sexta-feira, 31 de janeiro de 2014

VÓ SÓ


Eram umas sete pessoas mais ou menos, na casa.  No entanto, descontados os computadores, i-pods, celulares, tevês e quetais cibernéticos, ela estava na mais absoluta solidão.

Todos falavam ao mesmo tempo, consigo mesmos, nenhum entre si, numa espécie de esquizofrenia em banda larga de mega alienação.

Mãe, vó, bisa, cabelos ralos e brancos, levantou-se, com um pouco de dificuldade e foi para a cozinha.  Sentou-se na mesa baixa onde tomavam o café, mas não acendeu a luz.  Na cozinha, único lugar da casa no qual ela tinha conhecimento e controle, podia viver a plenitude dos aromas e temperos e saborear um pedaço de broa de fubá.

Sentia, na verdade, muitas saudades.  Do rádio, do marido, das missas, dos circos e do trem de ferro.  Pensou, por um momento, ter ouvido seu pai entrando e batendo a porta com estrondo.  Provavelmente, algum filme na tevê.

Lá pela meia-noite, a sinfonia foi se apagando: aparelhos desligados, desconectados, cabeças off line, silêncio e penumbra.

Lá na cozinha, esquecida, a vó de olhos fechados (com lágrimas), no escuro.  Dorme?

Conto curto: Jorge Marin
Foto: Slavko Pavlovic, disponível em http://www.flickr.com/photos/slavkopavlovic/3524458029/ 

quarta-feira, 29 de janeiro de 2014

FALANDO & SÉRIO - Insegurança urbana parte 1


Aproxima-se o CARNAVAL, e já que estamos atravessando – em nível nacional - um momento delicadíssimo quanto à segurança urbana, por que não esquecemos os fatores EXTERNOS que vêm contribuindo para esse surto, e não começamos a rever, pelo menos enquanto persistir esta nebulosa realidade, alguns conceitos em ÂMBITO LOCAL, para OS NOSSOS PRÓPRIOS problemas?

Por um lado, encontramo-nos diante de um contexto federalista, a nos fazer bater de frente com um código penal que, mesmo ante os apelos da sociedade por urgentes transformações, continua a trazer agonia ao sistema.  E também na esfera estadual, parece que certo abandono nitidamente se faz perceber.

Interessante e difícil de aceitar é a percepção de que tudo o que diz respeito à SEGURANÇA URBANA vem caminhando INVERSAMENTE proporcional aos fatos e ao tempo, deixando-nos cada vez mais de mãos atadas e prisioneiros de nós mesmos. Enquanto seguimos acompanhando o aumento populacional das cidades (ai também incluso o da nossa terrinha) com os seus terrificantes desafios sociais, vemos o DESAPARECIMENTO de nosso até então contingente de policiais que, mesmo há vinte anos, já nem tão grande era.

CADEIA aqui já não mais existe, e, pasmem, para se fazer um simples B.O. numa cidade de 26.000 habitantes, muitas vezes somos obrigados a percorrer 72 quilômetros até nossa vizinha Juiz de Fora. Uma triste sensação de que o tempo foi passando e algumas coisas foram simplesmente andando pra trás.

Sei não, mas começo a acreditar que a população brasileira pagará um preço muito alto por esta COPA 2014. Desconfio que quase tudo esteja sendo canalizado para os grandes centros, principalmente para as cidades sedes, deixando o interior a ver pavios, digo navios.

Nada é mais importante do que vidas humanas e, mesmo que MEDIDAS ANTIPÁTICAS em ÂMBITO LOCAL venham trazer alguns efeitos colaterais, o CUSTO-BENEFÍCIO será infinitamente maior. Flexibilizar é preciso, e sábio será aquele que, em nome da COLETIVIDADE, souber com coragem e determinação, AMOLDAR seu pedaço de terra às intempéries deste CONTURBADO CENÁRIO SOCIAL.

Enfim, como bem diz o velho ditado popular: “CAUTELA E CANJA DE GALINHA NÃO FAZEM MAL A NINGUÉM” (principalmente neste momento). (continua)

Crônica: Serjão Missiaggia

segunda-feira, 27 de janeiro de 2014

CASOS CASAS & detalhes



2014 é o ano do SESQUICENTENÁRIO DE DANIEL SARMENTO!

