sexta-feira, 29 de janeiro de 2016

AS ÁGUAS VÃO ROLAR?


Em São João Nepomuceno, perdurou por muito tempo a política do mimimi. Insatisfeitos com os atos dos administradores, as pessoas, geralmente, ficavam choramingando, reclamando, cochichando e, no momento de se manifestar, todos tinham uma coisa mais importante pra fazer: uma novela para assistir, uma roupa pra passar, uma cerveja pra tomar e por aí.

Lembro-me que, nos idos de 1970 e poucos, tentávamos, uns poucos gatos pingados, fazer decolar a candidatura de um pedreiro para prefeito. Mas, o medo, a repressão e, o pior de tudo, a acomodação, fazia com que a situação continuasse sempre a mesma, e o território político ocupado pelas mesmas pessoas de sempre.

Com a abertura política, o sanjoanense, historicamente, sempre foi um cidadão conservador, preferindo manter as coisas tal como estavam, do que arriscar a voos mais aventureiros.

No cenário local, no entanto, as eleições do final do século XX revestiram-se de um “calor” especial, marcadas por uma dicotomia que, durante as campanhas, dividiam a cidade em dois blocos aguerridos e fortes defensores dos seus candidatos.

Passadas as eleições, no entanto, a apatia voltava a reinar: os “vencedores” tratavam de descansar pensando estar a cidade “entregue” em boas mãos, enquanto os “perdedores” ensaiavam um breve chororô e ficavam “de bico”, por um tempo, com os adversários.

Grandes questões populares, como educação, transporte, saúde, mobilidade urbana e gestão da qualidade ambiental, sempre foram consideradas um problema DELES. Do prefeito, dos secretários e, em menor escala, dos vereadores.

Por isso, a polêmica em torno da manutenção ou retirada da Copasa pode se constituir num divisor de águas (sem trocadilho) para a nossa sempre acomodada cidadania.

Independentemente da justeza dos argumentos dos órgãos públicos e da população, a participação ativa, e apaixonada, do povo sanjoanense num assunto que lhe é, literalmente, vital, revela um amadurecimento político e um alto grau de conscientização.

Lógico que que surgirão pessoas para capitalizar a efervescência do momento para defender seus próprios interesses, e é igualmente lógico que lideranças legítimas irão surgir.

Mas, o que é mais importante, de um povo meio desesperançado, e até um pouco derrotista, surge a esperança de uma participação política mais ativa, não apenas nas episódicas acusações mútuas das campanhas eleitorais, mas na vigilância diária, na denúncia dos abusos, da violência urbana, contra toda forma de poluição, na exaltação de nossas belezas naturais, no resgate de nossa alegria de ser sanjoanenses.

Crônica: Jorge Marin

quarta-feira, 27 de janeiro de 2016

NOSSO TRÂNSITO


Semanas atrás, havia terminado de fazer uma série de postagens referentes a alguns temas de interesse urbano da terrinha, quando fui questionado sobre o esquecimento de não ter falado sobre alguns itens, dentre eles o nosso TRÂNSITO.

Mas, ainda antes, abro aqui um pequeno parêntese para elogiar nossos MOTORISTAS, principalmente no que se refere às faixas de pedestre. Observa-se que, na sua quase maioria, são pessoas EDUCADAS, respeitadoras das leis e, acima de tudo, dos transeuntes, fato este que não acontece na maioria das cidades brasileiras e que é amplamente notado e comentado por aqueles que nos visitam.

Infelizmente, não poderei dizer o mesmo quanto à totalidade de nossa imensa frota de MOTOCICLETAS.  Aliás, uma maior fiscalização, no que tange a adulteração por alguns usuários em seus ESCAPAMENTOS ORIGINAIS com a nítida intenção de se provocar mais ruidos e os abusos de alguns automotivos, já se fazem por necessária há um bom tempo. Não podemos esquecer que barulho em excesso também se traduz numa forma de VIOLÊNCIA URBANA!

Mas, voltando ao trânsito, tomarei como exemplo o CIRCUITO que abrange desde as proximidades do GRUPO CORONEL, passando pelo CORREIO, RUA ZECA HENRIQUES indo em direção a saída de acesso a cidade ou PRAÇA CARLOS ALVES. Sinto-me bem à vontade em opinar, pois é um percurso que fico a transitar a todo o momento.

