Na
semana passada, tentei dar umas pistas, pois eu mesmo não tenho uma ideia
clara, de como surgiria um ARISTOCRATA.
O máximo que consegui foi dar uns exemplos de como NÃO ser um
aristocrata, como é o caso do jogador-imperador e dos deserdados do PT.
Esse
conceito de ARISTOCRACIA, na verdade, vem do filósofo Nietzsche que afirmava
que, para ser um verdadeiro Aristocrata (com A maiúsculo), o sujeito tinha que
trabalhar duro na prática intelectual, pois as pessoas NÃO nascem aristocratas,
mas tornam-se...
Aí
vocês me perguntarão: cara, mas qual é a importância de ser ou não aristocrata?
Calma,
gente, que eu já chego lá, mas, por ora, um motivo simples: EU SOU UM
ARISTOCRATA!
Mas,
com esse salário? – poderão perguntar.
E aí vai uma outra dica sobre a aristocracia: o aristocrata não é NECESSARIAMENTE
rico. Se assim fosse, como explicar que
o homem mais rico do Brasil use o tipo de peruca que ele usa?
Outra
coisa, meu amigo: se você não é aristocrata desde a infância, então já era. Nietzsche jura que o processo de
aristocratização começa na meninice e dura pela vida inteira e, mais
importante, não para NUNCA. Aliás, vamos
combinar uma coisa, só digitar N-I-E-T-Z-S-C-H-E no teclado JÁ é um exercício
de aristocracia.
Um dos
mais célebres aristocratas conhecidos é virtual: Ricardo Reis (segundo o meu
filho, uma das identidades secretas do Fernando Pessoa). Reis expressa a sua excelência de uma forma
paradoxal: embora seja uma pessoa cercada de beleza, luxo e mulheres, não
acredita em nada disso. Não nega, mas,
simplesmente, não acredita e afirma: “só esta liberdade nos concedem/ os
deuses: submeter-nos/ ao seu domínio POR VONTADE NOSSA.”
O
próprio Freud faz uma citação indireta sobre a atitude aristocrática, quando
afirma que “existem duas maneiras de ser feliz nesta vida: uma é se fazer de
idiota, e a outra é sê-lo”. Ou, como
preferia o meu pai, no seu mineirês: “as veiz a gente é veiaco mas tem que fazê
de bobo pra vivê.”
O
aristocrata, no fundo, sabe que os bens materiais e as coisas boas da vida são
desejáveis, porém, para serem USADOS, e não adorados. Ricardo Reis escrevia isso de forma
brilhante: “pouco me importa/ amor ou glória,/ a riqueza é um metal, a glória
um eco/ e o amor uma sombra.”
Finalmente,
aquela pergunta: mas para que serve, ou qual a aplicabilidade da aristocracia
no mundo moderno? Será que o aristocrata
não é apenas um chato metido a besta?
Respostas
na próxima semana, aristocraticamente, neste BLOG.
Crônica:
Jorge Marin
Foto: Christiane Scheinbar, disponível em http://browse.deviantart.com/?q=fernando+pessoa#/d1zb4qv
Foto: Christiane Scheinbar, disponível em http://browse.deviantart.com/?q=fernando+pessoa#/d1zb4qv
Jorge, vai aí uma ode de Ricardo Reis para você.Acho que diz tudo e você e Serjão merecem recebê-la.
ResponderExcluir"Para ser grande, sê inteiro: nada
Teu exagera ou exclui.
Sê todo em cada coisa. Põe quanto és
No mínimo que fazes.
Assim em cada lago a lua toda
Brilha, porque alto vive."
Vocês brilham, porque são inteiros.
MIka
Obrigado, Mika. É como diz um outro poeta:
ExcluirAquela que me significa
nada diz de humanidade:
ao seus olhos a luz
das estrelas reflete
um brilho que só ela
vê em mim.