sexta-feira, 31 de maio de 2013

AO MAESTRO COM CARINHO


Hoje dezesseis de maio de 2013, enquanto caminhava pelas ruas da cidade observando ao longe o desfile cívico em comemoração ao dia do padroeiro, aproveitei e, ao som dos tambores, fui viajando com a lembrança pelo tempo, recordando com emoção, momentos mágicos de uma época também muito feliz. Saudade boa do COLÉGIO e de uma BATERIA que tive a honra de poder participar por seis anos consecutivos: A FAMOSA FANFARRA DO SÔBI.  Dificilmente haverá outra igual. Quanto orgulho ao vestir aquele macacão! Hoje posso dizer em alto e bom som que fiz parte de uma de uma verdadeira BANDA.

E como era difícil adormecer naquela noite de quinze para dezesseis de maio! Enquanto ansiedade e expectativa tomavam conta de todos nós, o macacão, superpassadinho e dobrado ao lado da cama, ficava como verdadeiro guardião, nos dando a certeza de que o amanhecer logo viria.

Não menos ansiosos ficávamos durante quase toda a noite aguardando somente o momento de começar a escutar as famosas e belas ALVORADAS da Banda 16 de Maio. Era o pontapé inicial de um longo e feliz dia que estaria pra começar.

Nunca havia corrido tanto em minha vida como em 1975. Era dia de PASSEATA e eu, sendo também integrante da bateria do Tiro de Guerra, queria a todo custo desfilar o mais rápido possível pra que assim pudesse ter tempo suficiente para também sair com o ginásio. Difícil missão, que consistia em terminar o desfile pro Tiro de Guerra o e, após guardar os instrumentos na sede, voltar em disparada por detrás da fábrica, subir a colina da esperança e trocar a farda pelo macacão. Mas consegui!

Sob a batuta do Betto, levávamos os ensaios muito a sério e em várias ocasiões chegávamos a fazê-lo até três vezes ao dia, sendo que, um deles sempre acontecia no campo do Botafogo. Confesso que Isso atrapalhava um pouco os estudos, mas era um TERRÍVEL sacrifício que eu fazia em nome da Música... (risos)
Depois de cada apresentação, quase sempre nos reuníamos em algum lugar agradável pra fazer uma gostosa batucada, onde rolavam aqueles comes e bebes numa descontraída confraternização, que durava o resto do dia. E assim desta forma, com o macacão amanhecíamos e, muitas vezes, com ele dormíamos. Eu mesmo cheguei a tirá-lo somente no outro dia. Banho que era bom, neste dia...

Mas, enquanto essa minha lembrança ia e voltava fazendo uma incrível viagem no tempo, de repente, como algo combinado, tive a felicidade imensa de deparar-me na rua exatamente com nosso eterno maestro Betto Vampiro. Aquele mesmo do FUSQUINHA VERMELHO, DO MAÇO DE CIGARROS CAPRI, DA VELHA E INSEPARÁVEL BATUTA e que possuía uma raríssima e invejável capacidade de comandar uma imensa galera de jovens, sempre com extrema sutileza e alto astral. (Neste momento é que fiquei sabendo que uma bela homenagem seria prestada a ele pelo Colégio Augusto Glória, por sinal, mais do que justa e com certeza, outras tantas virão).

Graças a você, Betto, o Pitomba também, certa vez, chegou a fazer um descontraído mini-“Baile” no galpão do colégio, lembra? E, diga-se de passagem, transportar aquela “superaparelhagem” numa velha Rural Willys emprestada foi bastante divertido.  E mais divertido ainda foi fazer o baile a troco do lanche. Não vou nem comentar que, nesse mesmo baile, fizemos parte de um momento histórico, ao presenciar o desaparecimento misterioso de nosso exímio guitarrista Silvio Heleno, deixando a pobre guitarra solitária e ainda ligada no chão do palco. Será que teria sido pelo simples fato de ter entrado solando em outro tom? Com a palavra nosso eterno solista e, posteriormente, grande tecladista ...

Também graças à sua ousadia, Betto, agora técnico, tive a felicidade de ser escalado na ponta direita do time de futebol do ginásio, num jogo contra o Augusto Glória.  Aliás, muita coragem a sua. De qualquer forma, o jogo foi 1x1 e o gol foi DE QUEM?