Observem na imagem acima o movimento quase que constante de veículos, juntamente com o detalhe do caminhão tendo quase que tangenciar à direita para dar passagem ao carro que vinha no sentido contrario. Deixo claro que essa foto é de 2013 e não foi em período de carnaval nem exposição. É nítido que, em função do perfil geográfico de nossa cidade, aliado ao crescente número de veículos, o espaço físico para trânsito no centro se tornou pequeno. Não será difícil imaginar como ficará isso no futuro, principalmente se não tentarem, desde já, encontrar uma solução para DESAFOGAR um pouco o trânsito em algumas ruas centrais.

Achei, sinceramente, que a construção do ANEL RODOVIÁRIO, se não fosse resolver, iria pelo menos amenizar um pouco a situação, mas, infelizmente, parece que essa IMPORTANTE OBRA ainda precisa de alguns ajustes ou mesmo REGRAS CLARAS para que possa decolar de vez. Algumas ruas se tornaram uma verdadeira BR, inclusive com veículos PESADOS transitando a todo o momento pelo lugar.  Nosso calçamento em pedras e nossa centenária rede de esgoto e pluvial que o digam.

Enfim, qualquer boa intenção ou ideia de pouco ou quase nada adiantarão se não vierem, antes de tudo, também acompanhadas de uma MAIOR FISCALIZAÇÃO no trânsito.

Crônica e foto: Serjão Missiaggia

segunda-feira, 25 de janeiro de 2016

BELEZAS DA TERRINHA


DEPOIS DA CHUVA

COMENTÁRIO SOBRE A RUA GENERAL MOURÃO FILHO - o primeiro comentário veio do José Carlos Barroso, que lembrou que é a rua da ESACA e é uma homenagem ao militar que participou do golpe militar em 1964.

A informação foi ratificada pela Rita Gouvêa Knop e também pela Elza Rigolon que resumiu: "é a rua onde eu moro, a rua da ESACA".

Foto: Serjão Missiaggia

CASOS CASARÕES & seus detalhes misteriosos ???


QUEM CONHECE ALGUM "CAUSO" SOBRE ESSA CASA ???

CASARÕES DA SEMANA PASSADA - a Karina Coelho Ribeiro descreveu as casas: "a vermelha é  casa de minha querida vó que já se foi, a amarela é a casa do Ivan Ribeiro e a verde é a casa do sr. José Trajano que já morreu também.

A Regina Florindo complementou as informações: "esta rua, pela calçada de 'pé-de-moleque', é no morro do Hospital São João! Em uma delas, morou a Lenira Ribeiro, falecida. Teve um filho chamado Paulo", que foi quem sugeriu a publicação das fotos.

Foto: Serjão Missiaggia

CASOS CASAS & mistério ???


QUEM EXPLICA ESSA PAISAGEM SANJOANENSE ???

ACERTADORES DA SEMANA PASSADA - Sebastião Luiz Costa e Maninho Sanábio reconheceram a torre da Igreja do Rosário, tendo, ao fundo, o antigo Ginásio do Sôbi e a rua Capitão Basílio.

Foto: Serjão Missiaggia

sexta-feira, 22 de janeiro de 2016

NÃO ACREDITO EM PESSOAS SINCERAS


A coisa, às vezes, começa como uma brincadeira, mas há quem leve a sério, e até se orgulhe. É assim: a pessoa coloca na sua linha do tempo do Facebook uma definição sobre si mesma dizendo que é sincera.

Pessoas se orgulham de ser sinceras. “Quando percebo alguém agindo errado, eu falo mesmo. Na lata! Doa a quem doer.” E saem por aí, pelo mundo afora, denunciando às pessoas “erradas”, os seus pecados.

Mas, fico me perguntando, o que são as pessoas “erradas”? E, se existem pessoas erradas, devem existir, naturalmente, as pessoas certas. E este conceito de “pessoa certa” me assusta muito. E por dois motivos: primeiramente, porque se existe mesmo uma pessoa certa (seja lá o que for isso), então essa criatura não seria um ser humano, mas um santo, uma entidade sobrenatural. Por outro lado, se não existe nenhuma pessoa certa, hipótese que me parece mais plausível, então a pessoa que se acha “certa” é psicótica, ou então mal-intencionada, mentirosa, o que não tem nenhum problema para mim, desde que essa pessoa não queira me convencer das suas mentiras.

