sexta-feira, 30 de dezembro de 2016

CONSELHOS DE MÃE PARA 2017


Festas de final de ano são momentos raros para encontrar familiares que não vemos há muito tempo, rever amigos e até vislumbrar antigos amores mal resolvidos.

Em tudo isso, no entanto, uma coisa é certa: mudamos. E mudamos de uma forma irreversível, de forma que, do que fomos, pouco ou nada resta, a não ser o desejo de que o tempo agora passe tão devagar como passou outrora, em uma determinada hora que, achamos nós, fomos felizes, ou perto disso.

E, porque tudo é novidade, não há como escapar dos conselhos. As pessoas com as quais não convivemos aproximam-se cheias de novas teorias. Àquelas tradicionais (Não vai casar? Não vai ter filhos? Já aposentou?) juntam-se outras, das quais separei alguns exemplos para compartilhar, só para compartilhar.

Na ceia de Natal, que neste ano foi domingueira, uma amiga apresentou-me uma teoria extraordinária. Segundo ela, a crise moral e afetiva em que vivemos deve-se, unicamente, à forma com a qual passamos a criar nossos filhos.

Diz ela:
- O mundo, meu amigo, é amargo, cruel e implacável. Quando eu era criança, minha mãe sempre me tratou muito bem e, pelo fato de eu ter tudo na mão, ser tratada como uma princesa, sofri muito no meu casamento. Meu marido, como você sabe, e a família dele também, me trataram como um cachorro, não da forma como se tratam os cachorros hoje, mas como os cachorros eram tratados naquele tempo.

Continua:
- Por isso, trato minha filha, agora que meu marido me deixou, da mesma forma que eles me tratavam. Não dou moleza pra ela! Trato-a com rispidez, não faço as vontades dela, não dou muito carinho e acho que ela já tem idade pra fazer os serviços da casa, pois estou cansada. De ter sofrido tanto porque minha mãe fez todas as minhas vontades.

Comendo minha sobremesa, fico analisando: a menina tem 12 anos. Segundo a teoria que estou aprendendo agora, a coisa deve funcionar assim: se o mundo é um inferno, vamos tratar de transformar a vida dos filhos num inferno porque assim, quando eles forem para o mundo, não irão estranhar.

Devo estar muito velho, pois fiquei tão apavorado com a ideia que nem terminei meu pudim. Saí dali preocupado que algum político possa ter ouvido essa conversa, e resolva criar uma PEC com essas ideias. Pensando bem, pode ser até que já tenha criado.

Mas, como a festa não para, a maioria nem sofre. Feliz 2017!

Crônica: Jorge Marin

quarta-feira, 28 de dezembro de 2016

NOSSAS CAPELINHAS


Após reler o bem construído texto de Flávio Ferraz postado tempos atrás, e de ter posteriormente acompanhado atentamente o salutar e democrático debate virtual em função da edificação daquela cobertura metálica ao lado da capelinha do São José, fiquei novamente me perguntando se alguma medida de EQUILÍBRIO, popularmente chamado de MEIO TERMO, não daria um final feliz para a história. 

Por sinal, aqui mesmo no Blog já havíamos, no ano passado, através de outra foto, tentado chamar sutilmente a atenção para algo que, também aos nossos olhos, já estaria no mínimo estranho.

Na oportunidade, abro um pequeno parêntese para comentar certa decepção que tive quando, ao fazer uma visita à capelinha de Santo Antonio, ter também observado que aquele centenário CORETO não mais existia e que, sobre o mesmo espaço, uma cobertura semelhante à do São José havia sido construída.

Com certeza, e da mesma forma, foram muitos os motivos, mas lamentavelmente perdemos aquele que seria O ÚLTIMO CORETO DA CIDADE.

Mas, voltando ao assunto sobre a cobertura metálica ao lado da Capelinha do São José, e observando a mesma foto, percebemos nitidamente que apenas alguns poucos metros da lateral da referida cobertura é que de fato estão ocultando metade da capelinha, e que este “pequeno” e “grande” detalhe está sendo o suficiente pra nos privar de vislumbrar o BELO e o SAGRADO que ali se encontram em forma de cartão postal.

