quarta-feira, 30 de outubro de 2013

ÉRAMOS FELIZES... E SABÍAMOS!


Primeiramente gostaria de dizer, com absoluta certeza, que essa foto, nosso maestro, amigo e colecionador de imagens da fanfarra, Beto Vampiro, não tem. Por sorte, essa relíquia, que tive a felicidade de localizar, quarenta anos depois numa exposição de fotos “meio antigas” que estava acontecendo na calçada frente à casa do Arlindo Retratista, possivelmente, iria se perder no tempo.

Por sinal, riquíssima de detalhes, onde podemos identificar várias pessoas que vieram a marcar a vida sanjoanense. Essa foto, se eu não estiver enganado, foi tirada em 16 de maio 1973, na cerimônia de abertura da Exposição. Na oportunidade, estreávamos o famoso macacão azul, sendo que, na véspera desta apresentação, alguns integrantes, diante de tamanha expectativa, vieram a pedir pra dormir no colégio.  Após o desfile, saímos pelas ruas da cidade e, subimos  em fila indiana, fazendo evoluções pela Guarda Mor Furtado, até o recinto da exposição.  

Nessa fila lateral da fanfarra, temos no bumbo e em primeiro plano, o Zezinho Leão, seguido pelo Adelson no maracanã. Tenho dúvida de quem estaria com o outro bumbo. Seria o Gerrô? A seguir vemos o Derico também no maracanã, Adriano Valente no surdo, Dalminho na Caixa de Guerra, Clarete no tarol e, finalmente, também no surdo, o outrora barbudo que agora vos escreve. Na turma da assistência, desconfio quem seriam algumas pessoas, mas prefiro não me arriscar.

Nesse histórico palanque, tão recheado de personalidades inesquecíveis e que ficariam pra sempre em nossas memórias, pude identificar nosso eterno diretor Sôbi, seu irmão Dr. Rui, Augusto Veiga, Bráulio Freitas, Dr. José de Azevedo, José Luiz de Carvalho, Sinval Borges além de duas recepcionistas da exposição, que não consegui descobrir quem seriam.

Detalhe para a cobertura do palco, que era em sapê assim como todas as outras barracas e stands. Reconheço o perigo que traziam, mas confesso que achava bastante natural e aconchegante. O piso, quase todo ele ainda em grama, nos remetia a um ambiente meio que assim rural e bastante agradável, mas, quando chovia, a coisa complicava bem.

Ainda olhando essa imagem, alguém recorda o Tiro ao Alvo Esportivo? Hoje desconfio de sacanagem naquilo, pois errar uma caixa de fósforos a três metros de distância faça-me o favor! Diga-se de passagem, era tiro de chumbinho a torto e a direita disparado pela garotada sendo que nunca veio acontecer nenhum incidente.

Mas, voltando então a 2013, espero que também gostem da foto!

Crônica: Serjão Missiaggia

Foto: acervo do autor

segunda-feira, 28 de outubro de 2013

CASOS CASAS & detalhes


Subida do Hospital.  Rua José Gomes de Oliveira.

Pra nós, pitombenses, essa rua traz muitas recordações agradáveis.  Por aqui subíamos para ir até a Casa da Tia Irineia aos sábados para as famosas reuniões que não aconteciam: chegávamos, assistíamos Sábado Som, contávamos piadas, cochilávamos, pitávamos (isto é, filávamos), brincávamos com o cachorro, comíamos pipoca, dormíamos e, no dia seguinte, à tarde, nos lembrávamos que esquecemos da reunião.

Também por essa rua subíamos para aquelas fantásticas partidas do Pitomba F. C. Quando a Belina do Sílvio "faiava", carregávamos toda a tranqueira futebolística por essas pedras até chegarmos no GIGANTE do Operário.

Muitas emoções, a maioria alegres, algumas tristes, mas muitíssima saudade...

Foto: Serjão Missiaggia
Texto: Jorge Marin

CASOS CASAS & mistério ???


QUE LUGAR É ESSE EM SÃO JOÃO?

ACERTADORES DA SEMANA PASSADA - Marcos Vinícius Amorim e Plínio de Castro Protázio acertaram: casa construída pela CFTS (Cia. Fiação e Tecidos Sarmento) na Avenida Carlos Alves.

sexta-feira, 25 de outubro de 2013

O AMOR É O QUÊ?


O amor é o que nos aproxima ou o amor é o que não nos separa?

