Continuo
gostando de samba, ou seja, acho que sou um bom sujeito.
No
entanto, o Carnaval 2014 em Juiz de Fora, com “+tempo +festa +alegria +diversão”
segundo o site da Prefeitura, tem trazido é +aborrecimento, pelo menos para os
habitantes dos locais “agraciados” para receber os eventos pré-carnavalescos.
A coisa
funciona assim: a fundação cultural oficial seleciona um local, no caso foi
embaixo da janela do meu apartamento, e convida a população para “trazer sua
turma para curtir as melhores atrações”.
Só que você, que será o anfitrião das turmas no animado rolezinho
carnavalesco, não sabe!
Tudo
bem, dirão, pois a rua é pública. Mas aí
é que começa o engano. A festa acontece,
com uns quarenta minutos de samba, metade dos quais para cantar o samba-enredo
do bloco (aqui foi o Bloco do Xerife).
Nas horas restantes, o DJ (não sei como se chama DJ de carnaval) lasca
funk e música eletrônica, para delírio das turmas que, munidas de suas sacolas
plásticas dos supermercados, “entornam” todas, vomitam um outro tanto (na sua
porta) e, naturalmente, urinam ostensivamente nas paredes do seu prédio.
Até aí,
também pode ser que considerem normal, pois no Carnaval as pessoas
extrapolam. No entanto, um fenômeno
acontece: no momento marcado para o encerramento da festa, por volta de dez da
noite, a música para, a polícia se retira e os funcionários públicos vão
dormir. Porém, a turma, algumas dezenas de jovens, ainda continua. E, usando sua criatividade, acionam seus potentes
carros de som, continuam com o samba, perdão, continuam com o funk. Até a hora
que Deus quiser, se bem que acho que, em face daquelas letras cabeludas, Deus
passa longe.
No dia
seguinte, uma equipe do departamento de limpeza urbana, varre o lixo, deixando
para trás (para os felizes moradores) os passeios melados de bebida entornada,
urina e sabe-se lá o quê mais. Descendo pela manhã, colando o sapato naquela
meleca, sentindo aquele cheirinho de urina e escorregando no vômito, descobri
porque não gosto mais de samba: fiquei ruim da cabeça, e doente do pé.
Crônica:
Jorge Marin
Foto:
disponível em http://camposemalerta.blogspot.com.br/2012_04_01_archive.html
Aqui também já está acontecendo o mesmo: os passeios estão sendo lavados à noite com urinas, bebidas jogadas até nas portas e muros...e o lixo que está rolando pelas ruas ...Toda manhã temos que lavar os passeios, portões e portas, sem contar que temos de economizar água.Nunca vimos tanta sujeira antes mesmo de começar o carnaval. Tem ruas que nem são varridas mais... As faixas de LIXO no LIXO foram retiradas, será que é uma medida antipática ou é para mostrar aos visitantes que nossa cidade é civilizada ( propaganda enganosa) .
ResponderExcluirEsse é um fenômeno que se verifica na maioria das cidades hoje: é a falta de educação. Pessoas furam filas, não respeitam velhos e crianças, fazem barulhos excessivos. No caso das festas públicas, como o Carnaval, cabe ao órgão público que autorizou a reunião das pessoas, cuidar para que o impacto na vida dos moradores seja o menor possível. Quanto à educação, vai levar muito tempo, mas é uma tarefa de cada família.
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