Não me esqueço que, certa vez, quando namorando naquele jardim de frente ao ginásio, você apareceu assim meio que fantasmagoricamente e, numa bela diplomacia, pediu para que evitássemos ficar namorando ali, pois o Tibibi poderia ver e não gostar.  Acho até que ele já deveria estar de olho em nós há muito tempo e você, antecipando o perigo iminente, foi mais que depressa quebrar nosso galho.

Enfim, iria me alongar demais se começasse a recordar também as inúmeras e divertidas passagens no colégio, excursões, viagens com a Fanfarra, Jogos Estudantis, Futebol e muito mais.

Então, BRIGADÃO POR TUDO, caro amigo. Com certeza, essa fase tão MÁGICA de colégio não teria sido a mesma sem você.

E, já que falamos em excursões: Ê MARÃO SÔ!!!!!!!!

Crônica e foto: Serjão Missiaggia

quarta-feira, 29 de maio de 2013

JOVENS CAÇANDO DE NOITE


Aguardando a esposa no salão de beleza, fico avaliando o abismo entre o universo feminino e masculino.   Uma menina chega radiante como se tivesse conquistado o campeonato mundial de qualquer coisa, comunicando para as mulheres do salão (não sei o que é que tô fazendo aqui) que conseguiu comprar um par de botas para ir na festa country.  Diz que conseguiu um desconto ótimo (foi apenas quatrocentos reais, disse) e vai comprar mais uma coisa de couro (não escuto muito bem porque estou ouvindo uma música no celular) e fazer mais uma hidratação e uma depilação e unha e um monte de outras coisas pra ir na festa country.  Esse “ir na festa country” aí significa somente uma coisa: homem.  Elas vão à caça!

As outras moças também estão alvoroçadas: escova progressiva, acessórios, roupas novas, etc etc.  Para dar uma provocada, pergunto:
- Gente, vocês estão fazendo este aparato todo pra ir naquele local empoeirado, barulhento, sujo, frio e caro.  Vale a pena?
Uma delas, mais sincera, reconhece:
- O senhor é que não sabe, moço!  Mas arrumar homem, hoje em dia, tá muito difícil...  Quer dizer, arrumar até que a gente arruma.  Mas um que queira ficar mesmo com a gente, tá difícil, quase impossível.

Para não polemizar muito, atravesso o corredor e vou para o outro lado onde, numa loja de discos antigos, uma rapaziada também faz uma algazarra.  A tal festa country deixa os hormônios em fúria, penso.  Lá, ao contrário do universo feminino, ninguém se preocupa em comprar roupa, nem fazer barba.  Pra falar a verdade, acho até que muitos nem vão tomar banho.  A preocupação é num esquema de entrar com umas garrafas de uísque escondidas em cantis.  Até aí nada demais, pois eu também já vivi esse dilema no passado.  Não resisto e também lá, no covil masculino, resolvo provocar:
- Cara, vocês hoje em dia é que se dão bem.  É só chegar lá e a mulherada cai matando em cima de vocês.
- Nada a ver, véi! – diz uma deles.  Eu nunca sei se eles me chamam de véi porque é a gíria ou porque sou véi mesmo.  E continua:
- Mulher tem muita, sabe?  Mas uma assim legal mesmo, pra ficar, tá difícil.

Fico pensando.  O universo jovem de hoje fica além do paraíso com o qual sonhávamos quando éramos jovens.  Um lugar onde todo mundo já vai para a balada a uma da manhã, prontos para o que der e vier, onde os rapazes são caçados e disputados pelas moças.  Estas, ao contrário do nosso tempo, têm independência, não têm pressa de casar e até vangloriam-se de ter ficado com dois ou três numa noite.  Ou seja, liberdade total pra todo lado...

No entanto, fico olhando pra carinha deles, aquela agitação, aquele fuzuê, em muito parecidos com o que vivíamos na década de setenta e poucos.  Só que, há quarenta anos atrás, a coisa não era tão self service como parece ser hoje.  Havia uma certa luta, um jogo de conquista, alguma resistência, sei lá.  E olhem que não falo isso por moralismo, mas, saindo da loja com um vinil do Gentle Giante debaixo do braço, comento baixinho:
- Coitados...

