sexta-feira, 3 de julho de 2015

PAREM DE ME COMBAR !!!


Putzgrila! Agora deram pra me combar.

Sabem aqueles sanduíches do McDonald’s que, quando você pede o pão, já vem, no pacote, o molho, a batata e o refri? Pois é, algumas pessoas, muitas delas esclarecidas e frequentadoras da minha casa, e alguns amigos do Facebook, chegaram à conclusão de que eu não sou um ser pensante: sou um combo.

A história toda começou quando um amigo meu, historiador, me questionou por quê eu não havia colocado aquele arco-íris no meu perfil do Face. Respondi com uma pergunta:
- Por que eu deveria? – e a réplica dele foi espantosa:
- Porque você é simpatizante do lobby gay.

Eu, que tenho verdadeiro HORROR a qualquer tipo de lobby (de esquerda, de direita, de cima, de baixo), questionei:
- E o que te faz pensar que eu sou a favor do lobby gay?
- Ora, meu amigo, porque você é comunista. Você não votou na Dilma?

Quando ele falou isso, até em tom meio acusador, algumas pessoas olharam pra mim e, quando um dos presentes abaixou-se pra pegar alguma coisa que havia caído, pensei: danou-se, agora vão começar a me apedrejar!

Brincadeiras à parte, o que está acontecendo nas redes de convivência, facebook ou face to face, é muito grave: as pessoas estão começando a se combar mutuamente. Eu, por ter votado na Dilma, sou comunista, morro de vontade ir pra Cuba, sou militante da causa gay, ateu convicto e quero aumentar a maioridade penal para 65 anos.

Da mesma forma que o meu amigo, como eleitor do Aécio (porque parece que só tem dois candidatos em uma eleição que JÁ acabou), é de direita, capitalista, antigay, extremamente religioso e quer a pena de morte para quem pratica o aborto e a prisão para todos os menores infratores.

Como diria o Fernando Collor: minha gente, a coisa não funciona dessa maneira. E por um motivo muito simples: porque eu, e a maioria de nós, pensamos. Assim, posso ter votado na Dilma (na eleição passada), mas admirar o capitalismo; não ter a mínima vontade de ir à Havana mas ter amigos e amigas assumidamente gays; defender a autonomia feminina para realizar o aborto e ser favorável à total eliminação da chamada maioridade penal.

Mas o meu amigo ficou ali, inflexível, me encarando. Que resposta ele poderia esperar de um homem semi-idoso, pai de família, aposentado, estudante de budismo e psicanalisado? Sabem o que eu respondi pra ele:
- Ora, meu amigo, por que você não vai tomar...

Crônica: Jorge Marin
Foto     : disponível em https://namaha.wordpress.com/2009/05/04/eye-see-diversity/

2 comentários:

  1. A resposta está à altura da pergunta, meu amigo Jorge.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Obrigado, amigo Sylvio, você realmente concorda ou acha que estou numa cruzada contra os historiadores?

      Excluir

BRIGADU, GENTE!

BRIGADU, GENTE!
VOLTEM SEMPRE, ESTAMOS ESPERANDO... NO MURINHO DO ADIL