sexta-feira, 15 de maio de 2015

UM PRÍNCIPE EM NOSSAS VIDAS


Receberemos amanhã, em nossa terrinha, a visita de Sua Alteza Imperial e Real, o Príncipe Dom Antônio de Orléans e Bragança e sua esposa Dona Cristina Maria Isabel, na comemoração do nosso bicentenário de fundação.

A presença de um membro da Casa Imperial do Brasil é um momento de intensa reflexão e revisão de valores históricos e políticos. Por quê? – dirão alguns; ou “essa história de monarquia é uma coisa ultrapassada”.

No entanto, dentro do pingue-pongue de lama, no qual se transformou a cena política brasileira, rever alguns valores tão caros e tão raros atualmente, como honra, nobreza e patriotismo, é uma oportunidade de mostrarmos aos nossos filhos o que isso significa, pois certamente não irão encontrar tais conceitos, nem na TV, nem no Facebook, nem no Whatsapp.

Muitas vezes, pensamos que somos moderninhos porque somos uma república. Na verdade, o que percebemos, e nos últimos meses mais do que nunca, é que ser republicano não é nenhum motivo para se orgulhar. A realidade mostra que as monarquias do planeta têm se revelado bases fortes e confiáveis para sistemas políticos estáveis, instituições sólidas e nações desenvolvidas.

Não por acaso, o IDH, índice da ONU que mede o grau de “desenvolvimento humano” entre os países, tem, entre os 12 países melhores colocados no ranking, nada menos do que 8 monarquias: Noruega, Austrália, Nova Zelândia, Liechtenstein, Holanda, Canadá, Suécia e Japão.

Não se trata de fazer apologia rasgada da monarquia, mas lembrar alguns fatos que, muitas vezes, são ignorados, ou escamoteados durante nosso processo de educação formal. Por exemplo, sempre dos disseram, desde bem jovenzinhos, que ocorreu uma Proclamação da República no Brasil. No entanto, o ocorreu foi um golpe militar, apoiado por barões do café ressentidos pela recente libertação dos escravos, pelos órgãos de imprensa e pela igreja católica, magoada com a interferência de Dom Pedro II na questão da perseguição aos membros da Maçonaria, na qual o nosso Imperador, mais popular do que qualquer Presidente da República já foi, reafirmou a condição de supremacia do Estado sobre a Igreja. Qualquer semelhança com a situação atual NÃO é mera coincidência!

Outra bobagem que falam sobre a monarquia é que, no regime monárquico, nós, o povo, teríamos que sustentar uma família real. A esse respeito, podemos lembrar que, no nosso sistema republicano atual, temos que sustentar a família da presidenta, do vice-presidente, dos ex-presidentes, dos 81 senadores, dos 513 deputados federais e dos 10 Ministros do Supremo Tribunal Federal. Isso oficialmente falando, porque petrobrasmente falando, há muitas bocas, bocarras e bocões para alimentar.

O decoro dos representantes da monarquia é tamanho que, conforme um amigo comum aqui de Juiz de Fora, ligado ao cerimonial do nosso príncipe visitante, este, ao saber que nossa cidade tinha um orçamento modesto, decidiu bancar, do próprio bolso, as despesas de deslocamento.

O último imperador do Brasil D. Pedro II, depois de banido do país, recusou uma indenização do novo governo brasileiro (por entender que o erário público não se destinava a esse fim), levando em seu poder apenas um pacote com terra de todas as províncias brasileiras, que foi colocada em seu caixão, em Paris, no dia 5 de dezembro de 1891, um sábado triste para o povo brasileiro.

Crônica: Jorge Marin

4 comentários:

  1. Orgulhosa de ver pessoas tão sérias, será que algum político vai querer terra brasileira como travesseiro?
    Tenho certeza que não.
    Saúdo respeitosamente os Órleans e Bragança!

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Acho difícil isso ocorrer nos dias atuais, Carolina, pois, se até as cuecas deles andam recheadas de dinheiro de corrupção, imagine os colchões e travesseiros!

      Excluir
  2. Mais uma lição de valor desse produtivo blog pitombense!
    Tivemos apenas dois imperadores brasileiros e cada um, a seu modo, contribuiu de forma decisiva e positiva para a história do Brasil! O primeiro manteve a unidade política e geográfica por não ter medo em usar a espada e o segundo evitou uma guerra civil por ter a coragem de não usar a espada.
    Com seus defeitos e desvios, o Império do Brasil está com um saldo melhor do que a República do Brasil. Talvez seja porque nosso império tupiniquim durou pouco, num efeito semelhante aos cantores que morrem jovens e mantém uma aura de genialidade interrompida. Sei lá...

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Muito boa a comparação, Sylvio; talvez os pedros tenham sido os nossos beatles governantes. Bom que a História perdeu essa mania (ainda conservada pela maioria da população) de demonizar os que saíram de cena. Quando não nos fixamos, nem na ingenuidade dos perdedores, nem no fanatismo e na empáfia dos vencedores, talvez seja um bom começo.

      Excluir

BRIGADU, GENTE!

BRIGADU, GENTE!
VOLTEM SEMPRE, ESTAMOS ESPERANDO... NO MURINHO DO ADIL