quinta-feira, 23 de janeiro de 2014

ADEUS, SR. DALMO!


O ferroviário é marinheiro em terra
e nos pequenos portos sem marinha
– povos do bosque – o trem corre que corre
desenfreando toda a natureza,
cumprindo sua navegação terrestre.
Quando descansa o grande trem
juntam-se os amigos,
entram, abrem portas da minha infância,
a mesa é sacudida,
ao golpe de uma mão ferroviária
batem os grossos copos do irmão
e faísca
o fulgor
dos olhos do vinho,
o meu pobre pai duro
ele ali estava, no centro da vida,
a viril amizade, a taça cheia.
Sua vida foi um rápido serviço
e entre seu madrugar e seus caminhos,
entre o chegar para sair correndo,
um dia com mais chuva que em outros dias
o condutor José del Carmen Reys
subiu no trem da morte e nunca mais voltou.

Esse poema de Pablo Neruda é uma homenagem ao nosso amigo José Dalmo Pereira, que partiu para sua última viagem aqui da terrinha, mas deixou um legado de honra, companheirismo e uma família incomparavelmente bela.  Ao Dalminho e demais familiares, o nosso abraço fraterno. 

2 comentários:

  1. Meus sentimentos,compartilhados por minha família, aos entes queridos do Sr.José Dalmo Pereira.Paz á sua alma.E que Deus lhes dê forças para suportar a dor desta grande perda.

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  2. Veio, viveu, fez a vida valer a pena e partiu.
    Foi uma honra desfrutar de sua presença, mesmo que em poucas oportuidades.
    Aos que ficam, a obrigação de também fazer a vida valer a pena.
    Adeus Dalmo, fico com sua presença diária no DNA de minhas filhas, suas bisnetas.

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