Não sei realmente a quais necessidades básicas que o tamanho interno da referida cobertura teria que atender, mas tenho absoluta certeza que uma pequena intervenção lateral, de alguns poucos metros, seria o suficiente pra nos trazer de volta tão significativa imagem.

Nessa foto acima, quem sabe os postes da iluminação pública, que sobem a rua em direção à capela, não estariam traçando uma reta pra nos indicar onde?
Respeitando os argumentos de ambas as partes, deixo apenas a sugestão.

Crônica e foto: Serjão Missiaggia

segunda-feira, 26 de dezembro de 2016

SE ESSA RUA FOSSE A MINHA


QUEM JÁ PASSOU POR ESSA RUA???

Foto de hoje: Serjão Missiaggia
Trat.imagem: Jorge Marin

TODA CASA TEM UM CASO


MAIS DO QUE SÓ UMA CASA, ESSE LOCAL TEM MUITA HISTÓRIA - Quem vai ser o primeiro a contar???

CASA DA SEMANA PASSADA - Márcio Velasco, Cristina Velasco Itaborahy e Maria Inês foram os primeiros a associar a casa da semana passada ao inesquecível Adil Pimenta.

Curiosamente, esperávamos que alguém se lembrasse nas nossas "aventuras" no murinho, mas a maioria lembrou mesmo foi do Adil. Raimundo Porto lembrou-se dos discos do Ray Coniff tocando baixinho durante os atendimentos e a Maria da Penha Santiago reviveu uma das frases preferidas do Adil quando aprontavam com ele. Ela foi arrancar dente, mas não contou que tinha um problema cardíaco. Quando foi obrigada a contar, pois começou a passar mal com a anestesia, Adil, assim que ela melhorou, chegou bem pertinho e falou: "VACA!!!".

Foto de hoje: Serjão Missiaggia

CASOS CASAS & mistério???


QUEM EXPLICA ESSA PAISAGEM???

ACERTADORES DA SEMANA PASSADA - Márcio Velasco, Maria da Penha Santiago e Rita de Cássia Campos foram os primeiros a reconhecer a parte externa do vitral que fica acima do altar da Igreja do Rosário.

Foto de hoje: Serjão Missiaggia

sexta-feira, 23 de dezembro de 2016

VOLTANDO A SER CRIANÇA (QUE MEDO!!!)


Lendo a poesia do meu parceiro Serjão na quarta-feira, comecei a me sentir um pouco mal comigo. Calejado pelos quase sessenta anos de vida, confessei pra minha esposa, após a leitura, que a fantasia anda um pouco ausente da minha alma ultimamente.

Percebi, na argumentação poética do amigo, que, mais do que um dia santo, há a magia. Magia que existe, com direito a Papai Noel e renas, à medida em que vamos nos tornando crianças novamente.

Gente, juro que eu até tento voltar a ser criança. Mas confesso que isso me assusta um pouco. Afinal, até mesmo pela limitação física, acho muito difícil “voltar” a ser criança. E, mais do que imaginar um velho barrigudo brincando de pique-pega, me aterroriza a ideia de expressar minhas emoções infantis, pois isto é o que minha analista chama constantemente de neurose.

Antes que me acusem de ser desmancha-prazeres ou coroa amargo, peço que raciocinem comigo: afinal de contas, qual é o propósito de juntar todos os familiares numa grande ceia de natal nos dias atuais? Manter a tradição? Agradar à bisa? Quem sabe até aplacar a culpa de não ter visitado os pais pelo menos algumas vezes no ano?

Percebam que meu objetivo aqui não é ser (mais um) chato trazendo uma teorização para a ceia da família. Já chega os partidários discursando, os bêbados pentelhando e os reprimidos extravasando seus recalques.

O que quero dizer é: sejam, sim, crianças! Mas não crianças birrentas, crianças ciumentas, crianças carentes de afeto, crianças teimosas e egoístas. E, principalmente, não exijam que os outros escutem vocês, como se apenas os seus problemas existissem, as suas dificuldades fossem as maiores e as suas questões fossem as mais importantes.

