Essa é
a Rua Cônego Reis, presente-surpresa do Serjão.
É a minha rua! Ninguém sabe onde
é a Cônego Reis. Quando me perguntavam
onde eu morava, eu sempre dizia: aquela rua ali depois da Rodoviária antes da
subida pra Santa Rita.
A
Cônego Reis era o mundo pra nós. Mesmo
assombrado pelo fantASMA da doença respiratória, que me proibia de correr, ir
na terra, na água e no vento, ainda assim eu saía pela rua com um cartaz em
punho: eu, Magela, Toinzin, Zé Lúcio anunciávamos o CIRCO! No porão da casa da dona Maria Helena, os
artistas se exibiam (de verdade!): trapézios feitos de velhas gangorras, corda
bamba e até um domador enfrentando uma fera, quando achávamos alguém disposto a
fazer o papel do leão.
Dona
Doze, minha madrinha, me levava para garantir que eu não faria nenhum
“excesso”: a mim, candidato a asmático, só restava a tarefa de apresentar o
circo (habilidade que, mais tarde, levei para os shows do Pitomba) e cantar
BEIJO GELADO. Além de mim, também
Adilson Ramos, Silvinho, Chrystian & Ralf e José Augusto cantaram essa
música.
Cinquenta
anos depois, ainda guardo vívidas em mim as impressões da Rua Cônego Reis: o
sabor das eugênias do casarão do sô Zé Lobúglio, das canas roubadas dos
caminhões que subiam a estrada para Roça Grande, as mangas e goiabas do quintal
do meu padrinho Manoel Florindo e, aos domingos, o peso da caixa com o livro de
atas da Conferência de Santa Rita de Cássia lá na sede imponente da Sociedade
de São Vicente de Paula. Louvado seja
Nosso Senhor Jesus Cristo!
Fotos:
Serjão Missiaggia
Texto:
Jorge Marin
para sempre seja louvado, companheiro confrade Jorge.
ResponderExcluirMeu abraço,
César Brandão
www.cesarbranfao.com