Acredite quem
quiser, mas qual não teria sido minha surpresa ao chegar à varanda, e ver
estacionada próxima à minha casa, uma daquelas antigas CARROÇAS acompanhada de um
dócil animal. Coisa rara de se ver nos dias atuais, fato este que me levou, inevitavelmente,
a lembrar de nosso heróico DADÁ LIXEIRO. Lamento que muitos não tenham chegado
ao menos a conhecê-lo, pois foi uma pessoa extremamente SIMPLES, TRABALHADORA e
que marcou muito uma época.
Com sua
estatura baixa, pernas arqueadas, andar campesino e sob a proteção de um imenso
sombreiro de palha e uma enorme botina, marchava com sua folclórica carroça e
um velho burro, a recolher de porta em porta, o lixo da cidade.
Pendurada na carroça
seguia com ele uma vassourinha, e com ela varria cantinho por cantinho das ruas
e praças por onde passava. Sinceramente, ainda hoje fico pensando como
conseguia tal façanha de percorrer sozinho e dar conta do recado de toda uma
cidade.
Nem mesmo as mudanças
climáticas o impediam de realizar seu árduo trabalho, pois, sob o agasalho de
uma enorme capa preta de chuva jogada sobre os ombros, caminhava sempre em
frente, como se nada estivesse acontecendo.
Interessante é que
não havia a cultura dos lixos depositados nas calçadas, sendo que a população,
de maneira bem disciplinada, esperava a passagem da carroça para que pudesse
entregá-lo pessoalmente.
E era dessa
forma que, por décadas, na companhia de Deus, seguia percorrendo cada canto da garbosa
cumprindo sua difícil e digna missão.
Se ainda não há
uma RUA em seu nome, vai aí uma sugestão.
Crônica e foto:
Serjão Missiaggia
Lembro-me perfeitamente desse grande homem, eu ainda molequinho ele passava e tirava um tempinho pra brincar com a gente.Muita saudade daquele tempo.
ResponderExcluirObrigado, Bira. Bons tempos, ótimas pessoas!
ExcluirDígna sua sugestão, ele merece esta homenagem.
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