Vivemos num mundo de transformações absurdamente rápidas. Quando crianças, em São João Nepomuceno, confessávamos os nossos pecados. Apesar da pouca idade, tínhamos o conhecimento do que não podíamos fazer. E, como quase tudo, ou tudo, o que dava prazer era proibido, ajoelhávamos no confessionário, e íamos desfiando o nosso rosário de culpas.

Hoje, mesmo entre católicos, fica até difícil explicar o que é um confessionário. Entretanto, se a culpa é pouca, o perdão também é escasso. E temos que lidar com conflitos, neuroses e bipolaridades.

No entanto, alguns se arriscam, dizem-se bem-intencionados, e imaginam, dentro da sua sinceridade absoluta que, se fosse possível eliminar todos os culpados pelos “erros” do mundo, a vida na Terra seria melhor, muito melhor.

Mas, quando indagados sobre quem são os responsáveis pelos erros do mundo, normalmente falam dos políticos corruptos, pleonasmo que indica um grupo de pessoas que, no caso do Brasil, fomos nós mesmos que elegemos.

Então, já que é pra ser sincero, vamos reconhecer: essas pessoas corruptas, mentirosas, enganadoras e safadas que ocupam a maioria dos cargos públicos do país foram escolhidas por nós; são, portanto, a nossa cara. E aí?

Sei lá. À medida que envelheço, vou duvidando cada vez mais das pessoas ditas sinceras. Sinceridade assim, “na lata”, me soa às vezes como falta de educação.

Crônica: Jorge Marin

quarta-feira, 20 de janeiro de 2016

NOSSO PORTAL


Foi ao me deparar com uma reportagem na internet, ilustrada com esta imagem do PORTAL DE ACESSO à cidade de Leopoldina, e pegando uma carona no belo texto de nosso parceiro Jorge Marin falando sobre VIOLÊNCIA, que achei interessante retornar com esta postagem de fevereiro de 2014:

Sem ter muito o que fazer, sentado recentemente na rodoviária de Juiz de Fora, aguardando pela partida do ônibus pra São João, é que fiquei a lembrar de quando ia muito a Belo Horizonte e do desejo que sentia de retornar, o quanto antes, à nossa querida Garbosa.

Tínhamos a agradável sensação de que nossa terrinha era o asilo inviolável e que, literalmente, seria, além de ponto final, também nosso porto seguro onde estaríamos protegidos e distantes de tudo aquilo que de ruim, rotineiramente, ficava a acontecer la fora.

Hoje, diria que nem tanto o céu nem tanto o mar e, mesmo que a saudade ainda aperte e que nossa cidade continua encantadora como sempre, já não se pode, em toda plenitude, sentir aquela sensação tranquila de estar voltando ao berço intangível da outrora “despercebida” num cantinho da Zona da Mata.

A malha rodoviária, que tanto cresceu por este Brasilzão afora, vindo a encurtar as distâncias e trazendo tantos benefícios a inúmeras cidades, por outro lado, veio a transformar muitas delas, entre as quais nossa terrinha, numa verdadeira ROTA DE LIGAÇÃO. Se antes a nossa vizinha Descoberto era o ponto final, hoje, nos tornamos um atraente atalho para o centro norte do país, sendo que por aqui todos transitam, fazendo uso principalmente de nossas RUAS CENTRAIS e as diversas alternativas de entradas e saídas da cidade.

Os tempos mudaram muito. Sendo assim, por questão de CONTROLE e SEGURANÇA, poderíamos pensar em priorizar apenas duas entradas de acesso, se possível, construindo um belo PORTAL, preferencialmente MONITORADO POR CÂMERAS, e as demais vias de acesso com certo grau de dificuldade (redutores de velocidade), visando as chegadas e, principalmente, as SAÍDAS de veículos.

Esse PORTAL seria uma obra alusiva a uma determinada vocação da cidade, que poderia ser algo referente à Indústria de Confecções, Música, Futebol e outros. Um símbolo eternizando e divulgando a marca de um povo, de preferência desenvolvido pelos próprios artistas sanjoanenses. Um PORTAL a mostrar que, dali pra frente, VIVE UM POVO FELIZ E ACOLHEDOR, ARRAIGADO ÀS SUAS TRADIÇÕES, VALORES E PRECEITOS.

Crônica: Serjão Missiaggia
Foto     : Facebook 

segunda-feira, 18 de janeiro de 2016

SE ESSA RUA FOSSE A MINHA


QUEM CONHECE ALGUMA HISTÓRIA DESSA RUA ??? (sugerida pela leitora Diva Lima)

Foto: Serjão Missiaggia

CASOS CASARÕES & seus detalhes misteriosos ???