Nesse natal, que é um dia que CONVENCIONAMOS ser uma data de celebração, busquemos a alegria. Que não precisa ser NECESSARIAMENTE com aqueles membros da família com os quais raramente nos encontramos (a não ser na festa e nos enterros). Para que o natal seja uma festa supostamente amorosa, que a celebremos com as pessoas que amamos. De verdade.

Que bom seria se eu pudesse passar o natal com meus amigos de infância. Porque a memória sozinha não dá conta da bobeira que seria. Então fica aí a dica: vão, se for o seu desejo, na tradicional festa de família, mas levem, em nome da fantasia, aquele amigo maluco, ou aquela amiga idiota. Se for pra sermos crianças, que sejamos LEVADOS!

Ah, e uma última dica: Papai Noel continua existindo. O problema é que ser bonzinho não garante mais os melhores presentes.

Crônica: Jorge Marin

quarta-feira, 21 de dezembro de 2016

A MAGIA DO NATAL


Vem chegando o natal,
Onde está Papai Noel?
O presépio, meus brinquedos, minha estrela de papel.
Onde está o sapatinho?
Que guiava do cantinho, meus desejos... Puros sonhos ao céu!

Recordações... Emoções e alegria!
Das canções e poesias... NATAL NASCEU JESUS!
E o tempo eternizou a mais linda sinfonia,
Infinita melodia, que nos encanta, nos aquece e nos conduz.

Quem me dera ser menino,
Ao natal poder voltar,
Adormecer... Assim sonhar!
Reencontrar a fantasia, desvendar a luz do dia,
Os presentes de natal.

Mas o bom velhinho sempre existirá,
Semeando o faz de conta e a esperança,
É só acreditar, deixar pulsar seu lado de criança,
Que a magia do natal e a estrela de Belém,
Brilhará eternamente,
Enchendo de luz cada momento,
E os sentimentos de cada coração.

                       Um abençoado e santo natal!!!

Poesia e foto: Serjão Missiaggia

segunda-feira, 19 de dezembro de 2016

BELEZAS DA TERRINHA


PAZ EM SÃO JOÃO...

COMENTÁRIOS SOBRE A RUA EXPEDICIONÁRIO GARCIA LOPES - Marcelo Oliveira, Giovania Miosso e Angélica Girardi foram os primeiros a reconhecer a rua. Mas, quem apresentou o melhor relato foi a Ana Emília Silva Vilela.

Foto de hoje: Serjão Missiaggia

TODA CASA TEM UM CASO


IMAGINEM QUANTOS CASOS TEM ESSA CASA!!!

CASA DA SEMANA PASSADA - Fernanda Macêdo, Rita Knop e Ana Emília Vilela foram as primeiras a reconhecer o Edifício Vestim Barbosa. Rita Knop explicou que, embora muitos achem que aquele é o prédio mais antigo de São João, na verdade o mais antigo é o construído pelo avô dela Carlito Guazzi, na praça que leva o nome dele. Ana Emília contou um caso: "Quando ainda adolescente, um fato que me marcou neste prédio foi o dia que, passando perto, vi quando alguém que havia falecido no prédio estava sendo colocado na urna no hall de entrada porque não teria como subir com a mesma. Muito boba e medrosa, fiquei chocada".

Foto de hoje: Serjão Missiaggia
Trat.imagem: Jorge Marin

CASOS CASAS & mistério???


QUE LUGAR É ESSE???

ACERTADORES DA SEMANA PASSADA - Fernanda Macêdo e Ana Emília Vilela foram as primeiras a reconhecer o jardim na Travessa Padre Condé. Zezé do Couto Ciscoto deu mais detalhes: "É a casa do pai da Angélica Martins lá na rua do Descoberto. Essa árvore em frente é um manacá da serra que, quando floresce, fica maravilhoso!". A Maria Angélica Martins Souza confirmou: "Realmente é a casa do meu pai, Sílvio Martins. Todos os dias ele mexe neste jardim, é a sua distração. Metade do jardim é dele e a outra metade da tia Neném. Eles vão ficar muito felizes com estas publicação".

