sexta-feira, 31 de julho de 2015

UM ASSUNTO SÉRIO: O SUICÍDIO


Conversando com um amigo anteontem, comentamos sobre um fato que há alguns anos parecia um fenômeno distante, mas que, de uns tempos para cá, tem se tornado assustadoramente comum: o suicídio.

Hoje em dia, é difícil achar alguém que não conheça pelo menos uma pessoa que tenha se matado. Nessa conversa que tivemos, entre conhecidos de um e de outro, lembramo-nos de cinco pessoas. A última estimativa da Organização Mundial de Saúde, em 2012, considerou que mais de 800.000 pessoas morrem anualmente via suicídio. E, o que é pior, esta é a segunda causa de morte entre jovens de 15 a 29 anos.

O escritor e filósofo francês Albert Camus considerava o suicídio como “a grande questão filosófica de nosso tempo”, isto porque, acreditava ele, antes de deliberar sobre a melhor forma de viver a vida, é preciso saber se, afinal de contas, ela vale a pena ser vivida.

Embora muito se diga sobre os fatores patológicos que levam uma pessoa a esse tipo de autoviolência, ou sobre suas causas sociais, e até mesmo espirituais, é preciso que se diga que matar o corpo parece ser uma solução a que se chega para resolver um conflito entre a vida que se vive e a vida que o indivíduo acha que deveria ser vivida, ou que o sujeito pensa que os outros esperam dele.

Lógico que a coisa não pode ficar no campo da supersimplificação, mas, em tempos nos quais a maioria das pessoas compartilham a sua vida e as suas realizações nas redes sociais, e nós que frequentamos amiúde o Facebook sabemos disso, é cada vez mais comum a idealização do ego. Aqui não tem, salvo raríssimas exceções, pessoas fracas, mal resolvidas ou tristes.

Ora, nós já vivemos um tempim por este mundo para saber que isto não existe. Ou seja, embora muita gente tenha uma vontade muito grande de ter controle absoluto sobre a própria vida e da vida dos que lhe são próximos, este desejo não passa de um delírio não muito diferente daqueles finais de contos de fadas.

Só que, face a essa pressão a qual nos submetemos, seja ela interna ou externa, alucinamos. E, quando o corpo não dá conta de suportar a fantasia absurda de felicidade a qualquer custo, por que então não eliminar o corpo e deixar o perfil intacto?

Não seria o suicídio uma defesa? Confesso não ter uma ideia sobre a melhor forma de lidar com o assunto. Sei que se trata de um problema hoje seríssimo de saúde pública.

Pelo que diz a OMS, desde que comecei a escrever esta crônica até agora, noventa pessoas se mataram no mundo. É preocupante.

Crônica: Jorge Marin
Foto     : frame do filme Patch-Adams  

quarta-feira, 29 de julho de 2015

O CINE BRASIL


E já que falamos, na semana passada, um pouquinho sobre a SINUCA DO CIDA, não custa nada acabarmos de subir a Rua Getúlio Vargas, mais conhecida pelos cinqüentões de plantão como a Rua do Grupo Velho, e darmos uma esticadela até o Cine Brasil. Local este que veio, por décadas, também a marcar gerações. Diferentemente da Sinuca do Cida, aquele local era frequentado dos oito aos oitenta anos.

Já na infância, éramos quase sempre levados pelos nossos pais, principalmente num período em que existiam poucas televisões na cidade. Pra lá nos dirigíamos em busca de magia e aventura, que, facilmente, eram encontradas nos inocentes filmes de “mocinho”, “assombração” ou ” filmes de rir”. Épocas de Ben-Hur, Os Dez Mandamentos, Quo Vadis, Marcelino Pão e Vinho e outros clássicos mais, que ficariam eternizados para sempre em nossa memória.

Do lado de fora, um inesquecível cheirinho de pipoca e amendoim torrado já ficava à nossa espera, enquanto, pacientemente, ficávamos por um bom tempo nos arrastando naquelas imensas filas.

Uma musiquinha básica permanecia tocando dentro do cinema, enquanto, ainda de luzes acessas, íamos comprando balas, pirulitos e outros.
Confesso que ficava superapreensivo ao esperar por aquele sinal sonoro que anunciava o início do filme. Um som poderosíssimo e grave que dava medo e assustava muito.

Já na adolescência, muitos fatos inusitados e até engraçados chegaram a acontecer, sendo que, se estivesse em cartaz um “filme de sacanagem”, aí é  que a galera ficava bastante assanhada. Confesso que tentar engabelar nossa querida e saudosa dona Zenir e a senhora Aparecida Bovoy naquela época era bem complicado.

Certa vez, ficamos, eu e alguns amigos, quase quarenta minutos na fila,  debaixo de chuva fina, para assistir VANESSA A INSACIÁVEL, sendo que, ao chegar à portaria, fomos recebidos amistosamente por dois policiais que,   exigindo identidade e desconfiados de nossas caras, queriam saber nossa idade. Não tivemos alternativa e, após sair de mansinho, correremos mais que depressa para as portas laterais pra ficar nos atropelando e assistindo o filme pelas gretas.

