Êta ano
bão dimais esse tal de 1972! A gente
escolhia um amigo, “arrastava” ele e tinha sempre um programa divertido, na
rua, na chuva, na fazenda, numa casinha de sapé, ou até em pé, na Pracinha do
Coroné (só pra rimar).
À noite,
fui à casa de meu amigo, ”Futuro Arrastado de Número Quatro” chamá-lo para
darmos uma volta na rua. Muita sinuca,
comentários sobre as cocotinhas (quem não sabe o que é, favor consultar o
Google), futebol, piadas e uma bela programação para o outro dia. Eram nossas divertidas andanças pelas
montanhas tirando fotos, rindo bastante e fazendo nossas inesquecíveis
listinhas das mais cobiçadas. Era um
porto seguro onde havia espaço somente para o bom humor, muita presença de
espírito e inúmeras risadas.
No
outro dia meu amigo, “Futuro Arrastado de Número Um” apareceu aqui em casa
querendo combinar de irmos pra roça no próximo final de semana. Teríamos que tocar
em Mar de Espanha no sábado e, dependendo do astral, iríamos sim. E fomos.
Passamos
o dia inteiro escutando a Rádio Mundial AM em um aparelho Transglobo que
levamos conosco. Acho que deveria pesar
uns dois quilos. Quaramos no sol até que o último raio se escondesse nas
montanhas dos Núcleo. Atenção: aqui em
São João, a forma correta é OS NÚCLEO, quando nos referimos ao Distrito Carlos
Alves. Portanto, nem pensem em corrigir,
pois esta é a forma vernácula!
Pescamos
lambari com alto grau de dificuldades, pois a água do córrego era tão rasa, mansa
e límpida, que chegávamos a colocar a isca diretamente em suas bocas!
Corremos
pelos pastos descalços e subimos colinas de cuecas pra fugir das vacas. Fomos parar numa plantação de JOÁ, pulando que
nem cabrito por causa dos espinhos. E
elas, as vacas, não estavam nem aí pra gente.
Pisamos
numa cobra “perigosíssima” (cobra d’água) que estava na margem do riacho e,
enquanto corríamos apavorados para um lado, a cobra, mais assustada ainda,
corria pro outro.
Fizemos
farofa com um torresmo “vencido” do Tio Gaby e comemos tudo com suco de limão. Voltamos depois pra quarar no sol e, no outro
dia, apareceu em meu rosto um monte de “perebas”. Até na orelha tinha. Fiquei um monstro...
(a
arrastação continua)
Crônica e foto:
Serjão Missiaggia
Deu para identificar o nome e a data registrada na Pedra do Coquinho."Eta lugar bom dimais da conta, gentcH"!!!... Lindo para contemplar a natureza!!!
ResponderExcluirDorinha