Crianças
brincam num velório
A natureza
segue e em algum canto
Falam de
céu e inferno
No meu
celular jogo paciência
Não há
mais metafísica
Do que
esses risos infantis
Se eu
fosse sofrer o que queriam que eu devesse
Se eu fosse
me anular a um grau de santidade
Não haveria
beleza nem doçura
Nem essa
algaravia de infantes
Derrubando
o paraíso no chão.
Como deuses
excludentes
Impossíveis
de coexistir no universo real
A morte
chega
E o
defunto sai
Não se
misturam, não se combinam
E, no
entanto, sofremos
Porque os
cremos complementares.
Mas,
não
A vida
não pode ser, e não é,
Esse pousar
eterno de corvos nos ombros
A vida
é mais do que um mergulho cego
No poço
da desilusão.
Vida,
meu irmão,
É ir
sendo
Doce de
leite ebuliente em tacho queimoso
Da paixão
Até que
fogo apague.
Poesia:
Jorge Marin
Foto: Kit
Tynn/Amanda Keeys Photography, disponível em http://www.deviantart.com/art/Flower-Collector-11990154
Linda poesia, amigo Jorge. Lembrei-me de muito escritor que gosto: Fernando Pessoa, Drummond, Guimarães Rosa... "vida,(...) é ir sendo."
ResponderExcluirParabéns querido amigo Jorge.
Com afetuoso abraço,
César Brandão
www.cesarbrandao.com
Brigadu, amigo Brandão
ResponderExcluirCurioso é que isso aí surgiu de uma lembrança do meu velho pai: o sô Irenio fazia doce de leite para o meu tio Temístocles vender na rua. Aí, mexia diariamente o tacho até tirar o "ponto" do doce que, se aprovado, era servido pra mim numa colher. Não precisa nem dizer que aquela "puxa" era a coisa mais gostosa do mundo. A cena se repetiu por muito e muito tempo, até não mais...
Poema inspirado!
ResponderExcluirParabéns.