quarta-feira, 2 de outubro de 2013

FALANDO & SÉRIO - Poluição Sonora!!!


Hoje pela manhã tivemos, em nosso pé de caqui, a visita de um cantante SABIÁ LARANJEIRA.

Este fato me fez lembrar quando, certa vez, também fui acordado pelas primeiras cacarejadas de nosso garnizezinho Pavarote.  Naquela oportunidade, já um tanto enjoado de ficar na cama, resolvi aproveitar o momento de alvorecer para dar uma chegada ao Computador. Era uma típica manhã de inverno, onde um lindo céu totalmente azul começava a trazer consigo tímidos raios de sol.

Há muito que eu não despertava com um domingo tão inspirador sendo que até mesmo nosso terreiro amanhecera congestionado de PÁSSAROS. E eram muitos e de varias espécies que, numa bela sinfonia, nos traziam muita paz.

Lá fora era possível escutar o barulho de folhas mortas sendo arrastadas pelo varredor de rua o qual, trabalhando alegremente, ia tentando assoviar canções de Roberto Carlos. Alguém montando um cavalo de trotar cadenciado e lento começava a passar de frente à minha janela enquanto ao longe os sinos da Igreja, em dobrados ritmados e constantes, chamavam os fiéis para missa. Um harmonioso momento a nos transmitir alegria e serenidade.          
Interior tem dessas coisas. Que bom que ainda seja assim!

Inesperadamente, minhas janelas começaram a tremer. Uma pressão sonora estranha vinda de um veículo automotivo que começara a passar frente à minha casa, além de acordar assustado o resto da família, desfez em segundos o que seria meu breve momento de introspecção. Aquele ruído estranho, que mais parecia o estrondo de um trovão, simplesmente invadiu a privacidade de um espaço que IMAGINAVA até então ser só meu.

Como se não bastasse, a pressão sonora foi tamanha, que fez disparar o alarme de dois veículos que estavam estacionados na calçada. Os sons se misturaram e o caos se instalou.

Já não pude mais escutar o silêncio, ou melhor: SILENCIARAM os pássaros, o trote vagaroso do cavalo, os sinos da Igreja, as canções assoviadas e, o que é pior, A MINHA INSPIRAÇÃO.

E assim, o silêncio se perdeu ante os apelos frenéticos dos motores e alto-falantes que, desvairadamente, começavam a desfilar pela rua, BRINCANDO de fazer barulho e a correr contra o tempo.

Desliguei o PC e fui tomar meu café!

Um último comentário: por que é que, através do tal aparelho de medir a altura do som (decibelímetro) não se monitora o excesso, pelo menos durante as madrugadas de fim de semana?


Crônica e foto: Serjão Missiaggia.  

2 comentários:

  1. Tempos atrás criaram os fones de ouvidos, práticos e úteis.
    O barulho dos sem-noção (e educação) é proporcional ao silêncio (omisso) dos sem paciência para gastar tempo e energia articulando uma solução para o desconforto e invasão de privacidade causados pelos altos sons em automóveis e residências.

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    1. Grande Sylvio, o barulho dos sem educação é proporcional ao nosso silêncio. Por isso, o negócio é botar a boca no mundo. Aqui no Alto dos Passos já começamos a buscar a solução juntos aos órgãos públicos e temos conseguindo algumas vitórias até surpreendentes.

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