Vindo
de uma geração em que o quesito segurança nos proporcionava uma paz verdadeira
e uma tranquilidade pra viver uma vida em toda sua plenitude, confesso certo
desalento em ter que me adaptar a algumas situações atuais.
Interessante
é a forma como tudo foi mudando e tão rapidamente. Num piscar de olhos, os
parapeitos de nossas janelas foram sendo substituídos por altas grades, enquanto
as varandas foram se transformando em verdadeiros presídios. Imensos muros
começaram a surgir em frente às casas, ao passo que os belos balaustres, antes
objetos de boas vindas e decoração, foram dando lugar a tijolos e ferragens.
Jamais
se pensava em qualquer ato de violência durante aquelas mágicas madrugadas em que
fazíamos serenata, pois nossas únicas companhias noturnas, além é claro do silêncio,
eram apenas aqueles poucos perdidos na noite, que, após alguns drinques pelos
bares da vida, insistiam em nos acompanhar.
Nossas
casas, de portas semiabertas ou encostadas com uma cadeira, permaneciam a nossa
espera, quase que a noite toda. Somente a nossa espera!
Nas
ruas, além das casas, existia também o calor das famílias. Eram janelas
abertas, televisões ligadas ou pessoas conversando nas varandas ou até mesmo do
lado de fora em cadeiras colocadas na calçada.
É estranho
quando passamos hoje por algumas dessas ruas e deparamo-nos com uma quase total
solidão. Onde antes existiam os antônios, franciscos e marias, são hoje as frias
portas de aço a nos fazer companhia.
Foto e
crônica: Serjão Missiaggia
Deu ate um " apertin " no coraçao ler esse texto... Pura realidade
ResponderExcluirNós também ficamos com o coração apertado, e um nó na garganta, mas não pelo que já foi, mas pelo vir a ser. Tomara que consigamos mudar esse quadro de violência, desespero e desrespeito. Acreditamos que sim!
ExcluirExatamente o que senti: aperto no coração e nó na garganta.
ResponderExcluirChoro sufocado, guardado? Saudade?
Temor do futuro que já é presente? Tristeza pelas nossas crianças que não vivem a liberdade tal qual vivíamos?
" Abra as portas do seu coração e deixe a luz de Deus entrar".E eu digo: ela já está lá, pois Deus habita dentro de cada coração; o que o ser humano precisa é abrir-se a Ele, deixar que o Amor se expanda. Assim viveremos como irmãos e nos respeitaremos, seremos fraternos e não temeremos uns aos outros.