quarta-feira, 30 de novembro de 2016

NOSSAS PRAÇAS E JARDINS


Sempre que saio a passeio pela terrinha, na intenção de captar algumas imagens interessantes para o Blog, ou mesmo em visita a outros espaços urbanos de cidades vizinhas, fico a observar e fazer comparativos com nossas PRAÇAS E JARDINS, algumas delas, diga-se de passagem, muito bem cuidadas, enquanto outras, por motivos diversos, quase que em estado de total abandono. Foi quando, coincidentemente, deparei-me com este artigo no Blog ADOTE UMA PRAÇA, o qual repassarei pra vocês agora:

“A constante preocupação das pessoas com a preservação da natureza e a responsabilidade social faz com que queiramos um mundo melhor para nós e nossos filhos, dessa forma a comunidade, órgãos governamentais, e iniciativa privada representada por empresas, cada vez mais buscam formas de preservação do meio em que vivemos.

Dentro do contexto da preservação do meio ambiente em que vivemos, temos as áreas naturais dentro dos centros urbanos como PRAÇAS e PARQUES que utilizamos para desfrutar de momentos de lazer junto a nossa família. Sabemos, entretanto, que o estado (poder público) não consegue dar a devida atenção (manutenção, limpeza, conservação e melhorias) para esse patrimônio tão importante devido às demais prioridades, por isso ele concede a possibilidade à iniciativa privada de ADOTAR uma área de preservação como uma PRAÇA ou um PARQUE.

Todos ganham com a preservação, primeiramente o cidadão que ficará feliz por desfrutar de um ambiente preservado, cuidado e limpo junto a sua família; em segundo lugar, a empresa que está adotando a área de preservação, pois estará engajada em um projeto para melhorara sociedade onde ela atua e será reconhecida por isso pelos membros da sociedade como uma empresa que se preocupa com o meio ambiente. Em terceiro lugar, o estado (município), pois estará preservando seu patrimônio com recurso da iniciativa privada, e assim poderá utilizar seus recursos escassos em projetos de primeira necessidade. ”

Penso que o programa “Adote uma Praça" chega como alternativa para que a iniciativa privada possa compartilhar a responsabilidade ambiental com o poder público em troca de benefícios mútuos.

Crônica e foto: Serjão Missiaggia

segunda-feira, 28 de novembro de 2016

SE ESSA RUA FOSSE A MINHA



QUEM AÍ VIVEU EMOÇÕES NESSA RUA???

Foto de hoje: Serjão Missiaggia
Trat.imagem: Jorge Marin

TODA CASA TEM UM CASO


QUEM CONTA ALGUM CASO DESSA CASA???

CASA DA SEMANA PASSADA - Embora Fernanda Macêdo e Fran Teixeira tenham "chegado primeiro", quem contou o caso da casa foi a Márcia Nerval: "Esta casa é o nº 104 da Rua Cel. José Dutra. Minha casa querida que, apesar de pequena, era muito bom morar ali. Maravilhosos amigos de infância, famílias queridas pra todo vida. AMEI. AMO. E AMAREI POR TODA MINHA EXISTÊNCIA".

Foto de hoje: Serjão Missiaggia
Trat.imagem: Jorge Marin

CASOS CASAS & mistério ???


ONDE FICA ESSE LOCAL???

ACERTAODRES DA SEMANA PASSADA - O problema de apresentar desafios para o Maninho Sanábio é que, além de acertar, ele tem uma ótima memória. Preparamos uma foto de uma casa na rua do Descoberto quase esquina com a travessa Padre Condé que já havíamos publicado, mudamos o enquadramento, aplicamos um photoshop e, mesmo assim, ele foi o primeiro a acertar, seguido pela Fernanda Macêdo e Ana Emília Silva Vilela.

Foto de hoje: Serjão Missiaggia
Trat.imagem: Jorge Marin

sexta-feira, 25 de novembro de 2016

NO NOSSO TEMPO É QUE ERA BOM?