Antigamente, e mesmo hoje em dia, debruçamo-nos sobre intermináveis romances, ditos “de amor”, nos quais uma característica estava SEMPRE presente: a mocinha JAMAIS podia ficar junto do mocinho.  Essa é a essência do amor romântico.  Julieta não podia ficar com Romeu porque ele era um Montecchio, Orfeu não podia ficar com Eurídice porque ela morreu, e o próprio deus do amor Eros não podia nem ser visto por sua amada Psiquê.

As novelas de TV só atraem nossa atenção porque um determinado casal não pode ficar junto, ou porque são irmãos e ninguém sabe, ou porque o vilão e a vilã inventam uma história que impede a união.

Lacan diz que o que aproxima as pessoas é a falta.  A pessoa sente falta de uma coisa que não sabe bem o que é, mas até pensa que sabe.  Aí vê outra pessoa e pensa que aquela pessoa pode oferecer-lhe aquilo que a completa, embora não saiba bem o quê.  Dizem os psicanalistas que o amor obtura o buraco.  Eu penso que obturação não é amor.

Nos dias atuais, há essa busca desenfreada pelo amor.  Como se o amor pudesse ser encontrado, após buscas e buscas, testes e testes, degustações e degustações.  A ideia pode parecer divertida, mas certamente não é amar, assim como dezenas de exames organoléticos não vão substituir a emoção de tomar um bom vinho.

Mas, então?  Amor é o que junta ou é o que não deixa separar?  O evangelho de Mateus dá uma pista, quando diz: “o que Deus uniu, o homem não separe”. Isso muitas vezes é interpretado como se quem casasse numa determinada igreja, não pudesse se separar.  Mas a verdade é bem outra: se Deus = Amor, então significa que o Amor é aquele elo, aquela cola que, DEPOIS de unido, não deveria ser separado pelo homem.

Quem tem o seu parceiro/parceira, sabe muito bem que o motivo que o(a) levou a iniciar um romance poderia ser o mesmo para qualquer outra pessoa desses bilhões que temos aí no mundo.  MAS, o motivo pelo qual você INSISTE em ficar junto, esse aí é o AMOR!

Ah, mas então se tem amor, não acaba, não descola mais?  Não, gente, até aquela supercola descola.  É que o amor, até mesmo o mais abençoado, também cansa, adoece, pira, desconecta.  Então, a receita, se é que existe uma receita, pode ser: fortalecer o desejo do outro!  E, mais uma vez, bate a dúvida: ah, mas e se eu investir na relação e outro não?  Mais uma vez, Lacan dá a resposta: EU AGUARDO, MAS NÃO ESPERO NADA!

Crônica: Jorge Marin

quarta-feira, 23 de outubro de 2013

O NOSSO CAVERN CLUB


Ao me posicionar em frente à casa de nosso irmão Pitombense SÍLVIO HELENO, pra tentar fazer uma foto da Pracinha do Chafariz, não tive como resistir e, virando-me pra trás, procurei fotografar mais uma vez esse BARRACÃO. Foi quando me lembrei dessa outra foto, da qual faço uso agora, para ilustrar esta postagem.

E como tem história este lugar!  Entre umas e outras coisas, coincidentemente na época em que começou a febre Pitomba, chegou a ser até um depósito de mangas. Hoje, fico pensando se já não teria sido um recurso meio que desesperado do Sr Anjinho que, com sua conhecida sapiência, não estaria profetizando um possível acampamento sonoro de nossa parte no lugar. Fundamentado ou não, só sei que não adiantou!

Nesse lugar, aconteceram nossos primeiros encontros, ou seja, os famosos ensaios descompromissados pra não tocar em lugar nenhum. Nosso negócio era fazer BARUIADA pra nós mesmos, e o que viesse depois seria mero detalhe. O local era bem deserto naquela época; sendo assim, o máximo que nosso som alcançava era o Esplendor do Morro e entorno.

Um desses ensaios foi realizado por cima de mangas, sendo que algumas delas já estariam exalando um forte odor, em decorrência de adiantado estado de maturidade.  E nós não estávamos nem aí pra isso e muito menos com o telhado, que certa vez chegou a ir pelos ares em decorrência de uma forte chuva que caiu sobre a cidade.

O pior foi que esse quase tornado, além de acabar com a energia elétrica, deixou a PAREAJE, que pra variar era toda ela emprestada, ao relento. Foi aquele corre-corre no escuro, enquanto algumas “gotículas” ficavam passeando em cima da bateria do Carlos Mauro e de um aparelho IPAME que a Nely havia levado pro Sílvio Heleno consertar.