Se podemos dizer que existe um herói sanjoanense, tenham certeza de que esse é O CARA.  Vindo da vizinha Rio Novo, foi telegrafista da Estrada União Mineira e agente da estação de Filgueiras.  Com vinte e poucos anos, iniciou aqui em São João um empreendimento comercial revolucionário: a Casa Sarmento, que oferecia produtos, armarinhos e outros a preços BAIXÍSSIMOS.  Sua estratégia?  Vender somente A DINHEIRO.  Com isso, obteve imenso sucesso, atraindo “fregueses” de muitas cidades vizinhas.

A loja do Daniel ficou tão famosa que a rua na qual se localizava ficou conhecida como a RUA DO SARMENTO.  Alguém conhece?

Com 29 anos, idade em que hoje muitos adolescentes tardios estão entregando suas cuecas para as mães lavarem, o empresário Daniel Sarmento fundava a Fábrica de Tecidos Mineiros, embrião da nossa COMPANHIA FIAÇÃO E TECIDOS SARMENTO, no início presidida pelo nosso Coronel José Brás e, no ano oficial de sua fundação – 1905 – comandada por outro ilustre sanjoanense, o Dr. Carlos Alves.

Daniel Sarmento recebeu, por graça do Dr. Augusto Glória, em 1901, uma honraria que poucos receberam aqui em São João, o nome de um logradouro ainda em vida: a nossa gloriosa PRAÇA DANIEL SARMENTO, justa homenagem a um homem que mudou a história do município, de “roça” para cidade.

Por ironia do destino, o empresário veio a falecer sete anos depois, em 1908, com apenas 44 anos de idade, vítima de uma uremia, segundo relata nosso historiador José de Castro Azevedo.  O busto que hoje existe na praça foi inaugurado pelo Dr. Péricles de Mendonça em 1915.

A praça, homenagem a Daniel Sarmento e um verdadeiro PRESENTE para a cidade, sempre foi linda, tendo, no princípio, um gradil a contorná-la e belíssimos bancos de ferro da famosa Fundação Indígena do Rio de Janeiro, e seu inesquecível repuxo central.

Preocupado com o descaso com a praça, o prefeito Agenor Henriques Soares entendeu-se com a administração da fábrica, retirou o gradil, entregou-a à população sanjoanense e assumiu a responsabilidade do poder público municipal pela sua manutenção, o que vem sendo feito até hoje, às vezes mais, às vezes menos atentamente.

Seja o que for, a PRAÇA DANIEL SARMENTO foi, e será sempre: homenagem a um herói, cartão postal da cidade e presente para o povo.  Que assim seja!

Fotos: Serjão Missiaggia
Texto: Jorge Marin

CASOS CASAS & mistério ???


OLHEM PARA BAIXO! ONDE FICA ESSE LOCAL ???

ACERTADORES DA SEMANA PASSADA: Luiz Carlos Moura, Márcia Nerval, Sônia Soares, Diego Silva e Juliana Lanini reconheceram a casa da subida do Santo Antônio, nosso mistério da semana passada.

sexta-feira, 24 de janeiro de 2014

CASOS CASAS, e a tradição?


- Por causa do dinheiro, estão destruindo nossa cidade!

Essa frase, que ouvi de um taxista na cidade de Gramado na semana passada, pode parecer um exagero, pois é difícil achar uma região do Brasil mais preocupada com identidade cultural, autoestima e sentimento de pertencimento do que o sul do Brasil.  No entanto, pelo que pude perceber de passagem, a demolição de um antigo casarão no centro da cidade está causando um mal estar na população.

Pensei: se lá, que é um local onde as pessoas respeitam a postura urbana, a conservação do patrimônio cultural e a sustentabilidade, imaginem por aqui, em Juiz de Fora, e mesmo na nossa São João Nepomuceno?

Em Juiz de Fora, casarões centenários foram transformados em estacionamentos, bairros tradicionais vêm dando lugar a sucessivos arranha-céus e as atividades comerciais “brigam” com moradores da zona sul.  Em São João, tenho acompanhado acalorado debate sobre projetos arquitetônicos modernos visando substituir espaços tradicionais da cidade.

Em todos esses debates, é preciso ficar claro que a cidade é um conjunto de criações NOSSAS: se conservamos, cuidamos e preservamos, teremos uma cidade mais tradicional, coesa e amigável.  Se, por outro lado, alteramos a paisagem urbana SEM participação da população, SEM respeito às construções existentes e, principalmente, SEM preservação do meio ambiente, o que teremos, nas palavras do urbanista Jaime Lerner, não é uma cidade, mas sim “... um acampamento, metástase de um crescimento irregular, descontrolado”.

