sexta-feira, 5 de janeiro de 2018

MULHER É UM BICHO TERRÍVEL


Mulher é um bicho terrível!

Dizem que o Buda, logo após a sua iluminação, foi procurado por sua madrasta Prajapati que lhe pediu para ser ordenada monja. Buda, apesar de iluminado, não foi capaz de superar a cultura e os costumes da época e lembrou à sua segunda mãe (pois foi ela que o criou) que, pela lei, mulheres eram tão impuras que só poderiam ser tocadas com a mão esquerda, a mão do mal.

Vejam bem que um ser iluminado foi capaz de discriminar uma mulher, como a maioria das pessoas faziam, e ainda fazem, por causa de uma tradição, ou uma maldição, presente em todas as literaturas, desde a bíblia até os manuais de empresas modernas, onde a mulher é sempre tratada, ou como uma ameaça à ordem, ou, na melhor das hipóteses, como lixo.

Antes de prosseguir com o meu raciocínio, quero deixar registrado que, após muita pressão, Prajapati foi ordenada monja, e Buda reconheceu a sua mancada, o que só engradece a sua personalidade.

Voltando ao nosso tempo, particularmente às festividades do réveillon, vejo que as autoridades de Berlim resolveram adotar uma postura curiosa para evitar estupros, como os que supostamente ocorreram nas festas de final de ano em 2016 na cidade de Frankfurt. Com o objetivo de proteger as mulheres, os berlinenses criaram uma “zona livre”, local de livre de homens, onde todas as cidadãs que se sentissem assediadas durante a festa pudessem se “refugiar”.

Pessoalmente, acho isso superofensivo para as mulheres. Entendo mesmo que é um retrocesso. Criar um local livre de homens para proteger as mulheres equivale dizer que elas são (continuam sendo) umas coitadinhas que precisam ser protegidas, inclusive pelo pessoal da Cruz Vermelha, dos homens, os dumal.

Mulheres têm sido massacradas e humilhadas há milênios. Pelos homens, por religiosos, por políticos, por soldados, por outras mulheres. Mas me parece que a reparação desses crimes NÃO passa por mais proteção ou por uma vingança contra os homens.

O que fazer então? Um primeiro passo pôde ser visto no dia primeiro de janeiro, por exemplo, quando a Islândia colocou uma nova lei, aprovada em junho de 2017, que obriga as empresas a obterem um certificado que COMPROVE que elas pagam salários iguais a homens e mulheres que exercem a mesma função.

Achei isso muito bom. Essa é a minha noção de feminismo. Que sejam dadas as mulheres as mesmas oportunidades, e recompensas, que são dadas aos homens. E que elas possam mostrar, pela sua força, dedicação e competência, que são iguais a nós homens, e, em grande parte de atividades, nos colocam no chinelo.

Da minha parte, quero ver as mulheres brilhando, mas, no réveillon, quero botar a minha mão esquerda em uma delas, e, se ela deixar, também a direita e o corpo inteiro, e dançarmos juntos: Vai, Malandra!!!

Crônica: Jorge Marin
Foto     : disponível em http://vanessaflorence.com/wild-womancrop/

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