Num outro, o Lelé Bellini, saiu pela cidade convocando todos que encontrava pra um baile que estaria acontecendo no BARRACÃO. Por sinal, éramos a única banda do planeta que ensaiava com JOGO DE LUZ (parece, que ainda somos). Quando demos por nós, havia gente até dentro do lavador e, de tantos fãs, este ENSAILE foi terminar lá pelas tantas da madrugada.

Foi ali que sentei pela primeira vez numa batera, se é que poderíamos chamar aquilo de bateria (bumbo, tarol e um prato com arrebites). DALMINHO foi outro herói, pois, além de ter que cantar num microfone de gravador e num aparelho de voz com alto-falantes passeando pelo chão, tinha como guitarra o seu velho violão com captador. Se bem que, temos que reconhecer também que aquele velho chifre de boi, servindo de instrumento para o nosso ritmista, era algo bastante incomum.

Bem, irei parando por aqui, pois, além de ser algo repetitivo, não haveria postagem que abrigasse tantos causos hilariantes que ali aconteceram.

O Pitomba veio a ter mais tarde outra formação, sendo que, com inclusão de outros componentes, tornou-se bem mais enriquecido, tanto no quesito musical, textos, composições e visual.  Mas confesso, com uma certa emoção: A PRIMEIRA FORMAÇÃO E O COMEÇO DE TUDO, A GENTE NUNCA ESQUECE.

Crônica: Serjão Missiaggia

Foto: acervo do autor   

segunda-feira, 21 de outubro de 2013

CASOS CASAS & detalhes





Praça Floriano Peixoto e Rua Capítão Bráz.  (Pra gente ver que é uma praça, tem que se fazer uma foto aérea.)  AQUI NASCEU O PITOMBA!

Mesmo com as modificações feitas pelo tempo, PARA NÓS, estarão sempre presentes: o Barracão do Sô Anginho, a casa e a Oficina do Silveleno, a casa do Gongon, a Assembleia, o Posto Esso.

Pessoas muitas vezes comentam, com um suspiro: "ai, ai, tudo que é bom passa!".  Não é verdade!  A verdade é que TUDO ESTÁ COMO SEMPRE ESTEVE, nas nossas memórias, nos nossos corações, refletido em alguma estrela, no espaço dos afetos.

Fotos: Serjão Missiaggia
Texto: Jorge Marin



CASOS CASAS & mistério ???


QUEM SABE ONDE FICA ESSA PAISAGEM SANJOANENSE ???

ACERTADORES DA SEMANA PASSADA: Gabrielle Carvalho e nosso campeão Nilson Baptista acertaram: Escola Dr. Augusto Glória.

sexta-feira, 18 de outubro de 2013

A MORTE DA FAMÍLIA. QUEM TEM MEDO DA PLC122?


Vira e mexe, como diziam os antigos, deparo na Internet com alguém na Internet falando mal da PL122, ou PLC122, sei lá.  Na verdade, eu nem sabia o que era esse TREM!

Aí, vou nos grupos de discussão e dizem: é um projeto da Senadora Martha Suplicy que, entre outras coisas, pretende proibir que se use as palavras “pai” e “mãe”, descriminalizar a pedofilia e proibir que as escolas comemorem datas relativas à família como Dia das Mães e dos Pais para não constranger os gays.

Bom, não preciso nem relatar aqui o tanto de comentários catastróficos, apocalípticos e reacionários que esse tipo de publicação gera.  Voltam, triunfantes, os estandartes da TFP, os defensores da moral e dos bons costumes, as viúvas da Revolução Redentora e todo o tipo de manifestação farisaica eletrônica.

Não vou me deter aqui na questão do projeto de lei em si porque, embora tenha minha opinião formada sobre o assunto, não quero expressá-la agora.

O que eu quero mesmo falar é o seguinte: É TUDO MENTIRA! A tal PL ou PLC NÃO trata de nenhuma daquelas questões!  NÃO proíbe pai e mãe, NÃO descriminaliza pedofilia, e a ÚNICA coisa que proíbe são as manifestações públicas contra a homoafetividade, EXCETO dentro das igrejas. Ah, e a Martha nem é senadora, pois está licenciada para assumir o Ministério da Cultura.