Portanto, o que se espera é que esses empresários saibam que, para obter sucesso, necessitam atrair turistas que tornem o empreendimento efetivo.  Mas, para que a cidade seja atraente para os turistas, e este é outro ensinamento de Jaime Lerner, é preciso que ela seja PRIMEIRO atraente para a sua própria população.  Não tem como “ajustar” a cidade para turistas, mas, a forma pela qual a cidade atende às expectativas do seu povo é um DIFERENCIAL, pois qualidade de vida, esta sim, atrai visitantes.

Quanto aos projetos de revitalização de espaços urbanos, eles só irão funcionar se tiverem a “cara” da população, pois, se guardarem em si uma marca pessoal dos dirigentes que os construírem, irão ser solenemente rejeitados – e sabotados – por uma eventual administração oposicionista que subir ao poder.

Sonhamos com uma cidade humana, bela e criativa.  Não precisamos, nem queremos, desenterrar os ossos dos nossos antepassados queridos.  Mas queremos, desejamos ardentemente poder sentir o mesmo orgulho e alegria que sentiam em ser sanjoanenses.

Crônica e foto: Jorge Marin

quinta-feira, 23 de janeiro de 2014

ADEUS, SR. DALMO!


O ferroviário é marinheiro em terra
e nos pequenos portos sem marinha
– povos do bosque – o trem corre que corre
desenfreando toda a natureza,
cumprindo sua navegação terrestre.
Quando descansa o grande trem
juntam-se os amigos,
entram, abrem portas da minha infância,
a mesa é sacudida,
ao golpe de uma mão ferroviária
batem os grossos copos do irmão
e faísca
o fulgor
dos olhos do vinho,
o meu pobre pai duro
ele ali estava, no centro da vida,
a viril amizade, a taça cheia.
Sua vida foi um rápido serviço
e entre seu madrugar e seus caminhos,
entre o chegar para sair correndo,
um dia com mais chuva que em outros dias
o condutor José del Carmen Reys
subiu no trem da morte e nunca mais voltou.

Esse poema de Pablo Neruda é uma homenagem ao nosso amigo José Dalmo Pereira, que partiu para sua última viagem aqui da terrinha, mas deixou um legado de honra, companheirismo e uma família incomparavelmente bela.  Ao Dalminho e demais familiares, o nosso abraço fraterno. 

quarta-feira, 22 de janeiro de 2014

FALANDO & SÉRIO - Do meu tempo


Essa outra imagem panorâmica da cidade, que fiz questão de ir buscar no Facebook de minha amiga Ilkinha, mesmo que um tanto desfocada, é também muitíssimo interessante. Cheguei a comprar alguns exemplares desses postais na TIPOGRAFIA juntamente com outras preciosidades, mas, infelizmente, não os encontrei.

Essa foto, ao contrário de outra que recentemente foi postada também aqui no BLOG, talvez em circunstância da época, esteja sendo um pouco mais fácil, pelo menos pra mim, de ser ESMIUÇADA.

De imediato, o que chamou minha atenção foi a beleza da floração daquela árvore CASSIA-ROSA ali na Praça Daniel Sarmento, que ocorre, religiosamente, em determinado mês do ano. Com certeza, deduzimos então que estaríamos no mês de outubro do ano aproximado de 1973. Mas, por que 1973? Primeiramente, podemos observar com bastante nitidez a locomotiva e seus vagões que estariam passando pela cidade. Pelo que consta, a Ferrovia encerrou suas atividades aqui na terrinha por volta de 1975.

Outro fato interessante, e que se percebe com certa dificuldade, é a terraplenagem daquele terreno ao lado da capelinha de São Jose, terreno este que estaria sendo preparado para a construção da Escola Estadual Gabriel Archanjo de Mendonça (Polivalente). Exatamente naquele mesmo período, para esse local me dirigia nos finais de semana, juntamente com o saudoso amigo Zé (irmão da Nely) levando na sacola um maço de cigarros e um velho radinho de pilhas. Ficávamos sentados naquelas imensas pedras, que estariam sendo usadas na construção da referida escola, proseando, escutando a Rádio Mundial AM, curtindo o entardecer juntamente com o belo visual de nossa até então pacata e tranquila São João. Se não estou enganado, essa imagem foi captada mais ou menos em outubro 1973.