Vira e mexe, vemo-nos apavorados com o rumo caótico dos fatos, dos escândalos, dos abusos e das violências dos dias atuais.

E mais, vendo os jovens caminharem pelas ruas conectados aos seus gadgets eletrônicos, somos tentados a suspirar e nos refugiar na nossa frase de velho preferida: NO MEU TEMPO É QUE ERA BOM!

Mas, será mesmo? Passando uma noite chuvosa digitalizando fotos antigas para o computador e reciclando vídeos de cassetes rebobináveis, percebo-me francamente decepcionado com velhos álbuns de família.

Não sei se já ocorreu com vocês morarem em algum outro lugar, como uma cidade de porte médio e, tempos depois, voltar para a querida cidadezinha natal, correr pra sua antiga casa, mais precisamente ao quintal de seus sonhos, e descobrir, meio sem graça, que aquele seu mundo maravilhoso da infância não passa de um lotezinho chinfrim e barrento, com pernilongos incômodos e muito mato?

Vendo o computador de meu filho, e seus jogos interativos de alta resolução gráfica, falo pra ele: filho, eu trocaria a minha infância inteira, meus brinquedos de plástico, meus robôs e até mesmo o meu amado autorama por quinze minutos de Tomb Raider 2013!

A verdade é que, à medida em que vamos envelhecendo, começamos a desconfiar que, afinal de contas, a vida não foi tão feliz assim. E, pra não dizer que foi totalmente inútil, começamos a lembrar dos “momentos inesquecíveis da minha infância”, dos “amores incríveis que vivi”, ou mesmo das minhas “fantásticas realizações profissionais”. Tudo balela...

Lógico, durante a vida tivemos alguns (poucos) momentos realmente maravilhosos: por exemplo, se você é uma criança pobre e tomou o seu primeiro refrigerante (um copo de Grapette) na cantina escolar do seu grupo, você sabe do que estou falando!

Por outro lado, numa determinada noite, que deveria ser gloriosa da nossa juventude, jogávamos animada partida de sinuca no Bar do Tcham, quando um bando de PMs armados invadiram o local (digo invadiram pois não foram chamados) e, simplesmente, jogaram todas as nossas bolas nas caçapas e disseram para irmos embora pois já era tarde.

Naquele tempo, se protestássemos, seríamos presos. Se fosse hoje, também.

E é por isso que não tenho pressa, nem em voltar no Túnel do Tempo nem em viajar ao infinito e além, para ser feliz.

Porque a felicidade, como já falei, transforma tanajura em helicóptero. Mas unicamente porque a felicidade vem ANTES da metamorfose. Caso contrário, tanajura continua sendo uma formigona bunduda. Mas também uma iguaria deliciosa da cozinha contemporânea.

Crônica: Jorge Marin
Foto     : lisafx disponível em http://stockfresh.com/

quarta-feira, 23 de novembro de 2016

NOSSO CAVERN CLUB


Ao me posicionar em frente à casa de nosso irmão pitombense Sílvio Heleno pra tentar captar uma imagem da Pracinha do Chafariz, resolvi mesmo foi fazer uma visita ao velho e lendário BARRACÃO do Sr. Anjinho.

E como tem história aquele lugar!  Entre umas e outras coisas, coincidentemente, na época em que havia começado a febre PITOMBA, o local chegou a ser até um depósito de mangas. Hoje, fico pensando se não teria sido um recurso meio que desesperado do Sr. Anjinho, que, com sua conhecida sapiência, já não estaria profetizando um possível acampamento sonoro de nossa parte no referido lugar. Fundamentado ou não, sei apenas que não adiantou!

No local aconteceram nossos primeiros encontros, ou seja, os famosos ensaios descompromissados pra não tocar em lugar nenhum. Nosso negócio era fazer “BARUIADA” pra nós mesmos, e o que viesse depois seria mero detalhe. O imóvel era bem deserto naquela época, sendo assim, o máximo que nosso som alcançava era o Esplendor do Morro e entorno.

