Bom, já
que chegamos até aqui, vamos continuar aquele assunto mortal da semana
passada. Duvido que alguém não tenha ido
a algum velório e, na hora do sepultamento, não tenha ficado, pelo menos com o
“rabo do olho”, naquele monte de nomes
estampados nas lápides. Rapaz... Tem
mais gente conhecida lá do que cá! Pior
é que aqueles nomes, que antes nos pareciam estranhos, começam a ficar cada vez
mais íntimos.
Isso
quando, na hora do sepultamento, não aparece um engraçadinho pra ficar sussurrando
no ouvido daqueles que vão caminhando ao seu lado: “É PESSOAL, E A FILA SÓ VAI
ANDANDO!” Aí um olha pro outro o outro,
olha pro um e, numa ligeira introspecção, a maioria vai mesmo é simulando uma
falsa indiferença. Nessa hora é fácil
fingir não estar escutando, difícil mesmo é não deixar de dar aquela espiadela
básica em alguns nomes daquela turma que está ali descansando.
Num
outro logradouro público (mais feio que este nome só mesmo NOSOCÔMIO),
deparei-me com uma placa indicando que ali outro homenageado teria sido um
velho conhecido meu. Pouco mais a frente foi à vez de um vizinho, outro
freguês, alguns políticos e dessa forma vai.
Aí,
enquanto vou seguindo por essas minhas andanças fotográficas, fico imaginando como
poderia ser o mundo mais fraterno e melhor, se as pessoas tivessem a real
consciência de quão rápida é essa nossa passagem aqui nesta terra de Deus. TUDO
É VAIDADE E VENTO QUE PASSA (Eclesiastes)
Não
haverá privilegiados nesta fila da vida e o negócio é irmos, enquanto caminhando,
nos divertindo a cada dia e, se possível, carregando a leveza de uma
consciência tranquila diante de uma missão que está sendo dignamente cumprida.
PRA PENSAR...
O tempo
é incrivelmente rápido e o simples ato de pensar já faz parte do passado.
Habitamos
um presente que não é mais presente... Apenas lembrança.
Com
saudade, recordo agora, quando há pouco, bem pouco,
Num
passado não muito distante, pensei... PRA PENSAR...
Crônica:
Serjão Missiaggia, junho/2013.
Foto: Enyalia, disponível em http://browse.deviantart.com/art/Gates-of-Hades-55424967
Foto: Enyalia, disponível em http://browse.deviantart.com/art/Gates-of-Hades-55424967
Adendo:
Conheci
duas pessoas que, enquanto em vida, além de serem vizinhas, se odiavam e
andavam se bicando o tempo todo. Como alternativa
para amenizar a situação e se tentar uma paz momentânea, o único recurso usado
pelos familiares era sempre manter uma BOA DISTÂNCIA entre elas.
Bem...
Até aí nada demais, se não fosse pelo irônico fato que pude observar,
acidentalmente, ao comparecer ao sepultamento de uma de minhas tias. Acredite que quiser, mas, como algo combinado
ou simplesmente ironia do destino, ali, naquele campo santo, permaneciam descansando
os dois... juntinhos, PRÓXIMOS um do outro, ou seja, lado a lado e, mesmo
naquele local, VIZINHOS PARA SEMPRE!
Enfim SÓSsegados!!!
Serjão,
ResponderExcluirPara complementar esse seu ótimo artigo no Pitomba, tomo a liberdade de sugerir aos leitores de verem “Nos que aqui estamos por vos esperamos”, de Marcelo Masagão, um dos melhores filmes brasileiros dos últimos tempos, e que tive a honra de ver na telona do Cinarte Palace aqui em Juiz de Fora.
César Brandão
www.cesarbrandao.com
Meu querido, parece que você escreveu isso hoje...
ResponderExcluirLendo lembrei da nossa conversa no velório do Sr.Rubinho.
E da Rosane comentando que conhece mais gente lá do que aqui.
Coisa de doido, Serginho.
Beijo e foi um prazer ver você e a Dorinha, apesar do momento triste pra todos nós.
Soninha