sexta-feira, 21 de setembro de 2012

DE SETE A SÓ-TENTA - Capítulo 4


Hoje se vê muita gente falando que adora a natureza, gosta de liberdade, esses comerciais de carros que passam e coisa e tal.  Mas o que se observa, na realidade, é um bando de pessoas alugando um sítio no fim de semana, fazendo churrascão, tomando todas e apagando até a hora de voltar pra casa.
No século passado, a coisa era bem diferente: saíamos com nossas mochilas, levávamos – e dividíamos – nossos lanches, andávamos no mato, tomávamos banho de cachoeira e, quer saber, achávamos tudo isso o maior barato!
E POR FALAR NISSO...
Certa vez, numa dessas idas à roça, chegamos a cochilar sentados dentro de um riacho à sombra de uma jabuticabeira.  Muitas folhas e um grande acúmulo de água ficaram represados rio acima, onde se encontrava sentado o meu vitaminado amigo.  Formou-se uma represa de dar inveja a muita Itaipu.  Eu, enquanto isso, sentado um pouco abaixo, cochilava tranquilamente escutando o barulho das águas, o vento nas folhas e o cantar dos pássaros.  Sem prévio aviso. meu amigo se levantou E...  fui arrastado a quase vinte metros de distância até estacionar dentro de uma plantação de arroz!  Uma incrível avalanche de galhos, restos de jabuticaba passou detonando tudo que estava pela frente.  Acordei de pernas pro alto com folhas e barro da cabeça aos pés. Verdadeiro monstro da folhagem.  Isso pra não falar que fiquei quase pelado de tanto arrastar o calção no leito do riacho. Além da bunda ralada.

Encontrei com meu amigo das bicicletas e “Futuro Arrastado” de número 5 (que não era o Paulinho Já Vai Ali).  Convidou-me pra ir a Rio Novo de bicicleta. E fomos.
Saímos por volta de onze horas SEM ALMOÇO E SEM UM TOSTÃO NO BOLSO. Também sob um sol escaldante, depois de duas horas SEM DESCANSAR UM MINUTO SEQUER, chegamos ao centro de Rio Novo. Tomamos água morna da torneira em um boteco e, após darmos uma volta na praça, voltamos.  No meio caminho, fiquei bastante tonto e fui salvo ao resolver parar numa fazenda e chupar alguns gomos de cana.  Era Glicose pura fornecida ao organismo.  À noite, já estávamos no Bar do Bode tomando aquele Gim com Tônica.
Mais tarde, combinei com meu Amigo futuro “Arrastado” de número 1 de vir aqui em casa no outro dia, para que pudéssemos acabar de compor uma hilariante e folclórica música que já havíamos começado. Risadas de perder o fôlego nos levavam por várias vezes a adiar o fim da composição.  Era um verdadeiro vasodilatador, que servia para desobstrução das vias áreas superiores e para afugentar o estresse.  Com muito esforço, meses depois, conseguiríamos enfim terminar a tal canção.

Na semana que vem, vamos largá mão do passado, e dar um pulim de volta ao século 21.

Crônica: Serjão Missiaggia
Foto: disponível no site http://www.lakegeorgeescape.com/things-to-do/on-site-activities/

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