quarta-feira, 22 de maio de 2013

BAT FRUSTRAÇÃO



Meu Deus, eu não me tornei um cantor de rock!

De repente, esse pensamento, perturbador, atravessa a minha mente e não tenho mais coragem de sair na rua.  O que é que esse povão de Juiz de Fora vai pensar de mim?

Exageros à parte, esse sentimento de frustração, de não ser o que deseja ou, pior, de não ser o que esperavam que você fosse, é muito comum.  E causa muita, muita tristeza.

Ah, como é que eu vou encarar o meu pai e os amigos dele depois de tomado pau em Medicina?  Como vou explicar para as pessoas que não passei no exame de motorista de novo?  Como sair na rua depois que a minha esposa me deixou por uma namorada?

Nesses momentos de EXTREMA FRUSTRAÇÃO, nada como ler filosofia e, para mim, não há melhor filosofia do que os antigos gibis, principalmente aqueles em preto de branco do passado.  Numa dessas revistas da EBAL (Editora Brasil América Ltda., alguém aí lembra?), o Robin, aquele mesmo, o menino prodígio, resolve encarar um bandido que ele achava que o Batman não daria conta.  Agora por que é que o Robin achou que daria conta de um bandido que o nem o Batman seria capaz de enfrentar, é mais um mistério.

Minutos mais tarde, na UTI de um hospital de Gotham City, o médico leva o Homem-Morcego para ver o seu parceirinho, a essa altura todo estropiado, com múltiplas fraturas e todo inchado.  Para surpresa do médico, a única reação do Cavaleiro das Trevas, ao ver o Robin daquele jeito, é reclamar:
- Poxa, doutor, mas o senhor tirou a máscara dele e eu não queria que ninguém descobrisse a sua identidade secreta.
A resposta do médico, além de surpreendente, é uma frase de dar inveja a qualquer filósofo:
- Mas eu nunca vi esse sujeito na vida.  E, mesmo que conhecesse, tenho mais o que fazer do que ficar por aí revelando identidades secretas.

Então, meus amigos, quando se preocuparem porque não estão com o carro do ano, ou aquele salário milionário, ou com o corpão sarado, SAIBAM que, na verdade, NINGUÉM está nem aí pra vocês.  É lógico que existirão sempre aquelas pessoas próximas, parentes ou chegados, que vão te criticar porque você não os convidou para o churrasco, mas, se você os chamar, vão te criticar porque a cerveja não estava gelada, ou porque tinha bebida alcoólica.

Mas aí, meu amigo, minha amiga, sofrer por não conseguir obter uma coisa que um bando de gente acha legal, é, nas palavras do Robin, já recuperado: “Santa burrice, Batman!”.  Semana que vem eu volto, na mesma bat-hora, no mesmo bat-blog.

Crônica: Jorge Marin

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