Carlos Santana em foto do site jazztimes.com
LADO B: Aint got nobody that I can depend on!
PYTOMBAAAAAAA!!!
O grito da Nely ainda ecoava em nossos ouvidos. Sabe aquela história de não sei se é pra rir ou pra chorar? Sílvio Heleno, apavorado, não acreditava no que estava acontecendo, mas subiu rapidamente no palco e, com a mesma rapidez, se escondeu atrás da aparelhagem.
Márcio Velasco gritava como louco, pedindo para que o bravo guitarrista solo mostrasse pelo menos o rosto, pois, caso contrário, ninguém tocaria. Tudo sob risos e aplausos de uma galera de fãs que delirava.
Renesinho, como num passe de mágica, desapareceu do clube, deixando a bananosa estreia para: Sílvio Heleno, Dalminho, Serjão e Márcio.
Dalminho, numa demonstração surpreendente de coragem, dirigiu-se sozinho para frente do palco, pegou a guitarra e começou a regular a altura do pedestal e microfone. A seguir, numa breve olhada para trás, contou o número de elementos para certificar-se de que ninguém mais havia fugido. Avisou que iria dar seu sinal pra começar... E haja Gin Tônica!
A seguir, um momento histórico: ainda teríamos que aguardar alguns minutos, até que Silvio Heleno, mesmo sentado, fosse arrastado, com cadeira e tudo, mais para frente do palco.
Assim, após todos estarem em seus lugares, Dalminho, dando mais uma olhada para trás, chegou junto à bateria e disse:
- É agora ou nunca!!!! Serjão!
A seguir, começou a cantar, com toda empolgação No One To Depend On: “Aint got nobody that I can depend on”... Era o próprio Santana cantando. E a galera delirava, aplaudia e dançava sem parar.
E mais Santana, tudo vindo ao nosso encontro, ou “Everyting’s Coming Our Way”, seguido de Imagine, My World, Something e, para finalizar, Withou You.
O mais curioso desta noite inesquecível foi a presença maciça, neste baile, de quase todos os músicos da cidade. E o pior: todos sentados próximos ao palco. Possivelmente admirados, talvez pela nossa aparente coragem, mas certamente pela imensa cara-de-pau.
E como diz a letra de Withou You: “yes, I can’t forget this evening, or your face as you were leaving, but I guess that’s just the way the story goes”. Sim, eu não consigo esquecer esta noite, ou sua(nossa) cara(s) na hora em que estava(mos) saindo, mas acho que foi exatamente assim que tudo aconteceu…
(Crônica: Serjão Missiaggia / Adaptação: Jorge Marin)
que memória Serjá, que memória...!
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