Assim, o que me preocupa é uma questão ÉTICA.  Falamos mal dos políticos pois eles são canalhas quando querem atingir seus objetivos.  Mas por que é que nós, quando não compactuamos com um determinado assunto, como a causa gay por exemplo, temos que MENTIR, INVENTAR, FOFOCAR?

É bem conhecida a história da filha do ex-presidente Lula, usada pelo seu oponente na campanha presidencial de 1989, que informou que a menina, coitada, havia sido abandonada pelo petista e até sido aconselhada a (Deus nos livre!) fazer um aborto.  A única verdade nisso tudo é que o Lula perdeu a eleição e o vencedor, esse modelo de moralidade pública chamado Fernando Collor deu no que deu...

Por isso, quando vejo no Face pessoas publicando esse monte de barbaridades apenas para fazer valer o seu ponto de vista pessoal, me lembro dos meus tempos de Igreja Matriz e do evangelho de Mateus: "por fora parecem justos ao povo, mas por dentro estão cheios de hipocrisia e maldade”.

E, para fechar a homilia, cito Cazuza: “o que mais ODEIO é: gente complicada e preconceituosa, hipocrisia, e ser acordado. Nenhuma outra coisa consegue ser PIOR do que isso”.  Palavra de um senhor compositor.

Crônica: Jorge Marin

quarta-feira, 16 de outubro de 2013

PITOMBA X PINGÃO - A BATALHA DA COLINA


Enquanto fazia uma arrumadinha em meu baú do Pitomba e olhava esta foto datada de JULHO DE 1978, me lembrei de quando fomos  fazer esSe histórico jogo no campo do Operário.

Foi realmente uma partida inesquecível, na qual o estádio Carlos Stiebler, totalmente tomado - de sol -, estaria testemunhando para os anais do futebol, algo INCOMUM e um tanto folclórico.
 
Diante dos olhares atentos daquela fanática MULTIDÃO... de uns três ou quatro torcedores, uma infinidade de jogadas de efeito e passes precisos era o que NÃO se via. Tinha mais gente na cabine de transmissão, cinco no total, que propriamente na arquibancada. Este jogo estava sendo transmitido em tempo real por nossa rádio INTUPI com narração emocionante e vibrante do amigo e hoje parceiro Jorge Marin.

O Juiz do Jogo foi nada mais nada menos que Luiz Quirino de Freitas que, ainda de pijama, se fez presente com toda gentileza. (Se bem, que foram quase duas horas pra que conseguíssemos tirá-lo de casa naquela linda manhã de domingo). Por sinal, numa atuação irretocável, bem ao estilo padrão FIFA, não veio a ter um erro sequer! Pouquíssimas vezes ele apitava algo, talvez em circunstância de estar lendo, simultaneamente ao jogo, uma carta, que acabara de receber de um amigo. (Ainda bem que não existia celular!)

Nesse jogo, um dos bandeirinhas, “coincidentemente” carregador de aparelhagem do Pitomba, sussurrou ao meu ouvido, dizendo para simplesmente  cair na área que, imediatamente, seria levantada a bandeira e o PÊNALTY seria marcado.  Cair foi fácil, difícil foi entrar na área.

Não me lembro do resultado, mas vencemos com moral. Conquistamos na oportunidade, a tão almejada Taça JúlioRenet, taça esta que  se encontrava durante o jogo SECRETAMENTE escondida  na Vemaguet do Silvio Heleno esperando apenas que fosse confirmado o vencedor pra que assim pudesse ser levada a campo.

Depois, sob uma chuva de foguetes e bandeira em punho, saímos orgulhosamente com nosso troféu erguido em carreata pelas ruas da cidade.
                                 
Eis a escalação de nossa mitológica seleção:
Em pé da esquerda pra direita= Quintino, Biel, Zé irmão da Nely, Marvio, Flávio, Pipita irmão da Dorinha, Márcio Velasco e nosso capitão e dono da bola Silvio Heleno.
Agachados da esquerda pra direita= Zé Marcio Reis, Dantinho, Serjão, Celso, Fernandão, Fernando e Renatinho Fenômeno (nossa ARMA SECRETA).

Crônica: Serjão Missiaggia
Foto: acervo ao autor

segunda-feira, 14 de outubro de 2013

CASOS CASAS & detalhes - Aos mestres & mestras



 Pensei em fazer uma homenagem às PROFESSORAS e aos PROFESSORES, mas esse tipo de coisa é sempre tão repetitivo e tão formal que fica parecendo aquelas coisas que se diz em festa de formatura.