Um desses ensaios foi realizado por cima de mangas, sendo que algumas delas já estariam exalando um forte odor em decorrência de adiantado estado de maturidade.  E nós não estávamos nem aí pra isso, e muito menos com o telhado, que, certa vez, chegou a ir pelos ares em decorrência de uma forte chuva que caiu sobre a cidade. Pior que esse quase tornado, além de acabar com a energia elétrica, deixou a “PAREAJE”, que pra variar, era toda ela emprestada, ao relento. Foi aquele corre-corre no escuro, enquanto algumas “gotículas” ficavam passeando em cima da bateria e de um aparelho de guitarra que a Nely havia levado pro Silvio Heleno consertar.

Num outro ensaio, um de nossos fãs (tínhamos fãs!) saiu pela cidade convocando todos que encontrava pela frente, para um baile que estaria acontecendo no BARRACÃO. Por sinal, éramos a única banda do planeta que ensaiava em ritmo de baile com jogo de luz e tudo. Quando demos por nós, o barracão estava cheio, sendo que o arrasta-pé veio a terminar lá pelas tantas da madrugada.

Foi ali que sentei pela primeira vez numa bateria, se é que poderíamos chamar aquilo de bateria (bumbo, tarol e um prato com arrebites). Nosso guitarrista foi outro herói, pois, além de ter que cantar num microfone de gravador e num aparelho de voz em que seus alto-falantes ficavam passeando pelo chão, tinha como guitarra, um velho violão com captador elétrico. Sem contar que aquele estranho chifre de boi, servindo de instrumento pra nosso ritmista, era algo bastante inusitado.

Bem, irei parando por aqui, pois, além de ser algo repetitivo, não haveria postagem que abrigasse tantos causos hilariantes que ali aconteceram.
O Pitomba veio a ter mais tarde outra constituição, com inclusão de outros componentes, que enriqueceram o grupo, tanto no quesito musical, textos, composições e visual, mas, confesso que “A PRIMEIRA FORMAÇÃO E O COMEÇO DE TUDO, A GENTE NUNCA ESQUECE”.

Crônica: Serjão Missiaggia
Foto     : acervo do autor   

segunda-feira, 21 de novembro de 2016

BELEZAS DA TERRINHA


ÁRVORE IMUNE DE CORTE

COMENTÁRIOS SOBRE A RUA BERNARDO DE MORAIS SARMENTO - A primeira a reconhecer a rua do Bairro Santo Antônio foi a Rosana Espíndola, mas quem disse o nome certinho da rua foi o José Carlos Nicodemos, que ainda fez questão de dizer: "Essa rua é minha. Moro na primeira casa de cor branca". A Diva Guazzi Knop também acertou.

Foto de hoje: Serjão Missiaggia
Trat.imagem: Jorge Marin

TODA CASA TEM UM CASO


QUEM CONHECE ALGUM CASO SOBRE ESSA CASA???

CASA DA SEMANA PASSADA - A Maria Luiza Leite Knop Oliveira foi a primeira a se lembrar: "Não exatamente sobre a casa, mas sobre o Armazém Colombo que existia debaixo deste sobrado! Tudo a granel! Tudo anotado num pedaço de papel e colocado num pinto e na caderneta... no final do mês, lá estava meu pai pagando!" Também acertaram: Eneida Knop e Rita Knop.

Foto de hoje: Serjão Missiaggia

CASOS CASAS & mistério ???


QUE LUGAR É ESSE ???

ACERTADORES DA SEMANA PASSADA - Disse a Ana Emília Silva Vilela: "Vou arriscar. Subida para a Santa Rita passando pelo morro do gás. Casa onde tem a Clínica do Detran, casa do saudoso sr. Wadson, casa que morou o José Maria do Nicó e, na esquina de cima, já foi o bar do Zé Medina. Do outro lado, prédios. O primeiro na parte da frente tem o depósito de bebidas do Toni. A rua mais alta me parece que se chama Rubens Sachetto. Tenho que ter acertado, pois morei muitos anos nesta rua".

