segunda-feira, 31 de agosto de 2015

BELEZAS DA TERRINHA



CÉUS DE SÃO JOÃO NEPOMUCENO

Foto: Serjão Missiaggia

CASOS CASARÕES & seus detalhes misteriosos ???


QUEM CONHECE ALGUMAS HISTÓRIA SOBRE ESSA CASA ???

CASARÃO DA SEMANA PASSADA - a casa na esquina da Rua Domingos Henriques de Gusmão com a Ibrahim Camilo Ayupe foi reconhecida por vários leitores. Os três primeiros a acertar foram: Maninho Sanábio (que disse que lá funcionou a loja Bete Joias), Marcelo Oliveira e Rita Knop Messias.

Foto: Serjão Missiaggia

CASOS CASAS & mistérios ???


DE QUE CASA É ESSE TELHADO ???

ACERTADORES DA SEMANA - a gloriosa águia do Novo Clube Trombeteiros de Momo foi reconhecida por: Maninho Sanábio (sempre em primeiro lugar), Evanise Rezende e Raquel Bertolini.

Foto: Serjão Missiaggia

sexta-feira, 28 de agosto de 2015

REVENDO O PEQUENO PRÍNCIPE


Acho que, como sempre, o meu filho tem razão. Constrangido por assistir a um filme não compatível com a sua idade (10 anos), recusou-se a ir comigo ao cinema ver O Pequeno Príncipe, filme francês dirigido pelo americano Mark Osborne. Realmente, o desenho animado não é para crianças.

Ambientado num bairro de uma cidade americana, o filme conta o drama de uma mãe (dublada pela atriz Rachel McAdams) obcecada, como o são grande parte das mães atuais, em colocar a sua filhinha (Mackenzie Foy) numa escola de elite, daquele tipo que “dá para passar direto no vestibular” como se diz no Brasil.

Administradora de empresa, a mãe estabelece um rigoroso fluxograma de estudos para a filha seguir durante as férias de verão com o objetivo de atingir a sua meta considerada, pela mãe, como “essencial”. Mas, o essencial, como sabemos nós, leitores do Pequeno Príncipe original, é invisível aos olhos.

Assim, vizinho à casa da menina, um velho aviador (Jeff Bridges) vai subverter toda aquela ordem e organização, introduzindo o lúdico na vida da menina. Porque ocorre que aquele velho, descobrimos quando tenta decolar no seu antigo avião estacionado no jardim, é aquele mesmo aviador que viveu as aventuras com o Pequeno Príncipe no deserto do Sahara.

À medida que o aviador vai se fazendo presente na vida da garotinha, o filme adquire um tom extremamente poético, pois a animação, até então do tipo 3D gerada em computador, transforma-se num tipo de stop motion em que as aquarelas originais de Antoine de Saint-Exupéry adquirem uma projeção em massinhas de modelar com as cores características do livro que lemos quando crianças. Os movimentos da Raposa (James Franco) são impressionantes.

Quando, na segunda metade do filme, a menininha resolve viajar até o asteroide B612, em busca do Pequeno Príncipe, as duas “realidades” se misturam e enxergamos o que há de mais triste do mundo dos adultos mostrado no livro, confrontado pelo que (ainda) há de belo no nosso mundo.

E o que há de belo em nosso mundo de reis, exibicionistas e apegados ao dinheiro, pode ser: um riso de criança ao longe, tratar nossos filhos como crianças e não como adultos (como era feito até o século XIX), cativar pessoas a quem não conhecemos, ou, simplesmente, chorar no cinema.

Crônica: Jorge Marin
Foto     : frame do filme O Pequeno Príncipe  

MÚSICAS QUE O PITOMBA ESCUTAVA


Do tempo das brincadeiras dançantes.

quarta-feira, 26 de agosto de 2015

BRINCADEIRA DANÇANTE NO TERREIRO DO BELÁSQUEZ


Certa vez, cismamos em tocar no terreiro da casa de nosso contrabaixista Belásquez. Por sinal, uma tarefa nada fácil haja vista a topografia do lugar, que não nos era muito favorável. Na verdade, era totalmente desfavorável em função do acentuado declive do terreno.