Foto de hoje - Serjão Missiaggia

sexta-feira, 16 de dezembro de 2016

ESPOSA DE CALCINHA


O marido chega em casa com um jornal de esportes amassado debaixo do braço. Senta-se no sofá e só então percebe que a esposa está tirando a poeira dos livros na estante. De calcinha branca.

- Que que aconteceu, Marinete? – pergunta.
- Nada, só estou dando uma geral na estante. Você não limpa nunca.
- Não, estou perguntando da roupa.
- Que roupa? – já lavei e está secando no varal.
- Eu estou falando da roupa que você está usando. – diz o marido, com um tom de voz um pouco elevado
- Ah! – diz a mulher – eu sei que a camiseta é sua, mas ela está velhinha e é confortável, ideal pra fazer limpeza.
- Não, estou perguntando é da calcinha!
- Mas a calcinha é minha!
- Lógico, né Marinete? Só faltava eu ter uma coleção de calcinhas. Brancas.
- Qual é o problema? Você não queria que eu ficasse aqui na sala, em cima desta escada, sem calcinha né?
O marido considera um pouco. Até que, pensando por esse ângulo (e olhando), não seria uma ideia assim tão ruim. Mas, prefere continuar a discussão:
- Marinete, quantas vezes já te surpreendi de calcinha branca na sala?
- Acho que nunca!
- Então, é por isso que estou perguntando – retruca o marido.
- Você nunca me surpreendeu de calcinha branca na sala porque quase sempre você chega tarde, Marco Aurélio! – agora é a esposa que usa aquele tom meio professoral.

Sentindo que a conversa começa a ficar meio indigesta, o marido tira os sapatos, abre o jornal e começa a ler.
- Você já jantou, amor? – pergunta a esposa, se agachando para limpar as portas inferiores onde fica a coleção de vinis do marido.
- Não, mas eu comi uns torresmos com o Vidal lá no Pescoço.
A mulher não responde e continua o seu dedicado trabalho. O marido continua incomodado:
- Marinete, você vai ficar assim de joelhos limpando meus discos?
- Marco, eu não estou te entendendo, como é que eu vou limpar uma coisa que fica na parte de baixo da estante sem me ajoelhar?
- Mas é que, você sabe, você está de calcinha.
Marinete se irrita:
- Gente, mas que ideia fixa essa de calcinha. Estou sim, de calcinha, está quente, estou trabalhando. Qual o problema?
- Nada, é que, normalmente, só vejo você com aquelas calçoletas beges meio sambadas, e essa calcinha branca aí eu nunca vi. E, além do mais, ela é bem jeitosinha!
- O Natal está chegando. Por que, ao invés de se espantar e ficar aí criticando, você não me compra uma coleção de Victoria’s Secrets?
- Não muda de assunto não, Marinete. E eu não estou criticando. Na verdade, estou surpreso e até gostando... Estou até tendo umas ideias.
- Então vem pra cá, amor. Fica aqui do lado.
Nunca um jornal de esportes foi tão abandonado. Marco Aurélio se ajoelha também. A esposa, sorridente, olha bem nos olhos dele:
- Agora, vai passando os LPs que eu vou limpando...

Crônica: Jorge Marin

terça-feira, 13 de dezembro de 2016

PARECE QUE FOI ONTEM MESMO (13 DE DEZEMBRO - 1986/2016)


Doce meiga,
Olhar sereno cristalino,
Riqueza infinita,
Infinitamente mulher, 
Namorada eterna namorada,
Habitas meu coração,
Amiga, razão do meu ser, verdadeira paixão.

          Pedacinho do universo,
          Amor, ternura... Tudo mais!
          Um presentinho de Deus,
          Luz eterna,
          A se apagar jamais.

Meu pequeno,
Amigo companheiro,
Tão grande sua presença,
Hoje, ontem,
Eternamente.
Um verdadeiro homem,
Serás no amanhã, que te espera.

                    Sábio fui,
          Envolvendo-me na
          Riqueza de um lar.
          Jamais poderia tanto amor imaginar.
          Agradecer só resta...
          Obrigado Senhor.