Também muitos encontros e namoros aconteciam, principalmente no andar superior. Pior que os mais exaltados eram sempre pegos de surpresa quando a danada da fita arrebentava e as luzes eram acessas.  Naquela hora, enquanto alguns despistavam, outros ficavam assoviando e pedindo o dinheiro de volta.

Também não menos incômodo nessa hora de romance, era o barulho do chinelinho do Sr. Geraldo Honório subindo e descendo aquelas escadarias. Literalmente, tínhamos que ficar de olho e de orelha em pé também.

Dependendo do filme, bons cochilos aconteciam somente interrompidos quando as luzes se acendiam e o barulho daquela cortina da portaria se fazia ouvir, ao ser aberta repentinamente no final de cada filme. Mas, o grande despertador mesmo eram as imensas portas laterais sendo empurradas quando abertas. Não sei se por sacanagem, mas esse fato sempre ocorria antes mesmo do filme terminar. Aí era aquele susto, não somente para os dorminhocos como também para os mais distraídos.

E assim, ao término de cada sessão e já do lado de fora, o negócio era comprar aquele saquinho de amendoim de nosso saudoso Bié, e sair pela rua comentando o filme e cantarolando, felizes da vida, XIRIBI-XIRIBI-QUÁ QUÁ!

Crônica e foto: Serjão Missiaggia

segunda-feira, 27 de julho de 2015

BELEZAS DA TERRINHA


JARDINS DE SÃO JOÃO

Foto: Serjão Missiaggia

CASOS CASARÕES & seus detalhes misteriosos ???


QUEM CONHECE ESSE CASARÃO ??? SABEM ONDE FICA ???

CASARÃO DA SEMANA PASSADA - é, simplesmente, impossível divulgar os acertadores do casarão da semana passada, tantos foram. Afinal, já são 102 anos de emoções, e vamos dar a resposta em hino:
"Com alvos punhos de vistosa renda
Honrando a senda duma tradição
É nosso escopo perpetrar a graça
Que ovante passa como um turbilhão.
É o nosso "Galo" a insígnia da Vitória
Segundo a História d’ outros Carnavais,
Arte, Bom-gosto, em rútilos assomos
Eis o que somos sem temer rivais.

No poleiro alegre e só
Canta ao romper da manhã
Um "Galo" de bam-bam-bam
Có có có có
Có có có có
Invencíveis e simpáticos
DEMOCRÁTICOS! Bis
DEMOCRÁTICOS!"
Foto: Serjão Missiaggia

CASOS CASAS & mistério ???


ONDE FICA ESSA PAISAGEM AÍ ???

ACERTADORES DA SEMANA PASSADA - Rita Aparecida Camilo Alves e Solange Silva reconheceram a casa com a foto da Nossa Senhora Aparecida na fachada localizada na Rua Nova.

Foto: Serjão Missiaggia

sexta-feira, 24 de julho de 2015

ATÉ MAIS


Estava passeando pelo Facebook, quando chega o Mazola com a notícia triste: o nosso amigo Té (Celso Theodoro) morreu. Pessoas ficam logo tristes, consternadas, inclusive eu que conheço o Té há mais de 40 anos. Logo chegam aquelas mensagens bonitas, com desejos de que nosso amigo, afinal, esteja ao lado do Senhor, num lugar de paz e tranquilidade.

Eu, no entanto, embora triste, só conseguia pensar numa coisa: poxa, mas logo agora que o Guerreiro está jogando aquele tanto no Flamengo?

Não, eu não sou flamenguista. Quem me conhece sabe disso: mas, se há uma coisa que eu adoro fazer é provocar os flamenguistas. E o Té era (difícil usar este verbo no passado) um dos meus alvos favoritos. E é por isso que eu não me conformo com essa história dele ter morrido num momento que era para ele estar tirando onda comigo.

Eu e o Té nos conhecemos no Bar do Augustinho, filho do sô Paulino Vital, ali em frente ao Cine Brasil. Lá nos fundos, numa mesa reservada aos sábados para a nossa turma, vivíamos a nossa juventude: tomávamos umas geladas, comíamos dobradinha, falávamos de futebol, da vida dos outros, cantávamos Geraldo Vandré, ouvíamos os discursos inflamados do Nilson Baptista e terminávamos cantando a música nova do Belchior “Como Nossos Pais”.

Éramos felizes. O Té não suportava aquela brigaiada que sempre rola nessas mesas de bar: saía logo com uma piada, e sempre nos chamava pelo aumentativo ou diminutivo. Era Jorgin pra cá, Geraldão pra lá, Nilsin, Julião e por aí.

Reencontrei o meu velho companheiro há três anos, aqui mesmo neste boteco virtual chamado Facebook, e como todo bom amigo, ele não mudou nadinha: engraçado, provocador, extremamente educado e amante da cultura, do cinema, do futebol e de um bom papo.