Pensei: uma professora igual a minha primeira professora – a Dona Reneé Cruz – gostaria de uma coisa diferente.  E resolvi tentar expressar o porquê que a educação no nosso tempo de criança era tão boa e  o motivo de nos lembrarmos com tanta saudade, reverência e respeito dos nossos mestres e mestras.

Para início de conversa, ninguém confundia ALUNO com FILHO.  As professoras nos tratavam como alunos: ensinavam, formavam, mas JAMAIS tiveram a pretensão de educar da forma como nossas mães faziam!  Outra coisa também importante: ninguém confundia ESCOLA com FAMÍLIA.  O grupo nunca pretendeu ser nossa segunda família, como algumas escolas fazem hoje.  Em compensação, nenhuma mãe ia na escola para tirar satisfação com professora sobre ocorrências da vida escolar.

Finalmente, as professoras daquele tempo sabiam que TEORIA era só teoria e, quando saíam da Escola Normal, aprendiam com a Dona Astéria, com a Dona Terezinha, com a Dona Creuza e qualquer outra que tivesse mais tempo de casa.

Era bom aprender com aquelas pessoas que só desejavam isto de nós: que fôssemos bons alunos! 

A foto da Rua Getúlio Vargas é uma dupla homenagem: às minha professoras do Grupo Dona Judith Mendonça e também ao querido Sôbi que muitas vezes descia conosco, ficava na sua casa enquanto seguíamos animados para a Rua do Sarmento.

Fotos: Serjão Missiaggia

Texto: Jorge Marin

CASOS CASAS & mistério ???


QUEM SABE QUE LUGAR É ESSE AÍ ???

ACERTADORES DA SEMANA PASSADA - Ninguém!  Haha... Nem o Nilson Batista e nem o Maninho Sanábio acertaram a resposta: foto de um cachorro tirada da Praça da Bandeira em direção à cidade.

sexta-feira, 11 de outubro de 2013

A CRIANÇA QUE CONTINUAMOS SENDO


Quando eu era CRIANÇA em São João Nepomuceno, o mundo era tão fácil: havia um Deus poderoso no céu, um pai forte na terra e uma família em torno da qual vivíamos.

De segunda a sexta-feira, íamos com nossos uniformes azuis e brancos para o Grupo Escolar Dona Judith Mendonça.  Pé de porco, mão de onça, provocavam os nossos “rivais” do Coronel José Braz.  No grupo, ouvíamos as palavras amorosas de Dona Therezinha Isbele, cantávamos o Hino Nacional, entrávamos na Fila da Caridade para dar coisas da horta das nossas casas para a merenda da Caixa Escolar, e íamos alegremente para as salas, cantando o Hino à Bandeira.

Salve lindo pendão da esperança.  E voltávamos pra casa de forma sempre tumultuada.  Cuidado para atravessar a rua, diziam as professoras, mas eram tão poucos os carros.  Pessoalmente, na minha rua, só me lembro de um carro: o táxi do João Salvador. Enfim, chegávamos sãos e salvos, e já nos esperava um almoço simples pois, naquele tempo, a comida também era muito fácil: arroz, feijão, carne moída e angu com uma couve, taioba ou chuchu.

Comíamos e não fazíamos logo o Para Casa para não dar congestão.  Íamos para o quintal comer a nossa sobremesa que também era fácil: goiaba, manga, jabuticaba e até mesmo, que nossas mães não nos ouçam, umas laranjas do quintal do vizinho.

Vem fazer o dever, minino!  E pegávamos, com todo carinho, os nossos cadernos, para fazer o Para Casa.  Fazíamos os deveres com o olho na folha e o ouvido no rádio onde sempre tinha um adulto escutando a rádio-novela ou mesmo o assustador “Incrível, fantástico, extraordinário!”.  Às três, com deveres prontos, todos paravam para ouvir a voz rouca do Padre Vítor Coelho de Almeida na Rádio Aparecida.  Depois da bênção, voltávamos à vida normal, que consistia em brincar no quintal ou na rua e, depois que inventaram a televisão, ir na casa do sô Arlindo assistir o National Kid.

Aos domingos, colocávamos nossas melhores roupas e íamos para a missa.  Lá, após ouvir um monte de frases incompreensíveis em latim, íamos para a fila da comunhão e tremíamos de medo: diziam que o Padre Trajano, que era cego, tinha o poder de enxergar os pecados das pessoas e negar a Hóstia Sagrada, a qual, naturalmente, não mordíamos com medo de sair sangue. Depois, corríamos até a sede da Sociedade São Vicente de Paulo para a reunião da Conferência de Santa Rita de Cássia e, após a visita aos pobres, podíamos, enfim, descansar.