Pois bem, acertou!!! E acertaram também: Zezé do Couto Ciscotto e Fernanda Macêdo.

Foto de hoje: Serjão Missiaggia.

sexta-feira, 18 de novembro de 2016

A GAROTA NO TREM E EU NO ÔNIBUS DA BASSAMAR


Fui, finalmente, assistir ao filme A Garota no Trem, do diretor americano Tate Taylor.

Sentado no escuro, vendo Emily Blunt interpretar uma alcoólatra que admira a paisagem no trem, fui remetido aos meus tempos de juventude, quando viajava no início e no final da semana durante, pelo menos, cinco horas.

No ônibus, do alto da serra de Bicas, ficava olhando uma casinha lá embaixo com suas luzes trêmulas. Pela hora, adivinhava que a família jantava em silêncio ao som da Ave Maria, um hit muito comum naqueles tempos. Pensava comigo: como essas pessoas devem ser felizes, vivendo aqui junto à natureza!

Enquanto isso, no trem, Rachel, a personagem principal do filme, via um casal numa bela casa, se abraçando, fazendo coisas juntos. Recém-divorciada do seu marido Tom, a moça só pensava o mesmo pensamento meu: como essas pessoas devem ser felizes!

Voltando de São João no domingo à noite, subindo à serra, não resisti em olhar para o tal casebre abençoado. Passava um pouco das sete, chovera muito no final de semana e a tal casa, simplesmente, não existia mais. Um mar de lama tinha invadido a baixada e nem o rádio ficou para contar a história.

Naquele dia, ao contemplar a residência do casal feliz, Rachel descobriu, estarrecida, que Megan, a esposa, estava abraçada... a outro homem (não vou contar quem). Atordoada, Rachel vai cambaleando até o final do vagão para conferir se era mesmo outro homem. E era. As pessoas xingam.

Na segunda, me desespero, pensando naquelas pessoas que moravam na casinha. Da mesma maneira que adivinhava suas vidas felizes, tenho certeza de que devem ter passado um inferno, sem poder fugir daquele dilúvio. Pra piorar, o jornal Tribuna de Minas não circula às segundas, e fico sem notícias até a terça-feira. Não havia, na época, emissora de televisão local.

Rachel pira: vai até a casa do ex-marido e, para terror da nova esposa dele, Anna, rapta o bebê do casal, mas se arrepende e deixa a criança... no chão. Não tem muita certeza de seus atos e recebe uma notícia terrível: a esposa feliz desapareceu. Preocupada, a agora abstêmia Rachel busca o marido da moça, Scott. Fingindo ser amiga da esposa, que só conhecia de vista, enfrenta o dilema: fala ou não da traição? Será que o amante matou a moça?

Chega o Tribuna. Não há nem sequer uma única linha sobre a casa desaparecida na enchente. Percebo que, por mais cruel que isso possa parecer, aquelas pessoas só eram importantes pra mim por causa da inveja que eu sentia quando as via supostamente felizes. Nunca soube nada do destino da família.

Rachel descobre o que ocorreu com Megan. O desfecho a afeta profundamente. Mas, da mesma forma que eu, percebe que idealizar uma vida maravilhosa para os outros, é garantia de sofrimento pessoal, com certeza!

Crônica: Jorge Marin
Foto     : frame do filme A Garota no Trem

quarta-feira, 16 de novembro de 2016

ALÉM DA CANÇÃO


Foi numa simples canção,
Abraçado ao braço de um violão,  
Que encontrei, entre restos da ilusão,
Outras razões pra viver. 

            Foi assim, tão assim, sem querer
            Que pude escutar meu coração
            E, com emoção, encontrar em mim
            Fantasias que pudesse ter.

Cantar... cantar... cantar...
Montanhas e estrelas... Poder tocar
Cantar... cantar... cantar...
Alcançar o infinito sem sair do lugar.

