domingo, 6 de novembro de 2011

BELA PESSOA

Foto "catada" do orkut do Márcio Sabones

E a neve se foi, sol voltou.
Qual pytombense não se lembra desse refrão?
Mas o que talvez muitos não saibam é que essa letra não foi composta, não foi premeditada: ela simplesmente aconteceu, pintou, rolou na fala, floresceu. Foi numa sessão de gravação de um dos trabalhos do Pytomba, tipo jam session que esse cara, o aniversariante de hoje, o Bellini, pegou o microfone e, numa sequência que, a princípio, seria puramente instrumental, lascou o refrão.
Coisas de Bellini, meio panteísta, meio Peter Pan. Onde tem música da boa, lá está ele. Onde tem luz, também. Dança então, nem se fala! Carnaval, tá na banda. Cultura, tá no sangue.
Conheci o Bellini cantando no Bar Central (era um restaurante na época), voltei a encontrá-lo depois na Joia; no Xodó, dedilhando um teclado virtual numa música do Emmerson, Lake & Palmer; no teatro, fazendo o som da Bruxinha que Era Boa; no Cebolinha; na Boate Kako; no Trombeteiros; no Hibisco e no carnaval. Ah, e, lógico, no Pytomba. Dá pra notar que a pessoa é muito do bem: estar com o Bellini é encenar uma peça sem final, mas com um roteiro sempre divertido. Um dia, num dos ensaios da “Bruxinha” em que nenhuma das bruxinhas apareceram, subimos ao palco, eu e o Bellini. Representamos uma peça com diálogos inventados na hora e situações que iam se complicando, como num jogo de xadrez em que, a cada peça conquistada, os jogadores tomam uma garrafa de uísque. O resultado, caótico, foi aplaudido por um bando de gente que, passando ali em frente ao Democráticos, pensou se tratar de uma peça real. Perguntavam: de quem é a peça? Apontávamos um para o outro, e dizíamos ao mesmo tempo: dele! Pensando bem, será que existe alguma peça real?

Desejar hoje, ao Bellini, longevidade, é pleonasmo, porque ele é esse menino da Terra do Nunca, sempre. Desejar felicidade também é bobagem, porque o Bellini não veio ao mundo para viver: veio para fazer performance.
Desejo, como faziam os índios, muitas luas, traçando compassos (mil tons?), com passos, passeios e passaradas.
Bela pessoa, canto livre...

(Texto: Jorge Marin)

Um comentário:

BRIGADU, GENTE!

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