No
capítulo anterior, falávamos “daquele” ano de 1972. Em São João, só havia uma televisão em cores,
SÓ UMA, na Tipografia Rocha & Cia e, no dia de fevereiro, a inauguração da
Festa da Uva, pelo presidente Médici, foi o maior espetáculo que já havíamos
visto. Ir para a Rua do Sarmento assistir
TV em cores passou a ser um programa obrigatório. Mas, como já vimos, havia outros, muitos
outros...
CAMPAINHA
da casa bate. E o futuro ARRASTADO de nÚmero
02 me chama com o violão na mão:
-Serjão!
Olha a música que estou acabando de
tirar! É da faixa número dois do disco
que acabei de comprar em Juiz de Fora. Toma
um banho rapidinho e vamos pra pracinha do Botafogo que as meninas já deverão
ter chegado! Depois a gente pode fazer
uma serenata pra elas? - perguntou ele. E fizemos.
No
outro dia, fui até a casa do amigo e futuro ARRASTADO de número 03.
Após
tomarmos “aquele banho” de perfume Vitess, fomos pro Rubro Bar paquerar. Como não havíamos pegado ninguém naquela noite
(Se bem verdade, nem tentamos, pois o negócio era apenas ficar curtindo o
conjunto), na volta, já de madrugada, passamos no Bar Central pra traçarmos um
PF “durmidin da silva”. E nem um arroto
pra contar a historia!
Encontrei
com meu amigo ARRASTADO 03 na rua.
Combinamos
ir domingo bem cedinho jogar uma pelada pra curar ressaca do sábado. Pedi a ele que levasse alguns cigarros, pois os
meus haviam acabado. E assim foi. Jogamos bola naquele sol escaldante até meio-dia.
Depois, fumamos um cigarrinho, jogamos conversa fora e fomos almoçar. Quase
sempre um saboroso prato (fundo) com arroz, feijão, um ou dois ovos cozidos,
couve, batata doce, angu, linguiça, farinha de mandioca, carne de porco etc. Em seguida, era somente cair na cama e acordar
à noitinha.
Novamente
me telefona o amigo FUTURO ARRASTADO de número 01” dizendo:
-
Serjão! Pensando bem, por que não deixamos pra ir à roça semana que vem e vamos
amanhã à torre? O negócio é cavarmos
alguns buracos naquela estrada pra encontrar ônix. E foi o que aconteceu, ou seja, passamos o dia
igual tatu fazendo buracos pra todo lado. Enchemos uma sacola de ônix, bebemos água
naquela mina, barganhamos o lanche, desmontamos acampamento e voltamos felizes
da vida carregando nos ombros nossas enxadas, pás e picaretas.
Como se
vê, além da TV em cores, da Transamazônica e do primeiro computador brasileiro,
havia muita coisa para se fazer em 1972.
(continua
na semana que vem)
Crônica:
Serjão Missiaggia
Foto: Chauntizz-al, disponível em http://browse.deviantart.com/photography/?order=9&q=two+friends+camping&offset=48#/dxxkdb
Foto: Chauntizz-al, disponível em http://browse.deviantart.com/photography/?order=9&q=two+friends+camping&offset=48#/dxxkdb
Para quem teve a felicidade de viver a adolescência neste contexto, é emocionante ler sua narrativa. Quanta lembrança nos vem à mente, quanta
ResponderExcluirsaudade...
Beijos da Mika