Crônica: Jorge Marin
Foto: Jan Plexy, disponível em http://janplexy.deviantart.com/art/Techno-Party-24633792

segunda-feira, 27 de maio de 2013

CASOS CASAS & detalhes




"As mãos estão lavadas / com água e com sabão / podemos merendar / comecemos então / Merenda bem sadia..."  Cantávamos, era o ano de 1964, e íamos para as nossas salas, não sem antes ir na "fila da caridade" onde nossa diretora, Dona Terezinha de Almeida, incentivava a doação de frutas e legumes para a esperada hora da merenda.

Sorridentes, cheias de esperança e atenciosas, lá iam também nossas mestras, construtoras das nossas vidas: Reneé, Maria Ângela, Alicinha, Maria Martha, Maria Helena e tantas outras...

Era um tempo bom: as coisas eram chamadas por seus nomes reais, todo mundo até brigava pra ser honesto, professoras ensinavam, alunos aprendiam, pais davam exemplo, filhos obedeciam, olhávamos para o céu... e lá tinha um Deus.  Saudades do Grupo Escolar Dona Judith Mendonça!

Fotos: Serjão Missiaggia
Texto: Jorge Marin

CASOS CASAS & mistério


Que lugar é esse?

Na semana passada, Nilson Batista e Sylvio Bazote acerteram: era a varanda da casa do Serjão, na Rua Zeca Henriques.  A Paulette Barroso ficou com a pulga atrás da orelha, mas não conseguiu identificar.

Foto: Serjão Missiaggia

sexta-feira, 24 de maio de 2013

DE CARA COM A EXPOSIÇÃO IV - A vingança da Ingrata (FINAL)




“A EXPÔ/72 DA GARBOSA TERMINOU!

Dia 22, pela manhã, lá estivemos. Os estábulos vazios, o campo sem poeira, sem máquinas. Os stands semidestruídos. Tábuas arrancadas sem nenhum cuidado, jogadas a esmo ameaçando nossos pés com pontas de prego.
A aparência era de vandalismo. Aproxima-se de nós um rapaz da rádio local e comenta sobre a festa de ontem - último dia da Expô. Pede nossa opinião. E, de repente, nos diz:
-‘Não gosto de ver isso. Desagrada-me ver destruir, seja o que for... Não me faz bem um espetáculo assim...’
...
Destruir é fácil. ‘Construir, esse é o trabalho que requer mestres.’
...
Para seu cantinho de recordação, caro São-Joanense, leve uma pequenina peça que o faça lembrar a EXPO/72 da Garbosa. Isso enfeita sua estante com um sabor diferente, de um bairrismo doce e terno. E fará despertar em si um entusiasmo maior para com as coisas de sua terra.”
- Voz de São João – ZACH (Decoração Interior)

“O que impressiona e exalta o nosso contentamento é de como o São-Joanense participa e demonstra sua valiosa boa vontade, quando convocado para as árduas tarefas de interesse coletivo, como foi na 1ª Exposição; tudo se processou com a infalível prata da casa e o habitual desprendimento, colocando a cidade à disposição do hóspede, que se torna sensível aos interesses da Garbosa, numa manifestação simpática pela causa.”
- Voz de São João – BAMBINO

Algumas notas interessantes extraídas do Mini-especial Voz de São João:

“ Lamentamos o ocorrido hoje à tarde na Cooperativa dos produtores de leite desta cidade. Principio de incêndio em uma das caldeiras. Felizmente foi debelado a tempo e tudo voltou ao normal.

 Hoje uma mulher, Selma, está virando monstro aqui na Expô. Cuidado minha gente!

- Achalay Q. Ingrata Acuatica. Nome de gente? Não, de vaca, e da que mais tem chamado a atenção de todos, pois rende por dia, na fazenda, 45 litros. Uma verdadeira cooperativa. Holandesa, origem pura, preta e branca, veio da Argentina. Sua idade é 86 meses. E puseram o sobrenome na pobre coitada de Ingrata... Vai ser ingrata pra lá...”

Ano que vem tem mais.


Foto e excertos: Serjão Missiaggia

quarta-feira, 22 de maio de 2013

BAT FRUSTRAÇÃO



Meu Deus, eu não me tornei um cantor de rock!

De repente, esse pensamento, perturbador, atravessa a minha mente e não tenho mais coragem de sair na rua.  O que é que esse povão de Juiz de Fora vai pensar de mim?

