a Vemaguete de: lunetas, pedestais, câmeras, bússola, facão, cantis com água, mais facão, uma barraca do exército e aparelhos estranhos que ninguém imaginava o que poderia ser. 
A movimentação era tão intensa que não havia uma única casa no bairro onde não houvesse pelo menos uma pessoa na janela. Toda aquela gente, espantados e curiosos, pareciam premeditar que uma coisa não muito boa estaria prestes a acontecer.  Seria outra bomba?
Na pobre Vemaguete não cabia mais nada. Imaginem só... Todo aquele arsenal e mais... ZÉ NELY, DALMINHO, SERJÃO, JESSE MARCEL, SÍLVIO HELENO E O PROFESSOR MARCOS que, por sinal, foi praticamente sentado no colo do Serjão, e de touca.  Na correria, e numa das céleres descidas da Vemaguete, lembraram-se da bengala do professor. Ele não se lembrou... Deixaram para lá... Não iria caber mesmo...
Todos puderam sentir como deve ter sido a invasão da Normandia na Segunda Guerra Mundial: aquele bando do homens, suados e respirando com dificuldade, barbas às vezes se roçando umas às outras, o arsenal comprimindo o peito, e o traseiro em cima de objetos estranhos, possivelmente até mesmo um facão (ai!). 
Ao tentar cortar caminho pelo morro da antiga zona do meretrício, tiveram que fazer três ou mais tentativas para subir com todo aquele peso a bordo.  A fiel Vemaguete gemia a cada tentativa, deixando para trás um imenso rastro de fumaça e um insuportável cheiro de óleo queimado.  Ninguém no meio da parafernália iria se aventurar a descer, receando, talvez, ser deixado para trás. 
Após algumas tentativas, conseguiram, finalmente, e mais uma vez, chegar ao campo de aviação. 
E a COISA LÁ... ainda no mesmo lugar, parecendo sempre desafiar, com suas estranhas luzes e seu mistério. 
Nesta hora, o Professor Marcos, também bastante surpreso e assustado diante da situação, começava a encarar os fatos COM MAIS SERIEDADE.  Com toda a humildade, própria dos homens de ciência quando encaram o desconhecido, pediu a palavra, e foi logo dando algumas recomendações táticas. Em seguida, antes que fizessem a tentativa de aproximação final, ainda pediu uma rápida oração de todos.  Oração nesta altura do campeonato, principalmente solicitada pelo velho Marcos, começava de certa forma a assustar.
- Ele não é ateu? – alguém resmungou baixinho!!!
A seguir, o agora comandante da missão ordenou que os mais jovens fossem caminhando fora do carro, ou melhor, andando silenciosamente atrás dele. 
Na Vemaguete, seguiriam somente ele e o motorista que, por sinal, e para sua própria infelicidade, era justamente o que desejava estar o mais distante possível dali.  E lá foram eles... Caminhando LENTAMENTE, passo a passo, ao encontro do desconhecido.
Será o mistério finalmente desvendado? Conseguirão nossos heróis pitombenses, finalmente liderados por uma pessoa séria, conseguir realizar uma façanha que lhes dará projeção mundial? Irá Ronaldinho Gaúcho jogar no lugar do Túlio Maravilha, em Laranjal?  Respostas para essas, e outras questões, além de uma excelente de receita de pavê de chocolate, vocês verão no PENÚLTIMO capítulo dessa saga: abdução em São João.  Não percam!!!

(Crônica original: Serjão Missiaggia – Adaptação/releitura: Jorge Marin)

BRIGADU, GENTE!

BRIGADU, GENTE!
VOLTEM SEMPRE, ESTAMOS ESPERANDO... NO MURINHO DO ADIL