QUEM CONHECE ALGUMA HISTÓRIA DESSAS CASAS ??? (sugestão do leitor Paulo Roberto Ribeiro).

CASARÃO DA SEMANA PASSADA - a casa do dr. Aluísio Ladeira e da dona Sônia Velasco, na Rua do Sarmento, foi reconhecida por: Márcio Velasco, Jacques Ângelo Rigolon e Marcelo Oliveira.

Foto: Serjão Missiaggia

CASOS CASAS & mistério ???


QUEM EXPLICA ESSA PAISAGEM SANJOANENSE ???

ACERTADORES DA SEMANA PASSADA - o antigo consultório do saudoso Dr. Írio Vieira Lima, na rua Getúlio Vargas, foi reconhecido pelo Márcio Velasco (que disse que o desenho parece com o rosto da personagem de quadrinhos Luluzinha), além do Marcelo Oliveira e Jacques Ângelo Rigolon.

Foto: Serjão Missiaggia

sexta-feira, 15 de janeiro de 2016

NÓS E A NOSSA VIOLÊNCIA


Sanjoanenses assustados: em menos de um mês, já ocorreram três homicídios na cidade! Isso sem contar os assaltos, os furtos e os delitos tolerados (gritos na rua à noite, som veicular extremamente alto e uso de drogas a céu aberto).

O que aconteceu com nossa cidade? – perguntamos. Ah, mas no MEU tempo isso não acontecia. O Bolote dava um jeito. E alguns saudosistas logo começam a desfiar um rosário de repressões que pensam que se continuassem existindo dariam conta da violência atual.

Não dariam! A violência é um processo crescente, uma escalada de antagonismos que, vez ou outra, vêm à tona e transformam-se em atos de agressão explícita, muitas vezes fatal.

A polícia faz o que pode e, de forma ostensiva, deflagra uma operação de contenção nos bairros e nas vizinhanças de onde ocorreram as mortes.

No entanto, fico pensando, é justo dizer que é uma violência “do morro” ou “das drogas”? Ou será que a violência urbana está tão presente no bairro Santa Rita quanto no Calçadão? No Três Marias quanto no largo da Matriz?

Temos a mania de achar que os OUTROS é que são violentos, não eu. Assim, achamos que violentos são os crackeiros, os favelados, os muçulmanos e, no carnaval, “aquele pessoal” do Rio.

No entanto, basta dar uma entradinha no Facebook para perceber que, se eu discordo de uma publicação de algum amigo virtual, recebo, na hora uma “paulada” virtual; o cara só falta xingar a minha família (às vezes xinga). Essa relação violenta a uma opinião diferente é até considerada uma coisa normal, do tipo “vou ensinar a esse sujeito a não se meter nas minhas opiniões”, como se a opinião pessoal fosse uma coisa inatacável, absoluta, divina.

Então, o que eu quero dizer é que, sem prejuízo de uma ação inadiável envolvendo poderes públicos e forças de segurança para conter a manifestação destrutiva da violência social, é preciso que cada um de nós reflita sobre as pequenas violências que cometemos: com nossos cônjuges e filhos, com nossos empregados e auxiliares, com pessoas no trânsito, nas filas e na convivência diária.

A verdade, meus amigos, é que violentos somos todos nós, mas o que pode nos diferenciar dessas pessoas que atingiram o mais alto grau de intolerância a ponto de matar um semelhante é a ação contrária: apesar de sentir um desejo (natural) de trucidar esses bandidos e facínoras, sejamos ferrenhos defensores da aplicação da lei, ponderados e cidadãos.

Em 2016, eduquemo-nos e aos nossos filhos e netos, para que as pequenas violências domésticas não cresçam e se transformem em crimes hediondos.

Crônica: Jorge Marin
Foto     : disponível em https://en.wikipedia.org/wiki/File:Nonviolence_malmo_P7130029.JPG

MÚSICAS QUE O PITOMBA ESCUTAVA


É, gente... o Starman voou alto. Saudades.

quarta-feira, 13 de janeiro de 2016

BLOCO DA GIRAFA NA RUA DO SARMENTO


Coincidentemente, a pouco menos de um mês do CARNAVAL, deparei-me, por acaso, com essa fotografia. Considero-a um espetáculo de gravura, pois se traduz numa verdadeira relíquia histórica e cultural de nossa terrinha. Afinal de contas, é nada mais nada menos do que o BLOCO DA GIRAFA desfilando na década de setenta em plena Rua Coronel José Dutra (Rua do Sarmento, hoje Calçadão).