Exageros à parte, esse sentimento de frustração, de não ser o que deseja ou, pior, de não ser o que esperavam que você fosse, é muito comum.  E causa muita, muita tristeza.

Ah, como é que eu vou encarar o meu pai e os amigos dele depois de tomado pau em Medicina?  Como vou explicar para as pessoas que não passei no exame de motorista de novo?  Como sair na rua depois que a minha esposa me deixou por uma namorada?

Nesses momentos de EXTREMA FRUSTRAÇÃO, nada como ler filosofia e, para mim, não há melhor filosofia do que os antigos gibis, principalmente aqueles em preto de branco do passado.  Numa dessas revistas da EBAL (Editora Brasil América Ltda., alguém aí lembra?), o Robin, aquele mesmo, o menino prodígio, resolve encarar um bandido que ele achava que o Batman não daria conta.  Agora por que é que o Robin achou que daria conta de um bandido que o nem o Batman seria capaz de enfrentar, é mais um mistério.

Minutos mais tarde, na UTI de um hospital de Gotham City, o médico leva o Homem-Morcego para ver o seu parceirinho, a essa altura todo estropiado, com múltiplas fraturas e todo inchado.  Para surpresa do médico, a única reação do Cavaleiro das Trevas, ao ver o Robin daquele jeito, é reclamar:
- Poxa, doutor, mas o senhor tirou a máscara dele e eu não queria que ninguém descobrisse a sua identidade secreta.
A resposta do médico, além de surpreendente, é uma frase de dar inveja a qualquer filósofo:
- Mas eu nunca vi esse sujeito na vida.  E, mesmo que conhecesse, tenho mais o que fazer do que ficar por aí revelando identidades secretas.

Então, meus amigos, quando se preocuparem porque não estão com o carro do ano, ou aquele salário milionário, ou com o corpão sarado, SAIBAM que, na verdade, NINGUÉM está nem aí pra vocês.  É lógico que existirão sempre aquelas pessoas próximas, parentes ou chegados, que vão te criticar porque você não os convidou para o churrasco, mas, se você os chamar, vão te criticar porque a cerveja não estava gelada, ou porque tinha bebida alcoólica.

Mas aí, meu amigo, minha amiga, sofrer por não conseguir obter uma coisa que um bando de gente acha legal, é, nas palavras do Robin, já recuperado: “Santa burrice, Batman!”.  Semana que vem eu volto, na mesma bat-hora, no mesmo bat-blog.

Crônica: Jorge Marin

segunda-feira, 20 de maio de 2013

CASOS CASAS & detalhes




Quem não conhece a Rua Nova?  Pitoresca, chique, humilde, colorida... muitos são os adjetivos quando passamos por ali.  Não tem a vocação "progressista" (graças a Deus) de suas irmãs do centro, nem a pretensão histórica dos largos e dos morros.  A missão da Rua Nova, se é que existe, é tão somente ser um ótimo lugar para se morar.  A Rua Nova se basta.  E quem nunca teve um amigo ou amiga, um namorado ou namorada, um professor ou professora que morou na Rua Nova?

Difícil andar por estas Minas Gerais e encontrar um lugar tão aprazível e tão charmoso quanto a Rua Nova.  Numa época em que muito se fala em tombamento de logradouros, pode-se dizer, sem sombra de dúvida, que a Rua Nova, com suas casas adoráveis, suas árvores e seu calçamento é parte integrante do nosso Patrimônio Afetivo.  Que assim seja!

Fotos: Serjão Missiaggia
Texto: Jorge Marin

CASOS CASAS & mistério!


Mais um MISTÉRIO para os seguidores de CASAS CASOS.

Que lugar é esse?

Na semana passada, o Capanga acertou: era o passeio central do jardim da Igreja Matriz.