Não sei bem quando é que o mundo começou a ficar complicado, ou se fui eu que compliquei tudo.  O fato é que AQUELA CRIANÇA ainda continua sendo eu!

Crônica: Jorge Marin
Foto: acervo do autor

quarta-feira, 9 de outubro de 2013

FALANDO & SÉRIO - Poluição Sonora 2 !!!


Nossa intenção seria ter encerrado na semana passada esta primeira etapa da seção FALANDO & SÉRIO, mas resolvemos postar este segundo capítulo sobre POLUIÇÃO SONORA pelo fato de que, já no dia seguinte após a primeira postagem, muitas pessoas interessadas no assunto vieram se manifestar, principalmente através de e-mails. Teve até um vizinho que, ao encontrar-me na rua, veio cobrar de não ter falado sobre aquelas motocicletas com cano de descarga alterado (sem silencioso) que ficam “voando” pela cidade.

Realmente, se formos reparar bem, o negócio é retirar tudo aquilo que possa impedir o escapamento de não fazer barulho pra depois, em alta velocidade, saírem em disparada acelerando desnecessariamente para aumentar ainda mais a agressão sonora e o perigo aos que estão próximos. Por sinal, muito se tem comentado sobre alguns profissionais das entregas que têm se transformado em verdadeiros KAMIKAZES NOTURNOS.

Neste mesmo encontro, conversa vai conversa vem, e outro amigo se aproxima comentando sobre os carros propagandas. Segundo ele, alguns desses barulhentos veículos, muitos até vindos de cidades vizinhas, já teriam – E MUITO - ultrapassado os limites de som, sendo que às vezes os altíssimos decibéis se misturam tanto que acabamos não entendendo absolutamente nada o que cada um quer nos dizer.

Não podemos esquecer que som em excesso também é POLUIÇÃO e, segundo os especialistas, dependendo da potência, chegam até a excitar o sistema nervoso central. Sinceramente, sou da opinião de que uma propaganda mais SUAVE aos nossos ouvidos, aliada a uma boa qualidade sonora, atingiria substancialmente seus objetivos, além é claro, de deixar o ambiente mais LEVE, comunicável e acolhedor. 

Enquanto aquela rodinha de bate-papo só foi aumentando, chega outro amigo, inesperadamente, falando sobre os carros com som automotivo. Nesse momento, diante de um consenso geral, se fez ecoar a primeira pergunta no ar: Por que muitas vezes somos obrigados a escutar aquilo que não queremos? E o que é pior, na altura que não queremos?

Estaríamos vivendo a Era do Ouvido Lascado ou aquele velho ditado, que dizia “SUA LIBERDADE TERMINA ONDE COMEÇA A DO PRÓXIMO”, já virou coisa do passado?

Pessoalmente, não tenho absolutamente nada contra aqueles que insistem e gostam de viajar em exagerados e “GRAVES” decibéis sendo que, em muitos casos, considero ser também uma forma de manifestação CULTURAL. Penso apenas que cada um deveria ficar restrito apenas a seu QUADRADO.

Sem querer generalizar, reconheço que a maioria desses fatos, muito dos quais podendo até ser caracterizado como PERTURBAÇÃO DA LEI E DA ORDEM, é oriunda de alguns que, simplesmente, ignoram a existência de outros ao seu lado. Alguns profissionais do Som ou mesmo proprietários de carros automotivos, muito dos quais meus amigos, são pessoas éticas que, de maneira digna e honesta, respeitando acima de tudo o próximo, vão se divertindo ou mesmo ganhando o pão de cada dia.
    
Pra terminar, ouvi comentários segundo os quais, certa vez, um sino de Igreja veio a ser incômodo para algumas pessoas. Aí fiquei pensando: Daqui a pouco poderá ser um abaixo-assinado contra o cantar dos sabiás, dos canarinhos da terra, das maritacas, o ruído das folhas que estão sendo varridas ao amanhecer ou, quem sabe, até contra o meu som do Roupa Nova.

Então, despedimo-nos, temporariamente, desta seção FALANDO& SERIO, para voltar, aleatoriamente, ou, como dizia o Repórter Esso, a qualquer momento, após o término de cada CAUSO.