Até que anteontem apronta essa com a gente. Querem saber? Acho que essa coisa de morte é uma tremenda falta de educação. A turma chega, todo mundo junto, contando caso, assobiando, fazendo arruaça. Vamos ao freezer, pegamos aquela suada lá do fundo, colocamos os copos sobre a mesa e, na hora de servir, alguém fala: pra ele não, ele morreu.

Pois fique sabendo, “seu” Celso Theodoro, que, não importa onde estiver, você vai estar aqui presente com todos nós, em cada papo de boteco, em cada zoação de futebol, em cada abraço de amigo.

Assim como nos reencontramos no Facebook, sei que um dia vamos reatar a nossa amizade em algum lugar. E, se for no Céu, você vai se dar mal, porque nós, botafoguenses, temos lá um time com Garrinha, Heleno de Freitas, Nilton Santos e o Valdir Pereira Didi. Quanto ao seu Menguinho, tem quem lá? Aquele Geraldo que morreu com 22 anos? Não vai dar nem pro começo!

Fica assim então, Té. Abração!

Crônica: Jorge Marin
Foto     : facebook do Té  

quarta-feira, 22 de julho de 2015

A SINUCA DO CIDA


Na verdade, nunca fui um jogador inveterado e muito menos expert no assunto, mas era parada obrigatória aos finais de noite, principalmente após o namoro, cinema, ou mesmo, simplesmente, pra assinar o ponto e poder ficar em pé em um de seus portais, vendo as meninas saírem do colégio.

Lembrei-me agora do mestre Sôbi quando dizia achar a maior graça das vezes em que passava em frente à sinuca e via aquele montão de rapazes em pé na porta com uma das pernas dobradas na parede como se fossem garças.

Um local que veio a marcar várias gerações e acumular por décadas momentos felizes e descontraídos.  Quem não se recorda do Jornal do Brasil que ficava à nossa espera no velho banco de madeira naquele pequeno quarto ao fundo? Bons papos aconteciam ali com o Sr. Cida, enquanto o jornal era esmiuçado com as principais notícias do dia.

Difícil também não se lembrar das noites de quarta e das tardes de domingo, quando aquele velho rádio a válvula, que, num volume bastante considerável, ficava transmitindo os jogos do campeonato carioca. Por sinal, Sr Cida, era um tricolor apaixonado.  

E, já que estamos comentando sobre o Sr Cida, um fato que sempre me chamava à atenção era das poucas vezes que ele saía desse quartinho. Isso sempre acontecia nos momentos de apagar o quadro negro para o recomeço de uma nova partida ou quando uma bola, após uma desastrosa tacada, rolava pelo chão ou até mesmo em direção à rua.

Assim, enquanto os jogos rolavam à solta no salão principal, a maioria de nós queria mesmo era ficar sentada em outro banco de madeira que ficava posicionado bem próximo à mesa de bilhar. Ali, boas prosas de fim de noite rolavam, enquanto íamos nos divertindo com cada jogada ou acirradas disputas.

Mesmo tendo sido ali por várias décadas um salão de jogos, perpetuou um imenso respeito, não somente pelo local, como também por seu proprietário.
Assim me narrou o mano Darcio:

“Infelizmente, o Cida era tricolor. Contudo, somente discutia futebol em alto nível. Não admitia gozações e nem gozava os adversários. Ele próprio fazia os consertos de sua casa, além de cuidar da manutenção das sinucas, trocando os panos verdes e as tabelas. Poucas pessoas seriam capazes destes serviços com tamanha precisão, principalmente no bilhar. Trocar as tabelas colocando as novas no ponto certo era coisa para especialistas. Suas sinucas eram fantásticas.

Ele não admitia apostas no salão, nem bebidas. De hora em hora fazia uma limpeza e o salão mais parecia uma sala de visitas. O BANHEIRO ERA IMPECAVELMENTE ASSEADO. Um hábito do Cida era lavar as mãos com sabonete e depois com álcool logo após receber dinheiro de quem encerrava o jogo.

Cida dizia que aquele casarão foi o primeiro a ser construído na parte baixa da cidade. Antes, todas as residências ficavam no morro, na região da Matriz, pois a baixada era pantanosa. Dizia que a casa nada mudara, recebendo apenas alguns reparos. Sua habilidade era muito aproveitada pela Igreja, já que era ele que preparava os pequenos altares que desfilavam nas procissões, principalmente nas Semanas Santas. Aliás, era muito católico.  

Quanto ao seu irmão, Seu Zé, era um autodidata, uma pessoa muito culta. Tendo apenas o primário, cuidou de toda a contabilidade da Fábrica de Calçados por anos, até sua aposentadoria. Lia muito, discutia literatura, história e política. Conhecia bem a Língua Portuguesa e bastante Matemática, principalmente aritmética. Tinha até um razoável conhecimento do Latim.
Além de excelentes pessoas, eram homens de coragem. Dentre meus amigos verdadeiros estavam os irmãos Palmieri.”

Crônica: Serjão Missiaggia

Foto     :  Facebook

segunda-feira, 20 de julho de 2015

BELEZAS DA TERRINHA


IGREJA DO ROSÁRIO.