Foi quando, em função desse detalhe, tivemos a infeliz ideia de montar o palco com o velho tablado da mãe de nosso guitarrista. O objetivo seria tentar nivelar o pequeno lugar em que ficaríamos juntamente com os instrumentos, mas, naquela pressa, esquecemos de apoiá-lo direito no chão. O palco se transformou numa verdadeira balança, onde ninguém poderia mexer. Se tal acontecesse, a turma que estivesse na linha de frente, de imediato subia, e os que estivessem na retaguarda, simultaneamente desciam e vice-versa.  Pra alguns, já meio etílicos saturados, foi um sobe e desce de causar vertigem.

Modéstia à parte, aquela noite foi uma sensação e motivo de comentário por muitas semanas. Tudo foi superorganizado, apesar do nosso descuido em deixar que os cachorros nadassem na bacia dos copos. Imaginem vocês que, enquanto era servida a batida de limão sobre a mesa, o cãozinho da casa e sua família se esbaldavam embaixo dela. Mas, naquela atura do campeonato, prevaleceu mesmo a velha máxima que dizia: “o que os olhos não veem o coração, digo, o paladar, não sente”.

Mas, voltando ao baile, chegamos até a adaptar vários spotlights nas árvores, deixando o terreiro todo colorido e o ambiente num belo visual. O lugar ficou lotado e, se tivéssemos cobrado ingressos naquela noite, teríamos faturado uma boa grana. Veio gente de tudo enquanto lugar e até um barzinho foi improvisado pouco abaixo do pé de ameixa.

Mesmo reconhecendo que fizemos uma tremenda “baruiada”, e que a batida de limão tava mais do que “braba”, entre vivos e desfalecidos, todos se salvaram. 

Semana que vem, terminarei esta série de postagens, contando aquela que teria sido a brincadeiras das brincadeiras ou, pelo menos, o pouco que existiu dela.

O indigitado tablado nunca mais foi devolvido e a coisa ficou feia pro nosso lado. Contarei numa outra oportunidade.

Crônica: Serjão Missiaggia
Foto     : acervo do autor

segunda-feira, 24 de agosto de 2015

BELEZAS DA TERRINHA


ESSE VERDE QUE EU ADORO

Foto: Serjão Missiaggia

CASOS CASARÕES & seus detalhes misteriosos ???


E ESSA CASA AÍ? ONDE É???

CASARÃO DA SEMANA PASSADA - os primeiros a reconhecer a casa da Fábrica, na rua Daniel Sarmento, foram: Marcelo Oliveira, Maria da Penha Santiago e Evanise Rezende. Mas, a resposta mais afetiva foi a da Mirian Knop: "ahh... era a casa de vó Júlia e vô Jorge Knop, ex-casa pertencente à antiga fábrica de tecidos Sarmento, atual Santa Marta... infância maravilhosa".

Foto: Serjão Missiaggia

CASOS CASAS & mistério ???


QUE QUE É ISSO AÍ, MINHA GENTE ???

ACERTADORES DA SEMANA PASSADA - Muita gente reconheceu a cena urbana na esquina das ruas Péricles Mendonça e Zeca Henriques, em frente à farmácia de manipulação. Os três primeiros a acertar foram: Maninho Sanábio, Solange Silva, e Rita Aparecida Camilo Alves.

Foto: Serjão Missiaggia

sexta-feira, 21 de agosto de 2015

O CORNO


Sentado em meu consultório, na sexta-feira, às nove da noite, sonho com um “bolo” do meu próximo paciente, que me abriria as portas para um chope, ou, na pior das hipóteses, um banho quente e o último episódio de Walking Dead.

No entanto, ele chega (eu sabia!), e entra de cabeça baixa :
- Boa noite, doutor! – diz a única pessoa no mundo a me chamar assim. É ele, o Corno. Não é nenhum nerd ou monstro. O meu corno é bem-apessoado, uns 35 anos e uma aparência jovial. Se não fosse uma coisa tão extinta, diria que ele tem abotoaduras na camisa impecavelmente lisa. É um homem de bem, dirão todos que o virem.

- Vi a Cláudia ontem, na fila do cinema! – A Cláudia é a ex-mulher, trabalha no setor de RH de uma multinacional, ele é broker (mexe com venda de valores mobiliários e bolsa de valores). A gravidade com que me conta sobre a visão da ex-mulher me indica que ela não estava sozinha.

