sexta-feira, 24 de julho de 2015

ATÉ MAIS


Estava passeando pelo Facebook, quando chega o Mazola com a notícia triste: o nosso amigo Té (Celso Theodoro) morreu. Pessoas ficam logo tristes, consternadas, inclusive eu que conheço o Té há mais de 40 anos. Logo chegam aquelas mensagens bonitas, com desejos de que nosso amigo, afinal, esteja ao lado do Senhor, num lugar de paz e tranquilidade.

Eu, no entanto, embora triste, só conseguia pensar numa coisa: poxa, mas logo agora que o Guerreiro está jogando aquele tanto no Flamengo?

Não, eu não sou flamenguista. Quem me conhece sabe disso: mas, se há uma coisa que eu adoro fazer é provocar os flamenguistas. E o Té era (difícil usar este verbo no passado) um dos meus alvos favoritos. E é por isso que eu não me conformo com essa história dele ter morrido num momento que era para ele estar tirando onda comigo.

Eu e o Té nos conhecemos no Bar do Augustinho, filho do sô Paulino Vital, ali em frente ao Cine Brasil. Lá nos fundos, numa mesa reservada aos sábados para a nossa turma, vivíamos a nossa juventude: tomávamos umas geladas, comíamos dobradinha, falávamos de futebol, da vida dos outros, cantávamos Geraldo Vandré, ouvíamos os discursos inflamados do Nilson Baptista e terminávamos cantando a música nova do Belchior “Como Nossos Pais”.

Éramos felizes. O Té não suportava aquela brigaiada que sempre rola nessas mesas de bar: saía logo com uma piada, e sempre nos chamava pelo aumentativo ou diminutivo. Era Jorgin pra cá, Geraldão pra lá, Nilsin, Julião e por aí.

Reencontrei o meu velho companheiro há três anos, aqui mesmo neste boteco virtual chamado Facebook, e como todo bom amigo, ele não mudou nadinha: engraçado, provocador, extremamente educado e amante da cultura, do cinema, do futebol e de um bom papo.

Até que anteontem apronta essa com a gente. Querem saber? Acho que essa coisa de morte é uma tremenda falta de educação. A turma chega, todo mundo junto, contando caso, assobiando, fazendo arruaça. Vamos ao freezer, pegamos aquela suada lá do fundo, colocamos os copos sobre a mesa e, na hora de servir, alguém fala: pra ele não, ele morreu.

Pois fique sabendo, “seu” Celso Theodoro, que, não importa onde estiver, você vai estar aqui presente com todos nós, em cada papo de boteco, em cada zoação de futebol, em cada abraço de amigo.

Assim como nos reencontramos no Facebook, sei que um dia vamos reatar a nossa amizade em algum lugar. E, se for no Céu, você vai se dar mal, porque nós, botafoguenses, temos lá um time com Garrinha, Heleno de Freitas, Nilton Santos e o Valdir Pereira Didi. Quanto ao seu Menguinho, tem quem lá? Aquele Geraldo que morreu com 22 anos? Não vai dar nem pro começo!

Fica assim então, Té. Abração!

Crônica: Jorge Marin
Foto     : facebook do Té  

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