Foto publicada no blog opinioesdomagno.blogspot.com
Hoje são chamados de Anos de Chumbo, mas até que levávamos numa boa. Sabíamos da violência, torturas, sacanagens e injustiças. Jovens, queríamos fazer alguma coisa, ouvíamos sobre a fundação de um partido, um tal de Movimento Democrático Brasileiro e que iriam até indicar um pedreiro para prefeito; o Pedro Caxambu. Loucura. Mas, fazer o quê, éramos loucos e, dentre nós, um especialmente louco e corajoso. Magro, com uma deficiência física, e uma aparência pacífica, mas, quando tentavam usurpar algum direito nosso, nem que fosse proibir que cantássemos “Pra não dizer que não falei de flores” no Bar do Augustinho, ali em frente ao Cine Brasil, esse magrelo arrumava um vozeirão, saindo não sei de onde, e urrava:
- MEGANHADA F.D.P.!!!
Carnavalesco de primeira hora, “engatava”, desde a Batalha de Confete, na quinta-feira, até as sete da manhã da Quarta-Feira de Cinzas, quando a voz nem saía, mas, de dedo em riste, ele fazia o compasso para uma turma de retardatários que teimávamos em não deixar o Carnaval ir embora.
- O Luiz Campos é o melhor compositor que eu conheço, dizia, e cantava “Viveiro de portas abertas” até o sol já queimar em nossas cabeças.
Depois chegava em casa. O “sêo” Batista (da farmácia) e a dona Carminha nem se espantavam em ver o filho chegar, todo pimpão, como se nada tivesse acontecido, tomar um café preto e, se bobear, ainda pegar um livro pra ler.
Eram tempos de sonho, e a gente sonhava muito. Mas esse cara, o magrinho, sonhava e brigava pelos sonhos. Uma hora estava numa república em Juiz de Fora, como estudante de Direito, em outra, num palanque, concorrendo à Câmara Municipal em São João.
Atrevido, visionário, boêmio, político, fundador do Jornal Novidade, primeira testemunha da fundação do Pytomba: esse é o Nilson Magno Baptista, sempre pronto a dar uma opinião, um incentivo, um elogio. Quem tem o privilégio de desfrutar a intimidade dessa figuraça humana sabe que não sai da conversa sem sorrir, sem se surpreender ou sem se impressionar com a versatilidade e a sede de confabular.
É por isso que, em meu nome e de todos os amigos do Pytomba, eu desejo ao Nilson: no mínimo, a longevidade do avô Alcebíades; na média, a respeitabilidade do pai, o “sêo” Batista; e, no máximo, toda a felicidade do mundo.
Parabéns, Nilsão!
(Texto: Jorge Marin)
Grande Jorge,agradeço sensibilizado a homenagem que você e o Grupo Pytomba me prestam.Gostaria de comentar também sobre as duas figuraças que estão comigo na foto : produtoras de cinema e TV ,Márcia Martins (neta do saudoso Caboclo Teixeira,de Descoberto)e Agnes Tompa,que no dia em que a foto foi feita,estiveram em minha casa,juntamente com companheiro jornalista Giovani Trombini.Giovani fala tanto sobre mim,que elas quiseram me conhecer.É isso aí,Jorge,aqui estamos,aos 57 anos,completados dia 03 , com o mesmo estado de espírito de sempre.Obrigado a todos e aquele abraço!
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