- Ela é muito descarada mesmo. Nem nos separamos ainda, no papel, e já sai por aí com aquele cara. - “Aquele” cara é um colega de empresa, acho que um chefe ou coisa parecida.

No entanto, ele mantém uma aparência tranquila, até mesmo excessivamente clean, enquanto, por dentro, muitos sentimentos vão remoendo. Na primeira consulta, veio chorando, muito nervoso. É curioso notar que, apesar de insultá-la às vezes, tem uma certeza, quase bíblica de que a culpa do caso dela é dele. Acho que é uma dessas “verdades” culturais: se o marido trai, é porque é safado; se for a mulher, é porque o marido é fraco.

Faz o mea culpa:
- Fui muito ausente, doutor, eu viajava muito para atender a alguns clientes. Muitas vezes, chegava cansado; sabia que ela queria sair para jantar, passear, e eu preferia ficar em casa. Acho que a coisa foi acumulando.

- Você acha que, se tivesse dedicado mais tempo e atenção à Cláudia, nada disso teria acontecido?
- Tenho certeza que não – responde, até com um certo brilho nos olhos.

Diante de tamanha certeza, encerro a sessão. Ele sai pela porta um pouco mais altivo. Acho que eu devia ler mais Nelson Rodrigues e menos Lacan. Pego o casaco, apago a luz e corro para o elevador. Afinal, ainda é sexta-feira, “o dia em que a virtude prevarica”.

Crônica: Jorge Marin

quarta-feira, 19 de agosto de 2015

BRINCADEIRAS DANÇANTES


Aproveitando o embalo da postagem feita, na Página Pitomba, por nossa amiga Soninha, sobre as BRINCADEIRAS DANÇANTES dos anos 60 e 70, lembrei-me de algumas que aconteceram ao som da Pitomba. E uma delas foi quando, em 1973 fomos tocar no Ginásio do Sôbi.

Mas, ainda antes de continuar a narrar essa história, gostaria de abrir um pequeno parêntese para ressaltar o dinamismo e o entusiasmo de nosso eterno comandante Betto Vampiro, uma pessoa além do tempo. Isso pra não falar de sua coragem em viabilizar eventos como esse. Afinal de contas, em se tratando de Pitomba, havia sempre um alto grau de risco no que tange ao comprometimento do desequilíbrio da ordem cósmica. Mas isso é outro assunto e voltemos à apresentação.

Era uma noite de sexta-feira, um dia normal de final de semana, quando, repentinamente, chegaríamos ao ginásio com uma velha rural emprestada ao Beto Vampiro, lotadinha de aparelhagem. Confesso não me lembrar bem de como teria surgido a ideia dessa apresentação, mas recordo-me apenas ter sido tudo de última hora, além, é claro, de algo bastante ousado para a época.

Assim, enquanto descarregávamos e montávamos os instrumentos no galpão, o pessoal do turno da noite, que já ia saindo e vendo toda aquela movimentação, nada entendia do que estaria pra acontecer. Era uma correria desenfreada, pois, afinal de contas, nosso desafio, era tentar em pouquíssimo tempo, adaptar o local para “o grande show”.

Enfim, após a instalação de um spot light aqui, outro ali, juntamente com a colocação de luz negra e uma estroboscópica de fabricação própria, lá pelas onze da noite, começaríamos a tão esperada BRINCADEIRA DANÇANTE. Enquanto, íamos, literalmente, “executando” a primeira música do repertório “Everything's Coming Our Way” do Santana, cada vez mais gente chegava, formando uma imensa pista de dança no centro do galpão.

Um dos fatos interessantes que ocorreu naquela oportunidade foi o desaparecimento de nosso guitarrista-solo e mago da eletrônica, no meio uma música e em pleno baile. Detalhe: após deixar a pobre guitarra, estendida e solitária no chão.

Também outro fato hilário que veio a ocorrer com o nosso valoroso guitarrista (posteriormente tecladista oficial da banda), foi quando tocávamos uma música num determinado tom e ele entrou solando em outro. Quando foi questionado pelo erro tão elementar, simplesmente respondeu que era daquela maneira que ele havia aprendido anos atrás.

