A frase
acima foi um bordão usado por um personagem de Chico Anysio, o Senador Justo
Veríssimo, que odiava pobres e adorava propinas.
O
problema é que, passados três anos da morte do seu criador, o lema parece ter
sido levado a sério por todos, ou quase todos, os políticos que escolhemos para
nos governar.
E o pior
é que discutimos política no Facebook, pensamos que entendemos de ideologia,
ficamos “de mal” com os amigos. E tudo isso por quê? Porque, no fundo,
acreditamos que um dia (que parece não chegar nunca, e não vai chegar mesmo!),
teremos governantes honestos, e um país sem corrupção.
O que não
conseguimos perceber, dentro de nossa ingenuidade (ou burrice mesmo, eu
inclusive), é que a ÚNICA e exclusiva preocupação do político é estar no poder.
Só isso!
Antigamente
ainda se dava uma lustradinha nos propósitos e o mandatário fingia se preocupar
com algumas causas: a ecologia (que, na mão dos políticos, vira um assunto
esotérico), a saúde (quando assistem a alguma reportagem no Jornal Nacional),
ou mesmo a educação (tema impossível, pois a maioria dos políticos tem se
revelado totalmente sem educação, começando pelos candidatos à Presidência da
República).
Hoje, a
coisa funciona assim: numa cidade pequena, como a nossa, um prefeito consegue
uma verba para construir um hospital. Ora, nós sabemos, na pele, que falta faz
um bom hospital público. Porém, antes de concluir a obra, termina o seu
mandato, e ele não consegue se reeleger. Aí o que faz o seu substituto? Conclui
o hospital e o inaugura junto com o adversário que o iniciou para o bem da
população? Não! Ele para a obra, deixa aquela estrutura ao relento apodrecer e
estragar, e começa a batalhar por mais verba para a saúde para construir o SEU
hospital.
Percebem
que não há NENHUM interesse público? E que ninguém pensa em POVO em momento
algum?
Então, o
que fazer? Se esperar por uma lei que PROÍBA que todos os ocupantes de cargos públicos,
TODOS, se reelejam é um sonho que jamais se realizará, podemos decidir fazer
essa lei nós mesmos. Como? Adotando a postura de somente votar em quem não está
ocupando o cargo hoje, seja, presidente, governador, prefeito, vereador,
qualquer um.
Assim há
garantia de que a coisa vai melhorar? Não, não há, mas, pelo menos, haverá um
revezamento de pessoas no poder. Melhor a ilusão de um equilíbrio do que a certeza de uma violência!
Crônica:
Jorge Marin
Foto : disponível em http://revistalingua.com.br/textos/79/imagens/i336679.jpg
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