sexta-feira, 5 de julho de 2013

E O VENTO VAI LEVANDO - parte I


Nesta desgastante tarefa de ficar andando por nossa terrinha fotografando para o blog, algo bastante curioso vem, ultimamente, chamando minha atenção. O fato é que comecei a descobrir, in loco, quão o tempo é veloz e que este profundo dito popular que diz “A FILA SÓ VAI ANDANDO” é bem mais sério que imaginava. Por sinal, é a única FILA na qual ninguém importa de esperar e que, quanto mais lenta estiver, melhor será.

E como é estranho ficarmos percorrendo ruas e vielas nos deparando a todo o momento com nomes de parentes, vizinhos, amigos ou, simplesmente, antigos conhecidos nossos, estampados nas diversas placas espalhadas pelo bairro!  Confesso que era bem mais leve e agradável quando, num passado não muito distante, além de não sermos pessoalmente conhecidos ou íntimos dos ilustres homenageados, no mínimo, cem anos nos separavam deles.

Pra terem uma ideia, existe um busto na pracinha em frente à minha casa que foi erguido em justa homenagem à memória de um ilustre médico são-joanense. Profissional competente e dedicado, que não só me viu nascer, como também, por muitas vezes, ainda criança, fui a ele me consultar.  Se antes havia uma enorme sensação de temporalidade me separando da totalidade dos homenageados de nossas praças e afins, hoje percebe-se nitidamente o começo das exceções.  

Com o devido respeito, cheguei certa vez a passar por uma rua cujo nome era o de um freguês meu que, mais ou menos há uns trinta anos, havia levado uma enceradeira (bons tempos dos tacos!) em caráter de urgência para que eu pudesse arrumar. Alegando, ou melhor, implorando, pedia pra que eu quebrasse seu galho, pois estaria chegando visita em sua casa.  E, com a mesma urgência em que consertei, ele sumiu e nunca mais apareceu pra me pagar. O famoso DEUS LHE PAGUE, literalmente!
(conclui na semana que vem)

Crônica: Serjão Missiaggia

2 comentários:

  1. Muito bom Serjão !!!! Kkkkkk

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  2. Achei simplesmente genial a maneira pela qual o meu parceiro Serjão abordou a questão tão velada da morte. Ao vermos as pessoas de nosso convívio subindo das ruas para as placas de rua, é porque, como diziam os antigos, "a batata está assando". E aquela coisa tão sofrida acaba se enchendo de humor pois, enquanto você está lendo o nome da placa, tudo está bem, você está emplacando.

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BRIGADU, GENTE!

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