sexta-feira, 23 de março de 2012

RELEITURAS: O MASSACRE DA FÁBRICA DE MACARRÃO VIII - CAPÍTULO FINAL

Foto publicada no blog tudiabetes.org

NO CAPÍTULO ANTERIOR, dúvidas, dúvidas e dúvidas. Na operação para assustar os amigos, o que teria dado errado? De onde veio aquela explosão não planejada? Onde foi parar o fantasma? No dia seguinte, depois de uma noite mal dormida, e ainda cheirando a churrasco, ficaram sabendo, finalmente, a verdadeira história.

O irmão do Serjão, Antônio Dárcio, que na ocasião passava alguns dias em São João, ao ver toda aquela movimentação e tomando conhecimento das más intenções, mandou alguém comprar um foguete. No exato momento em que todos chegavam ao último salão, ele abriu a porta e simplesmente, num ato de extremo perigo, jogou o foguete lá dentro. Imaginem o estampido de um foguete, em um espaço fechado, de alguns metros quadrados, com cinco pessoas dentro? (Momento Bin-Laden de Antônio Dárcio)
Para felicidade de todos, o foguete não se direcionou para ninguém. Possivelmente, tenha até caído num daqueles buracos. Quem sabe até debaixo do Dalminho!
Ficou também esclarecido o destino do Marcelo, o fantasma, que, após ouvir o estouro, pensou que o Fernando tivesse mandando bala na assombração, e, apavorado, despencou do telhado em direção à rua. Mas, para sua infelicidade e na ânsia de fugir, ao pular o portão, seu braço ficou agarrado numa das pontas, fazendo assim um corte que sangrava muito. Moradores do prédio que ficava ao lado, também assustados com aquele estouro, saíram depressa para a calçada. Foi neste exato momento que algumas pessoas, ao verem o Marcelo passar correndo, machucado e com sangue escorrendo pelo corpo, resolveram telefonar imediatamente para o senhor Gabí, pai do Marcelo.
A notícia que chegou é que seu filho havia sido baleado!
Até então, ninguém sabia o que havia acontecido com Marcelo, e assim sendo, cada um foi para sua casa.
Horas depois, quando Serjão já estava em casa, no banheiro tentando retirar os resíduos de pólvora dos cabelos, eis que, de repente, chega o tio Gabi. Numa fúria sem fim, prestes a invadir privacidade do sobrinho, esmurrava a porta e queria porque queria saber o que tinha acontecido com o Marcelinho.
Para sorte do Sérgio, antes que ele arrombasse a porta, alguém teve a feliz iniciativa de começar a contar-lhe toda a verdade. Serjão observava ofegante, de dentro do banheiro, que o tio, aos poucos, foi se acalmando. Começou, até mesmo, a achar graça da história. Seu filho, orgulhosamente, teria sido um dos protagonistas de uma aventura.
Serjão viu que também seu pai, não menos assustado, começava também a dar algumas tímidas risadas.
Perguntou então, para si mesmo: E eu?... Quem diria!... Terminar esta historia, acuado, dentro de um simples banheiro.
Pensou então numa última cena, na qual faria uma fuga espetacular pela janela, mas nem isto pôde fazer, pois, afinal, só havia um pequeno basculante!
Que fique para próxima! – pensou...
Foi, mais tarde, divulgada na cidade a notícia de que teria sido realizada em Bicas, alguns dias depois dos fatos aqui narrados, uma sessão de descarrego, com a participação de algumas pessoas que haviam visitado A Fábrica. Mas nada disso foi oficialmente confirmado.
Hoje, mais tranquilo, e um sossegado pai de família, o outrora fazedor de sustos, e autor desta história curiosa, Serjão Missiaggia relata o destino d’A Fábrica:
- Enfim... a ironia do destino me reservou, neste mesmo lugar, um pequenino grande espaço que, longe de ser um cemitério do século passado, é o local no qual sobrevivo humildemente, na paz de Deus, ganhando meu pão de cada dia...

(Crônica original: Serjão Missiaggia / Adaptação e releitura: Jorge Marin)

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