O local se transformava num verdadeiro sambódromo, tal a energia irradiada pela multidão, muitos dos quais turistas, que ali se concentravam desde as primeiras horas da noite para assistir os desfiles.

Carnaval das FAMÍLIAS, DA ORIGINALIDADE, DO SAMBA NO PÉ, e, acima de tudo, da TRANQUILIDADE.

Uma imagem vale mais que mil palavras, sendo assim, tirando o detalhe do trilho da ferrovia e da decoração de rua, não há o que falar, a não ser, “SIMPLESMENTE FANTÁSTICO”.

Crônica: Serjão Missiaggia, texto escrito e postado em 2014.
Foto     : acervo do autor, editada por Jorge Marin

segunda-feira, 11 de janeiro de 2016

BELEZAS DA TERRINHA


PAISAGEM SANJOANENSE

COMENTÁRIOS SOBRE A RUA ANDRÉ GOTTI - o primeiro a comentar sobre a rua foi o Márcio Velasco: "rua 'tio' André Gotti, meu tio-avô paterno, mestre de obras. Construiu a capela de Santo Antônio e montou a imagem no alto da igreja do Rosário. Minha mãe acompanhou a viúva dele quando foram colocar a placa, foram conduzidas ao 'evento', do qual participaram também um funcionário especializado em afixar placas e um fiscal da PMSJN em um carro preto, talvez um Chevrolet 1940 e alguma coisa (sic). Data desconhecida ou esquecida. Nessa mesma rua morou o Marcelão".

A Rejane Bertolini também comentou: "esta rua é a subida que sai no largo da Matriz. Vemos a casa do Tata (hoje dos seus filhos). Vemos também o final do terreno da família Pulier. Brincávamos muito nesta esquina quando crianças".

Foto: Serjão Missiaggia

CASOS CASARÕES & seus detalhes misteriosos ???


QUEM SABE ALGUMA HISTÓRIA SOBRE ESSA CASA ???

CASARÃO DA SEMANA PASSADA - a casa no Bairro São Sebastião foi reconhecida, em primeiro lugar, pela Zezé do Couto Ciscoto. A seguir, a Evanise Rezende completou: "casa da Simone Amar Furtado, filha de Jofre e Sarita, pessoas muito queridas".

Foto: Serjão Missiaggia

CASOS CASAS & mistério ???


QUE LUGAR É ESSE ???

ACERTADORES DA SEMANA PASSADA - as três primeiras respostas a mencionar a lua saindo por trás da Igreja do Rosário foram Zezé do Couto Ciscoto, Jacques Ângelo Rigolon e Paulo Roberto Ribeiro. Só faltou dizer que era aquela Superlua de setembro do ano passado.

Foto: Serjão Missiaggia

sexta-feira, 8 de janeiro de 2016

RECEITA DE UMA VIDA TRANQUILA


Até que ponto os nossos atos têm algum peso sobre o que ocorre no mundo, a não ser tornar as nossas vidas miseráveis ainda mais miseráveis?

Desculpem o tom pessimista, mas, relendo algumas observações do filósofo Sartre, fiquei aqui me questionando, em voz alta, sobre a inutilidade das ações humanas no contexto cósmico.

Minha esposa, que não é boba nem nada, além de totalmente avessa a essas indagações metafísicas, logo decretou: “deixe essas besteiras e vem me ajudar, pois um imbecil que disse uma barbaridade dessas certamente não conheceu Madre Teresa de Calcutá”. “Ou Hitler”, completou.

A verdade é que aquela afirmativa de Sartre faz sentido para um homem que existisse sozinho no planeta, sem conviver com nenhum outro ser vivente.

Impossível? Pois essa realidade pode ser visualizada num cenário de ficção criado pelo diretor Ridley Scott no seu filme “Perdido em Marte”, disponibilizado nas locadoras no final de ano.

Um astronauta chamado Mark Watney (Matt Damon) é separado do restante da tripulação de uma (cada vez mais possível) expedição ao planeta vermelho por uma tempestade de areia e, dado como morto, deixado para trás quando os demais colegas retornam à Terra.

