Hoje pela
manhã tivemos, em nosso pé de caqui, a visita de um cantante SABIÁ LARANJEIRA.
Este fato me
fez lembrar quando, certa vez, também fui acordado pelas primeiras cacarejadas
de nosso garnizezinho Pavarote. Naquela
oportunidade, já um tanto enjoado de ficar na cama, resolvi aproveitar o
momento de alvorecer para dar uma chegada ao Computador. Era uma típica manhã
de inverno, onde um lindo céu totalmente azul começava a trazer consigo tímidos
raios de sol.
Há muito que
eu não despertava com um domingo tão inspirador sendo que até mesmo nosso
terreiro amanhecera congestionado de PÁSSAROS. E eram muitos e de varias
espécies que, numa bela sinfonia, nos traziam muita paz.
Lá fora era
possível escutar o barulho de folhas mortas sendo arrastadas pelo varredor de
rua o qual, trabalhando alegremente, ia tentando assoviar canções de Roberto
Carlos. Alguém montando um cavalo de trotar cadenciado e lento começava a
passar de frente à minha janela enquanto ao longe os sinos da Igreja, em
dobrados ritmados e constantes, chamavam os fiéis para missa. Um harmonioso
momento a nos transmitir alegria e serenidade.
Interior tem
dessas coisas. Que bom que ainda seja assim!
Inesperadamente,
minhas janelas começaram a tremer. Uma pressão sonora estranha vinda de um
veículo automotivo que começara a passar frente à minha casa, além de acordar
assustado o resto da família, desfez em segundos o que seria meu breve momento
de introspecção. Aquele ruído estranho, que mais parecia o estrondo de um
trovão, simplesmente invadiu a privacidade de um espaço que IMAGINAVA até então
ser só meu.
Como se não
bastasse, a pressão sonora foi tamanha, que fez disparar o alarme de dois veículos
que estavam estacionados na calçada. Os sons se misturaram e o caos se
instalou.
Já não pude mais
escutar o silêncio, ou melhor: SILENCIARAM os pássaros, o trote vagaroso do
cavalo, os sinos da Igreja, as canções assoviadas e, o que é pior, A MINHA
INSPIRAÇÃO.
E assim, o
silêncio se perdeu ante os apelos frenéticos dos motores e alto-falantes que,
desvairadamente, começavam a desfilar pela rua, BRINCANDO de fazer barulho e a
correr contra o tempo.
Desliguei o
PC e fui tomar meu café!
Um último
comentário: por que é que, através do tal aparelho de medir a altura do som
(decibelímetro) não se monitora o excesso, pelo menos durante as madrugadas de
fim de semana?
Crônica e
foto: Serjão Missiaggia.
Tempos atrás criaram os fones de ouvidos, práticos e úteis.
ResponderExcluirO barulho dos sem-noção (e educação) é proporcional ao silêncio (omisso) dos sem paciência para gastar tempo e energia articulando uma solução para o desconforto e invasão de privacidade causados pelos altos sons em automóveis e residências.
Grande Sylvio, o barulho dos sem educação é proporcional ao nosso silêncio. Por isso, o negócio é botar a boca no mundo. Aqui no Alto dos Passos já começamos a buscar a solução juntos aos órgãos públicos e temos conseguindo algumas vitórias até surpreendentes.
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