sexta-feira, 17 de janeiro de 2014

EU QUERO A MULHER GORDINHA!


Eu quero de volta a mulher gordinha.

Eu quero de volta a mulher gordinha que passava, linda, apetitosa, e que nos deixava, a nós meninos, hiperativos e lambendo os beiços.

Não é possível que Michelangelo, Delacroix e até mesmo Bottero estejam esteticamente errados!  Será que Brigitte Bardot, Marilyn Monroe e Sophia Loren não eram atraentes?

Abro os editoriais de moda atuais e, francamente, a única imagem do passado que me vem à mente são aquelas fotos de Biafra que estarreceram o mundo.  Não é segredo para ninguém que os estilistas de moda e as multimídias ditam os paradigmas de beleza, mas daí a dizer que aquelas siriemas são mulheres do século XXI já é exagero.

No meu tempo de jovem, algumas meninas (adolescentes) tinham o corpo semelhante ao das atuais modelos.  E sabem o que elas faziam?  Faziam de tudo para ter um perfil de gostosona, na tentativa de se igualar à Monique Evans, que, na época, era uma unanimidade em termos de mulher desejável.  Pois hoje em dia são as mães, na maioria das vezes lindas senhoras, que fazem de tudo para ter o perfil anoréxico das filhas adolescentes.

Não questiono o quesito de vida saudável, mas tenho absoluta certeza de que esta não é sinônimo de malhação em academia.  Aliás, essas pessoas bombadas estão mais para a dismorfia corporal (vigorexia) do que para a saúde propriamente dita.  No meu tempo de criança, as pessoas se alimentavam exclusivamente de gordura de porco, e tinham uma saúde de ferro.  Exercícios físicos?  É claro que praticávamos: meu pai ia e voltava de bicicleta para o trabalho e trabalhava o dia inteiro, minha mãe e eu andávamos a pé o tempo todo, para levar marmita, para buscar pão, leite na “congeladora”, e ir no grupo escolar.

Por isso, minha amiga, se você é gordinha, tem entre dezoito e cento e três anos e meio, e tem orgulho do seu corpo forjado na doçura e no prazer da alimentação deliciosa, pode erguer a cabeça e sorrir.  Se prestar atenção, vai ver um exército de coroas cinquentões e sessentões babando quando você passa.  É lógico que haverá um contingente de idade inferior igualmente boquiaberto, mas eles vão olhar assim meio de lado, ainda mais se tiverem uma parceira tipo Olívia Palito.

Parafraseando Vinícius, me desculpem as magras, mas fofura é fundamental!

Crônica: Jorge Marin

Foto: disponível em http://www.bemnutridas.com/

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