sexta-feira, 17 de maio de 2013

DE CARA COM A EXPOSIÇÃO: III - O Frio & O Calor


“São João, você está linda! É empolgante ver o entusiasmo de sua gente! Hoje é seu dia. 16 de maio. E aqui estamos, vibrando com você, comemorando os seus 92 aniversários. A banda musical ‘Santa Cecília’ e os alunos do colégio Augusto Glória iniciaram a intensa programação, despertando a cidade com sua bela alvorada. Após o hasteamento da Bandeira Nacional, houve missa celebrada pelo querido vigário Pe. Vicente Reis, em frente à Prefeitura Municipal. O desfile estava uma ‘parada’. Grupos Escolares, Ginásio Dr. Augusto Glória e Colégio São João Nepomuceno, como sempre, brilharam pelo garbo e a disciplina. E hoje, parece que maior foi o carinho com que se apresentaram. Um detalhe que emocionou a todos durante o desfile: a apresentação, pela primeira vez, dos alunos do Mobral.
Escolas de Samba Esplendor do Morro e Avenida, esta com participação de todos os clubes, desfilaram ontem à noite pela cidade em direção à Exposição. Grande Sucesso!”
(Voz de São João, Especial-Mini, distribuída no recinto da Expô no dia 16 de maio de 1972)

Duas coisas foram a MARCA REGISTRADA daquela 1ª Exposição:  FRIO & CALOR.  O primeiro do inverno que fazia: gente, algumas noites eram tão frias que, não raramente, subíamos envolvidos em cobertores. Apesar disso, um céu aberto e avermelhado, e envolto pela cerração, criava um cenário onírico e romântico.

Mas, e o CALOR?  Este vinha das pessoas, e irradiava de tal maneira, que a cidade parecia estar se preparando para sediar os jogos olímpicos.  Não havia um lugar, esquinas, colégios, clubes, fábricas, em que o assunto não fosse o mesmo: a chegada do grande momento.

Ante o olhar curioso das pessoas, barracas de sapé foram erguidas e, ainda que potencialmente inseguras, não deixavam de ser superchiques e aconchegantes. Mais a frente, a imensa galeria com seus estandes variados.

Com trajes típicos, recepcionistas recebiam os visitantes e arrancavam nossos suspiros: Rita Nogueira, Rita da Cássia Gouveia, Sônia Pinton, Ângela Maria, Ana Maria e Ilza Gruppi, entre outras.

Assistindo, pela primeira vez na vida, uma TV em cores, e saboreando um delicioso café Santa Cecília (de graça), recebo das mãos da Luciana Pulier mais um exemplar daquela Voz de São João – mini.  O texto é a cara do Sr. Carlos Rocha:

“Os stands ‘boxes’ da Exposição, em estilo tosco, estão instalados no antigo campo do Mangueira com cerca de quinze pavilhões, entre eles um especialmente adaptado para o serviço de bar e baile. A indústria e o comércio ocuparão 48 stands, sendo que muitos interessados, por falta de maior número de vagas, deixaram de se inscrever. Pássaros de várias procedências estarão com seus cantos e gorjeios dando um ambiente alegre ao recinto da Exposição”.

Semana que vem, o final desta nossa 1ª Expô.  Domingo que vem, tem nossa madrinha Nely Gonçalves soltando a voz.

Crônica original e foto: Serjão Missiaggia
Adaptações e releitura: Jorge Marin

quinta-feira, 16 de maio de 2013

ANIVERSÁRIO DE SÃO JOÃO: PARABÉNS PRA VOCÊ PRA NÓS!



Não.  Não é 1º de abril: hoje é mesmo aniversário de São João Nepomuceno.  De verdade!

E em todos nós, sanjoanenses, bate esse arrepio, essa sensação boa, esse orgulho de pertencer a uma terra tão abençoada.

Na verdade, de santidade, São João só tem mesmo o seu padroeiro.  Aqui somos terrivelmente humanos.    Apaixonamo-nos, uma vez, no baile do TROMBETEIROS, e, de novo, na mesma noite, no DEMOCRÁTICOS.

OPERÁRIOS, descemos uma Avenida Carlos Alves cada vez mais fashion, e subimos por trás da Fábrica para... sei lá o quê.

Para completar, chegamos à Praça da Estação, onde, aí sim, a galera BOTA FOGO.  E só vamos nos arrepender mais tarde, na Praça Carlos Alves, tomando um caldo no Bar Central, ou pegando um pão quentinho na Padaria do Cruz.

Para que não pensem mal de nós, temos também nossa porção anjos.  Que se mostra feliz na paz da Rua Guarda-Mor Furtado, subindo o Largo da Matriz, onde, pertinho do céu, somos crianças outra vez.

Pensando bem, nossa cidade não é exatamente um local.  Está mais para um estado de espírito.  Ser sanjoanense é sinônimo de GENTE BOA.  Com raríssimas exceções, todo conterrâneo que encontramos, seja na Rua do Sarmento, no Calçadão da Avenida Atlântica ou na porta do Louvre, sempre vai abrir aquele sorrisão e, num mineirês impecável, disparar:
- E AÍ, BELÊZ?