Foto: Serjão Missiaggia

CASOS CASARÕES & seus detalhes misteriosos


DESSE CASARÃO, COM CERTEZA, MUITOS SE LEMBRARÃO E TAMBÉM JÁ VIVERAM FORTES EMOÇÕES.

CASARÃO DA SEMANA PASSADA - Como sempre, nosso correspondente no Paraguai, Márcio Velasco, matou a pau: "Esquina da Praça da Bandeira com Praça 13 de Maio ou Matriz. Nos anos 70, morava aí um espanhol que era químico da Santa Martha e criou problema com um certo tenente da polícia. Esse arrumava encrenca com todo mundo, porque hasteou a bandeira da Espanha ao lado da do Brasil dentro dos muros da casa em certo 16 de maio".

Também reconheceram a casa, lembrando que lá mora a Dona Carolina Fam: Renée Cruz, Maiza Knop, Regina Célia Ribeiro Sampaio, Maria da Penha Santiago, Rita Knop Messias e Evanise Rezende.

O casal Mika Missiaggia e Hélcio Velasco também acertaram o local. E o Luiz Carlos Moura lembrou-se dos antigos moradores: pessoal do quibe Mauad de Descoberto, José Augusto Ramos e o saudoso Hudson Itaborahy, este igualmente lembrado pelo Márcio Velasco, Sônia Itaborahy e Miryam Itaborahy.

Foto: Serjão Missiaggia


CASOS CASAS & mistério???


ONDE FICA ESSA CASA COM A IMAGEM DE NOSSA SENHORA APARECIDA NA FACHADA ???

ACERTADORES DA SEMANA PASSADA - A casa que pertenceu a Dra. Consuelo Sarmento, na Rua Capitão Braz, ao lado da residência do Sílvio Heleno Picorone, foi, de cara, reconhecida pelo nosso especialista Nilson Magno Baptista. Também acertaram: Antônio José Capanga, Maninho Sanábio, Solange Silva, João Bosco Torres, Cristina Velasco Itaborahy, Silvana Picorone, Reneé Cruz, Ilka Matta Gruppi e Emília Batuta.

Foto: Serjão Missiaggia

sexta-feira, 17 de julho de 2015

EU QUERO QUE O POVO SE EXPLODA!


A frase acima foi um bordão usado por um personagem de Chico Anysio, o Senador Justo Veríssimo, que odiava pobres e adorava propinas.

O problema é que, passados três anos da morte do seu criador, o lema parece ter sido levado a sério por todos, ou quase todos, os políticos que escolhemos para nos governar.

E o pior é que discutimos política no Facebook, pensamos que entendemos de ideologia, ficamos “de mal” com os amigos. E tudo isso por quê? Porque, no fundo, acreditamos que um dia (que parece não chegar nunca, e não vai chegar mesmo!), teremos governantes honestos, e um país sem corrupção.

O que não conseguimos perceber, dentro de nossa ingenuidade (ou burrice mesmo, eu inclusive), é que a ÚNICA e exclusiva preocupação do político é estar no poder. Só isso!

Antigamente ainda se dava uma lustradinha nos propósitos e o mandatário fingia se preocupar com algumas causas: a ecologia (que, na mão dos políticos, vira um assunto esotérico), a saúde (quando assistem a alguma reportagem no Jornal Nacional), ou mesmo a educação (tema impossível, pois a maioria dos políticos tem se revelado totalmente sem educação, começando pelos candidatos à Presidência da República).

Hoje, a coisa funciona assim: numa cidade pequena, como a nossa, um prefeito consegue uma verba para construir um hospital. Ora, nós sabemos, na pele, que falta faz um bom hospital público. Porém, antes de concluir a obra, termina o seu mandato, e ele não consegue se reeleger. Aí o que faz o seu substituto? Conclui o hospital e o inaugura junto com o adversário que o iniciou para o bem da população? Não! Ele para a obra, deixa aquela estrutura ao relento apodrecer e estragar, e começa a batalhar por mais verba para a saúde para construir o SEU hospital.

Percebem que não há NENHUM interesse público? E que ninguém pensa em POVO em momento algum?

Então, o que fazer? Se esperar por uma lei que PROÍBA que todos os ocupantes de cargos públicos, TODOS, se reelejam é um sonho que jamais se realizará, podemos decidir fazer essa lei nós mesmos. Como? Adotando a postura de somente votar em quem não está ocupando o cargo hoje, seja, presidente, governador, prefeito, vereador, qualquer um.

Assim há garantia de que a coisa vai melhorar? Não, não há, mas, pelo menos, haverá um revezamento de pessoas no poder. Melhor a ilusão de um equilíbrio do que a certeza de uma violência!

