sexta-feira, 12 de julho de 2013

E O VENTO VAI LEVANDO - parte II (final)


Bom, já que chegamos até aqui, vamos continuar aquele assunto mortal da semana passada.  Duvido que alguém não tenha ido a algum velório e, na hora do sepultamento, não tenha ficado, pelo menos com o “rabo do olho”,  naquele monte de nomes estampados nas lápides.  Rapaz... Tem mais gente conhecida lá do que cá!  Pior é que aqueles nomes, que antes nos pareciam estranhos, começam a ficar cada vez mais íntimos.

Isso quando, na hora do sepultamento, não aparece um engraçadinho pra ficar sussurrando no ouvido daqueles que vão caminhando ao seu lado: “É PESSOAL, E A FILA SÓ VAI ANDANDO!”  Aí um olha pro outro o outro, olha pro um e, numa ligeira introspecção, a maioria vai mesmo é simulando uma falsa indiferença.  Nessa hora é fácil fingir não estar escutando, difícil mesmo é não deixar de dar aquela espiadela básica em alguns nomes daquela turma que está ali descansando.

Num outro logradouro público (mais feio que este nome só mesmo NOSOCÔMIO), deparei-me com uma placa indicando que ali outro homenageado teria sido um velho conhecido meu. Pouco mais a frente foi à vez de um vizinho, outro freguês, alguns políticos e dessa forma vai.

Aí, enquanto vou seguindo por essas minhas andanças fotográficas, fico imaginando como poderia ser o mundo mais fraterno e melhor, se as pessoas tivessem a real consciência de quão rápida é essa nossa passagem aqui nesta terra de Deus. TUDO É VAIDADE E VENTO QUE PASSA (Eclesiastes)

Não haverá privilegiados nesta fila da vida e o negócio é irmos, enquanto caminhando, nos divertindo a cada dia e, se possível, carregando a leveza de uma consciência tranquila diante de uma missão que está sendo dignamente cumprida.

                                          PRA PENSAR...

O tempo é incrivelmente rápido e o simples ato de pensar já faz parte do passado.
Habitamos um presente que não é mais presente... Apenas lembrança.
Com saudade, recordo agora, quando há pouco, bem pouco,
Num passado não muito distante, pensei... PRA PENSAR...

Crônica: Serjão Missiaggia, junho/2013.
Foto: Enyalia, disponível em http://browse.deviantart.com/art/Gates-of-Hades-55424967

Adendo:
Conheci duas pessoas que, enquanto em vida, além de serem vizinhas, se odiavam e andavam se bicando o tempo todo.  Como alternativa para amenizar a situação e se tentar uma paz momentânea, o único recurso usado pelos familiares era sempre manter uma BOA DISTÂNCIA entre elas.

Bem... Até aí nada demais, se não fosse pelo irônico fato que pude observar, acidentalmente, ao comparecer ao sepultamento de uma de minhas tias.  Acredite que quiser, mas, como algo combinado ou simplesmente ironia do destino, ali, naquele campo santo, permaneciam descansando os dois... juntinhos, PRÓXIMOS um do outro, ou seja, lado a lado e, mesmo naquele local, VIZINHOS PARA SEMPRE!


Enfim SÓSsegados!!!  

2 comentários:

  1. Serjão,

    Para complementar esse seu ótimo artigo no Pitomba, tomo a liberdade de sugerir aos leitores de verem “Nos que aqui estamos por vos esperamos”, de Marcelo Masagão, um dos melhores filmes brasileiros dos últimos tempos, e que tive a honra de ver na telona do Cinarte Palace aqui em Juiz de Fora.

    César Brandão
    www.cesarbrandao.com

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  2. Meu querido, parece que você escreveu isso hoje...
    Lendo lembrei da nossa conversa no velório do Sr.Rubinho.
    E da Rosane comentando que conhece mais gente lá do que aqui.
    Coisa de doido, Serginho.
    Beijo e foi um prazer ver você e a Dorinha, apesar do momento triste pra todos nós.
    Soninha

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