Receberemos
amanhã, em nossa terrinha, a visita de Sua Alteza Imperial e Real, o Príncipe Dom
Antônio de Orléans e Bragança e sua esposa Dona Cristina Maria Isabel, na
comemoração do nosso bicentenário de fundação.
A presença
de um membro da Casa Imperial do Brasil é um momento de intensa reflexão e
revisão de valores históricos e políticos. Por quê? – dirão alguns; ou “essa
história de monarquia é uma coisa ultrapassada”.
No entanto,
dentro do pingue-pongue de lama, no qual se transformou a cena política
brasileira, rever alguns valores tão caros e tão raros atualmente, como honra,
nobreza e patriotismo, é uma oportunidade de mostrarmos aos nossos filhos o que
isso significa, pois certamente não irão encontrar tais conceitos, nem na TV,
nem no Facebook, nem no Whatsapp.
Muitas
vezes, pensamos que somos moderninhos porque somos uma república. Na verdade, o
que percebemos, e nos últimos meses mais do que nunca, é que ser republicano
não é nenhum motivo para se orgulhar. A realidade mostra que as monarquias do
planeta têm se revelado bases fortes e confiáveis para sistemas políticos
estáveis, instituições sólidas e nações desenvolvidas.
Não por
acaso, o IDH, índice da ONU que mede o grau de “desenvolvimento humano” entre
os países, tem, entre os 12 países melhores colocados no ranking, nada menos do que 8 monarquias: Noruega, Austrália, Nova
Zelândia, Liechtenstein, Holanda, Canadá, Suécia e Japão.
Não se
trata de fazer apologia rasgada da monarquia, mas lembrar alguns fatos que,
muitas vezes, são ignorados, ou escamoteados durante nosso processo de educação
formal. Por exemplo, sempre dos disseram, desde bem jovenzinhos, que ocorreu
uma Proclamação da República no Brasil. No entanto, o ocorreu foi um golpe
militar, apoiado por barões do café ressentidos pela recente libertação dos
escravos, pelos órgãos de imprensa e pela igreja católica, magoada com a interferência
de Dom Pedro II na questão da perseguição aos membros da Maçonaria, na qual o
nosso Imperador, mais popular do que qualquer Presidente da República já foi,
reafirmou a condição de supremacia do Estado sobre a Igreja. Qualquer
semelhança com a situação atual NÃO é mera coincidência!
Outra bobagem
que falam sobre a monarquia é que, no regime monárquico, nós, o povo, teríamos
que sustentar uma família real. A esse respeito, podemos lembrar que, no nosso
sistema republicano atual, temos que sustentar a família da presidenta, do
vice-presidente, dos ex-presidentes, dos 81 senadores, dos 513 deputados
federais e dos 10 Ministros do Supremo Tribunal Federal. Isso oficialmente
falando, porque petrobrasmente falando, há muitas bocas, bocarras e bocões para
alimentar.
O decoro
dos representantes da monarquia é tamanho que, conforme um amigo comum aqui de
Juiz de Fora, ligado ao cerimonial do nosso príncipe visitante, este, ao saber
que nossa cidade tinha um orçamento modesto, decidiu bancar, do próprio bolso,
as despesas de deslocamento.
O último
imperador do Brasil D. Pedro II, depois de banido do país, recusou uma
indenização do novo governo brasileiro (por entender que o erário público não
se destinava a esse fim), levando em seu poder apenas um pacote com terra de
todas as províncias brasileiras, que foi colocada em seu caixão, em Paris, no
dia 5 de dezembro de 1891, um sábado triste para o povo brasileiro.
Crônica:
Jorge Marin
Orgulhosa de ver pessoas tão sérias, será que algum político vai querer terra brasileira como travesseiro?
ResponderExcluirTenho certeza que não.
Saúdo respeitosamente os Órleans e Bragança!
Acho difícil isso ocorrer nos dias atuais, Carolina, pois, se até as cuecas deles andam recheadas de dinheiro de corrupção, imagine os colchões e travesseiros!
ExcluirMais uma lição de valor desse produtivo blog pitombense!
ResponderExcluirTivemos apenas dois imperadores brasileiros e cada um, a seu modo, contribuiu de forma decisiva e positiva para a história do Brasil! O primeiro manteve a unidade política e geográfica por não ter medo em usar a espada e o segundo evitou uma guerra civil por ter a coragem de não usar a espada.
Com seus defeitos e desvios, o Império do Brasil está com um saldo melhor do que a República do Brasil. Talvez seja porque nosso império tupiniquim durou pouco, num efeito semelhante aos cantores que morrem jovens e mantém uma aura de genialidade interrompida. Sei lá...
Muito boa a comparação, Sylvio; talvez os pedros tenham sido os nossos beatles governantes. Bom que a História perdeu essa mania (ainda conservada pela maioria da população) de demonizar os que saíram de cena. Quando não nos fixamos, nem na ingenuidade dos perdedores, nem no fanatismo e na empáfia dos vencedores, talvez seja um bom começo.
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