Meu Deus,
eu não me tornei um cantor de rock!
De
repente, esse pensamento, perturbador, atravessa a minha mente e não tenho mais
coragem de sair na rua. O que é que esse
povão de Juiz de Fora vai pensar de mim?
Exageros
à parte, esse sentimento de frustração, de não ser o que deseja ou, pior, de
não ser o que esperavam que você fosse, é muito comum. E causa muita, muita tristeza.
Ah,
como é que eu vou encarar o meu pai e os amigos dele depois de tomado pau em
Medicina? Como vou explicar para as
pessoas que não passei no exame de motorista de novo? Como sair na rua depois que a minha esposa me
deixou por uma namorada?
Nesses
momentos de EXTREMA FRUSTRAÇÃO, nada como ler filosofia e, para mim, não há
melhor filosofia do que os antigos gibis, principalmente aqueles em preto de
branco do passado. Numa dessas revistas
da EBAL (Editora Brasil América Ltda., alguém aí lembra?), o Robin, aquele
mesmo, o menino prodígio, resolve encarar um bandido que ele achava que o
Batman não daria conta. Agora por que é
que o Robin achou que daria conta de um bandido que o nem o Batman seria capaz
de enfrentar, é mais um mistério.
Minutos
mais tarde, na UTI de um hospital de Gotham City, o médico leva o Homem-Morcego
para ver o seu parceirinho, a essa altura todo estropiado, com múltiplas
fraturas e todo inchado. Para surpresa
do médico, a única reação do Cavaleiro das Trevas, ao ver o Robin daquele
jeito, é reclamar:
- Poxa,
doutor, mas o senhor tirou a máscara dele e eu não queria que ninguém descobrisse
a sua identidade secreta.
A
resposta do médico, além de surpreendente, é uma frase de dar inveja a qualquer
filósofo:
- Mas
eu nunca vi esse sujeito na vida. E,
mesmo que conhecesse, tenho mais o que fazer do que ficar por aí revelando
identidades secretas.
Então,
meus amigos, quando se preocuparem porque não estão com o carro do ano, ou
aquele salário milionário, ou com o corpão sarado, SAIBAM que, na verdade,
NINGUÉM está nem aí pra vocês. É lógico
que existirão sempre aquelas pessoas próximas, parentes ou chegados, que vão te
criticar porque você não os convidou para o churrasco, mas, se você os chamar,
vão te criticar porque a cerveja não estava gelada, ou porque tinha bebida
alcoólica.
Mas aí,
meu amigo, minha amiga, sofrer por não conseguir obter uma coisa que um bando
de gente acha legal, é, nas palavras do Robin, já recuperado: “Santa burrice,
Batman!”. Semana que vem eu volto, na
mesma bat-hora, no mesmo bat-blog.
Crônica:
Jorge Marin
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