Já em primeiro plano, e podendo ser visualizado com mais facilidade, vemos os prédios de nossa eterna Fábrica de Tecidos Sarmento e da Estação Ferroviária.  Vejam o detalhe do pé de manga no terreiro onde morava nosso cantor e guitarrista Dalminho, que, na época, residia na casa anexa ao prédio da Ferrovia.

Fazendo uso do zoom, podemos obsevar a edificação de nossa antiga cadeia (tínhamos cadeia!) tendo ao lado o prédio do Cine Rádio, que naquela época, funcionava como sede social do Clube Operário.  

Já na Praça Barão do Rio Branco, vemos as edificações da Cooperativa de Leite (hoje Banco do Brasil) e o Bar do Laerte que funcionava naquela esquina bem ao lado do Hotel Monte Castelo. Deste bar, vinham os maravilhosos salgadinhos que comíamos nos intervalos dos bailes, quando estávamos tocando no Operário.

Quase que congelados no tempo, podemos visualizar ainda, a piscina do Botafogo e o prédio do Grande Hotel, sendo este último a atual Comunidade Cristã Evangélica.

Observamos também em primeiro plano, e com bastante clareza, o imenso galpão da antiga Fábrica de Calçados Dragão, lugar no qual será construído em breve um belo e moderno shopping.  Acho que ficaria “CHIQUÉRRIMO” se houvesse a possibilidade de se preservar a fachada antiga, mesclando de maneira harmoniosa, o clássico ao contemporâneo.

Interessante que somente agora fui perceber que aquele prédio da Gedan, ali no encontro da Duque de Caxias com Barão de São João Nepomuceno foi, por um bom período, o edifício mais alto da cidade.

Para terminar, gostaria apenas de saber qual o motivo de ainda estar aceso o semáforo da linha férrea frente ao Bar Central, já que trem acabou de passar. (Risos).

Crônica: Serjão Missiaggia
Foto: Facebook da Ilka Matta Gruppi 

segunda-feira, 20 de janeiro de 2014

CASOS CASAS & detalhes



Essa é a Rua Capitão Basílio.  Na verdade, o Capitão NÃO se chamava Basílio, mas sim Manoel Antônio Furtado e o seu maior feito foi ter adquirido a Fazenda Independência, um dos núcleos que mais tarde formaram o povoado que deu origem á cidade de Descoberto, motivo pelo qual o nosso capitão também dá nome a uma das principais ruas daquela cidade vizinha.

É a rua lateral da antiga cadeia, onde, muitas vezes, aconteciam algumas das "pérolas" do nosso querido Sôbi, que era escrivão.  Certa feita, vendo os policiais se ocupando de uma cena da rua - um carroceiro tentando puxar um burro que, teimosamente, insistia em andar para trás - o bem humorado mestre chegou à porta e gritou:
- Vira a carroça ao contrário que dá certo!

Fotos: Serjão Missiaggia
Texto: Jorge Marin


CASOS CASAS & mistério ???


VAMOS LÁ PESSOAL!  ONDE FICA ESSE LUGAR ???

ACERTADORES DA SEMANA PASSADA - Os leitores estão cada vez mais "afiados".  A casa-mistério da semana passada, localizada na Rua Cândido Noronha, em frente à antiga Socicar Veículos, foi reconhecida por muitos leitores: Alessandra Novaes Barbosa, Paulette Marie Barroso e Maninho Sanábio, além de outros que informaram os moradores, informação da qual não dispomos.

sexta-feira, 17 de janeiro de 2014

EU QUERO A MULHER GORDINHA!


Eu quero de volta a mulher gordinha.

Eu quero de volta a mulher gordinha que passava, linda, apetitosa, e que nos deixava, a nós meninos, hiperativos e lambendo os beiços.

Não é possível que Michelangelo, Delacroix e até mesmo Bottero estejam esteticamente errados!  Será que Brigitte Bardot, Marilyn Monroe e Sophia Loren não eram atraentes?

Abro os editoriais de moda atuais e, francamente, a única imagem do passado que me vem à mente são aquelas fotos de Biafra que estarreceram o mundo.  Não é segredo para ninguém que os estilistas de moda e as multimídias ditam os paradigmas de beleza, mas daí a dizer que aquelas siriemas são mulheres do século XXI já é exagero.