Crônica: Jorge Marin

MÚSICAS QUE O PITOMBA ESCUTAVA


Mais uma, do "nosso" tempo, essa música vai dar o que falar no ano que vem, como tema do filme do Coringa. Aguardem.

quarta-feira, 15 de julho de 2015

O VELHO RELÓGIO


Já andei escrevendo aqui no Blog sobre nosso pé de caqui, o galinheiro e seus empenados, meu inesquecível pássaro preto e até mesmo um simpático gambá que por estas bandas certa vez resolveu aparecer. Achando, até então, ter cumprido minha difícil e prazerosa missão literária doméstica, qual não teria sido a minha surpresa quando, dias atrás, ao receber um e-mail de meu estimado mano, fui questionado sobre os motivos de não ter ainda escrito uma única linha sobre nosso velho RELÓGIO de parede. Relógio este que vem passando, há quase um século, de pai para filho e do qual, atualmente, tenho a honra de ser o guardião.

Cheguei certa vez a apelidá-lo de EL RELOJ em homenagem àquele famoso bolero de Roberto Cantoral, que inicia sua letra dizendo: POR QUE NÃO PARAS RELÓGIO.  Verdade seja dita, se acaso o saudoso compositor possuísse na época uma preciosidade como essa, com certeza, a música fatalmente teria começado de maneira um pouquinho diferente, ou seja, POR QUE PARAS TANTO RELÓGIO?

Sei apenas que essa relíquia, que até pouco tempo vinha passando meio que despercebida, hoje é persona grata, membro honorário da família e com lugar privilegiado na casa.

Semanalmente, tenho que dar-lhe corda, e se tal não acontecer, o danado empaca feio e nos deixa na mão. Pra ser mais preciso, terei que executar exatamente dezesseis giros completos, sentido anti-horário em uma de suas borboletas laterais, mais precisamente a da direita. Se acaso nos distrairmos ao contar as voltas, basta somente observar quando uma forte pressão dificultar os movimentos. Nesse momento, é  hora de parar, pois a próxima, com certeza, será a décima sétima. A borboleta da esquerda, bem mais suave e fácil de manejar, pouco é acionada, e somente é usada para fazê-lo despertar.

E já que falamos em despertador, diria que esse seu mecanismo é tão poderoso e traumático, que sempre aconselhamos ao dorminhoco de plantão despertar antes para desativá-lo. Melhor sair da cama dez minutos adiantado que acordar apavorado. Literalmente, um desperta dor!

Sistemático como alguns membros da família, não aceita qualquer lugar pra cumprir sua rotineira missão. Tem que ser superfície lisa, e num prumo que, às vezes, levo horas pra encontrar. Já cheguei a furar algumas dezenas de vezes uma mesma parede, somente para tentar encontrar um lugar de seu agrado.

Seu cheiro sempre me seduziu. Cheguei até a criar uma agradável mania que consiste em, ao terminar de lhe dar corda ou no final de cada manutenção, ainda antes de fechá-lo, dar uma boa cafungada no interior de seu gabinete. Incrível como um mesmo aroma permanece impregnado por tanto tempo. Algo assim misterioso, fazendo lembrar o mesclar de madeira nobre, lubrificantes, óleo de peroba e outras coisas mais. Genuíno e puro bálsamo que, forjado no tempo, me faz, a cada cheirada, ser transportado, por fração de segundos, a algum lugar desconhecido.

É sempre prudente acertar seus ponteiros deixando-o com dez minutos adiantados, pois sempre teve o terrível hábito de ficar atrasando pouco mais de um minuto por dia.  Aí eles vão se acumulando, para, quando chegar o final de semana, acontecer aquele estrago, ou seja, muita gente chegando atrasado a algum compromisso. 

Mas, o gostoso mesmo é acertar suas batidas, que, por sinal, sempre foi o meu grande sonho de criança. Quantas vezes eu ficava a olhar admirado meu pai a fazê-lo. Este era pra mim outro grande mistério (talvez o maior deles) e que também me fascinava. Não via a hora em que pudesse me tornar adulto e, assim como meu velho, poder também executá-lo. Era mágico ficar observando quando, ao enfiar uma das mãos em seu interior, alcançava um lugarzinho misterioso bem atrás das engrenagens. Por sinal, somente ele sabia chegar nesse ponto e assim acionar um determinado mecanismo.

E os anos se passaram até que meu dia chegaria. E qual não teria sido minha felicidade ao descobrir o tal lugarzinho e poder acionar pela primeira vez o referido pino.  Enquanto criança, já havia tentado algumas vezes escondido do velho, mas não sei se, pela pressa ou medo, nunca havia conseguido.

Confesso que, em muitos momentos, aquela manobra se torna uma tarefa bastante enjoativa e demorada, pois, dependendo do acerto, teremos que ficar escutando infinitas e repetitivas badaladas, até que se chegue ao número de batidas desejada.

Falando em batidas, interpretá-las não era pra qualquer um não, sendo que, somente depois de muito estudo, doutorado e incansáveis explicações do Sr. Tuninho, que conseguíamos. A coisa então funcionava mais ou menos desta maneira, segundo o velho:

“Quando o relógio bater duas vezes, isso quer dizer que serão três horas, ou melhor, três e dez, pois, dependendo do dia da semana, possivelmente ele já deverá ter atrasado aqueles dez minutos.” E, se acaso estiver arrastando as batidas entre uma hora e outra, é porque está começando a pedir socorro.

