Hoje dezesseis de maio de 2013, enquanto caminhava pelas ruas
da cidade observando ao longe o desfile cívico em comemoração ao dia do
padroeiro, aproveitei e, ao som dos tambores, fui viajando com a lembrança pelo
tempo, recordando com emoção, momentos mágicos de uma época também muito feliz.
Saudade boa do COLÉGIO e de uma BATERIA que tive a honra de poder participar
por seis anos consecutivos: A FAMOSA FANFARRA DO SÔBI. Dificilmente haverá outra igual. Quanto orgulho
ao vestir aquele macacão! Hoje posso dizer em alto e bom som que fiz parte de
uma de uma verdadeira BANDA.
E como era difícil adormecer naquela noite de quinze para
dezesseis de maio! Enquanto ansiedade e expectativa tomavam conta de todos nós,
o macacão, superpassadinho e dobrado ao lado da cama, ficava como verdadeiro
guardião, nos dando a certeza de que o amanhecer logo viria.
Não menos ansiosos ficávamos durante quase toda a noite
aguardando somente o momento de começar a escutar as famosas e belas ALVORADAS
da Banda 16 de Maio. Era o pontapé inicial de um longo e feliz dia que estaria
pra começar.
Nunca havia corrido tanto em minha vida como em 1975. Era
dia de PASSEATA e eu, sendo também integrante da bateria do Tiro de Guerra,
queria a todo custo desfilar o mais rápido possível pra que assim pudesse ter
tempo suficiente para também sair com o ginásio. Difícil missão, que consistia
em terminar o desfile pro Tiro de Guerra o e, após guardar os instrumentos na
sede, voltar em disparada por detrás da fábrica, subir a colina da esperança e trocar
a farda pelo macacão. Mas consegui!
Sob a batuta do Betto, levávamos os ensaios muito a sério
e em várias ocasiões chegávamos a fazê-lo até três vezes ao dia, sendo que, um
deles sempre acontecia no campo do Botafogo. Confesso que Isso atrapalhava um
pouco os estudos, mas era um TERRÍVEL sacrifício que eu fazia em nome da Música...
(risos)
Depois de cada apresentação, quase sempre nos reuníamos em
algum lugar agradável pra fazer uma gostosa batucada, onde rolavam aqueles
comes e bebes numa descontraída confraternização, que durava o resto do dia. E assim
desta forma, com o macacão amanhecíamos e, muitas vezes, com ele dormíamos. Eu
mesmo cheguei a tirá-lo somente no outro dia. Banho que era bom, neste dia...
Mas, enquanto essa minha lembrança ia e voltava fazendo
uma incrível viagem no tempo, de repente, como algo combinado, tive a
felicidade imensa de deparar-me na rua exatamente com nosso eterno maestro Betto
Vampiro. Aquele mesmo do FUSQUINHA VERMELHO, DO MAÇO DE CIGARROS CAPRI, DA
VELHA E INSEPARÁVEL BATUTA e que possuía uma raríssima e invejável capacidade
de comandar uma imensa galera de jovens, sempre com extrema sutileza e alto
astral. (Neste momento é que fiquei sabendo que uma bela homenagem seria
prestada a ele pelo Colégio Augusto Glória, por sinal, mais do que justa e com
certeza, outras tantas virão).
Graças a você, Betto, o Pitomba também, certa vez, chegou
a fazer um descontraído mini-“Baile” no galpão do colégio, lembra? E, diga-se
de passagem, transportar aquela “superaparelhagem” numa velha Rural Willys
emprestada foi bastante divertido. E mais
divertido ainda foi fazer o baile a troco do lanche. Não vou nem comentar que, nesse
mesmo baile, fizemos parte de um momento histórico, ao presenciar o
desaparecimento misterioso de nosso exímio guitarrista Silvio Heleno, deixando
a pobre guitarra solitária e ainda ligada no chão do palco. Será que teria sido
pelo simples fato de ter entrado solando em outro tom? Com a palavra nosso
eterno solista e, posteriormente, grande tecladista ...
