Eu
quero de volta a mulher gordinha.
Eu
quero de volta a mulher gordinha que passava, linda, apetitosa, e que nos
deixava, a nós meninos, hiperativos e lambendo os beiços.
Não é
possível que Michelangelo, Delacroix e até mesmo Bottero estejam esteticamente
errados! Será que Brigitte Bardot,
Marilyn Monroe e Sophia Loren não eram atraentes?
Abro os
editoriais de moda atuais e, francamente, a única imagem do passado que me vem
à mente são aquelas fotos de Biafra que estarreceram o mundo. Não é segredo para ninguém que os estilistas
de moda e as multimídias ditam os paradigmas de beleza, mas daí a dizer que
aquelas siriemas são mulheres do século XXI já é exagero.
No meu
tempo de jovem, algumas meninas (adolescentes) tinham o corpo semelhante ao das
atuais modelos. E sabem o que elas
faziam? Faziam de tudo para ter um
perfil de gostosona, na tentativa de se igualar à Monique Evans, que, na época,
era uma unanimidade em termos de mulher desejável. Pois hoje em dia são as mães, na maioria das
vezes lindas senhoras, que fazem de tudo para ter o perfil anoréxico das filhas
adolescentes.
Não
questiono o quesito de vida saudável, mas tenho absoluta certeza de que esta
não é sinônimo de malhação em academia.
Aliás, essas pessoas bombadas estão mais para a dismorfia corporal
(vigorexia) do que para a saúde propriamente dita. No meu tempo de criança, as pessoas se
alimentavam exclusivamente de gordura de porco, e tinham uma saúde de
ferro. Exercícios físicos? É claro que praticávamos: meu pai ia e
voltava de bicicleta para o trabalho e trabalhava o dia inteiro, minha mãe e eu
andávamos a pé o tempo todo, para levar marmita, para buscar pão, leite na
“congeladora”, e ir no grupo escolar.
Por
isso, minha amiga, se você é gordinha, tem entre dezoito e cento e três anos e
meio, e tem orgulho do seu corpo forjado na doçura e no prazer da alimentação
deliciosa, pode erguer a cabeça e sorrir.
Se prestar atenção, vai ver um exército de coroas cinquentões e
sessentões babando quando você passa. É
lógico que haverá um contingente de idade inferior igualmente boquiaberto, mas
eles vão olhar assim meio de lado, ainda mais se tiverem uma parceira tipo
Olívia Palito.
Parafraseando
Vinícius, me desculpem as magras, mas fofura é fundamental!
Crônica:
Jorge Marin
Foto:
disponível em http://www.bemnutridas.com/
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