No meu tempo de jovem, algumas meninas (adolescentes) tinham o corpo semelhante ao das atuais modelos.  E sabem o que elas faziam?  Faziam de tudo para ter um perfil de gostosona, na tentativa de se igualar à Monique Evans, que, na época, era uma unanimidade em termos de mulher desejável.  Pois hoje em dia são as mães, na maioria das vezes lindas senhoras, que fazem de tudo para ter o perfil anoréxico das filhas adolescentes.

Não questiono o quesito de vida saudável, mas tenho absoluta certeza de que esta não é sinônimo de malhação em academia.  Aliás, essas pessoas bombadas estão mais para a dismorfia corporal (vigorexia) do que para a saúde propriamente dita.  No meu tempo de criança, as pessoas se alimentavam exclusivamente de gordura de porco, e tinham uma saúde de ferro.  Exercícios físicos?  É claro que praticávamos: meu pai ia e voltava de bicicleta para o trabalho e trabalhava o dia inteiro, minha mãe e eu andávamos a pé o tempo todo, para levar marmita, para buscar pão, leite na “congeladora”, e ir no grupo escolar.

Por isso, minha amiga, se você é gordinha, tem entre dezoito e cento e três anos e meio, e tem orgulho do seu corpo forjado na doçura e no prazer da alimentação deliciosa, pode erguer a cabeça e sorrir.  Se prestar atenção, vai ver um exército de coroas cinquentões e sessentões babando quando você passa.  É lógico que haverá um contingente de idade inferior igualmente boquiaberto, mas eles vão olhar assim meio de lado, ainda mais se tiverem uma parceira tipo Olívia Palito.

Parafraseando Vinícius, me desculpem as magras, mas fofura é fundamental!

Crônica: Jorge Marin

Foto: disponível em http://www.bemnutridas.com/

quarta-feira, 15 de janeiro de 2014

FALANDO E SÉRIO (de novo!) - Plantando uma Ideia


Mostramos, na semana passada, que a preocupação com as árvores não é um modismo, não é ecochatismo.  É, sim, uma questão de sobrevivência.  Mas, como comentou uma leitora, tudo tem que começar aos poucos, lançamos uma ideia.

Cada morador seria convidado a participar do plantio e, posteriormente, ser responsável pela árvore que viesse a ser plantada próxima à  sua residência. Seriamos uma espécie de padrinho e sentinela daquela referente a nós. Para isso, acho até que deveríamos dar preferência às crianças e, se possível, com uma prévia CONSCIENTIZAÇÃO nas escolas. Com absoluta certeza, nossos filhos e netos serão eternamente gratos, e as gerações futuras não correrão o risco de ter que pagar um alto preço por um erro do passado.
Mas, se ainda existem algumas de nossas ruas precisando ser arborizadas, posso dizer que, felizmente, a maioria de nossas praças, talvez em circunstância de um DECRETO MUNICIPAL, vindo a tornar IMUNE DE CORTE nossas lindas e majestosas ACÁCIAS RÓSEAS, ainda podemos conviver com o frescor de belas sombras. Mas, se fôssemos enumerar quantas já se foram... Por sinal, como faz falta aquele lindo FLAMBOYANT da pracinha do Fórum! Interessante comentar sobre o “FRIO” de uma praça, quando o assunto é CALOR. Acabei de me lembrar também daquela majestosa árvore ao lado do Democráticos. Quem viu e se deliciou com a beleza e o frescor de sua enorme sombra, jamais esquecerá e saberá do que estou dizendo.

E por que não dizer também das folhas secas caídas ao chão, ou voando pelas calçadas ao sabor do vento? Elas não poluem, não cheiram mal, são fáceis de varrer e muito menos levam cem anos para se decompor.

As árvores dão beleza e harmonia em qualquer lugar. Fazem a vida mais agradável, tranquila, feliz e relaxada e, como havia dito anteriormente, representam um rico legado para aqueles que virão.

Não há e jamais haverá algo que substitua o santo frescor da sombra de uma arvore. Interessante que essa tecnologia tão perfeita criada por nosso Deus supremo, além de não gastar energia elétrica e ser inteiramente grátis, é um colírio para os nossos olhos, frescor para o nosso corpo e equilíbrio para nossa alma. 

Finalizando, gostaria de lembrar Rubem Alves quando diz: “QUEREM ME PRESENTEAR NO ANIVERSARIO? PLANTEM UMA ARVORE”!