Confesso não ter sido uma daquelas noites inspiradas do Pitomba, mas, com o galpão lotado e num ambiente bastante descontraído, a coisa ainda rolou por quase duas horas.  Por sinal, naquele dia, fizemos o baile a troco do lanche, ou seja, um pão com salame e uma coca-cola quente.

Mas que o trem ficou bão dimais, isso ficou!

Semana que vem conto outra.

Crônica: Serjão Missiaggia

segunda-feira, 17 de agosto de 2015

BELEZAS DA TERRINHA


CÉUS DE SÃO JOÃO.

Foto: Serjão Missiaggia

CASOS CASARÕES & seus detalhes misteriosos ???


QUEM CONHECE ALGUMA HISTÓRIA DESSA CASA ???

CASARÃO DA SEMANA PASSADA - Os primeiros a reconhecer a casa da Rua Miguel Manzo foram: Rita Aparecida Camillo Alves, Zezé do Couto Ciscoto e o Jorge Vítor Honório. Mas, certamente, a resposta mais correta foi a do José Alberto Bellini:
- "Minha casa... Adoro".

Foto: Serjão Missiaggia

CASOS CASAS & mistério ???


ONDE FOI REGISTRADA ESSA CENA URBANA ???

ACERTADORES DA SEMANA PASSADA - A casa no Jujuba, clicada a partir do busto da Praça Daniel Sarmento, foi reconhecida pelo Maninho Sanábio, Zezé do Couto Ciscoto, Jorge Vítor Honório, Marcelo Oliveira, Betty Barbosa, Evanise Rezende e Arlete Belizário.

Foto: Serjão Missiaggia

sexta-feira, 14 de agosto de 2015

A MALDIÇÃO DO ISSI


Constantemente, conversando com amigos, ou amigas, ouvimos reclamações do tipo:
- E se eu tivesse ficado solteiro (ou solteira), nada disso teria acontecido – ou:
- E se eu tivesse tomado a pílula – ou, uma constante nos dias atuais:
- E se o tal partido tivesse ganhado a eleição, não haveria mais corrupção.

O fato é que existem alguns momentos em que se torna mais difícil encarar a vida como ela é. Ou, melhor dizendo, pinta um arrependimento de ter escolhido o caminho que escolhemos.

Tomando como exemplo a primeira das reclamações, a pessoa, às vezes, fica contrariada com o parceiro, ou com a parceira, fato que não deve acontecer com a maioria de vocês, mas, naquele momento de ira, arrepende-se de ter casado e começa a pensar em quê? Nas inúmeras vantagens e prazeres que teria SE não tivesse se casado.

Ora, esse é um pensamento absolutamente torto porque, no momento em que fazemos uma escolha, jogamos na lata do lixo TODAS as outras opções. Se casamos, por exemplo, deletamos do nosso sistema algumas prerrogativas típicas dos solteiros, como: noitadas, sexo casual, descompromisso. Por outro lado, adquirimos algumas benesses da vida de casado: companheirismo, disponibilidade sexual, filhos, família.

Ou seja, é bem possível, e às vezes até mesmo desejável, que se rompa o vínculo matrimonial em virtude de uma série de incompatibilidades, ou não. Mas, o que é impraticável é voltar a viver como solteiro e querer manter aquelas regalias que se tem quando se é casado. Ou continuar casado e manter os privilégios dos solteiros.

Portanto, uma grande maldição do nosso tempo é esse inútil exercício de “issiologia”: ah, eu estou grávida, mas, e se eu tivesse tomada a pílula, ou, e se eu tivesse tomado um chá e ido dormir?

Gente, o “E SE” não leva a nada, ou, se levar, conduz certamente à infelicidade. Vou me abster aqui de comentar o “issismo” na política pois sei que serei acusado de defender ou atacar algum partido. Na verdade, a eleição é uma escolha. E, como qualquer escolha, tão logo você elege uma opção, TODAS as outras estão excluídas.

É lógico que, voltando à questão do casamento, se você escolhe ser solteiro, você não vivenciará as amolações e as desventuras de ser casado. Porém, irá experimentar, com certeza, as amolações e as desventuras... de ser solteiro. Alguém duvida?

