Gente, eu
até tento não ser preconceituoso, embora conte com a desculpa da idade. Mas,
infelizmente, a realidade teima em me tornar um velho ranzinza.
Vejam só:
pesquisando a rede, tentando encontrar um assunto para discutir, e dividir com
os leitores aqui no Blog, deparo-me, entre tantas crises – financeiras,
políticas e religiosas – com um assunto que deve ser urgentíssimo, pois só se
fala disso nas mídias sociais: o mamilo.
Embora
seja uma parte do corpo muito popular, já que é difícil encontrar um ser humano
que já não o tenha colocado na boca, pelo menos em alguma fase da vida, o
mamilo, de uma hora para outra, transformou-se em motivo de polêmica,
campanhas, e conflitos entre amigos do peito, ou não.
A coisa
toda começou quando uma professora americana, inconformada com a opressão
masculina, que permitia aos homens e rapazes exibirem livremente seus mamilos
no Facebook, criou um adesivo com a foto de um mamilo masculino, pois, dessa
forma, a gigantesca rede social deixaria as mulheres exibirem os seios e não
serem censuradas.
A empresa
explica que quem ingressa no Face deve aderir aos chamados padrões da
comunidade, que proíbem conteúdos ofensivos ou violentos, pornografia, nudez
explícita e posts de apoio a grupos terroristas. Entre as imagens ofensivas,
estão “nádegas completamente expostas” (meia-bunda pode!) e as “fotos de peitos
femininos se incluírem o mamilo”. Ressaltando que o mamilo estará liberado SE
se tratar de mulher amamentando ou mostrando cicatrizes de pós-operatório de
mastectomia.
Para
cumprir essas determinações, a famosa rede social emprega milhares de pessoas
ao redor do mundo, para, entre outras tarefas, fiscalizar (e barrar) mamilos
femininos. Mas, já vou logo avisando aos colegas aposentados que eu não tenho o
endereço para onde devem remeter seus currículos a fim de cumprirem tão ditosa,
e árdua, missão.
No nosso
tempo de meninos, alguns leitores devem se lembrar, formava-se uma fila de umas
vinte pessoas na porta da minha casa, tão logo eu comprava o último exemplar da
revista “Ele Ela”, ou “Status”. Como a censura do governo militar também não
tolerava mamilos, e mandava que os editores os “disfarçassem”, a pergunta da
galera era uma só: “saiu peitim?”
Hoje,
mais de quarenta anos depois, são as mulheres comuns que estão brigando pelo
direito de exibir os seus mamilos da mesma forma que aquele bando de manés
desocupados fazem, achando que estão arrasando com as mulheres que, no entanto,
não querem ver os deles, mas querem mostrar os delas.
Ora, ora,
como dizia preconceituosamente minha avó, por que vocês não vão procurar um
tanque de roupas pra lavar? Diga-se de passagem, a pergunta é dirigida às
mulheres e também aos homens, e também a todas as orientações sexuais,
inclusive alienígenas, que queiram exibir mamilos.
Crônica:
Jorge Marin
Foto : disponível
em https://topiclessbar.wordpress.com/2012/06/15/the-nipple-post/
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