            Cantar... cantar... cantar...
            É pisar sobre as ondas... Não se molhar...
            Cantar... cantar... cantar...
            Viver o faz de conta com o pensar

E assim, sobre asas dissonantes, voei
Acordado entre acordes, viajei
Entrei no compasso, com meus passos sonhei
Sonhei... sonhei... sonhei... Também assim aprendi a amar...

Letra: Serjão Missiaggia
Foto : disponível em www.wallpapers.rs

segunda-feira, 14 de novembro de 2016

SE ESSA RUA FOSSE A MINHA


QUEM CONTA ALGUMA HISTÓRIA SOBRE ESSA RUA???

Foto de hoje: Serjão Missiaggia
Trat.imagem: Jorge Marin

TODA CASA TEM UM CASO


CONTEM AÍ... ALGUM CASO SOBRE ESSA CASA.

CASA DA SEMANA PASSADA: a primeira a acertar o local foi a Fernanda Macêdo, mas o "caso" da casa foi contado pela Luciana Resende Oliveira Auad: "essa era a casa da dona Gelva, que foi casada com meu tio Aloísio. A Gelva trabalhou com telefonia em São João, na época em que pedíamos à telefonista pra fzer ligações. Acho que essa casa agora é do João Carlos, sobrinho dela, que mora em JF". Evanise Rezende também acertou.

Foto de hoje: Serjão Missiaggia
Trat.imagem: Jorge Marin

CASOS CASAS & mistério???


QUEM EXPLICA ESSA PAISAGEM???

ACERTADORES DA SEMANA PASSADA - desta vez, o Maninho Sanábio caprichou; respondeu diretamente no Blog, ANTES mesmo de postarmos no Face: "Bairro São Sebastião e o morro ao fundo é aquele que fica atrás da Matriz... Essa visão seria mais ou menos de quem vê do bairro São José". Minino danado!!!

Acertaram, logo depois, Fernanda Macêdo e Evanise Rezende.

Foto de hoje: Serjão Missiaggia


sexta-feira, 11 de novembro de 2016

PARA A MÃE QUE SE VAI


Dorinha,

Um dia a mãe não vem
E só Deus sabe como é chorar e a mãe não vir

Um dia a gente tem que seguir
Sem a certeza de voltar
Ou de não ter nem mesmo um colo para se consolar

A mãe é tudo de real que temos
Quando resolvemos embarcar nesta aventura terrena
Se crescemos, ela nos mima
Se brigamos, ela nos entende
Se amamos, ela nos acompanha
Se desabamos, ela nos consola
Se nos afastamos, ela reza

Por isso, se ela não vem mais, choramos.
Mas, sabemos que, lá dentro de nós,
Sempre e sempre, ela há de ficar
Serena...

(Abraço fraterno aos familiares da Dona Nair)

quarta-feira, 9 de novembro de 2016

UMA LENDA UM HERÓI


Acredite quem quiser, mas qual não teria sido minha surpresa ao chegar à varanda, e ver estacionada próxima à minha casa, uma daquelas antigas CARROÇAS acompanhada de um dócil animal. Coisa rara de se ver nos dias atuais, fato este que me levou, inevitavelmente, a lembrar de nosso heróico DADÁ LIXEIRO. Lamento que muitos não tenham chegado ao menos a conhecê-lo, pois foi uma pessoa extremamente SIMPLES, TRABALHADORA e que marcou muito uma época.

Com sua estatura baixa, pernas arqueadas, andar campesino e sob a proteção de um imenso sombreiro de palha e uma enorme botina, marchava com sua folclórica carroça e um velho burro, a recolher de porta em porta, o lixo da cidade.

Pendurada na carroça seguia com ele uma vassourinha, e com ela varria cantinho por cantinho das ruas e praças por onde passava. Sinceramente, ainda hoje fico pensando como conseguia tal façanha de percorrer sozinho e dar conta do recado de toda uma cidade.