Por falar em belêz, nossa meninas, curtidas nas “praias” do Country e do Campestre, são assunto no Brasil inteiro.  Quando a gente fala SOU DE SÃO JOÃO, impossível não ouvir: TERRA DE MULHER BONITA.

E assim, anjos e humanos, crianças e marmanjos, vamos desfilando pelos dezesseis de maio da vida.  Na alegria e na leveza, na saúde e na beleza, dessa garbosa – e incrível – cidade!

Crônica: Jorge Marin
Foto: Serjão Missiaggia  

segunda-feira, 13 de maio de 2013

CASOS CASAS & detalhes ... MISTÉRIO!


A cada semana, trazemos aqui, no CASOS CASAS & detalhes, uma paisagem de São João, falamos a localização e contamos alguma coisa a respeito do lugar.

MAS, HOJE, NÃO!  Hoje, lançamos um desafio aos leitores: QUE LUGAR É ESSE?  E também as histórias - os CASOS - serão dos leitores.

Portanto, façam seus comentários, aqui ou no Facebook.  O DESAFIO ESTÁ LANÇADO!...

Foto: Serjão Missiaggia

sexta-feira, 10 de maio de 2013

DE CARA COM A EXPOSIÇÃO: II - É HOJE!!!!



Dia 12 de maio de 1972 era uma sexta-feira.  A abertura oficial da 1ª Exposição Agropecuária e Industrial de São João ocorreria só no dia 16, na terça, mas a função lá no antigo campo do Mangueira era grande.  Os bares já estavam funcionando, o parque também e um novo tipo de fliperama que mostrava uma corrida de carros que podiam ser controlado pelo jogador.  Ficamos enlouquecidos com as novidades.

O povo, cada vez mais curioso e empolgado, ficava a observar aqueles frenéticos sobes e desces de pessoas e carros. Eram empresários da indústria, comércio, escolas, clubes, agropecuaristas e artesãos que, mesmo ainda faltando alguns dias para o início da festa, já se faziam presentes. Era um momento muito especial e um motivo de extremo orgulho para todos os sanjoanenses.

Para terem uma ideia, transcrevo um trecho do jornal Voz de São João daquele domingo, onde a direção do ginásio se dirigia aos alunos da seguinte maneira através da coluna “Colégio São João em... forma”:
Meus caros alunos, inicia-se terça-feira a Exposição Agropecuária e Industrial de São João Nepomuceno.  Bela iniciativa do governo municipal sob a ‘batuta’ do nosso Bolote, prefeito municipal, cuja intenção é elevar sempre mais o nome de São João Nepomuceno, a nossa querida Cidade Garbosa. Prestigiem com sua presença, pois vocês são indispensáveis!

Ainda na mesma edição da Voz de São João, tive a felicidade de deparar-me com estes versos. Seu autor, Sidnei Batista (o China) foi uma pessoa maravilhosa da qual, mesmo que por um curto período de tempo, tive a honra de me relacionar e trocar ideias. A ele, meu eterno respeito e admiração.

VERSOS PRA FRENTE

[...] Cara São João, hoje você está na sua,
Veja quanta gente bordejando pela rua,
Você quanto mais velha mais se remoça,
E minha gamação é tão excessiva,
Que se eu entrasse no tutu da esportiva,
Eu iria tentar tirar você da fossa...

Profético, não? Como todos sabem, a Exposição continua...

Crônica: Serjão Missiaggia
Foto: frame do filme Hair

quarta-feira, 8 de maio de 2013

FALANDO SÉRIO



BLOG pra quê?  Passados quatro anos, muitas vezes eu e o Serjão nos pegamos fazendo essa pergunta.  Sempre pensamos que a leitura do Blog deveria funcionar como um momento de paz.  Ares do passado, sabem como é.  Afinal, pensávamos, quem quiser notícia ruim, vai se ligar nos noticiários de TV.

Mas... há um momento em que não dá mais para rir, nem sequer sorrir.  Vendo, mesmo sem querer, ocorrências que rolam na rede, impossível não se apavorar, não se indignar, ou até pensar em desistir.  Lembram da música PARE O MUNDO QUE EU QUERO DESCER?  Pois é.