Crônica: Jorge Marin

quarta-feira, 12 de agosto de 2015

A PRACINHA DO BOTAFOGO: POINT DOS POINTS


E aqui estamos nós de volta à pracinha do Botafogo e, se não estou enganado, pela terceira vez. Interessante como esse lugar, assim como o Mangueira, o Democráticos, o Trombeteiros e o Operário, tenha marcado tanto a geração setenta. Isso ficou bastante evidente diante vários pedidos de amigos nos solicitando que falássemos novamente sobre a referida pracinha. Amigos esses que entraram posteriormente na Página Pitomba e não tiveram a oportunidade de acompanharem as primeiras postagens.  
                                      
Realmente, para a maioria dos Pitombenses, esse foi o Point dos Points. Palco de vários namoros, sendo que alguns até terminaram em casamento. Pracinha das muitas histórias. Violas... Encontros... Desencontros e muito mais...
 
Confesso que a magia do lugar chegava a mexer com a gente e, com certeza, dos muitos amigos que, naquela época, tiveram a felicidade de passar ali momentos tão felizes e agradáveis.

Por sinal, poucos eram os que, antes de entrarem ou saírem do ginásio, não davam uma passadinha por lá. Era um ponto quase obrigatório sendo que, para alguns, até mais que isso.

O Conjunto CBV no Botachop era tudo de bom, e a música Preta Pretinha dos Novos Baianos marcou pra caramba. Ficar, simplesmente, sentados em suas mesinhas, nas poltronas, no cantinho do portão lateral ou naquela jardineira cheia de espinhos pinicando o traseiro da gente era ainda melhor.

E, na pracinha, muitas brincadeiras hilariantes aconteciam. Uma delas, em especial, consistia em furar, com cigarro, um papel que ficava juntamente com uma moeda sobre um copo. Ainda mais hilariantes eram as tarefas que teriam que ser cumpridas pelo perdedor. Até macaco, certa vez, alguém teve que imitar, por sinal, com extrema maestria. E quem se incomodaria em ter a mão queimada por uma mutuca, principalmente se esta viesse de uma paquera?

Épocas de bolsos vazios onde, constantemente, corríamos atrás dos saudosos João, Zé e Sr. Augustinho, além do amigo Picolé, na intenção de filar um cigarro. Diga-se de passagem, o Havaí do Picolé, literalmente, matava a pau. Interessante que sempre chegava com apenas três deles no bolso. Qual seria o motivo?   

O mais esperto e que primeiro gritasse pelas “vinte, dez ou cinco” era, religiosamente, respeitado pelos demais, e, do mesmo jeito, servia para quando alguém pleiteasse o último trago. O difícil, por incrível que pareça, era conseguir chegar primeiro.

Lugar preferido dos bate-papos e brincadeiras, que sempre aconteciam quase todas as noites, e muitas vezes, até mesmo durante o dia. Mas, o forte, com certeza, eram os finais de semana, principalmente antes e depois de algum baile, ou alguma brincadeira dançante com o Pitomba. Tudo se tornaria ainda mais fácil, pois a sede do Operário, na época, ficava bem em frente ao Botafogo. Da pracinha, para lá muitas vezes saíamos no intuito de ensaiar, e a turma quase sempre nos acompanhava. Era aquela festa!

Antes de algum baile, sempre dávamos uma breve chegadinha ao barzinho da esquina do Dragão, pra tomar aquela coca-cola estupidamente gelada. Misturada com pinga, é claro. Só não podíamos nos esquecer de dar uma rápida mexidinha com papel de pão para tirar um pouco de seu forte gosto.

Muito comum também eram as nossas saídas da pracinha numa já combinada e rotineira esticadela até o Bar do Bode. Lá, saboreávamos aquela Fanta Laranja com vodca, um Gim Tônica ou mesmo Fanta Uva com vodca. Esta última carinhosamente apelidada pela turma de Viuvinha.

Recordo quando um amigo, ao sair de sua casa, que, na época, era anexa ao prédio da estação, vinha com seu famoso violão Giannini sobre os ombros em direção ao Botafogo. Com certeza, iríamos escutar e, por que não, também cantar: Imagine, Something, Without You e muitas outras.