Acróstico: Serjão Missiaggia
Foto        : Badeco

segunda-feira, 12 de dezembro de 2016

SE ESSA RUA FOSSE A MINHA


QUEM SE LEMBRA DE MOMENTOS VIVIDOS NESSA RUA???

Foto de hoje: Serjão Missiaggia
Trat.imagem: Jorge Marin

TODA CASA TEM UM CASO


SE É VERDADE QUE TODA CASA TEM UM CASO, O QUE DIZER DESSE PRÉDIO???

CASA DA SEMANA PASSADA - apenas a Fernanda Macêdo reconheceu a casa: "fica no bairro São José, numa rua perpendicular ao escadão e à rua Brasília... na continuação da rua Milton Soares Campos". É a rua Antônio L. Pinto.

Foto de hoje: Serjão Missiaggia

CASOS CASAS & mistério???


ONDE FICA ESSE JARDIM???

ACERTADORES DA SEMANA PASSADA - A paisagem do bairro São José foi, primeiramente, reconhecida pelo Maninho Sanábio: "Bairro São José, algumas casas da rua 16 de Maio, incluindo onde a Fernanda morou, e, lá na parte de cima onde tem aquelas árvores, é a rua do Polivalente, as árvores são do Poli". Logo em seguida, chegaram: o Márcio Velasco e a Fernanda Macêdo, que confirmou a informação: "Que legal!!! Minha casinha amarelinha na rua 16 de Maio, embaixo a cobertura da casa das minhas tias na rua Dr. João Sarmento, acima casas da rua Milton Soares Campos e, bem acima, a rua do Polivalente!!! Muito obrigada, Página Pitomba, adorei!!!".

Foto de hoje: Serjão Missiaggia
Trat.imagem: Jorge Marin

sexta-feira, 9 de dezembro de 2016

FALANDO DE POLÍTICA NO BLOG


Um questionamento frequente nos é feito aqui no Blog: mas, vocês não falam de política?

Sanjoanenses, conhecemos bem o fuzuê que é a disputa política em nossa terrinha. Imagino, com um certo exagero, que as discussões travadas na Rua do Sarmento possam se assemelhar àquelas vivenciadas pelos gregos, em suas cidades-estado no início da democracia.

O que leva a essa comparação, romântica ou delirante (não sei bem qual das duas) é o fato de nós, da mesma forma que aqueles atenienses antigos, nos conhecermos uns aos outros.

Mas, até aí morreu o Neves. Mas deixou o neto, dirão uns maldosos. O fato é que a política sempre foi um embate entre quem quer continuar mandando e quem não está mais disposto a obedecer.

Até agora.

Com a  chegada do Facebook, os partidários das pessoas que estão no poder não apenas querem que a situação permaneça exatamente como está como também esperam que os opositores do poder reconheçam que os seus desejos pessoais são malignos, fruto de alguma ideologia alienígena.

Por exemplo, se quem está no poder é um partido de esquerda, seus opositores dirão que eles são marxistas, comunistas ou terroristas.

Se o governo for de direita, então irão dizer que se trata de nazistas, fanáticos ou militaristas.

Sempre uma coisa ou outra. Sempre uma no lugar da outra.

E, enquanto brigamos uns com os outros, quadrilhas bem organizadas vão nos roubando: a qualidade de vida, a dignidade, a decência e até a nossa vivência de democracia.

E a famosa frase de César e Napoleão "dividir para governar" recebe uma leitura pós-moderna: "imbecilizar para roubar".

Crônica: Jorge Marin

quarta-feira, 7 de dezembro de 2016

TEMPOS REMOTOS


Enquanto deitado confortavelmente no velho sofá de minha casa com um controle remoto nas mãos, fiquei a imaginar como seria hilário se, no tempo daqueles televisores antigos, já existissem os famosos suportes de girovisão. E que dificuldade seria para acessá-las, haja vista que muitas televisões, como a que tenho em meu quarto, encontra-se posicionada quase no teto. Por sinal, muitos entendidos dizem que esta ociosidade diante da parafernália dos eletrônicos, em muito vem contribuindo com a obesidade. Mas isso é já outro assunto.