Nem mesmo as mudanças climáticas o impediam de realizar seu árduo trabalho, pois, sob o agasalho de uma enorme capa preta de chuva jogada sobre os ombros, caminhava sempre em frente, como se nada estivesse acontecendo.

Interessante é que não havia a cultura dos lixos depositados nas calçadas, sendo que a população, de maneira bem disciplinada, esperava a passagem da carroça para que pudesse entregá-lo pessoalmente.

E era dessa forma que, por décadas, na companhia de Deus, seguia percorrendo cada canto da garbosa cumprindo sua difícil e digna missão.
      
Se ainda não há uma RUA em seu nome, vai aí uma sugestão.

Crônica e foto: Serjão Missiaggia

segunda-feira, 7 de novembro de 2016

BELEZAS DA TERRINHA


CHEGANDO EM SÃO JOÃO.

COMENTÁRIOS SOBRE RUA VISCONDE DO RIO BRANCO - Colina da Esperança, como comentou Tânia Bezerra; ou Morro do Ginásio, o fato é que o espaço é insuficiente para tantas histórias, emoções e também tristezas vividas ali em frente ao "Sôbi". Também acertaram Maria da Penha Santiago e Fernanda Macêdo.

Foto de hoje: Serjão Missiaggia
Trat.imagem: Jorge Marin

TODA CASA TEM UM CASO


QUAL SERÁ O CASO DESSA CASA???

CASA DA SEMANA PASSADA - as três primeiras pessoas a reconhecer a casa do Bolote (nosso ex-delegado e ex-prefeito Hercílio Ferreira) foram Fernanda Macêdo, Marcelo Oliveira e José Carlos Nicodemos.

Foto de hoje: Serjão Missiaggia

CASOS CASAS & mistérios ???


ONDE FICA ESSE LUGAR???

ACERTADORES DA SEMANA PASSADA - Giovana Miosso, Fernanda Macedo e Fabiana Macedo foram as primeiras a reconhecer o prédio verde em frente à Policlínica onde funcionou a beneficiadora de arroz, depois a Convés e hoje é o Museu Histórico.

Foto de hoje: Serjão Missiaggia
Trat.imagem: Jorge Marin

sexta-feira, 4 de novembro de 2016

COMO AGRADAR ÀS PESSOAS???


O que é que eu tenho que fazer para ser aceito? Melhor dizendo, o que é que eu tenho que fazer para agradar às pessoas que me cercam?

Quando era menino, em São João Nepomuceno, a resposta era simples: obedecer. Meninos obedientes tinham uma aceitação fantástica. Eram citados, com orgulho, pelos pais, elogiados pelos sacerdotes (suprema glória!), invejados pelas mães dos vizinhos (“olha que lindo que o Jorginho é”) e paparicados pelas professoras.

De volta ao século XXI, vejo-me num dilema: colegas aposentados aqui do bairro dizem que sou um comunista teimoso, e não consigo agradá-los. Artistas e ex-colegas da boemia juiz-forana dizem que sou um careta alienado, e não consigo agradá-los.

O fato é que, com o passar do tempo, fui perdendo aquela habilidade, tão útil e tão desejada nos dias atuais, de obedecer aos mais velhos, que hoje, como também sou velho, chamo de poderosos.

Dessa forma, abdiquei do meu desejo de ser bom e de também agradar os outros. Não saio por aí, a la Cazuza, disparando contra o sol a minha metralhadora cheia de mágoas. Mas também quebrei, há muito, os meus sapatinhos de cristal de Dorothy. Nem Sade nem São Vicente. Nem Demônio nem Jesus Cristo. Nem Metralha nem Pateta.

Por isso, tenho encontrado algumas dificuldades, pois, quando tento argumentar alguma coisa sobre o tempo, ou a paisagem urbana, ou sobre som automotivo, logo me perguntam: você é o quê?

- Gente! – respondo, mas, confesso, um pouco ressabiado, porque nas discussões modernas, eu, que sou um produto do século XX, me sinto totalmente deslocado. Isso porque, nas querelas (viram o termo?), nas divergências “mudernas”, as pessoas NÃO ESCUTAM.