Crônica: Serjão Missiaggia

segunda-feira, 13 de janeiro de 2014

CASOS CASAS & detalhes




Essas fotos trazem duas lembranças: a primeira é da nossa saudosa Rua dos Estudantes, cuja criação é contada pelo Doutor José de Azevedo na sua série de crônicas "A história de minha rua".  Segundo o brilhante, e divertido, magistrado, a rua foi criada na véspera do Dia do Estudante no ano de 1938, quando uma comitiva de barulhentos alunos de São João e Viçosa foi bater à porta da casa do então prefeito - farmacêutico Agenor Henriques Soares (do qual falamos aqui mesmo na semana passada) - que, num ato de pura ousadia, como convinha à ocasião, decretou a mudança do nome do logradouro para Rua dos Estudantes, bem como a instituição do dia 11 de agosto como feriado municipal.

A segunda boa lembrança é o Professor Gabriel Archanjo de Mendonça, atual patrono da rua.  O Professor Biel era um artista: pintor, poeta, carnavalesco, além de excelente mestre.  Em 1971, quando recebi a incumbência de ser o orador de minha turma na formatura do Ginásio do Sôbi, fiquei muito feliz, principalmente porque nosso paraninfo seria o Professor Biel.  Talvez tenha a minha primeira "postagem", já que homenagearia meu professor preferido e seria lida na festa, perante todos os alunos, familiares e professores.  Já com as aulas encerradas, o discurso ainda recebeu a correção atenta e econômica de Dona Glorinha Torres.  Até que recebemos a notícia do falecimento do mestre.  Guardei o discurso em uma gaveta.  Jamais o li.

Fotos: Serjão Missiaggia
Texto: Jorge Marin

CASOS CASAS ¨& mistério ???


QUEM SABE ONDE FICA ESSA CASA ???

ACERTADORES DA SEMANA PASSADA: A casa da Rua Nova que foi o enigma da semana passada foi reconhecida pela Sônia Maria Barbosa Mendonça e pelo Maninho Sanábio.

sexta-feira, 10 de janeiro de 2014

PIRRAÇA ENTRE PARCEIROS (CRUZ CREDO!)


Quem se lembrar das festas de final de ano, vai logo associar, pois a cena é corriqueira: marido e mulher estão em algum lugar, em casa ou em algum clube, com o resto da família.  Ela, percebendo que o marido bebeu um pouco acima da conta, fica chateada e, de forma infantil, resolve pirraçar o companheiro.

Como ele é ciumento, ela resolve dançar bem agarradinha com aquele primo bonitão que o marido detesta.  Ele para de beber e diz que quer ir embora, ela diz que ele pode ir pois ela vai mais tarde, ele não concorda, e por aí vai.

Este enredo, simples mas bem factível, repete-se em episódios envolvendo conflitos entre pais e filhos, namorados e namoradas, chefes e funcionários e uma infinidade de relacionamentos.  O que todos apresentam em comum é: ao invés da pessoa incomodada ir até o outro e falar claramente o que o incomoda e negociar uma possível solução, ela tem a “brilhante” ideia de... incomodá-lo também!  Não é preciso nem falar que isso vai gerando uma bola de neve com consequência inesperadas e até mesmo perigosas.

Curioso é que a maioria dessas pessoas têm idade superior a seis anos de idade, pelo menos cronologicamente, embora atuem como se fossem crianças.  Por que fazemos isso?  Certamente existirão centenas de justificativas psicológicas, sociológicas e ambientais. 

De qualquer maneira, não importa! A toda teoria vai corresponder uma nova contrateoria.  Então, minha gente, princípio de ano, vamos fazer uma economia, vamos fazer uma ecologia comportamental: não vamos desperdiçar afetos como se a vida fosse apenas um jogo de pingue-pongue.  Não é!  Vida é para ser vivida, de forma simples, saudável e, de preferência, intensa.

Crônica: Jorge Marin
Foto:  Ryan Crowley, disponível em http://www.deviantart.com/art/Porcupines-158664552   

quarta-feira, 8 de janeiro de 2014

FALANDO & SÉRIO (de novo!) : NOSSAS ÁRVORES


Em setembro passado, publiquei aqui no BLOG uma matéria sobre NOSSA ÁRVORES.  Hoje, sentindo esse calor SUFOCANTE aqui na cidade, lembrei da árvore que existia aqui em frente à minha casa, e não apenas dessa árvore em particular, mas dA ÁRVORE, este ser tão especial que, muitas vezes, passa despercebido ou esquecido por nós.  O momento é propício a relembrarmos aquelas palavras...