Não sei o que é mais atroz: a dentista queimada viva?  As escravas sexuais de Cleveland?  O uso indiscriminado e acintoso de crack debaixo de nossas janelas?

Sei que o ser humano é capaz das piores barbaridades, mas a coisa vai se tornando tão caótica que o simples fato de sair na rua parece estar se tornando uma aventura.

Ainda assim, eu saio.  E vou comprar umas balinhas (doces) nas Lojas Americanas.  Chegando  lá, encontro a gerente muito atarefada com um trabalho, segundo ela, interminável: colocar de volta nas gôndolas as mercadorias que as pessoas vão tirando e colocando em outros lugares.  Alguns chegam a abrir potes de creme hidratante e... jogam no chão para outras pessoas escorregarem.

Quando eu era vicentino em São João Nepomuceno, uma frase, colocada em destaque junto à mesa de reuniões das conferências, provocava muita polêmica: SE OS MAUS NÃO SÃO BONS É PORQUE OS BONS NÃO SÃO MELHORES. 

Menino ainda, não fui na época capaz de opinar, mas, vendo hoje o caos urbano e educacional, consigo entender um pouco o sentido da frase.  Se nós, que nos achamos “bons”, somos capazes de ofender severamente nossos entes mais queridos (pais, filhos, esposos, avós), o que esperar das pessoas sabidamente perversas e antissociais?

Não estou dizendo que sermos educados e bons cidadãos vai criar a paz no mundo, mas, pelo menos, dentro de casa.  Já é um começo...

Crônica: Jorge Marin
Foto: Hidlight, disponível em http://browse.deviantart.com/art/chaos-170160520 .

segunda-feira, 6 de maio de 2013

CASOS CASAS & detalhes




Tá chegando a hora.  Sei que, quarenta anos depois, o cenário é diferente, as pessoas são diferentes e a cultura, com certeza, é bem diferente.  No entanto, uma coisa não mudou nos últimos quarent'anos (como dizia meu pai): a SUBIDA PARA A EXPOSIÇÃO pela Rua Guarda-Mor Furtado.

Com a mesma alegria com que, antigamente, íamos à missa, as pessoas, neste mês de maio, continuam subindo o Largo da Matriz: famílias com roupas de festa, jovens barulhentos com umas garrafas suspeitas, meninas com looks atrevidos postados há pouco no Facebook e a criançada ávida por brincar ao ar livre.

Os velhos continuam nas varandas, comentando os excessos, reclamando do barulho e rindo daquela coisa toda.  Se é na Expô que a cidade se encontra, e se diverte, a Guarda-Mor Furtado é o caminho da alegria comunitária.  Até o Herbert Vianna, o Bi e o Barone vão passar por ali na semana que vem!

Fotos: Serjão Missiaggia
Texto: Jorge Marin

sexta-feira, 3 de maio de 2013

DE CARA COM A EXPOSIÇÃO - I



Pra falar a verdade, a ideia não era nova: a maioria dos coroas falava muito das exposições realizadas pelo Dr. Carlos Alves no final do século.  Por isso, não estranhei quando o meu pai, chegando para almoçar, falou:
- Acabei de descer com o Gaby lá do antigo campo do Mangueira! Estão preparando o local para se fazer uma espécie de Exposição em São João.

A princípio, não me interessei muito pelo assunto: o Botafogo havia perdido, no dia anterior, para o Atlético Mineiro, que se sagrara Campeão Brasileiro, o primeiro da história.  Se bem que, se o Fogão ganhasse, o campeão seria o São Paulo.  Mas fui tirado dos meus devaneios futebolísticos pelo entusiasmo contagiante do meu pai.

Com os olhos brilhando, ficava a nos contar, em detalhes, tudo o que havia visto.  Dentre muitas coisas que nos narrou, lembro-me apenas de que estariam construindo vários galpões.  No entanto, continuei desinteressado.  Somente um pouco curioso.  Nada mais.

Jamais poderia imaginar o quanto aquele lugar iria significar para a cidade. Quanta coisa boa em minha existência ali iria acontecer. Não só para mim, mas para um “monte” de outras pessoas.

