sexta-feira, 26 de julho de 2013

UM PERFEITO (VÔ) CAVALHEIRO - II


Hoje, vamos descrever um fato da vida do Vô Cavalheiro, o primeiro de uma trilogia.  São pouquíssimos em face dos momentos que ele viveu, mas suficientes para deduzirmos um pouco daquela personalidade fascinante...

Nosso bisavô era dono de uma valiosíssima fazenda, ali pelos lados de Descoberto, que administrava com a ajuda dos filhos (eram muitos, uns dez ou onze).  Por motivos não sabidos, vendeu-a (de boca) por uma bagatela.  Quando deu a notícia aos filhos, foi um verdadeiro pandemônio. Queriam forçá-lo a desfazer o trato.

Nesse dia, nosso avô encontrava-se fora, fazendo um carreto para uma distante fazenda para a qual trabalhava. Quando retornou, encontrou a família em polvorosa e, para complicar, o pretenso comprador com a grana nas mãos.
O bisa queria ouvir a opinião de nosso avô, não apenas por ser o filho mais velho, como pelo fato de respeitar sempre suas opiniões.

Ciente do que se passava, sob um silêncio sepulcral de todos, fez apenas uma pergunta ao nosso bisa:
- “Pai, o senhor já empenhou a sua palavra?".  Como a resposta foi positiva, deu também muito contrariado, a seguinte opinião:
- “O senhor fez um lastimável negócio, mas sua palavra e sua honra valem mais que qualquer dinheiro. Agora é tarde e só resta ao senhor assinar a documentação de venda".

Naturalmente, isso trouxe algumas desavenças e inimizades na família, mas, para ele, a palavra dada e a HONRA valiam mais que tudo.

Interessante é que, muitos anos depois, Kico passou uma noite numa fazenda perto de Barbacena, fazendo seu trabalho de técnico agrícola. Conversando com o dono, já bem vetusto, este descobriu que Kico era neto de Cavalheiro Verardo.  Ficou emocionado e confirmou a história (por incrível coincidência era ele o tal comprador!), afirmando que jamais vira alguém tão correto e honrado, que preferiu um mau negócio a ver o pai e a família desonrados.

Na semana que vem, uma verdadeira AVENTURA nos aguarda!

Pesquisa: Serjão, com a colaboração de Antônio Dárcio e Kiko Missiaggia

Um comentário:

  1. De fato, esta história sempre serviu de exemplo para nós. Quando pai ( seu genro) queria nos ensinar sobre honradez dava sempre este exemplo do vô Cavalheiro. Nosso pai tinha uma grande admiração e muito respeito por ele.

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