Por sinal, esta minha ideia ”cidadaniesca” que já vinha amadurecendo há algum tempo, acelerou diante da tristeza que senti ao sair pela cidade no último verão para fotografar para o BLOG. Estranho falar nisso agora e justamente numa época de temperaturas amenas, mas será fácil constatar o que digo bastando apenas, principalmente neste período de calor, deixarmos o ar condicionado de nossos carros de lado e sairmos por instantes, andando por determinadas ruas.

Confesso que foi bastante desconfortável caminhar por algumas delas, tal a claridade e falta de abrigo natural. Da mesma forma e não menos desagradável, foi também não poder estar diante de uma paisagem em que houvesse um pouco mais de VERDE e SOMBRAS. Lamentavelmente, ao longo dos anos e por motivos diversos, muitas de nossas árvores foram ABATIDAS e sem nenhuma reposição (o certo seria ter replantado duas no local) enquanto pouquíssimas foram plantadas. Dou como exemplo a Praça Carlos Alves, onde perdemos três CASTANHEIRAS e um COQUEIRO IMPERIAL. Hoje, sinceramente, sinto falta do VERDE e SOMBRA naquele local. Asfalto, juntamente com concreto, forma ingrediente perfeito para se armazenar calor e todos nós sabemos que a temperatura global vai subindo a cada ano. Alguns defendem que tudo não passa de um fenômeno em nível local (construções, desmatamentos, impermeabilização do solo etc), mas, independente do que for, nossa terrinha, de uns tempos pra cá, vem caminhando SORRATEIRA  e proporcionalmente aos fatos, ou seja, aquecimento x perda de arvores.

De qualquer forma, independente de uma explicação científica plausível, por que não nos anteciparmos aos fatos e começarmos a estimular uma REARBORIZAÇÃO CONTÍNUA de nossas ruas, tentando assim, recuperar num breve período de tempo, pelo menos um pouquinho do tão precioso ACONCHEGO VERDE.  Quem sabe até fazendo algumas parcerias (sinceramente não sei se isso seria possível), que poderiam fornecer e indicar mudas apropriadas para área urbana, principalmente para nossas estreitas ruas. Seriam espécies de pequenas COPAS e RAÍZES não tão agressivas  que, entre outras, não prejudicassem a rede elétrica, o esgoto e a iluminação pública. Um bom exemplo são aquelas PEQUENINAS ÁRVORES AO LADO DO CENTER MODA, sendo que as de maior porte seriam muito bem-vindas em nossas Praças e Jardins.

Na próxima quarta: PLANTANDO UMA IDEIA.


Crônica e foto: Serjão Missiaggia

segunda-feira, 6 de janeiro de 2014

CASOS CASAS & detalhes




A rua abordada hoje, a primeira do ano, é a Zeca Henriques, que já foi avenida, e guarda algumas recordações, como o local onde funcionou o Banco do Brasil, o centenário beco da Casa Leite, e o muro do Mangueira, cujo portão era aberto nos inesquecíveis baiões.

Andando por essas ruas é como se encontrássemos velhos amigos, pois a maioria dos vultos que estão naquelas placas eram parentes ou afins.  O Coronel Zeca Henriques, por exemplo, era neto do fundador Domingos Henriques de Gusmão, e conseguiu realizar o sonho dos irmãos Dr. Carlos Alves e Dr. Augusto Glória: implantar o abastecimento de água e a rede de esgotos na cidade.

Zeca Henriques, prefeito do município de 1908 a 1912, faleceu em 1921 aos 56 anos, sem ver outro Henriques, Agenor Henriques Soares substituí-lo duas décadas depois no cargo de prefeito.  Agenor era casado com Dona Zita, filha mais nova do Coronel José Braz, nosso velho conhecido que, por sua vez era filho do Capitão Braz, e pai do Dr. Péricles Mendonça, casado com uma prima, a Dona Judith Mendonça.

Como se vê, muitos casos foram contados, mas muitos há ainda para contar.  Aguardem!

Fotos: Serjão Missiaggia (morador da Rua Zeca Henriques)

Texto: Jorge Marin 

CASOS CASAS & mistério


QUE LUGAR É ESSE ??? ALGUÉM SE LEMBRA ?