Crônica: Serjão Missiaggia.

terça-feira, 8 de outubro de 2013

O JOÃO DO BOTAFOGO


Dias atrás tivemos a triste noticia da morte do João do Botafogo. Mais um pedacinho de nós que foi ao encontro de nosso Deus Supremo! Muitas saudades e lembranças ficarão nos corações daqueles que passaram pelo clube, entre os quais a nossa geração dos anos 70.  

Eu, particularmente, o conhecia desde 1972, quando comecei a frequentar, juntamente com a turma da Pitomba, a pracinha do Botafogo. Infelizmente, sou obrigado a dizer que O CLUBE NÃO SERÁ O MESMO SEM O JOÃO. Puro exemplo de DEDICAÇÃO, AMIZADE E, ACIMA DE TUDO, AMOR AO LUGAR E AO TRABALHO QUE EXERCIA.  

Interessante que, no ano passado, quando cheguei ao clube pra fazer algumas fotografias para o Blog, encontrei-me na piscina com o João. De imediato, não pensando duas vezes, procurei fotografá-lo, pois senti naquele momento que aquela sua imagem é que realmente iria nos traduzir à verdadeira essência do lugar. E assim foi...

Foto e texto: Serjão Missiaggia

segunda-feira, 7 de outubro de 2013

CASOS CASAS & detalhes






Árvores.
E sombras das árvores.
Muitas vezes ficamos divagando aqui sobre a utilidade da Natureza ou o progresso ou o dilema: cortá-las ou não cortá-las.  Sabemos que essas nossas amigas vegetais, assim como nós, envelhecem e um dia também morrem.  Enquanto isso, quanta utilidade!
Mas a questão não é essa...
(Vendo essas fotos) A questão é SENTIR.

Fotos: Serjão Missiaggia
Texto: Jorge Marin

CASOS CASAS & mistério ???


MAIS UM DESAFIO PARA OBSERVADORES! QUE LUGAR É ESSE ???

ACERTADORA DA SEMANA PASSADA - Só a Eliane Fajardo deu a resposta EXATA (casa da Dra. Geani).

sábado, 5 de outubro de 2013

FOTO MISTÉRIO ESPECIAL ??? DE ANIVERSÁRIO

Ao passar por esse lugar, coincidentemente um dia antes do NIVER deste grande parceiro administrador e responsável pelo Blog Pitomba chamado Jorge Marin, que tive a ideia desta brincadeira. Peço apenas aos leitores, que deixem esta difícil missão apenas para nosso nobre aniversariante, que com seus trocentos anos sem caminhar por essas bandas, possivelmente, não será capaz de identificar o local.

No mais, que esta data se repita por muitas vezes, nos trazendo com ela muitos outros causos, textos, poesias, crônicas, reflexões e claro, o prosseguimento desta bela amizade.


Aquele forte abraço e vá preparando a mesa aí, pois pela manhã, estarei chegando com alguns componentes do Pitomba, pra saborear aquela geladinha e conhecer os novos dotes culinários do amigo.

BLOGtafoguense Serjão Missiaggia

sexta-feira, 4 de outubro de 2013

O PROGRESSO DE SÃO JOÃO


Quando eu era criança, em São João Nepomuceno, ouvia o Governador Israel Pinheiro falar que o PROGRESSO estava chegando à cidade.  Quase cinquenta anos depois, debatendo questões ambientais com os inúmeros leitores do BLOG e dos grupos de discussão do Facebook, a questão, nem sempre muito clara, do PROGRESSO, continua inatingível e, vamos combinar, difícil de definir.

O que é, afinal, o PROGRESSO?

Voltando ao meus dias de menino, lembro-me claramente que o meu herói favorito era o Bufallo Bill, vaqueiro americano que, num único ano, matou cerca de 5.000 búfalos, praticamente extinguindo a espécie.  Foi também batedor do Exército Americano que foi responsável por um genocídio das principais tribos indígenas da América. 

Naturalmente, se me perguntassem, naquela época o que traria o progresso, eu diria, sem pestanejar: PROGRESSO É MATAR BÚFALO E ÍNDIO!

Um poeta polonês, chamado Stanislaw Lec, perguntava: É PROGRESSO CANIBAL USAR GARFO?  Esse aforismo é bem ilustrativo da noção de progresso que as pessoas são capazes de adotar.  Na matéria de segunda-feira do BLOG, a respeito de árvores e sombras, afirmei que eu pensava que seria tempo de São João adotar a postura de cidade do interior e assumir a sua grandeza.  Muitas pessoas torceram o nariz, afirmando como eu poderia ser a favor do progresso (aí entendido como sinônimo de grandeza) e, ao mesmo tempo, ser a favor da causa ambiental.

