Tive um
colega de trabalho que, no primeiro dia útil das férias de cada um de nós,
ligava, religiosamente, e anunciava:
-
Aproveita, pois suas férias já estão acabando! – e desligava.
Sendo
assim, com 2014 começando a acabar, vou folheando os jornais, que é como a
gente chamava ler as notícias antigamente.
Na verdade, pego o tablet que o meu filho esqueceu no sofá e navego
pelos principais jornais em busca de novidades no futebol. Se os clubes conseguissem contratar um décimo
do que prometem, teríamos o maior campeonato do universo.
Mas, em
tempos de verão absurdo, o que mais abunda (sem trocadilho) são notícias de
casais famosos nas praias lotadas desse Brasil varonil. Só que percebo uma diferença: o que é notícia
NÃO é mais o carinha tal ficou com a mocinha assim assim. As notícias, em sua quase totalidade, falam
de romances entre pessoas do mesmo sexo, o que, segundo um amigo meu nada
politicamente correto não pode ser reconhecido como CASAL, mas sim como PAR.
Pois
bem, o portal de um jornal famoso mostra a filha de uma cantora decadente
passando protetor solar e acariciando a sua namorada, com direito a um beijinho
no cangote. O outro portal mostra uma
cantora baiana beijando na boca (de novo) a sua namorada.
Eu não
tenho nada contra casais, ou pares, homossexuais, mas não consigo entender
porque isso é notícia. Aliás, o próprio
beijo na boca, aquele mordido, apaixonado, eu entendo que deva ser reservado
para um local mais... igualmente reservado.
O problema
é que, depois dos reality shows, TODO
MUNDO acha que os outros estão interessados em sua privacidade. Estou pagando minhas compras no supermercado
e a moça do caixa comenta com a empacotadora:
- Ontem
eu estava superafim, sabe? Mas o meu
marido tomou todas e depois virou pro canto e dormiu. Pode uma coisa dessas?
Quase
respondo: minha filha, eu não estou nem um pouco interessado na sua rotina
sexual. Assim como não dou a mínima para
quem está beijando quem na boca. Pra
mim, podem beijar o Chupa-cabra que eu não estou nem aí.
Viram o
problema do tempo passar? A gente fica
ranzinza, mas a grande questão hoje é que as pessoas escondem suas tramoias na vida pública e
fazem questão de mostrar o que fazem na PRIVADA. Vem, 2015!
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