Voltando então àquelas velhas e românticas televisões à válvula (quase sempre Philco ou Philips), quem não se recorda do esforço físico que éramos submetidos para poder controlá-las. Em muitas casas, inclusive na minha, havia até um revezamento pré-combinado para que não cansasse uma só pessoa. Disputar no par ou ímpar era também muito comum entre os membros da família, principalmente para ver quem, naquela noite, seria o contemplado pra levantar menos vezes.

E como éramos pacientes naquela época, não?  Ao ligá-las, obrigatoriamente, tínhamos que esperar que aquecessem suas válvulas por pelos menos dois a três minutos. Somente depois que começava a aparecer som e imagem. Alguns entendidos diziam que seria prudente, depois de duas horas funcionando, desligá-las por, pelo menos dez minutos, para que assim, dando uma boa esfriada em suas válvulas, não viessem a queimar.

Logo depois de aquecidas, uma primeira levantada do sofá de imediato sempre acontecia, e isso se dava em razão da necessidade de se fazer os primeiros ajustes na sintonia fina. Geralmente, esse procedimento era realizado ao se girar uma daquelas imensas “rodelas” que quase sempre se encontrava sobre o seletor de canais. O negócio era girar pra esquerda, girar pra direita, até que, finalmente, melhorasse aquele incômodo chuvisco. 

Épocas em que a energia elétrica variava muito, fazendo com que as faixas de convergência nos tirassem muitas vezes do sofá, e do sério também. E, para aquelas residências que não possuíam os enormes estabilizadores de energia, é que a coisa ficava ainda mais cansativa. Lá em casa, corrigir o vertical era minha responsabilidade, enquanto o horizontal sempre ficava por conta de minha irmã.

Uma levantadinha básica pra se ajustar o volume sempre acontecia, sendo que quase nunca para se mexer no brilho e contraste. Se um vento forte nos pegasse de surpresa, o negócio era dar uma pequena torcedela no cano externo da antena pra redirecioná-la melhor com a torre. Chuva com relâmpagos então era um deus nos acuda, pois, provavelmente, ficaria tudo fora do ar por pelo menos três dias. Subir nessas montanhas num período em que nem estrada existia direito não era fácil não. O Sr. João, com seu famoso jipe, e o Sr. Tavinho que o digam.

Sorte nossa que, naquele tempo, somente o sinal de dois canais de televisão chegava à cidade, sendo um deles a TV Tupi e outro a TV Rio, mas mesmo assim, tínhamos obrigatoriamente que nos levantar para girar uma pequena chaveta, quase sempre afixada na parede, usada para inverter as antenas e com isso sintonizar o outro canal.

Ô vida cansativa ver televisão naquele tempo, sô! Pelo menos, tudo isso acontecia em meio expediente, pois, na maioria das casas, os televisores eram ligados somente depois das dezoito horas.

Crônica: Serjão Missiaggia

segunda-feira, 5 de dezembro de 2016

BELEZAS DA TERRINHA


ÓIA ELA AÍ... A FÁBRICA!

COMENTÁRIOS SOBRE A RUA GALDINO FURTADO DE MENDONÇA - O primeiro a reconhecer a rua da semana passada foi o Camilo Pontes, que comentou: "minha irmã morava aí nessa rua. Era os fundos do sobrado do Largo da Matriz [o casarão do Sô Milu]!! Mais à frente, a estrada para Roça Grande, com a casa do Sr. Paulinho Vital à direita.".

Também reconheceram o local a Ana Emília Silva Vilela e a Mika Missiaggia Velasco, que se lembrou do enorme pé de jatobá.

Foto de hoje: Serjão Missiaggia
Trat.imagem: Jorge Marin

TODA CASA TEM UM CASO


QUEM SABE ALGUM CASO SOBRE ESSA CASA???