Assim, a cada dia que passava, e se aproximava o tão esperado acontecimento, um entusiasmo contagiante e sem igual já se fazia presente. Não havia distinção, pois TODOS os setores da sociedade, num espírito fraterno e de cooperação, começavam encarar o grande desafio. Interessante que, mesmo ainda jovem, esse fenômeno me chamou muito à atenção.

Na sexta que vem, como vocês sabem, terá início a EXPOSIÇÃO.  Aguardem!

Crônica original: Serjão Missiaggia
Releitura e adaptações: Jorge Marin

BLOG EM FESTA!!!


HOJE é festa aqui no Blog: o cumpadre Serjão e a cumadre Dorinha, estão partindo, na maior chiqueza, rumo a Viçosa, para a formatura da Paulinha.

Nós, que há quatro anos vimos relatando aqui no BLOG a beleza e a força dos valores familiares, temos hoje a oportunidade de testemunhar, com o Serjão, a riqueza da realização dos sonhos.  Num tempo em que as coisas tem valores efêmeros e que a dimensão sagrada parece tão fora de moda, é preciso encher o peito, soltar a voz e, como nos shows do Pitomba, gritar: - VALEU, PAULINHA!

Obrigado por nutrir (sem trocadilho) os sonhos dos seus pais e por nos encher de orgulho.  Um futuro brilhante, uma vida de paz e um coração tranquilo, é o que desejamos!

quarta-feira, 1 de maio de 2013

QUEM É O LOUCO DE SÃO JOÃO?



Nós o chamávamos de Doutor Etevaldo, mas ele não era médico.  Na verdade, era farmacêutico aposentado e morava perto da minha casa, quase na subida da Santa Rita.  O fato é que o bom homem manipulava remédios homeopáticos e atendia a todos que necessitavam.  Ah, e de graça!

Dono de uma inteligência ímpar, normalmente demonstrava, além da bondade, uma paciência muito grande com as crianças, qualidade que, no entanto, desaparecia por completo quando alguma mãe dizia que o remédio “não adiantou nada” e, questionada se havia cumprido a rotina de pingar as gotinhas de tantas em tantas horas, reconhecia não ter executado corretamente a rotina.

Nesses momentos, o Doutor Etevaldo subia nas tamancas e dava uma boa esculhambada na reclamante.  Fora isso, era uma alma clara e leve, do tamanho do universo.

Mesmo o seu filho, que chamávamos de Modesto, raramente conseguia irritá-lo.  Não sabíamos o nome verdadeiro do Modesto; só que ele havia ficado louco de estudar demais, segundo diziam.  Se o doutor tinha os seus oitenta anos, o Modesto devia ter uns sessenta: andava barbudo, descalço e carregava um porrete que, vez por outra, usava para afugentar a molecada que corria atrás dele, implicando e xingando.

Naquele tempo, era comum levar as pessoas em surto psicótico para Barbacena, e deixá-las internadas no hospício.  E foi com muito pesar, mas com a certeza de que estava fazendo o correto que, num dos excessos do Modesto, o Doutor Etevaldo pegou o ônibus e levou o Modesto para a referida cidade.

Lá chegaram os dois e, como ambos achavam-se bem vestidos (foi um custo para calçar sapatos no Modesto), barbeados e apresentáveis, a pergunta do atendente foi inevitável: quem é o louco? 
- Ele! – apontou, imediatamente o Modesto, para o Doutor Etevaldo.  Este, assustado e humilhado, com a pergunta e a denúncia do Modesto, escolheu o pior lugar e a pior hora para dar um dos seus pitis.

Dias depois, estranhando a ausência do nosso doutor, algumas pessoas perguntaram ao Modesto (que havia retornado tranquilamente a São João) o paradeiro do sr. Etevaldo.  A resposta não poderia ser mais clara:
- Ah, ele estava muito nervoso; tive que internar!

Bom, resumo da história é que fizemos uma comitiva para ir resgatar o nosso benemérito lá no hospício em Barbacena.  Voltando de carro (fomos num dos dois únicos táxis da cidade), o Dr. Etevaldo, vendo o Modesto sentadinho num banco da sua antiga farmácia, “voou” nele, mas a pergunta que ouviu deixou-o desconcertado e provocou uma gargalhada geral:
- Tá mais calmo? – e continuou contando uma história do Império Romano...

Crônica: Jorge Marin

BRIGADU, GENTE!

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VOLTEM SEMPRE, ESTAMOS ESPERANDO... NO MURINHO DO ADIL