sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

RELEITURAS: O INFERNO DE DANTINHO

Arte digital por Bill Brink

Também em 1972, para comemorar o aniversário de três componentes do grupo, nos apresentamos no terraço da casa do Dantinho.

ANOTAÇÕES DO BAILE:
01) QUEM COLOCOU ESSA P*** DESSA CORDA?
Colocaram uma corda separando o palco da pista de dança. Fiquei preso do lado de cá. Tô meio zonzo. Como faço pra ir no banheiro??? O que faria Phil Collins no meu lugar?
02) QUEM VOMITOU NA TUMBADORA?
Na verdade, não era uma tumbadora, mas um surdo desempenhando o papel. Quando voltei do banheiro (rastejei por baixo da corda), descobri aquela substância e não tive coragem de tocar. Da pista de dança, escutei alguém tocando, animadamente, no meu lugar. Fiquei sentando no chão, até que ouvi o Sílvio Heleno gritando:
- Volta, Serjão! O Nílson já limpou a tumbadora!
Imaginem aquela nojeira espirrando pra todo lado. E até que o Nilson tocou direitinho!
03) O SOM DO SILÊNCIO
Não, não é nome de filme: foi nossa gravação, depois que o César Esquisitinho terminou. Ele ficava rodando o fio do gravador o tempo todo, e ele próprio também rodava pela pista o tempo todo. Resultado: nenhum!
04) A BATIDA DE LIMÃO
Fizemos uma batida de limão zeliciosa, sileciosa, diceliosa, ah, sei lá! Experimentamos tanto a dita cuja que o resultado foi aquele desastre que já contei. Tio Dante e Tia Adail tentaram limpar o chão por muito tempo, o que só aconteceu depois da Copa do Mundo, de 1978!
05) CHUTEI O TAROL
Como é que uma pessoa sabe que está em coma? Ah, ela não sabe nada que aconteceu com ela? Então eu, com certeza, estava em coma.
- Por que você chutou o tarol, Serjão? – perguntou, zeloso, o Sílvio Heleno.
- Escorreguei numa casca de banana – expliquei.
- Ah, tudo bem – responde o Sílvio, concentrado na música que eu já nem estava ouvindo mais.
06) CARREIRA (NO) SOLO
Naquela noite, o conjunto quase se desfez: só conseguimos tocar uma única música juntos. Aí, fomos caindo, um prum lado, outro pro outro. E o baile terminou, apenas, com dois componentes, Márcio e Dalminho, cada um tocando uma música diferente e um estranho casal solitário dançando... tango!


1973 – BAILE NO GINÁSIO – Duas notas, ambas do Sílvio Heleno: estávamos tocando em um tom e ele entrou solando em outro totalmente diferente. Quando questionado, respondeu:
- Foi assim que eu aprendi com o Bastião Cricri! – e continuou.
Na música seguinte, na hora do solo, olhamos pro lado e só vimos a guitarra, ligada, no chão. O Sílvio havia, simplesmente, sumido, no meio do baile.
Pior pra ele que não aproveitou nosso cachê daquela noite: um pão com salame e uma coca-cola (quente).

1974 – PRIMEIRO SHOW INTERDISTRITAL, em Roça Grande na Boate Bate Papo. Naquele tempo, boate era o que hoje se chama danceteria, zona era que se hoje se chama boate. E Paraguaio era o técnico do Botafogo.
Engraçado é que eu não me lembro de nada, só que tivemos que sair do baile pela janela dos fundos. Na volta, fomos parar num lugar esquisito, depois identificado como: a porta do cemitério. Eu hein!!!
Foi uma noite histórica em que conseguimos botar pra dentro da boate todos os sapos. Muito legal. Pena que o único barrado foi o Márcio Velasco, e começamos o baile sem baixista!

(Crônicas/depoimentos: Serjão Missiaggia / Adaptação: Jorge Marin)

2 comentários:

  1. Vida de baterista é assim mesmo... é o camarote dos músicos! Único lugar de onde você pode assistir, sentado e protegido, todo tipo de coisas inusitadas que acontecem ao mesmo tempo no palco e na platéia.
    Sylvio.

    ResponderExcluir
  2. Prá mim aquele casal dançando na casa do Dantinho continua sendo um mistério. Existiu mesmo o tal par romântico. E quando olhei lá de cima e vi dentro do quarto dos fundos a Mika ajoellada de mãos postas e o Serjão deitado na cama pensei:"O Helcio ficou sem cunhado". Mas ainda bem que era o efeito da tal batida( ou sería acidente?)

    ResponderExcluir

BRIGADU, GENTE!

BRIGADU, GENTE!
VOLTEM SEMPRE, ESTAMOS ESPERANDO... NO MURINHO DO ADIL