Separado do seu planeta numa distância que, nas órbitas mais propícias, chega a quase 56 milhões de quilômetros, com oxigênio em declínio e uma provisão de alimentos para um mês, Mark se vê, aí sim, condenado ao que Sartre chamou de total liberdade.

Ou seja, num cenário de absoluta solidão planetária, o que você fizer, não importa o quê, não vai ter grandes consequências. No entanto, mais uma vez a liberdade para se ferrar é posta em xeque, quando o personagem, mesmo contra todas as adversidades, resolve sobreviver.

O que se vê, daí em diante, é um ser adotando uma série de atitudes que, mesmo amparadas pela lógica científica, soam meio absurdas e francamente perigosas, embora o simples ato de viver, mesmo aqui na Terra, seja perigoso para a nossa saúde, já dizia outro autor famoso, o economista Milton Friedman.

No fim das contas, para não dar spoilers sobre o filme, vou resumir com uma outra frase sartriana, dizendo que, se, na vida, o inferno são os outros, pode ser que (como prova o filme) quem nos leva ao céu são os outros também.

Portanto, mantenham-se conectados, porém com os pés no chão... da Terra!

Crônica: Jorge Marin
Foto     : facebook do filme "Perdido em Marte"

quarta-feira, 6 de janeiro de 2016

DO SONHO AO PESADELO


Acompanhando estarrecido e, de certa forma, incrédulo este delicado e difícil momento de violência que vem assolando nossa terrinha, é que me lembrei desta croniqueta já publicada aqui mesmo no Blog. Será apenas uma sinopse do texto original, e qualquer contraste não será mero detalhe.                  
     
NUMA SEXTA QUALQUER DO PASSADO
  
Ao folhear meus escritos, intriguei-me ao observar que três poesias, coincidentemente minhas preferidas, tinham como tema principal “A NOITE”. Uma excelente oportunidade para relembrar e reviver momentos tão felizes e românticos de uma época que, com suas noites mágicas, teriam fixado em meu inconsciente inúmeras e belas recordações.

Então, aproveitando o momento, lá fui eu a viajar com a lembrança numa das inúmeras sextas-feiras de um dia qualquer entre 1971 a 1977.

De imediato, visualizei-me caminhando solitariamente pela rua após uma noite de namoro. Seguindo em passos rápidos, procurava dar uma chegada o mais rápido possível até em casa. Minha intenção seria fazer um lanche, pegar agasalhos, violão e avisar pai e mãe para que deixassem a porta encostada com uma cadeira, pois iria fazer serenata.

Deveriam ser, mais ou menos, pouco mais de 22 horas. E que noite gelada!
Um frio diferente, sem vento, sem chuva, extremamente agradável e de um céu incrivelmente estrelado e inspirador.

Uma espessa serração começava a dar-me seus primeiros ensaios de boas vindas, enquanto, seguindo relaxadamente pela rua com o violão sobre os ombros, buscava chegar o quanto antes à casa de meus queridos tios. Casa esta ali próxima ao hospital.

Assim, após um pequeno ensaio, entre 11 horas e meia-noite, começávamos a fazer os preparativos para sair e abraçar aquela fria madrugada. As coisas antes eram bem diferentes sendo que aquele horário equivaleria hoje a umas duas da manhã. 

Luvas, cachecóis, cobertores eram alguns de nossos aparatos e que sempre carregávamos para amenizar o frio. Por sinal, não se faz frio como antigamente, época em que nossas mãos só faltavam congelar.

Naquela hora, uma paz absoluta já tomava conta de toda cidade.  As poucas pessoas que ainda se encontravam perdidas na madrugada, quando nos viam, geralmente nos seguiam. Sentavam na beira da calçada, cantavam conosco e, na maior paz, nos faziam companhia.
  
O silêncio era tanto, que, dependendo de onde estávamos e mesmo um pouco distantes, ficávamos a escutar o clicar das bolas de bilhar da sinuca do Cida. Naquela época, era o único ponto da cidade que permanecia aberto até essas horas.

No final da serenata, e antes que fôssemos para casa, uma breve visita era feita ao forno de alguma padaria, pois, naquela hora da noite, a fome já começava a bater mais forte. E como era gostoso aquele pão quentinho que mal havia saído do forno!  Os padeiros até nos conheciam e, vez ou outra, nos forneciam uma manteiguinha.

A noite, literalmente, virava uma criança, e nós, mais crianças ainda, nem víamos o tempo passar.

