sexta-feira, 28 de fevereiro de 2014

NÃO GOSTO MAIS DE CARNAVAL!


Continuo gostando de samba, ou seja, acho que sou um bom sujeito.

No entanto, o Carnaval 2014 em Juiz de Fora, com “+tempo +festa +alegria +diversão” segundo o site da Prefeitura, tem trazido é +aborrecimento, pelo menos para os habitantes dos locais “agraciados” para receber os eventos pré-carnavalescos.

A coisa funciona assim: a fundação cultural oficial seleciona um local, no caso foi embaixo da janela do meu apartamento, e convida a população para “trazer sua turma para curtir as melhores atrações”.  Só que você, que será o anfitrião das turmas no animado rolezinho carnavalesco, não sabe!

Tudo bem, dirão, pois a rua é pública.  Mas aí é que começa o engano.  A festa acontece, com uns quarenta minutos de samba, metade dos quais para cantar o samba-enredo do bloco (aqui foi o Bloco do Xerife).  Nas horas restantes, o DJ (não sei como se chama DJ de carnaval) lasca funk e música eletrônica, para delírio das turmas que, munidas de suas sacolas plásticas dos supermercados, “entornam” todas, vomitam um outro tanto (na sua porta) e, naturalmente, urinam ostensivamente nas paredes do seu prédio.

Até aí, também pode ser que considerem normal, pois no Carnaval as pessoas extrapolam.  No entanto, um fenômeno acontece: no momento marcado para o encerramento da festa, por volta de dez da noite, a música para, a polícia se retira e os funcionários públicos vão dormir. Porém, a turma, algumas dezenas de jovens, ainda continua.  E, usando sua criatividade, acionam seus potentes carros de som, continuam com o samba, perdão, continuam com o funk. Até a hora que Deus quiser, se bem que acho que, em face daquelas letras cabeludas, Deus passa longe.

No dia seguinte, uma equipe do departamento de limpeza urbana, varre o lixo, deixando para trás (para os felizes moradores) os passeios melados de bebida entornada, urina e sabe-se lá o quê mais. Descendo pela manhã, colando o sapato naquela meleca, sentindo aquele cheirinho de urina e escorregando no vômito, descobri porque não gosto mais de samba: fiquei ruim da cabeça, e doente do pé.

Crônica: Jorge Marin
Foto: disponível em http://camposemalerta.blogspot.com.br/2012_04_01_archive.html

2 comentários:

  1. Aqui também já está acontecendo o mesmo: os passeios estão sendo lavados à noite com urinas, bebidas jogadas até nas portas e muros...e o lixo que está rolando pelas ruas ...Toda manhã temos que lavar os passeios, portões e portas, sem contar que temos de economizar água.Nunca vimos tanta sujeira antes mesmo de começar o carnaval. Tem ruas que nem são varridas mais... As faixas de LIXO no LIXO foram retiradas, será que é uma medida antipática ou é para mostrar aos visitantes que nossa cidade é civilizada ( propaganda enganosa) .

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    1. Esse é um fenômeno que se verifica na maioria das cidades hoje: é a falta de educação. Pessoas furam filas, não respeitam velhos e crianças, fazem barulhos excessivos. No caso das festas públicas, como o Carnaval, cabe ao órgão público que autorizou a reunião das pessoas, cuidar para que o impacto na vida dos moradores seja o menor possível. Quanto à educação, vai levar muito tempo, mas é uma tarefa de cada família.

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