Grande
fã dos filmes de Woody Allen, aprendi a respeitá-lo também como ser humano,
pela sua visão (pessimista, porém divertida) sobre a vida, suas tiradas
inteligentes e sua inteligência. Por
isso, causou-me grande tristeza ver as
manchetes publicadas no início do mês, nas quais se destaca uma denúncia de uma
jovem afirmando ter sido molestada sexualmente pelo cineasta quando tinha 7
anos de idade.
Allen
era casado, na época, com a mãe de Dylan, Mia Farrow que, além dos cinco
filhos, possui nove filhos adotivos. Um
dos filhos é registrado como filho do
diretor, embora Farrow reconheça que Frank Sinatra possa ser o verdadeiro pai.
O casamento
de Mia e Woody terminou quando este teve um envolvimento amoroso com a filha
adotiva de Farrow, na época com dezenove anos, e que é esposa do diretor há 22
anos. No ano seguinte, a atriz afirmou
que uma das filhas menores, Dylan, havia sido abusada pelo ex-marido no sótão
da casa onde ela morava com as crianças (o diretor morava em outro aparamento,
na Quinta Avenida).
Sem
entrar no mérito da questão, causam-me ESPANTO tais alegações. Se a moça foi realmente estuprada à época,
entendo que Allen deveria ter sido preso.
No entanto, o veredito dos psicólogos que avaliaram a menina na época
foi de que não houve abuso sexual.
Agora,
o mais espantoso, a hipótese de que não houve nenhum abuso nos leva a crer que
essa ideia foi “implantada” na mente da criança pela mãe. Ora, se tal ocorreu trata-se de uma coisa mais
assustadora do que o filme “O bebê de Rosemary”!
Que o
cônjuge, abandonado pelo outro por uma outra pessoa, sinta raiva ou ódio é
totalmente compreensível. Ninguém
deixado ou traído teria uma reação positiva em tal situação. No entanto, utilizar-se de um filho para ser
objeto de vingança, isso sim, é uma forma cruel de abuso.
Nos
dias atuais, quando é grande o número de filhos de pais separados, vale o
ensinamento da psicanalista Françoise Dolto: “respeitar a dignidade da criança
é DIZER-LHE A VERDADE, tanto sobre o que a vida em comum produz nos pais unidos
quando sobre o que a vida desunida produz nos pais levados a se separar”. Mas, não é fácil.
Crônica:
Jorge Marin
Foto: Time & Life/Getty Images, disponível em http://www.nytimes.com/2014/02/09/opinion/sunday/woody-allen-speaks-out.html?_r=0
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