Enfim, esse nosso velho relógio se tornou mesmo um objeto de estimação que, apesar da insistência de alguns cupins em querer atacá-lo, e de um Tic e Tac pendular que fica a incomodar algumas pessoas, segue fielmente em seu rotineiro trabalho de atravessar o TEMPO, sem deixar, por um SEGUNDO sequer, de nos mostrar a HORA.


Crônica e foto: Serjão Missiaggia, junho de 2013.

segunda-feira, 13 de julho de 2015

BELEZAS DA TERRINHA


SÃO JOÃO: TERRA E CÉU!

Foto: Serjão Missiaggia

CASAS CASARÕES & seus detalhes misteriosos ???


QUEM JÁ CURTIU, E TEM CURTIDO, BONS MOMENTOS NESSE CASARÃO ???

CASARÃO DA SEMANA PASSADA - Se ninguém acertou o "mistério" da semana passada, o "casarão" foi reconhecido até no Paraguai. De cara, Márcio Velasco, de Luque, já declarou: "era a casa da Quinha nos bons tempos da Pracinha do Botafogo".

A Quinha (Ilka Matta Gruppi), avisada pela Cristina Velasco Itaborahy (que falou do terreirão e do pé de abiu), também curtiu: "saudade da casa onde nasci e passei minha infância e adolescência". E a Cristina completou: "e ainda tinha o vô Quinca  cantando aqueles hinos lindos... como é bom recordar tudo isto!!!"

Agradecemos também a todos os que acertaram e comentaram: José Carlos Barroso, Guaraci Barroso, Arycélio Barroso Silva, Luiz Carlos Moura, Marcelo Oliveira, Marcelo S. Barroso (sobrinha da dona Anézia e filho do Arycélio), Mirian Knop, Rita Knop Messias, Maiza Knope, Oneida Gruppi, Martz Leila, Rogério Bete Joias, Júlio Gruppi, Jacques Ângelo Rigolon e, finalmente, a Sônia Maria Itaborahy que concluiu:
- "Hoje é nosso escritório".

Mas fica a curiosidade: e o pé de abiu?

Foto: Serjão Missiaggia

CASOS CASAS & mistério ???


ONDE FICA ESSA PAISAGEM SANJOANENSE ???

ACERTADORES DA SEMANA PASSADA - NINGUÉM! Pela primeira vez, ninguém reconheceu a foto que publicamos.

Você precisam ler mais o BLOG, gente. Pois, no dia 24 de junho, publicamos a foto completa do lugar: aquela casa maravilhosa ao lado do Fórum que hoje, infelizmente, encontra-se em ruínas e foi colocada à venda.

Foto: Serjão Missiaggia

sexta-feira, 10 de julho de 2015

QUEM QUER VER MAMILOS?


Gente, eu até tento não ser preconceituoso, embora conte com a desculpa da idade. Mas, infelizmente, a realidade teima em me tornar um velho ranzinza.

Vejam só: pesquisando a rede, tentando encontrar um assunto para discutir, e dividir com os leitores aqui no Blog, deparo-me, entre tantas crises – financeiras, políticas e religiosas – com um assunto que deve ser urgentíssimo, pois só se fala disso nas mídias sociais: o mamilo.

Embora seja uma parte do corpo muito popular, já que é difícil encontrar um ser humano que já não o tenha colocado na boca, pelo menos em alguma fase da vida, o mamilo, de uma hora para outra, transformou-se em motivo de polêmica, campanhas, e conflitos entre amigos do peito, ou não.

A coisa toda começou quando uma professora americana, inconformada com a opressão masculina, que permitia aos homens e rapazes exibirem livremente seus mamilos no Facebook, criou um adesivo com a foto de um mamilo masculino, pois, dessa forma, a gigantesca rede social deixaria as mulheres exibirem os seios e não serem censuradas.

A empresa explica que quem ingressa no Face deve aderir aos chamados padrões da comunidade, que proíbem conteúdos ofensivos ou violentos, pornografia, nudez explícita e posts de apoio a grupos terroristas. Entre as imagens ofensivas, estão “nádegas completamente expostas” (meia-bunda pode!) e as “fotos de peitos femininos se incluírem o mamilo”. Ressaltando que o mamilo estará liberado SE se tratar de mulher amamentando ou mostrando cicatrizes de pós-operatório de mastectomia.

Para cumprir essas determinações, a famosa rede social emprega milhares de pessoas ao redor do mundo, para, entre outras tarefas, fiscalizar (e barrar) mamilos femininos. Mas, já vou logo avisando aos colegas aposentados que eu não tenho o endereço para onde devem remeter seus currículos a fim de cumprirem tão ditosa, e árdua, missão.