Volto a afirmar: é tempo de São João assumir a sua grandeza!  Mas, quando falo de grandeza, quero dizer qualidade de vida, hospitalidade, beleza e cultura.  Muitos podem argumentar: mas, uma cidadezinha de pouco mais de 25.000 habitantes pode ser considerada progressista?  Respondo: há PAÍSES inteiros, como Mônaco e San Marino, com um pouquinho mais de habitantes do que nós; isso sem falar no Vaticano!

Nas diversas polêmicas sobre questões ambientais presentes nos grupos de discussão, encontramos pessoas que são a favor de asfaltar toda a cidade para não agarrar o salto alto do sapato nas pedras.  Outras defendem a retirada dos calçamentos centenários para não prejudicar o amortecedor do carro.  Frívolas?  Não, não acho!  Cada um tem, em si, de acordo com seus valores pessoais, a noção de progresso, naquele momento.

A tendência dos mais velhos é se preocupar com os descendentes, ao passo que os jovens, geralmente, querem viver o momento presente.  O Poder Público, por sua vez, DEPOIS de ouvir as pessoas, tem que agir visando o BEM COMUM e buscando garantir um FUTURO MELHOR para os cidadãos. 

Para mim, progresso é PAZ, e esta, como ensinava o Buda “vem de dentro”.  Não adianta procurar à sua volta!

Crônica: Jorge Marin

quarta-feira, 2 de outubro de 2013

FALANDO & SÉRIO - Poluição Sonora!!!


Hoje pela manhã tivemos, em nosso pé de caqui, a visita de um cantante SABIÁ LARANJEIRA.

Este fato me fez lembrar quando, certa vez, também fui acordado pelas primeiras cacarejadas de nosso garnizezinho Pavarote.  Naquela oportunidade, já um tanto enjoado de ficar na cama, resolvi aproveitar o momento de alvorecer para dar uma chegada ao Computador. Era uma típica manhã de inverno, onde um lindo céu totalmente azul começava a trazer consigo tímidos raios de sol.

Há muito que eu não despertava com um domingo tão inspirador sendo que até mesmo nosso terreiro amanhecera congestionado de PÁSSAROS. E eram muitos e de varias espécies que, numa bela sinfonia, nos traziam muita paz.

Lá fora era possível escutar o barulho de folhas mortas sendo arrastadas pelo varredor de rua o qual, trabalhando alegremente, ia tentando assoviar canções de Roberto Carlos. Alguém montando um cavalo de trotar cadenciado e lento começava a passar de frente à minha janela enquanto ao longe os sinos da Igreja, em dobrados ritmados e constantes, chamavam os fiéis para missa. Um harmonioso momento a nos transmitir alegria e serenidade.          
Interior tem dessas coisas. Que bom que ainda seja assim!

Inesperadamente, minhas janelas começaram a tremer. Uma pressão sonora estranha vinda de um veículo automotivo que começara a passar frente à minha casa, além de acordar assustado o resto da família, desfez em segundos o que seria meu breve momento de introspecção. Aquele ruído estranho, que mais parecia o estrondo de um trovão, simplesmente invadiu a privacidade de um espaço que IMAGINAVA até então ser só meu.

Como se não bastasse, a pressão sonora foi tamanha, que fez disparar o alarme de dois veículos que estavam estacionados na calçada. Os sons se misturaram e o caos se instalou.

Já não pude mais escutar o silêncio, ou melhor: SILENCIARAM os pássaros, o trote vagaroso do cavalo, os sinos da Igreja, as canções assoviadas e, o que é pior, A MINHA INSPIRAÇÃO.

E assim, o silêncio se perdeu ante os apelos frenéticos dos motores e alto-falantes que, desvairadamente, começavam a desfilar pela rua, BRINCANDO de fazer barulho e a correr contra o tempo.

Desliguei o PC e fui tomar meu café!

Um último comentário: por que é que, através do tal aparelho de medir a altura do som (decibelímetro) não se monitora o excesso, pelo menos durante as madrugadas de fim de semana?


Crônica e foto: Serjão Missiaggia.  

BRIGADU, GENTE!

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VOLTEM SEMPRE, ESTAMOS ESPERANDO... NO MURINHO DO ADIL