CASA DA SEMANA PASSADA - Os primeiros a reconhecer a casa do Bairro São José foram: Ana Emília Silva Vilela, Fernanda Macêdo e Walter Badaró, que contou o caso da casa: "Casa da falecida Dona Clementina, senhora pequenininha, mas de uma enorme braveza. Não podíamos jogar uma bola em frente à casa dela, se ela pegasse a bola, a faca comia solta, ela era mãe do Zé Maria Pororó.

Foto de hoje: Serjão Missiaggia.
Trat.imagem: Jorge Marin

CASOS CASAS & mistérios???


QUEM EXPLICA ESSA PAISAGEM???

ACERTADORES DA SEMANA PASSADA - Maninho Sanábio, Ana Emília Silva Vilela e Fernanda Macêdo foram os primeiros a reconhecer o jardim em frente à Multiclínica, também reconhecido pelo seu autor, o Flávio Vitoi.

Foto de hoje: Serjão Missiaggia

sexta-feira, 2 de dezembro de 2016

INSTINTO MATERNO... EXISTE?


Buscando meu filho no colégio pela última vez no ano, chega, junto com o alívio, uma certa tristeza por passar dois meses longe do burburinho, das conversas e da efervescência da juventude.

Outro fenômeno que me encanta, e até mesmo intriga, é a manifestação multicor, por vezes também barulhenta, ou dramática das mães que vêm buscar seus filhos. Umas falam dos cuidados com o acompanhamento dos deveres, outras falam das falhas da escola, outras contam das atividades extraclasse. Um traço comum é que quase todas tentam, ao seu modo, demonstrar o tamanho do seu amor materno e da sua dedicação apaixonada aos filhos. Noto que algumas, envergonhadas, não conseguem demonstrar seu amor com aquela veemência que as outras demonstram.

Fico pensando: será que existe mesmo essa coisa que os religiosos e alguns psicanalistas de primeira hora tentaram nos vender, o AMOR MATERNO, natural, normal e incondicional?

A esse respeito, a escritora (e milionária) francesa Elisabeth Badinter afirma que o amor materno tal qual o conhecemos hoje foi, na verdade, INVENTADO no século XIX. Então quer dizer que as mães não amavam seus filhos antes? Umas amavam, outras não. O ponto de partida para o controverso livro da autora francesa, ela mesma mãe de três filhos, foi uma investigação feita pelo chefe de polícia de Paris em 1780 que demonstrou que, das 21.000 crianças nascidas na capital francesa naquele ano, apenas 1.000 eram amamentadas pelas mães e outras 1.000, por amas de leite contratadas.

O fato é que 19.000 crianças eram enviadas para o campo, onde as chamadas “amas mercenárias” criavam os recém-nascidos que, ao atingirem a idade de 5 anos, eram devolvidos às suas mães biológicas. Isto é, se sobrevivessem.

Ora, mas o que isso tem a ver com as mães do século XXI? Muita coisa. As mães de hoje, embora mergulhadas em informações, ainda sentem culpa quando percebem que não possuem o tal instinto materno. Muitas mães piram ao descobrir que não são mães suficientemente boas, sendo este conceito uma coisa meio esotérica, assim como suficientemente magras.

Outra constatação, reconfortante, é saber que um conceito absolutamente fictício, que é o instinto materno, consegue se materializar aprendido socialmente, a ponto de a maioria das mães atuais (e também os pais) só conseguirem ser felizes se os seus filhos o são.

Seguindo essa linha de raciocínio, poderíamos conjeturar que, se introjetássemos a gentileza, por exemplo, nos comportamentos das pessoas, daqui a uns trezentos anos essa prática seria considerada “normal” e o mundo, um lugar melhor para se viver.

Ou até mesmo, quem sabe, dizer àquelas mães da porta do colégio que elas podem, sim, ter preguiça (e até raiva) de ter que aguentar aquela criança chata e barulhenta. Ah, não se esqueçam de que os pais poderiam também ser convocados a aprender o tal instinto materno. Alguns, aliás, já o fizeram.

Crônica: Jorge Marin

BRIGADU, GENTE!

BRIGADU, GENTE!
VOLTEM SEMPRE, ESTAMOS ESPERANDO... NO MURINHO DO ADIL