No nosso tempo de meninos, alguns leitores devem se lembrar, formava-se uma fila de umas vinte pessoas na porta da minha casa, tão logo eu comprava o último exemplar da revista “Ele Ela”, ou “Status”. Como a censura do governo militar também não tolerava mamilos, e mandava que os editores os “disfarçassem”, a pergunta da galera era uma só: “saiu peitim?”

Hoje, mais de quarenta anos depois, são as mulheres comuns que estão brigando pelo direito de exibir os seus mamilos da mesma forma que aquele bando de manés desocupados fazem, achando que estão arrasando com as mulheres que, no entanto, não querem ver os deles, mas querem mostrar os delas.

Ora, ora, como dizia preconceituosamente minha avó, por que vocês não vão procurar um tanque de roupas pra lavar? Diga-se de passagem, a pergunta é dirigida às mulheres e também aos homens, e também a todas as orientações sexuais, inclusive alienígenas, que queiram exibir mamilos.

Crônica: Jorge Marin

quarta-feira, 8 de julho de 2015

A SAGA DOS PAIS TINHOS


Mesmo já tendo sido falado aqui mesmo no Blog, sempre que passo por esse lugar, não deixo de ficar imaginando o quão significativo ele foi e ainda é pra tantas famílias.

Parada obrigatória que sempre acontecia conosco nas voltinhas pelo quarteirão com as crianças. Por sinal, achei superexpressivo e bastante simbólico quando, recentemente, uma amiga dos bons tempos de colégio levou seu filhão pra visitar o local. Além da lembrança de seu saudoso pai, que sempre a levantava pra alcançar o gradil, ainda mais expressivo foi seu comentário:
- Tenho um retrato com o Diego no colo vendo os patinhos. Não resisti em fazer a brincadeira.
                                                                     
Um fato que também aconteceu comigo, e que ficou marcado na memória foi quando, certa vez, minha filha, mais ou menos com seus onze anos, me chamou repentinamente para dar aquela que seria sua primeira voltinha à noite na cidade. Rapidinho aprontou-se e, parecendo querer sair a todo custo, colocou sua melhor roupa. Para ser sincero, desconfiei de que uma paquerinha poderia estar acontecendo, pois sua turminha tinha o costume de se encontrar na Pracinha do Coronel nos finais de semana.

E lá fomos nós, até chegarmos à esquina dos Correios. Ali paramos por momentos, e ficamos ao longe, observando e escutando a agitação da garotada na Pracinha. Eu já um tanto desconfiado, dando uma de desentendido perguntei:
- E aí, filha? Pra onde vamos, agora? Foi quando, para minha surpresa, de imediato respondeu:
- QUERO IR VER OS PATINHOS!

E assim, a saga dos pais tinhos continua.


Crônica e foto: Serjão Missiaggia 

segunda-feira, 6 de julho de 2015

BELEZAS DA TERRINHA


PAISAGEM SANJOANENSE.

Foto: Serjão Missiaggia

CASOS CASARÕES & seus detalhes misteriosos ???


QUEM JÁ VIVEU ALGUMA HISTÓRIA AÍ NESSA CASA ???

CASARÃO DA SEMANA PASSADA - a casa do Dr. Veroaldo foi reconhecida por vários leitores: Evanise Rezende, Raquel Silva Lima (que afirmou que já consultou e o médico não cobrou a consulta), Sonira Moraes de Araújo Laroca, Marcelo Oliveira, Maiza Knop, Jussara Andrade e Emília Batuta que completou: "residência de um dos médicos mais humanos e humildes que conheci, merecia muito respeito".

A Bete Knop não só reconheceu, mas deu a notícia de que ali será o novo restaurante do Bode, fato confirmado pela irmã deste, a Graça Lima.

Engraçado, calmo, enérgico e humilde, o Dr. Veroaldo tinha um coração enorme. A casa funcionava como uma das "bases" da nossa turma, que incluía o Nilson Magno Baptista, Camilo Pontes, Marcus Dadalti, Júlio e Geraldo Lima, Celso Theodoro e outras figurinhas carimbadas. Ali se ouvia música brasileira de primeiríssima qualidade (selecionada pelo Veroaldinho), rock progressivo, ria-se muito, contavam-se causos e ainda eram surrupiadas algumas garrafas de vinho e licor da adega do inesquecível Doutor Veroaldo - Jorge Marin.

Foto: Serjão Missiaggia

CASOS CASAS & mistério ???


QUEM SE LEMBRA DESSE LOCAL ???

ACERTADORES DA SEMANA PASSADA - Reconheceram a casa da Avenida Carlos Alves: Patrícia Paula, Maiza Knop, Evanise Rezende (que informou que é a residência do sr. Afrânio), Maninho Sanábio e Hélcio Velasco.

Foto: Serjão Missiaggia

sexta-feira, 3 de julho de 2015

PAREM DE ME COMBAR !!!


Putzgrila! Agora deram pra me combar.

Sabem aqueles sanduíches do McDonald’s que, quando você pede o pão, já vem, no pacote, o molho, a batata e o refri? Pois é, algumas pessoas, muitas delas esclarecidas e frequentadoras da minha casa, e alguns amigos do Facebook, chegaram à conclusão de que eu não sou um ser pensante: sou um combo.

