sexta-feira, 11 de novembro de 2011

ASSOMBROSA PAIXÃO - FINAL

Papel de parede disponível em http://www.wallpaperhd.info/2011/04/_la-muerte-1448/

Enquanto isso, no cemitério, numa noite de tempestade:
- Se oceis precisa de fósfo, eu tem!
Só escutei essa voz, assim meio rouco e congelei. Olhei pro lado, e um vulto, que parecia estar carregando uma foice, descia o morro e já estava ali, pertinho da gente.

Minha amiga, após um grito de horror, me largou pra trás e, pelo mesmo caminho por onde veio, desceu apavorada. Busquei uma tangente e, correndo e pulando entre os túmulos, desci em disparada, procurando, a todo custo, chegar à saída.
Ainda no meio do caminho, outro susto! Fui surpreendido ao dar de cara com uma mulher que, parecendo que ia fazer o mesmo que nós, mesmo sem saber o que estava acontecendo, ao me ver assim, despinguelado, jogou um monte de velas pro alto e saiu correndo atrás de mim, gritando:
- Corre, moço! Corre, moço!
Chegamos, quase simultaneamente, os três, ao portão.
Saímos mais do que depressa para a rua e mal conseguíamos falar. Ficávamos olhando pra dentro do cemitério, como se não acreditando no que acabara de acontecer.
Só pode ser fruto de nossa imaginação, assim falávamos um pro outro.
Meu queixo tremia. Minhas pernas também.

No fundo, no fundo, tínhamos consciência de que tudo aquilo teria acontecido em função de uma simples histeria coletiva decorrente de muita adrenalina acumulada. Ou não!
Quando já nos preparávamos para virmos embora, eis que surge, em carne e osso, no portão principal, nossa suposta alma penada. Acredite quem quiser, mas era, nada mais nada menos, que um humilde senhor, por sinal muito simpático, funcionário do cemitério, que, naquele momento, estava terminando o serviço.
Saindo ele com uma enxada nas costas, ainda suja de cal, veio ao nosso encontro, rindo sem parar. Ironicamente, perguntou se havíamos encontrado fósforo e por quê teríamos corrido tanto.
Também rimos muito, e já bem mais calmos e relaxados, não acreditando no que nossa mente foi capaz de criar, após pegarmos um fósforo emprestado com um vizinho, resolvemos tentar mais uma vez.
Mal acabamos de entrar e, de repente, um gato preto pula repentinamente de cima de uma casinha em nossa direção. Numa barulhada danada, por pouco não cai em cima da gente. Nosso susto foi tão grande, que, dali mesmo, resolvemos desistir de vez.
Assim, boquiabertos e admirados, e sentindo na pele como a mente foi e é capaz de reagir em situações como esta, que fizemos as orações ali mesmo no portão, depois viemos embora com a sensação do dever cumprido.
E a chuva parou de vez. O céu se abriu em estrelas e uma enorme lua cheia nos fez companhia na volta.

(Crônica: Serjão Missiaggia)

3 comentários:

  1. Mesmo sabendo que não foi por coragem que enfrentou tudo isto, posso dizer que você até que foi corajoso.
    Que coragem, heim? Bota coragem nisto!
    E esta garota? Ainda existe? A cunhada a conhece?
    Conte o que aconteceu depois que a cunhada ficou sabendo desta História. Ou é estória?
    Mika

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  2. ENTRE MORTOS E VIVOS TODOS SE SALVARAM Rsrsrs
    DORINHA

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  3. Quando um homem ama uma mulher (ou pelo menos está a fim dela)...
    ... faz coisas que até Deus (e ele mesmo) duvida.
    Grande aventura!
    Sylvio

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BRIGADU, GENTE!

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VOLTEM SEMPRE, ESTAMOS ESPERANDO... NO MURINHO DO ADIL