Mas, então como se dá o debate? Não há debate. As pessoas buscam detectar, o mais rápido possível, um rótulo pra te colocar: homofóbico, ateu, comunista, maconheiro, governista, fanático. Não vou dizer nem o nome de um partido, pois, se o fizer, é apedrejamento na certa.

Dias sim dias não, lá vou eu, sobrevivendo sem um arranhão. Da incivilidade de quem não me escuta. E devoto de São Raul.

Crônica: Jorge Marin

quarta-feira, 2 de novembro de 2016

NOSSO MUNDÃO


Esse lugar foi o centro nervoso de nosso MUNDÃO, e era nele que toda fantasia acontecia. A paisagem mudou muito, mas confesso ainda sentir aquela energia pura e boa de infância impregnando o lugar. Uma pequena rua sem saída, que chamávamos carinhosamente de BECO. Por sinal, somente saíamos dali para escorregar no barranco do córrego, brincar de pique-pega no quarteirão, descer de carrinho de rolimã o morro da Matriz ou dar uma fugidinha até a casa de algum vizinho que já tivesse televisão, para assistir os inesquecíveis seriados VIGILANTE RODOVIÁRIO, PERDIDOS NO ESPAÇO e outros.

Na época, morava no BECO a família do casal Sr. Luiz Paula e dona Terezinha (Totonho, Luiz Arruda, Marcinho, Quiquinho e nossos saudosos Beto e Fernandinho) além da casa do Sr. Benjamin Detoni. Hoje, no local, ainda reside o amigo Luiz Paula e sua admirável família. No bequinho menor, moravam o Sr. Laureto e o Sidney Baptista (China). Abro aqui um pequeno parêntese pra dizer que guardo na memória com muito carinho a família do Sr Luiz Paula e dona Terezinha, pois teria sido, sem sombra de duvidas, minha segunda casa na infância.  

No espaço que hoje se encontra um dos novos prédios, era um enorme terreiro que pertencia ao Dr. Nico Ferreira. Muitas bananeiras e um imenso pé de eugênia ficavam separados do beco apenas por uma pequena cerca de bambu. Ali, através de pequenos buracos que fazíamos na cerca, aconteciam sorrateiras incursões pra pegar algumas frutas “emprestadas”. Se antes, em toda casa havia um ou mais pés de frutas, hoje, uma imensa floresta de concreto tomou o lugar deles.

Ainda não havia calçamento no local, e ficávamos que é poeira pura da cabeça aos pés. E olhem que naquele tempo nem existia máquina de lavar!
Batíamos pelada na calçada, marcando as traves com pedras, e cansei de chegar em casa sem a unha do dedão. Sr. Devolde, com sua inesquecível farmácia, que o diga!

Certa vez, comemos espinafre na horta da dona Terezinha, pois nossa intenção seria ver in loco, o efeito mágico daquela hortaliça. Foi quando um de nós teria sido amarrado no tronco de uma mangueira pra que pudesse poderosamente arrebentar as cordas.  Pior que as horas foram se passando e nada. O danado do espinafre não fazia efeito e a cobaia não conseguia de jeito nenhum se desvencilhar da corda. Como a coisa não se manifestava, o algoz, simplesmente, atravessou a cerca que fazia limite com sua casa e foi embora, deixando sozinho nosso pobre projeto de Popeye pedindo socorro. Se alguém não o tivesse desamarrado, possivelmente, deveria estar preso lá até hoje.

No inicio do beco, fazendo frente para Avenica Zeca Henriques, hoje Rua Cavalheiro Verardo, morava de um lado a família do Sr. Miguel Fam, e de outro a do Sr. Carlito Guazzi. No terreiro desse último, existia um pé de mamão, onde ficávamos diariamente a pedir alguns talos para que pudéssemos fazer setinhas de papel e soprá-las em alguma caixa de marimbondos. Por sinal, era um brinquedo que gostávamos muito. Habilidade é que não nos faltava, principalmente quando enrolávamos as tiras de papel para transformá-las em projéteis. Assim, depois de uma sutil lambida para fazer o acabamento, era só colocar no canudinho e, literalmente, mandar bala. Hoje, vemos o quão perigosa era essa brincadeira, principalmente para nossos olhos. O interessante é que ninguém  nunca se machucou com ela.