A história toda começou quando um amigo meu, historiador, me questionou por quê eu não havia colocado aquele arco-íris no meu perfil do Face. Respondi com uma pergunta:
- Por que eu deveria? – e a réplica dele foi espantosa:
- Porque você é simpatizante do lobby gay.

Eu, que tenho verdadeiro HORROR a qualquer tipo de lobby (de esquerda, de direita, de cima, de baixo), questionei:
- E o que te faz pensar que eu sou a favor do lobby gay?
- Ora, meu amigo, porque você é comunista. Você não votou na Dilma?

Quando ele falou isso, até em tom meio acusador, algumas pessoas olharam pra mim e, quando um dos presentes abaixou-se pra pegar alguma coisa que havia caído, pensei: danou-se, agora vão começar a me apedrejar!

Brincadeiras à parte, o que está acontecendo nas redes de convivência, facebook ou face to face, é muito grave: as pessoas estão começando a se combar mutuamente. Eu, por ter votado na Dilma, sou comunista, morro de vontade ir pra Cuba, sou militante da causa gay, ateu convicto e quero aumentar a maioridade penal para 65 anos.

Da mesma forma que o meu amigo, como eleitor do Aécio (porque parece que só tem dois candidatos em uma eleição que JÁ acabou), é de direita, capitalista, antigay, extremamente religioso e quer a pena de morte para quem pratica o aborto e a prisão para todos os menores infratores.

Como diria o Fernando Collor: minha gente, a coisa não funciona dessa maneira. E por um motivo muito simples: porque eu, e a maioria de nós, pensamos. Assim, posso ter votado na Dilma (na eleição passada), mas admirar o capitalismo; não ter a mínima vontade de ir à Havana mas ter amigos e amigas assumidamente gays; defender a autonomia feminina para realizar o aborto e ser favorável à total eliminação da chamada maioridade penal.

Mas o meu amigo ficou ali, inflexível, me encarando. Que resposta ele poderia esperar de um homem semi-idoso, pai de família, aposentado, estudante de budismo e psicanalisado? Sabem o que eu respondi pra ele:
- Ora, meu amigo, por que você não vai tomar...

Crônica: Jorge Marin
Foto     : disponível em https://namaha.wordpress.com/2009/05/04/eye-see-diversity/

quarta-feira, 1 de julho de 2015

DE LAMBARIS A MURIÇOCAS


Passando pela Rua Joaquim Murtinho, confesso que fiquei um tanto impressionado ao ver essa paisagem. E olhem que o período de SECA, ainda mal começou!

Podemos perceber, nitidamente, que nosso córrego Stidum, diante desta escassez de CHUVA, está com seu leito bastante baixo, trazendo com isso, além de um incômodo odor, PERNILONGOS pra mais de metro. E, se é que podemos dizer que tem algo de positivo nisso, pelo menos acabaremos nos tornando exímios tenistas, de tanto usar essa raquete elétrica.

Acreditariam se dissesse que por aquelas águas pescávamos lambaris, e que até mesmo generosas traíras eram facilmente encontradas entre as fendas de seu muro de pedra?      
                                                                                                                                            Muitas vezes, por esse mesmo local, na Rua Joaquim Murtinho, descíamos até suas margens no intuito de caçar rãs. Munidos de lanternas e apenas na companhia do cantar dos grilos e do coaxar dos sapos, seguíamos por onde hoje é a Avenida Tiradentes e, ladeando a rua da mina, terminávamos nossa aventura no bairro Santa Terezinha. 

Ainda mais interessante é poder lembrar, nesta hora, dos momentos em que meu velho e saudoso pai dizia das muitas vezes em que, juntamente com seu amigo José Bellini, nadava em um remanso de águas límpidas que se formava entre o clube Botafogo e aquela ponte de acesso ao bairro Carlos Stiebler. Ironicamente, naquele mesmo local hoje, existe uma imensa manilha trazendo resíduos líquidos de algum bairro da cidade.
                                                                                               
Mas, voltando aos PERNILONGOS, quem sabe, pra futuro, não fosse construída uma pequena barragem no inicio de seu curso para que assim, ao menos uma vez por mês, principalmente neste período de seca, fosse aberta sua comporta, aonde uma breve descarga viesse limpando as margens?

Cimentar o seu leito seria também outra solução, que, com certeza, inibiria os criadouros que se formam em suas laterais.

Enfim, mesmo consciente dessa crise generalizada e de que, na realidade, as coisas não seriam tão simples e baratas assim, não custa nada sonhar. E se o córrego, digo o mar, não está mesmo pra peixe, então o negocio é continuar a fechar portas e janelas ao entardecer, cobrir a cabeça com o edredom e, com raquete em mãos, prosseguir praticando.


Crônica e foto: Serjão Missiaggia

BRIGADU, GENTE!

BRIGADU, GENTE!
VOLTEM SEMPRE, ESTAMOS ESPERANDO... NO MURINHO DO ADIL