ACERTADORES DA SEMANA PASSADA - Antônio José Calegaro e Icko Velasco acertaram o enigma: casa na Rua Bárbara Heliodora no Bairro São José.

sexta-feira, 3 de janeiro de 2014

BEIJO GAY? TÔ FORA!


Tive um colega de trabalho que, no primeiro dia útil das férias de cada um de nós, ligava, religiosamente, e anunciava:
- Aproveita, pois suas férias já estão acabando! – e desligava.

Sendo assim, com 2014 começando a acabar, vou folheando os jornais, que é como a gente chamava ler as notícias antigamente.  Na verdade, pego o tablet que o meu filho esqueceu no sofá e navego pelos principais jornais em busca de novidades no futebol.  Se os clubes conseguissem contratar um décimo do que prometem, teríamos o maior campeonato do universo.

Mas, em tempos de verão absurdo, o que mais abunda (sem trocadilho) são notícias de casais famosos nas praias lotadas desse Brasil varonil.  Só que percebo uma diferença: o que é notícia NÃO é mais o carinha tal ficou com a mocinha assim assim.  As notícias, em sua quase totalidade, falam de romances entre pessoas do mesmo sexo, o que, segundo um amigo meu nada politicamente correto não pode ser reconhecido como CASAL, mas sim como PAR.

Pois bem, o portal de um jornal famoso mostra a filha de uma cantora decadente passando protetor solar e acariciando a sua namorada, com direito a um beijinho no cangote.  O outro portal mostra uma cantora baiana beijando na boca (de novo) a sua namorada.

Eu não tenho nada contra casais, ou pares, homossexuais, mas não consigo entender porque isso é notícia.  Aliás, o próprio beijo na boca, aquele mordido, apaixonado, eu entendo que deva ser reservado para um local mais... igualmente reservado.

O problema é que, depois dos reality shows, TODO MUNDO acha que os outros estão interessados em sua privacidade.  Estou pagando minhas compras no supermercado e a moça do caixa comenta com a empacotadora:
- Ontem eu estava superafim, sabe?  Mas o meu marido tomou todas e depois virou pro canto e dormiu.  Pode uma coisa dessas?

Quase respondo: minha filha, eu não estou nem um pouco interessado na sua rotina sexual.  Assim como não dou a mínima para quem está beijando quem na boca.  Pra mim, podem beijar o Chupa-cabra que eu não estou nem aí.

Viram o problema do tempo passar?  A gente fica ranzinza, mas a grande questão hoje é que as pessoas escondem suas tramoias na vida pública e fazem questão de mostrar o que fazem na PRIVADA.  Vem, 2015!

Crônica: Jorge Marin
Foto: Ammar Al-Othman, disponível em http://www.flickr.com/photos/alothman/2185231345/

quarta-feira, 1 de janeiro de 2014

2014 - AS PREVISÕES DE PAI ZUZU


Pai Zuzu, fazendo uso de seu legítimo estado de direito e em pleno gozo de suas faculdades mentais e espirituais, vem nos trazer em primeiríssima mão, algumas PROFECIAS PARA 2014.

Segundo Zu, o Pitomba continuará a ser tudo aquilo que sempre foi, ou seja, uma constante variação do nada com o tudo, que, diante daquilo que seria  ou do que poderia ser, continuará sendo. Há espaço para controvérsias e a recíproca poderá ser mais que verdadeira, sendo que, na dúvida, tudo continuará mesmo como está.

Nosso Fogão, com certeza, irá chegar.  É claro que SE partir, ou, pelo menos, se não deixar que seja partido novamente no meio do campeonato. Pai Zuzu prevê vitórias, derrotas e até empates, mas, no final, tudo dará certo, ou não.

Há bastante fumaça pairando sobre o Maracanã na grande final da copa 2014. Pai Zuzu abre aí um pequeno leque, que vai desde fogos de artifícios, neblina ou mesmo mau contato em seu bojo de cristal.  O sábio vidente prefere, pelo menos por enquanto, pedir paciência a seus seguidores para que possa ler um pouquinho mais de jornal e poder chegar a novas conclusões.

Enfim, certeza mesmo, somente o DESEJO SINCERO de um Novo Ano abençoado, repleto de alegrias, que possam ser compartilhados conosco, na lúdica e feliz viagem a bordo desta nave chamada Pitomba Blog.

Feliz 2014!

Crônica e foto: Serjão Missiaggia

BRIGADU, GENTE!

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VOLTEM SEMPRE, ESTAMOS ESPERANDO... NO MURINHO DO ADIL