sexta-feira, 7 de setembro de 2012

DE SETE A SÓ-TENTA - Capítulo 2


No capítulo anterior, falávamos “daquele” ano de 1972.  Em São João, só havia uma televisão em cores, SÓ UMA, na Tipografia Rocha & Cia e, no dia de fevereiro, a inauguração da Festa da Uva, pelo presidente Médici, foi o maior espetáculo que já havíamos visto.  Ir para a Rua do Sarmento assistir TV em cores passou a ser um programa obrigatório.  Mas, como já vimos, havia outros, muitos outros...

CAMPAINHA da casa bate.  E o futuro ARRASTADO de nÚmero 02 me chama com o violão na mão:
-Serjão!  Olha a música que estou acabando de tirar!  É da faixa número dois do disco que acabei de comprar em Juiz de Fora.  Toma um banho rapidinho e vamos pra pracinha do Botafogo que as meninas já deverão ter chegado!  Depois a gente pode fazer uma serenata pra elas?  - perguntou ele.  E fizemos.
No outro dia, fui até a casa do amigo e futuro ARRASTADO de número 03.
Após tomarmos “aquele banho” de perfume Vitess, fomos pro Rubro Bar paquerar.  Como não havíamos pegado ninguém naquela noite (Se bem verdade, nem tentamos, pois o negócio era apenas ficar curtindo o conjunto), na volta, já de madrugada, passamos no Bar Central pra traçarmos um PF “durmidin da silva”.  E nem um arroto pra contar a historia!
Encontrei com meu amigo ARRASTADO 03 na rua.   
Combinamos ir domingo bem cedinho jogar uma pelada pra curar ressaca do sábado.  Pedi a ele que levasse alguns cigarros, pois os meus haviam acabado.  E assim foi.  Jogamos bola naquele sol escaldante até meio-dia. Depois, fumamos um cigarrinho, jogamos conversa fora e fomos almoçar. Quase sempre um saboroso prato (fundo) com arroz, feijão, um ou dois ovos cozidos, couve, batata doce, angu, linguiça, farinha de mandioca, carne de porco etc.  Em seguida, era somente cair na cama e acordar à noitinha.
Novamente me telefona o amigo FUTURO ARRASTADO de número 01” dizendo:
- Serjão! Pensando bem, por que não deixamos pra ir à roça semana que vem e vamos amanhã à torre?  O negócio é cavarmos alguns buracos naquela estrada pra encontrar ônix.  E foi o que aconteceu, ou seja, passamos o dia igual tatu fazendo buracos pra todo lado.  Enchemos uma sacola de ônix, bebemos água naquela mina, barganhamos o lanche, desmontamos acampamento e voltamos felizes da vida carregando nos ombros nossas enxadas, pás e picaretas.

Como se vê, além da TV em cores, da Transamazônica e do primeiro computador brasileiro, havia muita coisa para se fazer em 1972. 
(continua na semana que vem)

Crônica: Serjão Missiaggia
Foto: Chauntizz-al, disponível em http://browse.deviantart.com/photography/?order=9&q=two+friends+camping&offset=48#/dxxkdb

Um comentário:

  1. Para quem teve a felicidade de viver a adolescência neste contexto, é emocionante ler sua narrativa. Quanta lembrança nos vem à mente, quanta
    saudade...
    Beijos da Mika

    ResponderExcluir

BRIGADU, GENTE!

BRIGADU, GENTE!
VOLTEM SEMPRE, ESTAMOS ESPERANDO... NO MURINHO DO ADIL