quinta-feira, 20 de setembro de 2012

SER OU NÃO SER... ARISTOCRATA? 2- Eu sou!


Na semana passada, tentei dar umas pistas, pois eu mesmo não tenho uma ideia clara, de como surgiria um ARISTOCRATA.  O máximo que consegui foi dar uns exemplos de como NÃO ser um aristocrata, como é o caso do jogador-imperador e dos deserdados do PT.
Esse conceito de ARISTOCRACIA, na verdade, vem do filósofo Nietzsche que afirmava que, para ser um verdadeiro Aristocrata (com A maiúsculo), o sujeito tinha que trabalhar duro na prática intelectual, pois as pessoas NÃO nascem aristocratas, mas tornam-se...
Aí vocês me perguntarão: cara, mas qual é a importância de ser ou não aristocrata?
Calma, gente, que eu já chego lá, mas, por ora, um motivo simples: EU SOU UM ARISTOCRATA! 
Mas, com esse salário? – poderão perguntar.  E aí vai uma outra dica sobre a aristocracia:  o aristocrata não é NECESSARIAMENTE rico.  Se assim fosse, como explicar que o homem mais rico do Brasil use o tipo de peruca que ele usa?
Outra coisa, meu amigo: se você não é aristocrata desde a infância, então já era.  Nietzsche jura que o processo de aristocratização começa na meninice e dura pela vida inteira e, mais importante, não para NUNCA.  Aliás, vamos combinar uma coisa, só digitar N-I-E-T-Z-S-C-H-E no teclado JÁ é um exercício de aristocracia.
Um dos mais célebres aristocratas conhecidos é virtual: Ricardo Reis (segundo o meu filho, uma das identidades secretas do Fernando Pessoa).  Reis expressa a sua excelência de uma forma paradoxal: embora seja uma pessoa cercada de beleza, luxo e mulheres, não acredita em nada disso.  Não nega, mas, simplesmente, não acredita e afirma: “só esta liberdade nos concedem/ os deuses: submeter-nos/ ao seu domínio POR VONTADE NOSSA.”
O próprio Freud faz uma citação indireta sobre a atitude aristocrática, quando afirma que “existem duas maneiras de ser feliz nesta vida: uma é se fazer de idiota, e a outra é sê-lo”.  Ou, como preferia o meu pai, no seu mineirês: “as veiz a gente é veiaco mas tem que fazê de bobo pra vivê.”
O aristocrata, no fundo, sabe que os bens materiais e as coisas boas da vida são desejáveis, porém, para serem USADOS, e não adorados.  Ricardo Reis escrevia isso de forma brilhante: “pouco me importa/ amor ou glória,/ a riqueza é um metal, a glória um eco/ e o amor uma sombra.”
Finalmente, aquela pergunta: mas para que serve, ou qual a aplicabilidade da aristocracia no mundo moderno?  Será que o aristocrata não é apenas um chato metido a besta?
Respostas na próxima semana, aristocraticamente, neste BLOG.

Crônica: Jorge Marin
Foto: Christiane Scheinbar, disponível em http://browse.deviantart.com/?q=fernando+pessoa#/d1zb4qv

2 comentários:

  1. Jorge, vai aí uma ode de Ricardo Reis para você.Acho que diz tudo e você e Serjão merecem recebê-la.
    "Para ser grande, sê inteiro: nada
    Teu exagera ou exclui.
    Sê todo em cada coisa. Põe quanto és
    No mínimo que fazes.
    Assim em cada lago a lua toda
    Brilha, porque alto vive."

    Vocês brilham, porque são inteiros.
    MIka

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    Respostas
    1. Obrigado, Mika. É como diz um outro poeta:
      Aquela que me significa
      nada diz de humanidade:
      ao seus olhos a luz
      das estrelas reflete
      um brilho que só ela
      vê em mim.

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