Pra falar a verdade, a ideia não era nova: a maioria dos coroas
falava muito das exposições realizadas pelo Dr. Carlos Alves no final do
século. Por isso, não estranhei quando o
meu pai, chegando para almoçar, falou:
- Acabei de descer com o Gaby lá do antigo campo do Mangueira!
Estão preparando o local para se fazer uma espécie de Exposição em São João.
A princípio, não me interessei muito pelo assunto: o Botafogo
havia perdido, no dia anterior, para o Atlético Mineiro, que se sagrara Campeão
Brasileiro, o primeiro da história. Se
bem que, se o Fogão ganhasse, o campeão seria o São Paulo. Mas fui tirado dos meus devaneios
futebolísticos pelo entusiasmo contagiante do meu pai.
Com os olhos brilhando, ficava a nos contar, em detalhes, tudo o
que havia visto. Dentre muitas coisas
que nos narrou, lembro-me apenas de que estariam construindo vários galpões. No entanto, continuei desinteressado. Somente um pouco curioso. Nada mais.
Jamais
poderia imaginar o quanto aquele lugar iria significar para a cidade. Quanta
coisa boa em minha existência ali iria acontecer. Não só para mim, mas para um
“monte” de outras pessoas.
Assim,
a cada dia que passava, e se aproximava o tão esperado acontecimento, um
entusiasmo contagiante e sem igual já se fazia presente. Não havia distinção,
pois TODOS os setores da sociedade, num espírito fraterno e de cooperação,
começavam encarar o grande desafio. Interessante que, mesmo ainda jovem, esse
fenômeno me chamou muito à atenção.
Na sexta que vem, como vocês sabem, terá início a EXPOSIÇÃO. Aguardem!
Crônica original: Serjão Missiaggia
Releitura e adaptações: Jorge Marin
Foto: Inspirational Dreams, disponível em http://inspirational-dreams.deviantart.com/art/Cow-Kissing-135803528?q=gallery%3Ainspirational-dreams%2F23864501&qo=0
Serjão, suas lembranças do início da exposição são emocionantes. Incrível, mas eu não me lembrava mais do começo de tudo, no entanto, bastou ler você que eu fui me lembrando do pai entusiasmado falando sobre a novidade. Uma coisa incrível: vejo a imagem dele exatamente falando-nos o que estava acontecendo lá em cima e o que ele havia visto. E era um entusiamo bonito de ver.
ResponderExcluirParticipei das três primeiras, depois fui para BH e não me esqueço que voltei a São João em algumas exposições seguintes. Saía de BH por causa da expo. O tempo passou... e dela só tenho notícias.
Pai e mãe diziam-me que os carros tinham que ser estacionados até em frente a nossa casa pois lá por cima ficava tudo cheio.
Curtam bastante, sanjoanenses!
Mika, nós que saímos de São João, carregamos sempre essa lembrança, que também é um sentimento: o de ter sido feliz numa época de inocência, no sentido econômico, político e cultural da palavra.
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