E UM MANTO NEGRO, ENVOLVEU A NOITE FRIA,
JÁ NAÕ FAÇO MELODIAS, POESIAS DE AMOR,
E NO LAMENTO QUE O TEMPO IGNORA, VOU GUARDANDO MINHA VIOLA,
DEIXO AURORA SEM CANTOR.
                      (Extraído da letra NA SOMBRA DO AMANHÃ - Sergio Missiaggia)

Crônica e foto: Serjão Missiaggia

segunda-feira, 4 de janeiro de 2016

SE ESSA RUA FOSSE A MINHA


QUEM CONTA HISTÓRIAS SOBRE ESSA RUA ???

Foto: Serjão Missiaggia

CASOS CASARÕES & seus detalhes misteriosos


QUEM SABE ALGUMA HISTÓRIA DESSA CASA ???

CASARÃO DA SEMANA PASSADA - Os três primeiros a acertar foram: Eleomar dos Santos Antunes, Angélica Girardi e Fernanda Macêdo, mas a resposta mais completa foi a da Regina Florindo que disse que aquela foi a casa "onde morou D. Abigail, mãe da minha amiga Dirce Baptista Barbosa. Hoje mora seu irmão José Maria. Rua Capitão Bras, bem em frente ao Operário".

Foto: Serjão Missiaggia

CASOS CASAS & mistério???


QUEM EXPLICA ESSA PAISAGEM???

ACERTADORES DA SEMANA PASSADA - A saída para Descoberto e os eucaliptos do Santo Antônio foram reconhecidos por Handerson Vargas e Marcelos Oliveira.

Foto de hoje: Serjão Missiaggia
Trat.imagem: Jorge Marin

sexta-feira, 1 de janeiro de 2016

ESPERANDO 2016


Alfredo está na janela e começa a chover forte, mas o sol, também forte, não desaparece.

Vista do décimo andar, a avenida Rio Branco apresenta um cenário pouco usual neste 31 de dezembro. Não há carros e, com a chuva, pombos fazem rasantes chegando mesmo a pousar na pista.

Sem os colegas de república, que foram passar as festas na praia, só restou ele. A ausência da namorada, em um congresso sobre educação em Helsínque (pronuncia-se Rélsinque, diz ela) também não ajuda muito.

O calor permanece insuportável, a chuva para. O rapaz vai até o note e, já no Facebook, digita:
- Onde curtir o réveillon aqui em Juiz de Fora???

O primeiro comentário é zoação:
- Com este calor, dentro do Paraibuna, com as capivaras. kkkkk
Alfredo não gosta deste uso do “kkk”.

Vem outro da tia:
- Em vez de pensar em festa, você deveria vir para a missa de mês do tio Romildo.
Um colega de faculdade:
- Na boa, brother, acho esse lance de réveillon pura manipulação capitalista, só para vender bebida e alienar ainda mais o povo.
Outro:
- Se a gente conseguir descolar um táxi, parece que tem uma treta lá na BR, mas eu não sei direito onde é nem a que horas começa.

A amada, direto da Finlândia, também se manifesta:
- Mor, aqui tá o maior frio, menos 4 graus, estamos passeando pelas ruas sem carros, pois aqui quase não tem. Divirta-se no réveillon. Eu vou voltar pro hostel, tomar um banho quente e dormir. Te amo!

Alfredo se lembra que só queria saber mesmo de algum boteco que ficasse aberto na hora da virada, mas parece que o seu pedido se transformou num debate ideológico na internet. Pode até viralizar, pensa. E vem a mãe:
- Filho, juízo aí nas comemorações. Juiz de Fora é uma cidade grande. Lembre-se de que, no ano passado, você foi parar no hospital por causa da bebedeira. Te cuida. Eu e teu pai te amamos. Feliz 2016!

Pronto, mãe queimou meu filme. Ainda chegam: uma corrente, uma novena, fotos de cachorro, passarinho e um vídeo do último show da banda Calypso.

Alfredo é calmo, porém decidido. Pega um vinil na estante e coloca no toca-discos. Abre uma cerveja, caminha até janela, confere a rua e joga o notebook lá embaixo. Volta e canta junta com Raul. Vem, 2016!

Conto curto: Jorge Marin
Foto           : frame do filme "The Wall"

BRIGADU, GENTE!

BRIGADU, GENTE!
VOLTEM SEMPRE, ESTAMOS ESPERANDO... NO MURINHO DO ADIL