Também graças à sua ousadia, Betto, agora técnico, tive a
felicidade de ser escalado na ponta direita do time de futebol do ginásio, num
jogo contra o Augusto Glória. Aliás, muita
coragem a sua. De qualquer forma, o jogo foi 1x1 e o gol foi DE QUEM?
Não me esqueço que, certa vez, quando namorando naquele
jardim de frente ao ginásio, você apareceu assim meio que fantasmagoricamente e,
numa bela diplomacia, pediu para que evitássemos ficar namorando ali, pois o
Tibibi poderia ver e não gostar. Acho até
que ele já deveria estar de olho em nós há muito tempo e você, antecipando o
perigo iminente, foi mais que depressa quebrar nosso galho.
Enfim, iria me alongar demais se começasse a recordar também
as inúmeras e divertidas passagens no colégio, excursões, viagens com a
Fanfarra, Jogos Estudantis, Futebol e muito mais.
Então, BRIGADÃO POR TUDO, caro amigo. Com certeza, essa
fase tão MÁGICA de colégio não teria sido a mesma sem você.
E, já que falamos em excursões: Ê MARÃO SÔ!!!!!!!!
Grande Serjão,belo texto carregado de sinceridade e emoção!
ResponderExcluirSerjão:
ResponderExcluirCom seu texto dei uma volta rápida no tempo, e acabei lembrando das vezes que ficávamos (eu só sapeando) madrugada afora, retirando de um disco de vinil "compacto" novos toques de corneta e, batidas para as apresentações da fanfarra e esse cara aí o meu primo e também "padrinho" Betto Vampiro parecia ter folego de gato era na verdade o mais "fanfarrão" (de fanfarra, claro)e essa juventude era alegre e divertida, sem exageros, e idealista! Fico pensando: será que hoje a internet nos daria chance de viver momentos tão prazerosos, como o que vivemos? Contudo você tem razão, a homenagem foi merecida e deve ser vivida pelo homenageado, como foi esta! Obrigado pelas lembranças de um tempo mágico onde os protagonistas dessa historia nunca irão esquecer.
Grande Pitombense Nilson,
ResponderExcluirO amigo bem sabe como é fácil se expressar quando deixamos o coração escrever por nós.
Abraços
Lembro-me muito de seu amor e dedicação, Zé Carlos. Por sinal, você foi uma engrenagem importantíssima no funcionamento daquela “maquina”.
ResponderExcluirSinceramente tenho minhas duvidas se os PCs da vida teriam na época alguma chance conosco principalmente, se fosse naqueles dias de Fanfarra, Pitomba, Futebol, Murinho do Adil, Excursões, Sinuca do Cida, Serenatas, Encontros na Praça e Cine Brasil. (Acho até que rimou). kkkk
Abração
Boa tarde meu amigo Serjão. Fantásticas colocações. Você falou com o coração e com razão. Parabéns! Lembre de mais pessoas, fatos e escreva. Estamos aguaradando. Um abraço.
ResponderExcluirObrigado, amigo Luiz! Fico feliz que esteja gostando e ainda mais feliz em ter o amigo por perto. Outros causos virão e estaremos sempre contando com seus enriquecedores comentários
ResponderExcluirForte abraço
Boas lembranças Serjão. Eu acompanhei pelo rádio e fiquei emocionado com a apresentação do áudio de um desfile da fanfarra. Para mim, foi uma das melhores apresentações que presenciei. Merecida a homenagem. Abração. Heloisio Marchiori.
ResponderExcluirGrande Heloisio,
ResponderExcluirInteressantíssimo este seu comentário e sua lembrança. Realmente os desfiles eram transmitidos pelo radio e isso fazia a felicidade de muitas pessoas, que por um motivo ou outro, eram impedidas de irem pessoalmente assistir. Um abração, amigo e continue enriquecendo nossas postagens com esta privilegiada memória.