E como também era relaxante ficar sentado na pracinha só observando aquele vai e vem do trem com suas intermináveis manobras! Isto acontecia, principalmente, quando chegávamos cedo e ficávamos sozinhos à espera dos demais.

Lembro-me bem quando, numa dessas brincadeiras, a turma agarrou um de nós e, numa bela sacanagem, após tirar-lhe o tênis do pé, simplesmente, arremessou o calçado bem em cima de um dos vagões do trem. A locomotiva estava naquele momento se preparando para partir e, por muito pouco, o referido tênis não teria sido adotado por outro pé lá pelas bandas de Ubá, Guarani ou Ponte Nova.

E assim, a cada encontro, as horas se passavam tão lentamente, que tínhamos a nítida sensação de que o tempo era eterno e que tudo mais, além do que fazíamos, seria um mero detalhe.

Sentado naquela pracinha, vi o Pitomba nascer, crescer e hibernar. Ali, começou meu namoro, me casei, vi nascer os meus filhos e, ainda hoje, numa breve paradinha, nos sentamos para matar saudade e jogar conversa fora.

Enfim, nesta oportunidade, gostaria muito de citar alguns nomes, mas poderia cometer o pecado de esquecer alguém. A cada um desses amigos, que fizeram parte da PRACINHA DO BOTAFOGO, envio meu carinhoso abraço.

Crônica e foto: Serjão Missiaggia

segunda-feira, 10 de agosto de 2015

BELEZAS DA TERRINHA


DESEMBARCANDO NO PARAÍSO

Foto: Serjão Missiaggia

CASOS CASARÕES & seus detalhes misteriosos ???


QUEM CONHECE ESSA CASA AÍ ???

CASARÃO DA SEMANA PASSADA - A melhor resposta foi a do Jorge Vítor Honório: "a casa fica na rua Professor Gabriel Arcanjo de Mendonça, casa da Glorinha que trabalhava no colégio do sr. Ubi Barroso. O sr. Hélio, seu esposo, ainda mora lá". A Marcela Bul-la, vizinha e afilhada do casal, confirmou a descrição, bem como a Evanise Rezende.

Foto: Serjão Missiaggia

CASOS CASAS & mistério ???


QUE LUGAR É ESSE ???

ACERTADORES DA SEMANA PASSADA - Inúmeras pessoas reconheceram a casa no início da Avenida Carlos Alves, ao lado da Capelinha de Nossa Senhora Aparecida. Os três primeiros a acertar foram: o João Bosco Torres, a Zezé do Couto Ciscoto e o Maninho Sanábio, que, inclusive, lembrou-se que a foto já havia sido publicada anteriormente. E é verdade. Aos poucos, iremos promovendo um "vale a pena ver de novo" com algumas fotos já publicadas, porém remasterizadas. Aguardem!

Foto: Serjão Missiaggia

sexta-feira, 7 de agosto de 2015

REINSTALANDO O TÚNEL DO TEMPO


Quem disse que a tecnologia não dá prazer pra gente?

Estou aqui tentando publicar a minha postagem no BLOG desde as 7 da manhã e, graças à alta tecnologia Microsof, não consigo liberar a matéria.

No entanto, a referida empresa me proporcionou uma tremenda alegria: é que, tendo instalado o seu mais recente produto – o Windows 10 – com o qual não consegui fazer bulhufas (porque ele insiste em dizer que a minha resolução de tela está errada), fui convidado a desfazer tudo e voltar para o meu Windows 7 veinho.

Gente, vocês não imaginam que alívio foi ver todos aqueles gráficos novinhos se dissolvendo e voltando a minha telinha antiga com meus ícones de sempre e o meu design ultrapassado.

Fiquei pensando. Será que não poderíamos estender essa técnica de desinstalação para outras ocorrências da nossa vida. Já pensaram em desinstalar os seus 50 ou 60 anos e retornar, mantendo a memória (é claro!) para as suas versões 2.0?

E que tal voltar a paisagem sanjoanense para sua versão 7.0, com a Pracinha do Coronel cheia de jovens, o Ginásio do Sôbi a todo vapor e o Cine Brasil exibindo Ben-Hur, com direito a La Violetera no Cine Rádio?