Naquele nosso mundão, enquanto ficávamos a degustar algumas balas de Drops Dulcora, brincávamos de SOLTAR PAPAGAIO, BOLINHA DE GUDE, PEÃO, TRIÂNGULO, MÃE DA RUA, BANDEIRANTE e outras mais. Trocávamos figurinha na disputa de BAFO, e gostávamos de fazer coleção de FLÂMULAS, SELOS e ADESIVOS. Andávamos como loucos de BICICLETA e VELOCÍPEDE de um lado ao outro. Fazíamos campeonato de JOGO DE BOTÃO e vivíamos disputando quem primeiro preenchesse o ÁLBUM DE FIGURINHAS. Por sinal, juntamente com as pipas, eram sempre coladas com grude feito por nós. Adorávamos subir em ÁRVORES e fazer CABANINHA. Nessas cabanas, tínhamos até telefones com linha, ou seja, uma linha bem esticada com uma lata de “mastumate” adaptada em cada extremidade. Parecia que funcionava! Ou seria pela altura de nossas vozes? Só sei que, de uma forma ou outra, conseguíamos nos comunicar!

Interrompíamos a enxurrada da chuva que escorria no canto da calçada (hoje os saquinhos plásticos fazem isso por nós), pra formarmos imensas represas e adorávamos fabricar PARAQUEDAS de plástico para serem lançados ao alto com aqueles indiozinhos ou soldadinhos que vinham nas embalagens de Toddy. Fazíamos PERNA DE PAU de bambu, e adorávamos ficar de tocaia esperando o caminhão de cana que, quase diariamente, passava em nossa rua com destino à usina de Roça Grande. Corríamos atrás dele e, enquanto alguns tentavam perigosamente pegar uma “bêra”, outros gritavam pedindo cana. 

Também andávamos como gatos nos telhados, fumávamos talos de chuchu (coisa que não aconselho) e fazíamos cata-ventos e barquinhos de papel para jogar no córrego. Éramos supercriativos, principalmente quando fincávamos um pauzinho no bumbum das tanajuras pra brincar de ventilador, ou esfregávamos vagalumes na camisa pra desenhar. Isso pra não falar das incríveis construções de castelos, autoestradas e imensos túneis nos montes de areia. Falando em tanajura, há muito que não as vejo, juntamente com joaninhas e colós. Besouros e vagalumes também!
Ah... Lembrei-me agora: alguém se recorda de como fazíamos panelinha de xixi na areia?

Muito comum terminarmos aquelas noites de brincadeiras, sentados na calçada, debaixo de alguma luz fraca de um poste qualquer. Ali, depois de vários casos de assombração, era comum quando algum de nós tinha que ser levadosaté a porta de casa, de tanto medo da Maria Quitéria ou da Mula sem Cabeça.

Enfim, essa nossa geração praticou ao ar livre, sem que percebesse, verdadeiras lições (práticas e teóricas) de psicomotricidade. Foram brinquedos e brincadeiras que nos deixaram o abençoado legado da coordenação motora, criatividade, percepção, agilidade, ritmo, noção de tempo e, principalmente, afetividade.


Aprendemos a descobrir o mundo através de nosso corpo, pois o VIRTUAL, para nós, simplesmente, era uma mera e desconhecida palavra escondida nos dicionários.

Crônica: Serjão Missiaggia
Foto     : Matheus Missiaggia 

BRIGADU, GENTE!

BRIGADU, GENTE!
VOLTEM SEMPRE, ESTAMOS ESPERANDO... NO MURINHO DO ADIL