Passando
pela Rua Joaquim Murtinho, confesso que fiquei um tanto impressionado ao ver essa
paisagem. E olhem que o período de SECA, ainda mal começou!
Podemos
perceber, nitidamente, que nosso córrego Stidum, diante desta escassez de CHUVA,
está com seu leito bastante baixo, trazendo com isso, além de um incômodo odor,
PERNILONGOS pra mais de metro. E, se é que podemos dizer que tem algo de
positivo nisso, pelo menos acabaremos nos tornando exímios tenistas, de tanto
usar essa raquete elétrica.
Acreditariam
se dissesse que por aquelas águas pescávamos lambaris, e que até mesmo
generosas traíras eram facilmente encontradas entre as fendas de seu muro de pedra?
Muitas
vezes, por esse mesmo local, na Rua Joaquim Murtinho, descíamos até suas
margens no intuito de caçar rãs. Munidos de lanternas e apenas na companhia do
cantar dos grilos e do coaxar dos sapos, seguíamos por onde hoje é a Avenida
Tiradentes e, ladeando a rua da mina, terminávamos nossa aventura no bairro
Santa Terezinha.
Ainda
mais interessante é poder lembrar, nesta hora, dos momentos em que meu velho e
saudoso pai dizia das muitas vezes em que, juntamente com seu amigo José Bellini,
nadava em um remanso de águas límpidas que se formava entre o clube Botafogo e
aquela ponte de acesso ao bairro Carlos Stiebler. Ironicamente, naquele mesmo
local hoje, existe uma imensa manilha trazendo resíduos líquidos de algum
bairro da cidade.
Mas,
voltando aos PERNILONGOS, quem sabe, pra futuro, não fosse construída uma
pequena barragem no inicio de seu curso para que assim, ao menos uma vez por
mês, principalmente neste período de seca, fosse aberta sua comporta, aonde uma
breve descarga viesse limpando as margens?
Cimentar o
seu leito seria também outra solução, que, com certeza, inibiria os criadouros
que se formam em suas laterais.
Enfim, mesmo
consciente dessa crise generalizada e de que, na realidade, as coisas não
seriam tão simples e baratas assim, não custa nada sonhar. E se o córrego, digo
o mar, não está mesmo pra peixe, então o negocio é continuar a fechar portas e
janelas ao entardecer, cobrir a cabeça com o edredom e, com raquete em mãos,
prosseguir praticando.
Crônica e
foto: Serjão Missiaggia
De vez enquanto poderia também ser dada uma boa descarga por estas galerias de pluviais com um produto qualquer pra ajudar acabar com esse problema e com o cheiro insuportável que sai dos bueiros.
ResponderExcluirEstá horrível, muita sujeira, mal cheiro e pernilongo a valer. Boa crônica, temos que zelar pela nossa cidade.
ResponderExcluirSerjão, como sempre, atento à vida da comunidade da qual faz parte e com sugestões sábias e simples para resolver os problemas. Com certeza seria um bom e útil vereador!
ResponderExcluirSei que o Jorge é contra os saudosismos que afirmam que o passado parece sempre melhor, e até concordo com ele que devemos nos policiar para evitar esta tendência, mas na narração de como essas águas eram limpas e desfrutáveis décadas atrás, em comparação com seu restrito e lastimável estado atual, não me é possível evitar concluir que o que ganhamos em conforto e facilidades nos últimos tempos, perdemos em saúde ambiental e emocional.
Seria tão bom se preservássemos o que temos de bom e acrescentássemos em nossa rotina e estrutura urbana apenas novidades facilitadoras, sem perda da qualidade que já possuímos...
É verdade, Sylvio, acho que, em face dessa realidade aí, temos mesmo que ser saudosistas, pois, se por um lado ganhamos um discurso preocupado com a questão ambiental e com a qualidade de vida dos cidadãos, por outra impera uma estrutura burocrática mais trabalhosa de ser operada (e mais insalubre às vezes) do que as empreitadas voluntários dos vizinhos daqueles tempos.
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