Quem acompanha o Blog, sabe que não sou saudosista, mas, dentro da velocidade e da impessoalidade com que somos tratados nos hospitais, nos comércios e nas repartições públicas, gostaria de reinstalar A Brasileira, A Casa Leite e o Banco Comércio e Indústria de Minas Gerais, comigo lá dentro, trabalhando com o sô Mauro Nogueira.

Baixaríamos a versão mais antiga da Lanchonete Joia, do Cebolinha, do Tcham, e também reinstalaríamos o trailer do Tim ali em frente à Força e Luz (que voltaria a ser CFLCL) e ao murinho do Adil numa versão sem pregos.

Bom também, para completar o contexto, desinstalar o Trombeteiros e o Democráticos para a sua versão 1.0 e, principalmente, o Calçadão para a sua versão Rua do Sarmento.

A Matriz, a gente poderia deixar na versão atual, mas poderíamos reinstalar o Padre Trajano para impor mais respeito na molecada e o Padre Jacy para, quem sabe, gravar um DVD ao vivo.

Bons tempos, alguns dirão, mas se, de tudo, for impossível (e é) reinstalar as nossas casas, nossos filhos pequenos, nossos discos de vinil e nossas imagens no espelho, fica pelo menos essa imensa ternura pelo que foi, pelo que fomos, e pela vida vivida.

Crônica: Jorge Marin
Foto     : Kenneth Netzel, disponível em https://www.flickr.com/photos/kennetzel/

quarta-feira, 5 de agosto de 2015

O MURIM DO ADIL


Outro point interessante da rapaziada na década de setenta, era o famoso MURIM DO ADIL. 

Juntamente com a Sinuca do Cida, era local predileto e estratégico, não somente para uma boa prosa como também para observação. Uma verdadeira guarita que nos proporcionava uma visão privilegiada de tudo que acontecia na Pracinha do Coronel ou daqueles ou daquelas que estariam fazendo o quarteirão.

Como algo instintivo, sem que percebêssemos, quando víamos já estávamos parados ali. E por ali ficávamos sentados por horas.

Muito comum alguém marcar um encontro dizendo: vamos nos encontrar frente ao murinho do Adil. Por sinal, pouquíssimas meninas se aventuravam a permanecer ali, sendo que, para os rapazes, o local se transformava numa verdadeira arquibancada. Dali, tudo se via, principalmente quando elas passavam.

Futebol, música, cinema e, claro, as mulheres, eram os assuntos preferidos, onde, num ambiente agradável, leve e descontraído, víamos o tempo passar num “piscar de olhos”.

Infelizmente, como podemos observar hoje, sentar no murinho, ficará meio desconfortável. E como!!!

Crônica e foto: Serjão Missiaggia

segunda-feira, 3 de agosto de 2015

BELEZAS DA TERRINHA


DESCENDO A AVENIDA.

Foto: Serjão Missiaggia

CASOS CASARÕES & seus detalhes misteriosos ???


ONDE FICA ESSA CASA ??? ALGUÉM JÁ ENTROU AÍ ???

CASARÃO DA SEMANA PASSADA - A casa rosa na Avenida Carlos Alves foi reconhecida, de imediato, por Fátima Furtado, sobrinha-neta de dois antigos moradores. Mais leitores também reconheceram o imóvel: Aline Manuella Costa Cardilo, Márcio Velasco e vários outros.

O Sebastião Luiz Costa disse que ali era a antiga Vila do Senhor Deco (onde ele nasceu) e a Emília Batuta disse que a mãe do José Maria Coelho morou na primeira porta.

Foto: Serjão Missiaggia

CASOS CASAS & mistério ???


DIGAM AÍ: ONDE FICA ESSE LUGAR ???

ACERTADORES DA SEMANA PASSADA - O prédio da Multi-Clínicas foi reconhecido por Alline Manuela Costa Cardilo, Maiza Knop, Evanise Rezende, Betty Barbosa, Guto Medina e o expert Maninho Sanábio.

Foto: Serjão Missiaggia

BRIGADU, GENTE!

BRIGADU, GENTE!
VOLTEM SEMPRE, ESTAMOS ESPERANDO... NO MURINHO DO ADIL