sexta-feira, 17 de julho de 2015

EU QUERO QUE O POVO SE EXPLODA!


A frase acima foi um bordão usado por um personagem de Chico Anysio, o Senador Justo Veríssimo, que odiava pobres e adorava propinas.

O problema é que, passados três anos da morte do seu criador, o lema parece ter sido levado a sério por todos, ou quase todos, os políticos que escolhemos para nos governar.

E o pior é que discutimos política no Facebook, pensamos que entendemos de ideologia, ficamos “de mal” com os amigos. E tudo isso por quê? Porque, no fundo, acreditamos que um dia (que parece não chegar nunca, e não vai chegar mesmo!), teremos governantes honestos, e um país sem corrupção.

O que não conseguimos perceber, dentro de nossa ingenuidade (ou burrice mesmo, eu inclusive), é que a ÚNICA e exclusiva preocupação do político é estar no poder. Só isso!

Antigamente ainda se dava uma lustradinha nos propósitos e o mandatário fingia se preocupar com algumas causas: a ecologia (que, na mão dos políticos, vira um assunto esotérico), a saúde (quando assistem a alguma reportagem no Jornal Nacional), ou mesmo a educação (tema impossível, pois a maioria dos políticos tem se revelado totalmente sem educação, começando pelos candidatos à Presidência da República).

Hoje, a coisa funciona assim: numa cidade pequena, como a nossa, um prefeito consegue uma verba para construir um hospital. Ora, nós sabemos, na pele, que falta faz um bom hospital público. Porém, antes de concluir a obra, termina o seu mandato, e ele não consegue se reeleger. Aí o que faz o seu substituto? Conclui o hospital e o inaugura junto com o adversário que o iniciou para o bem da população? Não! Ele para a obra, deixa aquela estrutura ao relento apodrecer e estragar, e começa a batalhar por mais verba para a saúde para construir o SEU hospital.

Percebem que não há NENHUM interesse público? E que ninguém pensa em POVO em momento algum?

Então, o que fazer? Se esperar por uma lei que PROÍBA que todos os ocupantes de cargos públicos, TODOS, se reelejam é um sonho que jamais se realizará, podemos decidir fazer essa lei nós mesmos. Como? Adotando a postura de somente votar em quem não está ocupando o cargo hoje, seja, presidente, governador, prefeito, vereador, qualquer um.

Assim há garantia de que a coisa vai melhorar? Não, não há, mas, pelo menos, haverá um revezamento de pessoas no poder. Melhor a ilusão de um equilíbrio do que a certeza de uma violência!

Crônica: Jorge Marin

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