Subindo
descendo a rua do Ginásio, tudo era possível: um picolé da Padaria do Popó, um
romance com beijo de boca fechada, assistir um pedacinho do filme de Brigitte
Bardot ou só ficar sentado por ali, na Rua dos Estudantes, debaixo da escada,
que era pra ninguém ver da Secretaria.
Sabíamos
que aquelas subidas e descidas não sairiam impunes, como, realmente, não
saíram: crescemos, ou não, os cabelos ficaram mais brancos, deixamos de usar a
Pomada Minâncora, uns continuaram jovens para sempre e outros nem tanto.
Muitos mergulharam,
de cabeça, nas tais res-pon-sa-bi-li-da-des, seja lá o que que for e onde
estiverem, alguns tentando ser o que achavam que deveriam ter sido, outros o
que os pais achavam que deveriam ser e mais um tanto, poucos, só sendo o que
seriam se não tivessem que ser o que achavam que deveriam ser.
Mas,
essas casas, essas ruas, meu Deus. Quantos
risos, gargalhadas, sussurros, gracejos, xingamentos, gritos, preces e choro
por aqui passaram. E quanta esperança,
fé, desespero, paixão e uns drops Dulcora, pirulitos Zorro e cigarrinhos... de
chocolate Pan.
Sábado
que vem, vou na casa da minha tia, em Juiz de Fora, jogar Space Invaders numa
máquina nova de fliperama! Coitado, tão
criança... E lá foi a menina, meio
decepcionada, com o caderno de recados cheio de corações desenhados com
canetinhas Sylvapen.
Fotos: Serjão Missiaggia
Texto: Jorge Marin
Subindo a Rua do Ginásio, bem pertinho dele...quase na esquina, ficava a primeira Fábrica de Macarrão do Tio Gaby e de meu pai Antônio Missiaggia.Os alunos quando desciam paravam sempre para apreciar a prudução.Era tão bom ver a satisfação deles e dos proprietários mostrando todo o funcionamento das máquinas e como fabricava aquele gostoso alimento.Edna Maria Missiaggia Picorone
ResponderExcluirBelos e valiosos estes momentos que se eternizam na memória. Dão significado - ou pelo menos uma bela moldura - à vida.
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